Miocardite: o que é, sintomas e cuidados da
doença cardíaca
Uma dor no peito,
repentinamente, já é motivo de preocupação. Naturalmente, logo imagina-se que é
algo relacionado ao coração. Entre tantas enfermidades que podem ser
identificadas, existem aquelas que, por algum motivo específico, são pouco
conhecidas pela população em geral. Entre elas, a miocardite viral aguda, que
surge a partir de diversas causas e pode provocar graves problemas à saúde.
A miocardite é uma
inflamação do músculo cardíaco (conhecido como miocárdio) que pode ocorrer por
diversas razões, incluindo infecções por vírus, bactérias, fungos e parasitas.
De acordo com Rafael Côrtes, médico cardiologista e coordenador da UTI Cardiológica
do Hospital Santa Lúcia Norte, fatores não infecciosos, como reações de
hipersensibilidade a medicamentos, exposição a toxinas e doenças autoimunes,
também podem desencadear a condição
"Quando a
inflamação do miocárdio é causada por vírus, chamamos de miocardite viral. Esse
tipo de miocardite pode ser leve e assintomática, mas também pode comprometer a
função de bombeamento do coração, levando a uma série de sintomas e complicações.
Vírus como o da gripe, o coxsackievirus, o adenovírus e o Sars-CoV-2 (causador
da covid-19) são exemplos que podem desencadear essa condição", explica.
Os sintomas de
miocardite, segundo o especialista, podem variar bastante e, em alguns casos,
assemelhar-se a um quadro de angina ou infarto. Em outros, pode ser
assintomática. Quando a função cardíaca está comprometida, podem surgir
sintomas como cansaço, fadiga, falta de ar, palpitações, inchaço nas pernas e,
em casos graves, desmaios.
• Definição
Ocorre devido a uma
infecção viral que atinge o coração, causando desde sintomas leves e
autolimitados até insuficiência cardíaca grave e arritmias potencialmente
fatais. Quando os vírus invadem o coração, eles desencadeiam uma resposta imune
que, por sua vez, inflama o miocárdio e pode danificar as células musculares
cardíacas. A miocardite pode evoluir rapidamente (aguda) ou ter um curso mais
prolongado (crônica), afirma o infectologista Leandro Machado
• Causas
É desencadeada por
infecções, sendo os vírus a causa mais comum. Entre os principais agentes
virais associados estão: coxsackievirus B; adenovírus; parvovírus B19; vírus da
Influenza; e o Sars-CoV-2, vírus da Covid-19, que demonstrou estar associado a
casos de miocardite, tanto durante a infecção quanto após a recuperação.
• Outros fatores
Infecções bacterianas
(como difteria), infecções parasitárias (por exemplo, doença de Chagas causada
pelo Trypanosoma cruzi), reações a certos medicamentos e substâncias tóxicas, e
doenças autoimunes que atacam o tecido cardíaco.
• Sinais
Os sintomas da
miocardite variam amplamente, dependendo da gravidade e da extensão da
inflamação, como dor torácica: similar à dor de um ataque cardíaco; palpitações
e arritmias; fadiga extrema; dispneia; febre e sintomas gripais; edema; e
síncope, que são desmaios causados por arritmias ou comprometimento da função
cardíaca.
• Complicações
Em casos mais graves,
conforme explica o infectologista Leandro Machado, pode ocorrer insuficiência
cardíaca aguda ou até choque cardiogênico, com risco de morte súbita.
• Medicamentos
De acordo com o
Leandro Machado, em alguns casos graves ou de origem autoimune, pode-se
considerar o uso de antivirais ou imunossupressores, mas a indicação desses
medicamentos depende da avaliação individual de cada ocorrência, pois nem
sempre são eficazes em todas as apresentações da doença.
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Palavra do especialista – Dr. Rafael Côrtes é médico cardiologia e coordenador
da UTI Cardiológica do Hospital Santa Lúcia Norte
• Quais pessoas estão mais suscetíveis a
ter miocardite?
Embora a miocardite
possa afetar qualquer pessoa, ela é mais comum em homens jovens. Grupos específicos,
como crianças, idosos e imunocomprometidos, têm um risco maior de desenvolver
formas graves. Além disso, o uso de certos medicamentos, a exposição a toxinas
e condições autoimunes podem aumentar o risco de inflamação cardíaca.
• Como fazer o diagnóstico correto?
O diagnóstico de
miocardite se baseia na história clínica e no exame físico, além de exames
complementares que ajudam a avaliar a extensão e o prognóstico da doença. Entre
eles, estão exames laboratoriais, eletrocardiograma, ecocardiograma e
ressonância magnética cardíaca. A biópsia endomiocárdica é considerada o
padrão-ouro, mas é indicada apenas em casos específicos, como na miocardite
fulminante, devido aos riscos envolvidos.
• Qual a melhor forma de tratamento?
O tratamento da
miocardite é focado no controle dos sintomas e na prevenção de arritmias. O
repouso é essencial, pois reduz o estresse sobre o coração e diminui o risco de
arritmias. Em casos de comprometimento da função cardíaca, são indicados
medicamentos para estabilizar ou melhorar essa função. Em casos específicos,
como na miocardite de células gigantes, podem ser recomendados
imunossupressores. Em casos graves, pode ser necessário monitoramento em UTI e
suporte circulatório com dispositivos de assistência ventricular.
• Pesquisa da UFG mostra que mensagens de
celular que estimulem bons sentimentos podem ajudar a controlar a pressão
arterial
Misturando medicina e
espiritualidade, uma pesquisa da Universidade Federal de Goiás mostrou que
mensagens recebidas no celular que estimulem bons sentimentos podem ajudar a
controlar a pressão arterial. A pesquisa voluntária foi feita com 100 pacientes
da unidade de tratamento de hipertensão da universidade.
“Estimulamos por meio
de mensagens por WhatsApp os temas da gratidão, perdão, otimismo e propósito de
vida. Fizemos avaliações de diversos parâmetros de saúde vascular”, explicou a
cardiologista Maria Emília Figueiredo Teixeira, principal pesquisadora do
estudo.
A pesquisa durou 84
dias e dividiu os voluntários em dois grupos: o que recebeu os estímulos e o
que não recebeu. No final, os dois grupos tiveram os resultados comparados e o
grupo que recebeu as mensagens obteve queda na pressão arterial semelhante a que
um medicamento que regula a pressão pode trazer, além de melhora na saúde
vascular. Já a pressão do grupo que não recebeu as mensagens continuou a mesma.
"Fizemos a média
da pressão do grupo controle e do grupo intervenção. No grupo intervenção houve
uma queda de pressão de 13 para 12 por 8. Parece pouco, mas é o que muitos
medicamentos conseguem fazer isoladamente e é mais do que a prática de exercícios
ou a redução do sal da dieta consegue fazer", detalhou a cardiologista.
Maria Emília
Figueiredo explicou que, durante o estudo, todos os voluntários continuaram com
os hábitos que tinham e a medicação que tomavam antes da pesquisa, de modo que
esses não foram fatores que alteraram ou interferiram nos resultados obtidos.
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Mensagens que estimulam bons sentimentos
Ao dividir os
voluntários em dois grupos, os que receberam os estímulos recebiam mensagens
diárias que estimulavam os sentimentos de perdão, gratidão, otimismo e
propósito de vida. Para isso, eram enviados os seguintes tipos de mensagens:
• Vídeo;
• Citação para reflexão;
• Alguma 'tarefa' com alguma pergunta a
ser respondida ou algo relacionado a um áudio recebido;
• Aviso de 'dia de folga';
Ao g1, a pesquisadora
Maria Emília Figueiredo detalhou as atividades:
“''Escreva uma
mensagem para álguem que você precise perdoar', sem precisar enviar. 'Escreva
pra alguém que precisa perdoar você'. Seguimos com videos, reflexão, dia de
folga. No outro dia, 'envie a mensagem que você escreveu na semana passada. Se
não conseguir enviar, diga o porquê'. Da mesma forma com a gratidão. Escreva
três propósitos de vida para curto e longo prazo”, exemplificou a pesquisadora.
Uma das participantes
foi a voluntária e vendedora, Ana Paula de Santana. À TV Anhanguera, ela contou
que a pressão dela sobe de acordo com o emocional. Com as mensagens e
atividades recebidas na pesquisa, ela disse ter obtido redução na pressão
arterial.
"Já chegou a 17,
mas a última vez que eu aferi estava 13 por alguma coisa. Melhorou
bastante", comemorou Ana Paula.
A técnica de
enfermagem Mariane Dias, que contou que fez as tarefas solicitadas na pesquisa
e que se sentiu mais leve depois do estudo.
"A gente tinha
que procurar essa pessoa, conversar com ela, perdoar e ser perdoado. Eu gostei.
A gente fica mais leve", completou Mariane.
• Pesquisa
A pesquisadora Maria
Emília Figueiredo explicou que o estudo foi idealizado em 2020, durante a
pandemia. Ao todo, 18 pesquisadores participaram deste trabalho: ela, oito
orientadores dela e nove alunos. Entre os orientadores, estavam os
pesquisadores Weimar Kunz Sebba Barroso, presidente da Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC), e Álvaro Avezum, diretor científico do departamento de
espiritualidade em medicina cardiovascular, da Sociedade Brasileira de
Cardiologia.
À TV Anhanguera,
Weimar explicou que a hipertensão é uma das principais causas de morte no
mundo. "Hoje tem cerca de 1,2 bilhão de indivíduos hipertensos no mundo e
é a principal causa de Acidente Vascular Cerebral (AVC), de infarto do
miocárdio, doença renal crônica e insuficiência cardíaca", explicou
Weimar.
Com isso, o estudo,
para Álvaro, pode ser considerado um avanço no tratamento da hipertensão.
"Do mesmo jeito
que temos alimentação saudável, atividade física frequente e não fumar,
passaremos a avaliar nosso enfrentamento no dia a dia. O esforço em uma jornada
ao longo da vida para substituirmos sentimentos negativos ou não edificantes
por positivos, baseado em evidências científicas e não pensando em filosofia e
religião", disse o médico à TV Anhanguera.
Os resultados do
estudo foram apresentados neste domingo (6) em um dos maiores congressos de
cardiologia do mundo: o congresso americano de cardiologia, nos Estados Unidos.
Fonte: Correio
Braziliense/g1
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