terça-feira, 24 de dezembro de 2024

China e Rússia apostam em difusão de cultura mirando o mundo multipolar, notam analistas

Em entrevista ao podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, especialistas afirmam que ambos os países investem em diplomacia cultural e provam que o BRICS vai muito além da economia.

O BRICS reúne 35% do produto interno bruto (PIB) global, mas o grupo não se limita à influência econômica. Nos últimos anos, ele emergiu como um importante catalisador para intercâmbios culturais e diplomáticos.

Nesse quesito despontam Rússia e China, respectivamente, por meio dos institutos Pushkin e Confúcio, que proliferam ao redor do mundo, incluindo o Brasil, promovendo o aprendizado das línguas e culturas russa e chinesa, servindo como plataformas para o diálogo intercultural e a cooperação acadêmica e contribuindo para uma compreensão mútua mais profunda.

Em entrevista ao podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, analistas destacam a importância da chamada diplomacia cultural e explicam como Rússia e China, duas potências do BRICS, difundem suas culturas ao redor do mundo.

Henrique Domingues, chefe adjunto do Fórum Internacional dos Municípios BRICS, afirma que o grupo se preocupa com muitas coisas para além da economia, pois a cultura e outros artifícios do soft power também exercem um papel importante na proximidade internacional entre os países.

"Então o BRICS tem que se preocupar com as questões que vão além apenas da agenda econômica […]. As declarações das cúpulas do BRICS, assinadas pelos presidentes dos países [do grupo], também apontam diretrizes para que se desenvolvam as relações entre os países nos mais diversos campos, não apenas no âmbito econômico", afirma.

Domingues afirma que a difusão da cultura visa dissipar as ideias negativas preconcebidas que o Ocidente espalha sobre países do BRICS, sobretudo Rússia e China. Ele conta que esteve na Rússia em 2017 para organizar o Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes e que, assim que as delegações chegaram ao país, seus integrantes ficaram abismados.

"Porque de fato estava todo mundo esperando uma coisa completamente diferente. E quando chegaram lá, acabaram encontrando um país muito bem organizado, um país muito desenvolvido e com as pessoas dispostas a receber e serem cordiais com todos os visitantes que passam por ali", destaca.

Domingues afirma que os EUA investem em um soft power agressivo, muito influente e enraizado, que cerca o cotidiano de países alinhados de elementos ligados à cultura estadunidense, mas acrescenta que a Rússia tem se empenhado no sentido de popularizar a sua cultura e apresentá-la para o resto do planeta, mas, diferentemente dos EUA, faz isso sem imposição.

"Eu acredito que a Rússia não tenha aspirações imperialistas como tem o Ocidente quando impõe ou 'apresenta' a sua cultura em outros países. Eu acredito que a Rússia tem outras aspirações, que é simplesmente apresentar todas as belezas que a cultura russa desenvolveu nos mais de mil anos em que se organiza a sociedade, o povo e a história da nação."

Ele avalia que a China, por outro lado, investe na popularização de sua produção tecnológica, e que muitos produtos chineses estão começando a ser consumidos com mais naturalidade ao redor do mundo.

"Essa é uma das estratégias do soft power chinês. Então eu acredito que esses dois países vêm fazendo a sua lição de casa."

Em 1978, quando Deng Xiaoping ascendeu ao poder na China, o país era bastante fechado e muito pobre. Porém, nas décadas seguintes, cresceu economicamente e se abriu para o mundo, o que levou à necessidade de fomentar o ensino de mandarim. É o que aponta Ana Qiao Jianzhen, diretora do Confucius Classroom — programa de ensino de línguas e cultura chinesa no Brasil, promovido por meio da parceria entre a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Normal de Hebei (HNU, na sigla em inglês).

"A China está saindo do país [fechado] para essa ligação com o mundo. Por isso, o mundo também precisa entender a China […] nós criamos muitos cursos de línguas estrangeiras, mas hoje em dia o mundo também precisa entender a língua da China", afirma.

Qiao destaca que, no Brasil, além do Confucius Classroom, há 12 filiais do Instituto Confúcio, mas afirma que há espaço para mais, levando em conta a relação econômica e comercial entre os países. Ela afirma que o Instituto Confúcio não é só um centro de línguas, mas uma ponte para ligar a China e o Brasil.

"Organizamos conferências acadêmicas. Nós recebemos visitas, apresentações, shows e tal. Isso é uma plataforma para ligar a China e o Brasil."

Ela afirma que quando chegou ao Brasil, em 2012, havia pouca difusão da cultura chinesa no país, mas que esse cenário mudou.

"Hoje em dia já podemos encontrar muitos livros sobre a China que foram traduzidos […] esse interesse no Brasil está crescendo muito. Eu tenho toda a confiança nessa geração jovem do Brasil. Elas têm visão larga. Elas têm interesse para saber mais sobre essa civilização asiática."

<><> A Rússia tem papel central para a história da humanidade

Fred Leite Siqueira Campos, professor e pesquisador da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e coordenador do Grupo de Estudos sobre a Rússia (Prorus), enfatiza que a Rússia é um país central para entender a humanidade por conta de sua história milenar, suas riquezas e pela resiliência de seu povo.

Porém, ele afirma que é justamente essa importância que "faz surgir a inveja do mundo ocidental", levando à construção de uma narrativa anti-Rússia, bastante sofisticada, que por vezes é indireta e subliminar. Daí a importância de existirem centros de cultura russa para fazer um contraponto.

"É importante que as pessoas saibam que a humanidade […] deve muito, muito mesmo ao povo russo. A vitória contra a besta nazifascista é fato a se destacar, e a Rússia teve papel central nesse processo. A propósito, ano que vem faz 80 anos da vitória da Grande Guerra pela Pátria", afirma.

Ele diz que, no Brasil, há interesse em aprender a língua russa "porque existe, apesar de toda propaganda, um número bastante significativo de pessoas que admiram, que estudam a Rússia", e afirma que na universidade onde leciona há um projeto para a criação de um grupo BRICS, dedicado a difundir a cultura dos membros do grupo.

"Aprender a língua, a língua nativa, é muito importante para quem quer entender uma nação, seja ela qual for. Então compreender melhor a Rússia certamente é mais eficiente sabendo estudar, sabendo falar e escrever em russo."

Nesse contexto, ele afirma que canais de redes sociais servem como difusores de cultura, mas frisa que pesa o fato de que os donos dessas plataformas têm nacionalidade e interesses próprios pautados por isso, o que traz a necessidade de investir em plataformas próprias.

"Às vezes eu até brinco com os alunos, tento fazer um contraponto. Digo assim: 'Em vez de procurar no Google, procura no Yandex também' […]. A Rússia e a China têm condições de desenvolver instrumentos de redes sociais seus e divulgar de maneira mais eficiente. A Rússia faz isso com o Telegram. Eu acho isso muito interessante. A China faz isso com o TikTok", avalia o especialista.

<><> SpaceX e OpenAI se aliam para rivalizar com gigantes de defesa dos EUA em contratos governamentais

Algumas das maiores empresas de tecnologia de defesa norte-americanas, Palantir e Anduril Industries, estão planejando criar um consórcio com a SpaceX, OpenAI e uma série de outras empresas em uma tentativa de estar melhor posicionadas para ganhar contratos governamentais dos EUA, informou o Financial Times, citando fontes.

Palantir e Anduril estão em negociações com cerca de uma dúzia de rivais para formar um consórcio que faria lances conjuntos em contratos governamentais em uma tentativa de quebrar o oligopólio dos contratantes "principais" do país, disse a publicação.

As empresas em negociações para se juntar ao consórcio incluem a SpaceX de Elon Musk, a criadora do ChatGPT OpenAI, a construtora de navios autônomos Saronic e a empresa de inteligência artificial Scale AI, disse o jornal, citando fontes familiarizadas com a situação.

Ele observou que as discussões estavam ocorrendo no contexto do desejo das empresas de comer uma fatia maior do orçamento de defesa de US$ 850 bilhões (cerca de R$ 5,1 trilhões) do governo dos EUA dos principais contratantes Lockheed Martin, Raytheon e Boeing.

Um possível acordo deve ser anunciado em janeiro.

¨       Irã alerta para conspiração entre EUA e Israel para dominar o Oriente Médio

Em conversa telefônica com homólogo iemenita, chanceler iraniano afirma que os EUA "violam descaradamente" o direito internacional ao agirem como representantes de Israel, e alerta para uma trama entre os dois países para minar governos de nações islâmicas.

O ministro das Relações Exteriores do Irã Abbas Araqchi alertou neste domingo (22) para uma conspiração tramada por EUA e Israel que tem como objetivo minar nações muçulmanas e tomar o controle sobre o Oriente Médio.

Segundo informou a agência de notícias iraniana Tasnim, em uma conversa telefônica neste domingo com seu homólogo iemenita, Jamal Ahmed Amer, o chanceler iraniano falou sobre as relações entre os governos do Iêmen e do Irã e discutiram os acontecimentos recentes no Oriente Médio.

Na conversa, Araqchi condenou os ataques militares dos EUA, do Reino Unido e de Israel contra o Iêmen e frisou que os EUA estão "violando descaradamente" o direito internacional ao agirem como representantes de Tel Aviv. Ele alertou sobre uma "conspiração conjunta" tramada por EUA e Israel "para destruir e enfraquecer os países islâmicos e dominar a região".

O chanceler também elogiou o que classificou como "apoio honroso do povo iemenita à Palestina".

"Apesar de todos os crimes e atos de agressão e se beneficiando do apoio ilimitado dos EUA e de vários outros estados ocidentais, o regime sionista falhou em atingir seus objetivos malignos", disse Araqchi.

Por sua vez, o chanceler iemenita elogiou o apoio do Irã ao povo do Iêmen contra agressões hostis. Amer alertou sobre as tentativas dos EUA e de Israel de assumir o controle da região, afirmando que as principais nações islâmicas devem empregar seu grande potencial para impedir que os inimigos atinjam seus objetivos.

¨       Países europeus compram fertilizantes russos em valores recorde atingindo máximo histórico

Entre os meses de janeiro e outubro deste ano, Espanha e Polônia aumentaram as suas compras de fertilizantes russos para um máximo histórico, de acordo com a análise feita pela Sputnik dos dados da Eurostat.

A Polônia tem sido o líder absoluto na compra de fertilizantes russos entre os países da UE durante os dez meses deste ano, aumentando as suas importações para um recorde de € 335 milhões (R$ 2,1 bilhões), o dobro do valor do ano anterior.

Além disso, as compras da Espanha aumentaram 1,8 vez, importando fertilizantes no valor de €117 milhões (R$ 742 milhões) este ano.

De acordo com Konstantin Lebedev, professor do Departamento de Negócios Internacionais da Universidade Financeira, a retórica política não é um obstáculo para os países europeus continuarem adquirindo produtos de exportação da Rússia, e o principal deles são os fertilizantes.

O recorde de compras da Polônia põe em causa a sinceridade das declarações políticas sobre a redução da dependência da Rússia. Varsóvia necessita de um abastecimento estável para manter a produção agrícola e apoiar não só os seus agricultores, mas o mercado alimentar europeu como um todo.

"Além disso, os fertilizantes russos são frequentemente oferecidos a preços competitivos e de alta qualidade", disse o professor.

Em apenas dez meses deste ano, os países da UE adquiriram fertilizantes da Rússia no valor de 1,4 bilhão de euros (R$ 8,8 bilhões), ou seja 25% a mais do que no mesmo período do ano passado.

¨       Países europeus culpam Alemanha pelo aumento da conta de luz

Existe um termo em alemão para o período do ano em que a produção de energia eólica e solar sofre o seu maior baque, porque não há luz solar e vento o suficiente: Dunkelflaute, algo como "calmaria escura".

Na Europa, o preço da energia elétrica tem atingido recordes, e o impacto do inverno na produção de renováveis – cada vez mais presentes na matriz energética europeia – tem sido apontada como uma das culpadas pela alta. Alguns países europeus, porém, passaram também a responsabilizar a Alemanha pelos aumentos na conta de luz. 

Como as empresas ainda não podem armazenar grandes quantidades de eletricidade, a energia deve ser usada no momento em que é gerada. No passado, o mercado de energia europeu era estabilizado pela energia produzida por usinas de combustíveis fósseis ou nucleares.

A introdução de mais matrizes renováveis no sistema traz mais volatilidade. À medida que a porcentagem de renováveis aumenta, cresce também a dependência do sol inconstante e do vento intermitente.

Sem o sol, os painéis solares ficam no escuro. A falta de vento impede que as turbinas eólicas girem. Na Europa, esse é um fenômeno que geralmente acontece no inverno, época em que é necessária mais energia para se manter aquecido.

No inverno, com uma produção renovável menor, outras fontes de eletricidade precisam ser exploradas, o que pode levar a picos de preços em curto prazo. Às vezes, isso significa importá-la de outros países.

No momento, o efeito Dunkelflaute é altamente relevante para os preços, "mas para as médias anuais não tem muita importância", disse Mathias Mier, economista do Centro para Energia, Clima e Recursos (ifo), em Munique. "No futuro, isso poderá ter um impacto maior, mas é papel dos governos e dos mercados conduzir o sistema em direções que minimizem os impactos da 'Dunkelflaute'", acrescentou.

Contratos de longo prazo protegem maioria dos consumidores

Embora a maioria dos consumidores de eletricidade na Alemanha tenha contratos de longo prazo com garantias de preço, outros são mais sensíveis a variações, especialmente fabricantes industriais que pagam taxas diárias flutuantes por eletricidade.

Em termos gerais, esses preços são determinados pelo tipo de fornecimento, pelos custos de manutenção e investimento na rede, pelos impostos e pelos custos de tecnologias limpas e de reserva, explica Conall Heussaff, analista de pesquisa do think tank Bruegel, com sede em Bruxelas.

Heussaff, que investigou os preços de energia e o desenho do mercado de eletricidade, disse à DW que a oferta e a demanda também são fatores, mas mais a curto prazo. Um sistema de energia limpa como o da União Europeia levará a preços médios mais baixos na maioria dos períodos, com breves períodos de preços muito altos no mercado livre.

<><> Noruega e Suécia se queixam

Neste ano, a Alemanha passou por alguns períodos de Dunkelflaute. Um deles foi especialmente impactante, pois o país precisou de mais eletricidade de outros lugares do que o normal para atender à demanda. Isso puxou os preços internos e no exterior, já que a eletricidade vai para onde há demanda e o preço são mais altos.

Na madrugada de 12 de dezembro, um megawatt-hora de eletricidade custava 107 euros (US$ 112), mas rapidamente subiu para 936 euros, de acordo com dados coletados pelo Agora Energiewende, um think tank sobre energia. No dia seguinte, o preço voltou a cair, atingindo uma baixa de pouco menos de 115 euros.

Embora os preços tenham se normalizado rapidamente, as reações da Escandinávia foram imediatas. O ministro de energia da Noruega, Terje Aasland, disse que estava considerando cortar as conexões de energia compartilhada com a Dinamarca, enquanto outros na Noruega querem renegociar as conexões existentes com a Alemanha e o Reino Unido, informou o jornal britânico Financial Times (FT).

A ministra de energia da Suécia, Ebba Busch, disse que só estaria aberta a uma nova conexão por cabo submarino com a Alemanha se a Alemanha reformulasse seu mercado de eletricidade para proteger os consumidores suecos e seu acesso à energia barata.

O apelo por mais nacionalismo no setor de eletricidade está em conflito direto com a meta da União Europeia de um mercado integrado de eletricidade. Se os países garantirem preços baixos a seus consumidores antes de enviar eletricidade para o exterior, isso prejudicará o sistema e dificultará o alcance das metas climáticas.

Quão conectado está o mercado de eletricidade europeu?

"De modo geral, o mercado de eletricidade da Europa é profundamente interconectado fisicamente e harmonizado institucionalmente, especialmente considerando que é uma coleção de muitos Estados-nação diferentes", disse Heussaff. É a segunda maior rede elétrica sincronizada do planeta, depois da China.

Mathias Mier concorda que o mercado europeu é bem conectado, ressaltando que "quase uma em cada sete unidades de eletricidade é comercializada entre fronteiras".

Para a Comissão Europeia, a construção dessa infraestrutura energética transfronteiriça é uma prioridade. Isso reduzirá a dependência das importações. Também garantirá um melhor acesso à energia e ajudará a atingir as metas do Acordo Verde Europeu de emitir 55% menos gases de efeito estufa até 2030 em comparação com os níveis de 1990 – o que tornaria a Europa o primeiro continente neutro em emissões de carbono até 2050.

Em 2023, energias renováveis foram a principal fonte de eletricidade da UE. Elas representaram 44,7% da matriz energética do bloco, um aumento de 12% em comparação com 2022, de acordo com o Eurostat, a agência oficial de estatísticas da UE.

energia nuclear foi responsável por quase 23% da produção de eletricidade, enquanto os combustíveis fósseis representaram outros 32%.

Ao mesmo tempo, a Comissão Europeia, órgão executivo do bloco, adverte que o consumo de eletricidade deverá aumentar em cerca de 60% até 2030. Mais preocupante ainda é o fato de que 40% das redes de distribuição têm mais de 40 anos de idade, o que torna mais difícil lidar com o aumento da demanda e com a adição de mais energias renováveis, como painéis solares nos telhados.

Para ajudar a coordenar os investimentos necessários, a UE criou as Redes Transeuropeias de Energia. Essas políticas têm o objetivo de facilitar o planejamento e o licenciamento da infraestrutura de energia transfronteiriça, incluindo eletricidade. 

<><> Como o mercado europeu de eletricidade pode melhorar?

Há muito o que melhorar em um sistema tão complexo como o mercado europeu de eletricidade. No entanto, fazer com que os países concordem, invistam e sigam adiante é um grande obstáculo. Para Mathias Mier, o maior desafio são "os preços locais que refletem a real escassez de demanda e oferta, combinados com a possibilidade de resposta à demanda".

Conall Heussaff compartilha da opinião. Até o momento, os preços da eletricidade evoluíram de forma desigual na Europa, diz ele. Algumas regiões têm a sorte de contar com recursos renováveis, como energia eólica, solar ou hidrelétrica, o que lhes dá uma vantagem de preço. Mas a energia acessível em toda a Europa é essencial para a competitividade.

Para reduzir os preços na Europa de forma mais geral, Heussaff tem três sugestões: incentivar a flexibilidade do lado da demanda para responder às mudanças nas condições, uma melhor coordenação europeia para investimentos transfronteiriços e mais conexões físicas entre os países para compartilhar recursos energéticos.

 

Fonte: Sputnik Brasil/DW Brasil

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário