sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Milei demite chanceler após Argentina votar a favor de Cuba na ONU

O presidente da Argentina, Javier Milei, demitiu a ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, após o país se posicionar a favor de Cuba em uma votação na ONU. As informações foram confirmadas por um porta-voz do governo na tarde desta quarta-feira (30).

Milei demitiu Diana após a Argentina votar a favor de uma resolução que defende o fim do embargo comercial dos Estados Unidos a Cuba. O assunto foi discutido na Assembleia Geral das Nações Unidas nesta quarta.

A resolução foi aprovada com 187 votos a favor, incluindo o do Brasil. Estados Unidos e Israel foram os únicos países que votaram contra. Essa é a 32ª vez que o tema foi votado na ONU.

O jornal "La Nación" afirmou que o voto favorável da Argentina se tornou polêmico, iniciando uma crise dentro do governo Milei. O presidente teria ficado furioso com a chanceler, já que o país se posicionou ao lado de "comunistas" e se distanciou dos Estados Unidos.

No radar também estava a tentativa da Argentina de não se envolver em polêmicas para angariar apoios diplomáticos na disputa pelas Ilhas Malvinas. O governo argentino reivindica a soberania do território contra o Reino Unido há quase 200 anos. Uma guerra chegou a ser travada em 1982.

Em comunicado, o gabinete presidencial afirmou que a Argentina atravessa um período de mudanças profundas, exigindo que o corpo diplomático reflita as características das democracias ocidentais.

"Nosso país se opõe categoricamente à ditadura cubana e se manterá firme na promoção de uma política exterior que condene todos os regimes de perpetuação da violação dos direitos humanos e liberdades individuais", afirmou.

O governo também anunciou que fará uma auditoria na Chancelaria para identificar impulsionadores de "agendas inimigas da liberdade".

No fim da tarde desta quarta, em uma rede social, Milei republicou um post da deputada Sabrina Ajmechet, que afirmou que estava orgulhosa de um governo que não é "cúmplice de ditadores".

"A pobreza da população cubana é responsabilidade do regime ditatotial comunista. De ninguém mais", escreveu Sabrina.

Milei irá nomear para o cargo Gerardo Werthein, que é o atual embaixador da Argentina nos Estados Unidos. O diplomata tem um bom relacionamento com os irmãos do presidente.

<><> Polêmica com as Malvinas

De acordo com o La Nación, diplomatas argentinos avaliavam que um voto contrário ou uma abstenção na resolução envolvendo Cuba e Estados Unidos seria suficiente para que a Argentina ganhasse apoio na questão das Malvinas.

O território no Atlântico Sul foi alvo de uma outra polêmica neste mês. O Ministério da Defesa da Argentina se referiu às Ilhas Malvinas como "Falklands" em um comunicado oficial, que é o nome adotado pelo Reino Unido.

O comunicado foi usado em uma reunião entre Diana Mondino e o vice-presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Gilles Carbonier. Além disso, o texto foi publicado em um site vinculado ao Ministério da Defesa.

À época, Diana Mondino prometeu demitir o responsável pelo comunicado, a quem acusou de agir "guiado pela ideologia de esquerda".

O caso foi alvo de críticas no governo e na oposição. Alguns deputados pediram para que a ministra deixasse o cargo. O ex-chanceler Santiago Cafiero afirmou que o comunicado não era um erro, mas uma "entrega da soberania".

•        Após demitir chanceler, Milei fará auditoria no MRE para identificar 'inimigos da liberdade'

O presidente da Argentina, Javier Milei, informou nesta quarta-feira (30) em um comunicado que fará uma auditoria sobre os funcionários de carreira no Ministério das Relações Exteriores, Comércio Internacional e Culto, após uma votação na Organização das Nações Unidas (ONU) a favor do levantamento do bloqueio econômico dos EUA contra Cuba.

"Nosso país se opõe categoricamente à ditadura cubana e se manterá firme na promoção de uma política externa que condene todos os regimes que perpetuam a violação dos direitos humanos e das liberdades individuais. [...] O Poder Executivo iniciará uma auditoria do pessoal de carreira, com o objetivo de identificar promotores de agendas contrárias à liberdade", diz o texto.

No lugar de Mondino, assumirá Gerardo Werthein, que era embaixador do país sul-americano nos EUA.

"A Argentina atravessa um período de mudanças profundas, e essa nova etapa exige que nosso corpo diplomático reflita em cada decisão os valores de liberdade, soberania e direitos individuais que caracterizam as democracias", acrescenta o comunicado.

Mondino estava no cargo desde o início da atual administração, em dezembro de 2023. Mais cedo, a Assembleia Geral da ONU aprovou pelo 32º ano consecutivo uma resolução que exige que os EUA levantem o bloqueio econômico, financeiro e comercial imposto há mais de seis décadas contra Cuba.

A resolução contra a política que Washington, definida como "embargo", foi aprovada por 187 votos a favor, dois contra e uma abstenção. As representações dos EUA e de Israel votaram contra, enquanto a Moldávia se absteve.

O documento convoca a abster-se de promulgar e aplicar leis e medidas coercitivas, de acordo com o que está estipulado pela Carta das Nações Unidas e pelo direito internacional, que reafirmam a liberdade de comércio e navegação.

A votação foi acompanhada por um relatório da secretária-geral da ONU com contribuições de 180 países e dezenas de organismos associados ao fórum, sobre os efeitos e consequências do bloqueio americano.

Segundo a lei norte-americana, toda empresa nacional ou internacional que negociar com a ilha pode ser alvo de sanções estadunidenses.

Em 2021, a política foi agravada por Donald Trump, que incluiu o Estado cubano na lista de patrocinadores do terrorismo após seu antecessor, Barack Obama, retirá-lo da listagem.

Desde 1992, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprova anualmente uma resolução exigindo o fim do bloqueio econômico a Cuba. As únicas nações que votam consistentemente contra são os Estados Unidos e Israel.

Em 2019, primeiro ano de governo de Jair Bolsonaro, o ministro das Relações Exteriores de então, Ernesto Araújo, estipulou pela primeira vez que o Brasil votasse contra a condenação do bloqueio. Em 2020, não houve votação e, em 2021 e 2022, a chancelaria brasileira sob gestão de Carlos França se absteve.

 

•        Claudia Sheinbaum confirma que vai participar da reunião do G20 no Brasil

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, já havia dito, em ocasiões anteriores, que avaliava a possibilidade de comparecer devido a outros compromissos nessas datas.

Nesta quinta-feira (31), durante uma coletiva de imprensa, a presidente do México, Claudia Sheinbaum Pardo, anunciou que vai participar da reunião do G20, no Rio de Janeiro, que acontece nos dias 18 e 19 de novembro, e marca o fim da gestão do Brasil à frente da presidência do grupo.

Essa será a primeira viagem internacional que Sheinbaum realizará como presidente do país.

Anteriormente, a dirigente nacional tinha dito que estava avaliando a possibilidade de comparecer ou não ao evento, devido a outros compromissos que tinha nessa altura.

O Brasil exerce a presidência do G20 — do qual o México faz parte — de 1º de dezembro de 2023 a 30 de novembro de 2024.

O grupo representa cerca de 85% do produto interno bruto (PIB) mundial, mais de 75% do comércio e cerca de dois terços da população global e funciona como uma grande plataforma de articulação e grande influência geopolítica.

A próxima nação a assumir a presidência do grupo será a África do Sul.

 

•        Equador: candidato presidencial denuncia tentativas de assassinato orquestradas por 'máfia política'

O candidato presidencial pelo Partido Socialista do Equador, Pedro Granja, denunciou nesta quarta-feira (20) que sofreu tentativas de assassinato por expor a atuação de organizações criminosas que atuam na política.

"Querem me matar por denunciar as máfias, não apenas os grupos de crime organizado comuns, mas principalmente os grupos de crime organizado político", declarou o advogado em vídeo publicado nas redes sociais.

Granja, que já foi oficialmente inscrito pelo Conselho Eleitoral Nacional para participar das eleições de fevereiro do próximo ano, afirmou que o ataque contra a casa de seu irmão por um comando armado atende aos interesses das máfias políticas no país andino, que buscam silenciá-lo.

"Os agentes da Polícia Judicial, minha equipe de segurança e a Procuradoria-Geral do Estado estão cientes, além de haver um amplo registro fotográfico e em vídeos de tudo o que ocorreu", afirmou o candidato presidencial.

No último fim de semana, o concorrente Jan Topic, que ainda não tem aval para participar nas eleições ordinárias do próximo ano, recebeu uma mensagem para que desistisse de participar do pleito — caso contrário, algo poderia acontecer contra ele.

Já o candidato presidencial do movimento Centro Democrático, Jimmy Jairala, também denunciou, em 20 de outubro, um ataque armado contra o carro onde viajava seu filho, quando uma pessoa ficou ferida.

Com uma taxa de homicídios de 43 por 100 mil habitantes, o Equador se coloca entre os países latino-americanos mais violentos.

Poucos dias antes do primeiro turno das eleições antecipadas de 2023, em 9 de agosto, o candidato ao Executivo Fernando Villavicencio foi assassinado, em Quito, ao sair de um comício de campanha eleitoral.

 

Fonte: g1/Sputnik Brasil

 

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