quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Leucócitos altos na urina: o que pode ser (e o que fazer)

A presença de leucócitos altos na urina normalmente é indicativo de infecção urinária ou genital, mas também pode ser um sinal de lúpus, problemas renais ou tumores, por exemplo.

A quantidade de leucócitos na urina é considerada normal quando existem menos de 5 leucócitos por campo analisado ou 10000 leucócitos por mL de urina.

O exame de urina tipo 1, também chamado de EAS, é um dos exames que mede a quantidade de leucócitos na urina. Esse exame permite avaliar o estado geral de saúde da pessoa, analisando também a quantidade de hemácias, células epiteliais, presença de microrganismos e proteínas, por exemplo.

•        Principais causas

Os leucócitos na urina normalmente aparecem como consequência de algumas situações, sendo as principais causas:

# 1. Infecção urinária

As infecções do sistema urinário são as principais causas do aumento de leucócitos na urina, o que indica que o sistema imune está tentando combater uma infecção por fungo, bactéria ou parasitas. Além da presença de grandes quantidades de leucócitos, é possível identificar no exame de urina células epiteliais e o microrganismo responsável pela infecção.

É possível suspeitar de infecção urinária quando a pessoa também apresenta alguns sinais e sintomas, como dor e ardor ao urinar e presença de corrimento, por exemplo.

# O que fazer: É importante consultar o urologista ou ginecologista para que sejam feitos exames que ajudem a identificar o microrganismo responsável pela infecção e, assim, ser possível iniciar o tratamento mais adequado. No caso da infecção ser devido à presença de fungos, pode ser indicado o uso de Fluconazol ou Miconazol, enquanto que quando a infecção é causada pelo parasita Trichomonas sp., pode ser indicado o uso de Metronidazol usado de acordo com orientação do médico.

2. Problema nos rins

Problemas nos rins como nefrite ou pedra nos rins também podem levar ao aparecimento de leucócitos na urina, podendo ser também percebido nesses casos a presença de cristais na urina e, algumas vezes, hemácias.

Além disso, tanto a nefrite quanto a presença de pedra nos rins podem ter sintomas característicos, como dor no fundo das costas, dificuldade para fazer xixi e diminuição da quantidade de urina, por exemplo.

# O que fazer: Na suspeita de cálculo renal ou nefrite, é importante ir ao clínico geral ou urologista para que seja indicada a realização de exames de imagem, como ultrassonografia, e exame de urina e, assim, ser possível iniciar o tratamento mais adequado, que pode ser feito com anti-inflamatórios, antibióticos ou medicamento que promovam a liberação do cálculo, no caso de pedra nos rins.

3. Lúpus eritematoso

O lúpus eritematoso é uma doença autoimune, ou seja, uma doença em que as células do sistema imunológico atuem contra o próprio organismo, provocando inflamações nas articulações, pele, olhos e rins. Em relação aos exames laboratoriais, é possível notar alterações no hemograma e no exame de urina, em que pode ser observada grande quantidade de leucócitos na urina.

# O que fazer: Para diminuir a quantidade de leucócitos na urina é necessário que o tratamento para o lúpus seja feito de acordo com a recomendação do médico, sendo normalmente recomendado o uso de alguns medicamentos de acordo com os sintomas apresentados pela pessoa, como anti-inflamatórios, corticoides ou imunossupressores. Assim, além de diminuir a quantidade de leucócitos na urina, é possível controlar os sintomas da doença.

4. Uso de medicamentos

Alguns medicamentos, como antibióticos, aspirina, corticoides e diuréticos, por exemplo, também podem levar ao aparecimento de leucócitos na urina, quando usados de forma frequente.

# O que fazer: A presença de leucócitos na urina normalmente não é grave, por isso caso a pessoa esteja fazendo uso de algum medicamento e o exame indique a presença de quantidades significativas de leucócitos, pode ser apenas efeito do remédio. É importante que essa alteração seja comunicada ao médico, bem como o resultado dos outros aspectos presentes no exame de urina, pois assim o médico poderá analisar melhor a situação.

5. Segurar o xixi

Segurar o xixi por muito tempo pode favorecer o crescimentos de microrganismos naturalmente presentes no sistema urinário, resultando no aparecimento de sintomas de infecção e levando ao aparecimento de leucócitos na urina.

Além disso, quando se segura o xixi por muito tempo, a bexiga começa a perder força e não consegue ser esvaziada totalmente, fazendo com que permaneça alguma quantidade de urina dentro da bexiga e haja maior facilidade de proliferação dos microrganismos do trato geniturinário.

# O que fazer: Nesse caso, é importante que assim que a pessoa sinta vontade de fazer xixi, faça, pois assim é possível evitar que aconteça o acúmulo de urina na bexiga e, consequentemente, de microrganismos. Além disso, para prevenir que aconteçam infecções, é recomendado que se beba diariamente pelo menos 2 litros de água por dia.

No entanto, caso a pessoa sinta vontade de fazer xixi mas não consegue, é recomendado que vá ao clínico geral ou urologista para que sejam realizados exames para identificar a causa do problema e seja iniciado o tratamento.

6. Câncer

A presença de tumores na bexiga, próstata e rins, por exemplo, podem também levar ao aparecimento de leucócitos na urina, já que nessas situações o sistema imune é sensibilizado. Além disso, a presença de leucócitos pode surgir como consequência do tratamento realizado contra os tumores.

# O que fazer: Nesse caso, para confirmar que a presença de leucócitos na urina é devido ao câncer, é importante que o médico seja consultado e possam ser feitos exames que ajudem a confirmar o diagnóstico e, assim, ser iniciado o tratamento mais adequado caso haja necessidade.

Porém, quando já há confirmação de câncer relacionado com o sistema urinário e/ou genital, é importante que o médico faça um monitoramento regular da quantidade de leucócitos na urina com o objetivo de verificar a progressão da doença e resposta ao tratamento.

 

•        Bactérias na urina (bacteriúria): como identificar, causas e o que fazer

A bacteriúria corresponde à presença de bactérias na urina, podendo ser devido à coleta inadequada da urina, havendo contaminação da amostra, ou devido à infecção urinária, podendo ser observada também nessas situações outras alterações no exame de urina, como presença de leucócitos, células epiteliais e, em alguns casos, hemácias.

A presença de bactérias na urina é verificada através do exame de urina do tipo I, sendo nesse exame indicada a presença ou ausência desses microrganismos. Além disso, devem ser avaliados pelo médico outros parâmetros do exame de urina, como presença de leucócitos, cilindros e hemácias, pH e cor da urina.

De acordo com o resultado do exame de urina, o clínico geral, urologista ou ginecologista pode indicar o tratamento adequado, caso seja necessário, ou solicitar a realização de exames complementares.

•        Como identificar a bacteriúria

A bacteriúria é identificada por meio do exame de urina do tipo 1, em que através da visualização da urina no microscópio é possível observar se há ou não bactérias, sendo indicado no laudo do exame:

•        Bactérias ausentes, quando não são observadas bactérias;

•        Raras bactérias ou +, quando são visualizadas 1 a 10 bactérias em 10 campos microscópicos observados;

•        Algumas bactérias ou ++, quando são observadas entre 4 e 50 bactérias;

•        Frequentes bactérias ou +++, quando são observadas até 100 bactérias em 10 campos lidos;

•        Numerosas bactérias ou ++++, quando são identificadas mais de 100 bactérias nos campos microscópicos observados.

Na presença de bacteriúria, o médico que solicitou o exame deve avaliar o exame de urina como um todo, observando qualquer outra alteração presente no laudo para que se possa chegar a um diagnóstico e iniciar o tratamento. Geralmente quando é indicado no laudo a presença de raras ou algumas bactérias é indicativo da microbiota normal do sistema urinário, não sendo motivo de preocupação ou início de tratamento.

Normalmente na presença de bactérias na urina, é solicitada a realização da urocultura, principalmente se a pessoa apresentar sintomas, para que seja identificada a espécie da bactéria, quantidade de colônias formadas e o perfil de resistência e sensibilidade da bactéria, sendo essa informação importante para que o médico indique o antibiótico mais indicado para o tratamento.

•        O que pode ser bactéria na urina

As principais causas de bacteriúria são:

1. Contaminação da amostra

A contaminação da amostra é uma das causas mais frequentes de bactérias na urina principalmente quando são observadas várias células epiteliais, presença de muco e ausência de leucócitos. Essa contaminação acontece no momento da coleta, em que a pessoa não realiza a higienização correta para coleta ou não despreza o primeiro jato da urina. Nesses casos, na maioria das vezes, as bactérias identificadas fazem parte do sistema urinário, não representando risco para a saúde.

# O que fazer: Caso não tenham sido identificadas outras alterações no exame de urina, o médico pode não levar em consideração o aumento do número de bactérias, no entanto, em alguns casos, pode ser solicitada nova coleta, sendo importante dessa vez realizar a higienização correta da região íntima, desprezar o primeiro jato e levar para o laboratório até 60 minutos após a coleta para que seja avaliada.

2. Infecções urinárias

Quando não se trata de contaminação da amostra, a presença de bactérias na urina, principalmente quando são visualizadas frequentes ou numerosas bactérias, pode ser indicativo de infecção do sistema urinário. Além da bacteriúria podem ser verificadas algumas ou numerosas células epiteliais, além de vários ou numerosos leucócitos dependendo do microrganismo responsável pela infecção e sua quantidade.

Para confirmar a infecção urinária, principalmente quando existem sintomas, o médico normalmente indica a realização da urocultura para identificar a bactéria responsável pela infecção e a sua quantidade, sendo normalmente indicativo de infecção quando há mais de 1.000.000 ufc/ mL.

# O que fazer: O tratamento com antibiótico das infecções urinárias normalmente só é indicado quando a pessoa possui sintomas relacionados à infecção, como dor ou ardor ao urinar, urina com sangue ou sensação de peso na bexiga, por exemplo. Nesses casos, o clínico geral, urologista ou ginecologista pode indicar o uso de antibiótico de acordo com a bactéria identificada e seu perfil de sensibilidade.

No entanto, quando não são observados sintomas, o uso de antibióticos normalmente não é indicado, pois pode induzir resistência bacteriana, o que torna o tratamento mais complicado.

3. Tuberculose

Apesar de ser raro, é possível que na tuberculose sistêmica possam ser encontradas bactérias na urina e, por isso, o médico pode solicitar a realização de exame de urina para pesquisa de Mycobacterium tuberculosis, que é a bactéria responsável pela tuberculose.

Normalmente a pesquisa de Mycobacterium tuberculosis na urina só é realizada como forma de acompanhar o paciente e a resposta ao tratamento, sendo o diagnóstico realizado por meio do exame do escarro ou prova da tuberculina, conhecida como PPD.

# O que fazer: Quando é verificada a presença de bactéria na urina do paciente com tuberculose, o médico deve avaliar se o tratamento está sendo realizado corretamente ou se a bactéria tornou-se resistente ao medicamento indicado, podendo indicar a mudança no antibiótico ou esquema terapêutico. O tratamento para tuberculose é feito com antibióticos e deve ser continuado mesmo que a pessoa não apresente mais sintomas, isso porque nem todas as bactérias podem ter sido eliminadas.

 

Fonte: Tua Saúde

 

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