quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Quando um idoso não pode mais morar sozinho? Veja sinais de alerta

Para muitos idosos, viver de forma independente representa uma conquista e um símbolo de liberdade. No entanto, com o passar do tempo, alguns sinais começam a indicar que essa autonomia pode se tornar um risco.

Sinais como quedas frequentes, desorganização no lar e esquecimentos recorrentes, como deixar o fogão ligado ou esquecer de trancar as portas, são alertas de que o idoso pode precisar de mais suporte para garantir sua segurança e bem-estar.

Em conversa com o Terra Você, a médica geriatra da Saúde no Lar, Simone de Paula Pessoa Lima, explica que condições de saúde e dificuldades físicas, como a perda de memória e a mobilidade limitada, estão entre os principais fatores que interferem na decisão de mudar o idoso para uma moradia assistida.

“Quando os esquecimentos afetam atividades essenciais como o uso correto das medicações, ou as quedas se tornam um evento recorrente, é fundamental considerar o suporte adicional para evitar riscos maiores,” explica a geriatra.

Ela enfatiza que essa decisão deve ser tomada em conjunto com o idoso, a família e os profissionais de saúde, priorizando sempre a segurança e a qualidade de vida da pessoa.

Determinar se a necessidade de ajuda é apenas momentânea ou permanente é uma dúvida comum das famílias. Situações como uma hospitalização recente ou o luto podem exigir supervisão temporária, mas, segundo a médica, se sinais de dependência se prolongam por meses e mostram piora, isso pode indicar uma mudança mais duradoura.

A avaliação de um profissional pode ajudar a compreender melhor o quadro do idoso, identificando se as dificuldades tendem a estabilizar ou a progredir.

Existem alternativas de moradia que oferecem um equilíbrio entre suporte e independência, como as residências assistidas, onde o idoso conta com supervisão em tarefas diárias, mas mantém autonomia nas atividades que consegue realizar sozinho.

Outras opções incluem as comunidades de idosos, que combinam moradias individuais com suporte de saúde, e as instituições de longa permanência com assistência parcial, que se adaptam às necessidades do idoso.

A médica também destaca o home care, uma alternativa em que "o paciente consegue permanecer morando em sua casa, mas terá a assistência necessária de profissionais de saúde, de acordo com suas demandas e necessidades."

<><> Como lidar com a resistência?

A resistência à mudança é comum entre os idosos que, apesar dos sinais de dependência, insistem em morar sozinhos. Nesses casos, é importante adotar uma abordagem empática. A geriatra recomenda "conversas abertas e frequentes para esclarecer os riscos" e envolver o idoso nas decisões para que ele sinta que mantém um senso de controle sobre a situação.

Introduzir apoio gradualmente, como a presença de cuidadores ou adaptações no lar, pode ajudar na aceitação. O apoio psicológico também é valioso, pois auxilia o idoso a entender suas limitações de maneira positiva e a aceitar cuidados com mais facilidade.

 

•        Desnutrição foi responsável por mais de 90 mil mortes de idosos nos últimos 20 anos

Entre 2000 e 2021, foram registradas 93.868 mortes de idosos causadas por desnutrição no Brasil. Segundo um novo estudo publicado na Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, o período registrou uma queda na taxa de mortalidade por esse motivo entre aqueles de 60 a 79 anos, mas os números se mantiveram estáveis e elevados entre a população acima de 80 anos.

A pesquisa utilizou dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. Considerando que a desnutrição é uma causa de morte evitável e que a expectativa de vida da população brasileira é maior do que há duas décadas, os autores do estudo apontam que os números, embora em queda ou estabilidade, ainda estão elevados e acendem um alerta.Compre vitaminas e suplementos

"A gente observou uma tendência decrescente (da mortalidade de idosos por desnutrição), mas a alta taxa chama a atenção. No ano de 2021, por exemplo, foram 10,6 mortes a cada 100 mil pessoas. É uma taxa alta. Não deveria morrer ninguém por desnutrição", diz Ronilson Ferreira Freitas, pesquisador da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e orientador do estudo.

Outros autores da pesquisa são da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). A pesquisa recebeu financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

<><> Desnutrição em idosos

A desnutrição analisada pelo estudo se refere à baixa ingestão não apenas da quantidade de calorias, mas também de proteínas. Em longo prazo, ela leva à perda de peso e de massa muscular, o que prejudica a qualidade de vida dos idosos. Sem força nos músculos, eles têm maior dificuldade para exercer atividades simples, como se levantar, e também correm maior risco de quedas e fraturas.

Segundo Simone Fiebrantz Pinto, nutricionista especialista em gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), a desnutrição afeta esse grupo por diversos fatores. Entre os motivos, estão problemas de dentição e deglutição, comuns nessa fase da vida.

Os idosos também são mais suscetíveis a quadros de saúde que favorecem a perda de peso e a desnutrição, como demências e doenças crônicas. Simone aponta que a própria fraqueza muscular dificulta a alimentação adequada nessa idade, uma vez que dificulta tarefas como ir ao mercado e cozinhar.

Além dos fatores fisiológicos, há influências socioeconômicas. A diminuição da renda com a chegada da aposentadoria e o aumento dos gastos com remédios são exemplos aqui. Quanto mais velho, mais esses aspectos se acentuam.

Segundo o novo estudo brasileiro, 33% dos idosos afetados pela mortalidade causada por desnutrição eram analfabetos.

"A educação geral e, consequentemente, a educação em saúde potencializa (o acesso) à informação, ao conteúdo de qualidade, mostrando a importância do alimento diversificado e do consumo proteico. Às vezes, essa informação não chega para analfabetos, ou não chega da forma mais adequada. E, aí, as escolhas são feitas por desconhecimento", explica Simone.

Ela afirma ainda que a falta de conhecimento não é exclusiva desse grupo. Por isso, muitos idosos acham que comem de maneira correta e que não precisam frequentar um nutricionista. Isso é comum especialmente entre aqueles que não apresentam baixo peso, inclusive os que têm obesidade. "Ele tem a reserva calórica, mas tem menos proteína e não tem massa muscular adequada", aponta a especialista da SBGG.

Por fim, há casos em que o idoso não tem uma doença, possui condições financeiras e até se cuida, mas, devido à idade, naturalmente tem menos apetite. "O próprio esvaziamento gástrico do idoso é mais lento, então ele vai querer comer volumes menores", explica a nutricionista.

•        O que pode ser feito

Para Simone, a queda na mortalidade por desnutrição entre idosos de 60 a 79 anos de idade já é um indicativo de que políticas públicas implementadas lá atrás surtem efeito. O cuidado com a saúde bucal ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo, é uma maneira de evitar problemas de dentição e deglutição que podem prejudicar a nutrição.

A nutricionista aponta ainda programas que oferecem hortas comunitárias e restaurantes populares como ações intersetoriais que beneficiam os idosos. Para ela, o que pode melhorar é a busca ativa por idosos em risco de desnutrição, uma vez que eles nem sempre têm o conhecimento necessário para compreender a necessidade de acompanhamento.

Para Freitas, as políticas públicas existentes se mostraram capazes de reduzir ou, ao menos, interromper o aumento do problema. No entanto, ele acredita que, de olho no acelerado envelhecimento populacional, elas precisam ser revisitados, discutidas e aprimoradas. "O que a gente espera para os próximos 10, 20 anos é que haja investimento nessas políticas", afirma.

Além disso, Freitas aponta a importância da ciência brasileira esmiuçar o tema, uma vez que ele não é tão explorado pelos pesquisadores e é de extrema importância para o futuro da população. "A partir das evidências científicas a gente consegue proporcionar aos gestores e aos profissionais da saúde que estão na ponta o auxílio na tomada de decisão", conclui.

 

•        Saiba qual cidade de praia com mais qualidade de vida para aposentados

Situada no litoral de São Paulo, Santos se destaca como uma das cidades com mais qualidade de vida para aposentados no Brasil. Com uma combinação de infraestrutura robusta e programas voltados para a saúde e bem-estar, a cidade atrai uma população crescente de idosos em busca de uma vida plena e ativa. Segundo o Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade 2023, Santos ocupa a terceira posição nacional em qualidade de vida para pessoas com mais de 60 anos.

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O envelhecimento pode trazer desafios, mas viver em um local que oferece os recursos adequados faz toda a diferença. O estudo que classificou Santos utilizou indicadores variados, como saúde, aspectos socioambientais e econômicos, de fontes como o IBGE e o DataSUS. Além disso, a cidade se sobressai pelas atividades que promove para essa faixa etária.

<><> Qualidade de vida para aposentados – Quais Atividades a Prefeitura de Santos Oferece?

A Prefeitura de Santos implementa diversas iniciativas para promover o envelhecimento ativo. Entre as ofertas destacam-se atividades físicas como surfe, natação e hidroginástica, que são desenvolvidas em ginásios municipais e ao longo da orla. Essa diversidade não apenas incentiva a prática esportiva, mas também promove a socialização entre os idosos.

Além das modalidades esportivas, a cidade oferece cursos de dança, música, artes visuais e teatro. A Fábrica Cultural, gerida pela Secretaria de Cultura, é responsável por muitas destas atividades, com inscrições abertas em diferentes épocas do ano. Este ambiente propício ao lazer e ao aprendizado contínuo é um dos motivos pelo qual muitos aposentados escolhem Santos para viver.

<<><> Como Santos Se Prepara para Atender a População Idosa?

Parte do sucesso de Santos em atender bem sua população idosa se deve à infraestrutura e aos serviços específicos oferecidos. Muitos programas são focados na saúde, como o atendimento domiciliar para idosos acamados e o programa “Movimente-se”, que utiliza música e dança nas políticas de reabilitação funcional. Além disso, a cidade lançou o Programa Cérebro Ativo, em parceria com a startup ISGame, para trabalhar inclusão digital e saúde mental através de videogames e raciocínio lógico.

No setor de saúde, a oferta de serviços é ampla, incluindo teleassistência aos que vivem sozinhos e suportes diversos oferecidos por policlínicas. Esses recursos são fundamentais para garantir o bem-estar físico e mental da população sênior.

<><> Qualidade de vida para aposentados – Envelhecimento Ativo e Socialização

O conceito de envelhecimento ativo é amplamente promovido em Santos. O Programa Vovô Sabe Tudo é uma das diversas iniciativas que incentivam a interação entre gerações e a troca de experiências. Esses programas não só fortalecem o vínculo comunitário, mas também mantêm os idosos socialmente ativos e engajados com a comunidade.

Santos está sempre em busca de novas maneiras de melhorar os serviços para a população idosa. A variedade de atividades disponíveis, juntamente com a infraestrutura adequada e o suporte governamental, proporciona aos seus residentes uma experiência de vida rica e satisfatória.

<><> Conclusão Implícita

Com uma abordagem completa que engloba desde a infraestrutura até iniciativas culturais e recreativas, Santos se sobressai como um exemplo a ser seguido quando se trata de qualidade de vida para a terceira idade. As inúmeras medidas adotadas pela cidade não apenas atendem às necessidades práticas dos idosos, mas também promovem um estilo de vida ativo e interconectado.

 

Fonte: Redação Terra Você/Agencia Estado/Perfil

 

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