terça-feira, 12 de novembro de 2024

As 6 invenções que mudaram para sempre a história da humanidade

São inúmeros os inventos que marcaram um antes e depois na história da humanidade. Desde a Antiguidade, as pessoas têm feito experimentos para desenvolver produtos que facilitem a vida cotidiana.

De olho no impacto destas inovações, National Geographic reuniu em uma lista algumas invenções que transformaram para sempre a existência e são um testemunho da engenhosidade humana e sua capacidade criativa.

<><> 1. As ferramentas de pedra

As primeiras ferramentas de pedra foram desenvolvidas há pelo menos 2,6 milhões de anos e são atribuídas ao período paleolítico (que se estende de 2,6 milhões de anos a cerca de 12 mil anos atrás), segundo a Iniciativa de Origens Humanas do Museu Nacional de História Natural do Smithsonian.

As ferramentas mais antigas, conhecidas como Oldowan, consistiam em martelos para bater em superfícies e lascas de pedra afiadas, as quais teriam sido usadas para cortar, além de núcleos de pedra que mostram uma série de cicatrizes de lascas ao longo de uma ou mais bordas.

<><> 2. A prensa de impressão de Gutenberg

Em 1436, o ourives alemão Johannes Gutenberg começou a projetar uma máquina capaz de produzir páginas de texto a uma velocidade incrível.

Em 1440, ele havia estabelecido as bases de sua prensa de impressão, incluindo o uso de um conjunto de tipos móveis e reutilizáveis, explica o Centro de Pesquisa de Arquivos e Coleções Especiais da Biblioteca da Universidade Estadual do Oregon, nos Estados Unidos.

Como a instituição ressalta, o tipo móvel permitia que as páginas de texto fossem rapidamente compostas a partir de uma seleção de letras e símbolos pré-fabricados, em vez de serem esculpidas em um bloco de madeira.

Em 1455, o ourives usou essa nova ferramenta para imprimir sua famosa Bíblia de 42 linhas, o primeiro livro impresso no Ocidente com tipos móveis.

A prensa de Gutenberg foi uma invenção fundamental na história da humanidade e deu início à Revolução da Impressão no mundo ocidental. “Com acesso a prensas de impressão, cientistas, filósofos, políticos e autoridades religiosas puderam reproduzir suas ideias rapidamente e disponibilizá-las para grandes públicos”, diz a fonte dos EUA.

<><> 3. O processo Bessemer

O processo Bessemer foi o primeiro método que possibilitou a produção em massa de aço. Aparentemente, ele foi desenvolvido simultaneamente por Sir Henry Bessemer (inventor britânico) e William Kelly (inventor americano) na década de 1840, informa a Encyclopaedia Britannica (uma plataforma educacional baseada no Reino Unido).

Embora hoje sejam usados métodos diferentes para produzir aço, o processo Bessemer foi um elemento fundamental na construção. “Sem ele, não teríamos os arranha-céus que temos hoje”, diz a fonte enciclopédica.

<><> 4. O celuloide

O celuloide, criado pelo inventor norte-americano John Wesley Hyatt em 1869, foi “o primeiro plástico de sucesso comercial do mundo”.

Sua criação inicial buscava imitar materiais naturais e foi usada principalmente para fazer itens baratos, como acessórios de beleza, utensílios domésticos e até mesmo cartões postais e propagandas, observa o Museu Smithsonian, dos Estados Unidos.

<><> 5. O avião

Apesar de haver uma polêmica mundial envolvendo os irmãos Wilbur e Orville Wright – dois irmãos estadunidenses e mecânicos de bicicletas – colocaram no ar a primeira aeronave movida por um motor, em 1903, e o inventor brasileiro Santos Dumont.

Dumont criou o 14 Bis, considerado o primeiro avião a levantar voo por conta própria. “O voo aconteceu em Paris, na França, em 23 de outubro de 1906", informa um artigo sobre o inventor publicado em National Geographic. 

Sobre o voo dos irmãos Wright, “há quem questione a ausência de testemunhas no local e o fato de que o modelo dos Wright não teria saído do chão por conta própria, precisando supostamente do apoio de uma estrutura (não há consenso sobre essas afirmações)”, detalha o texto de NatGeo. 

Após esses inventos, as empresas aeronáuticas começaram a formar equipes para demonstrar suas próprias máquinas voadoras, descreve o Museu Nacional do Ar e do Espaço do Smithsonian, dos Estados Unidos. Gradualmente, os aviões foram se popularizando e se aperfeiçoando. Até então, os seres humanos voavam pelos céus em balões e planadores.

Um chip de circuito integrado de carbeto de silício com interconexão em vários níveis desenvolvido no GRC Smart Sensors and Electronics Systems Branch, um laboratório da Nasa, para aplicações em alta temperatura. Como a agência espacial norte-americana destaca, os componentes eletrônicos de carbeto de silício de alta temperatura e as tecnologias de empacotamento compatíveis são elementos-chave que abrem as portas para a exploração da superfície de Vênus e de outros ambientes espaciais hostis.

<><> 6. Circuito integrado ou, como é mais conhecido, o chip

O circuito integrado é uma “coleção de componentes eletrônicos, fabricados como uma única unidade” de tamanho pequeno, um “chip” que pode ser tão pequeno quanto alguns centímetros quadrados ou apenas alguns milímetros quadrados e cujos componentes individuais geralmente são de tamanho microscópico, descreve a Britannica.

O circuito integrado foi inventado em 1958 pelo engenheiro norte-americano Jack Kilby e tem sido fundamental para a eletrônica moderna. Atualmente, essa tecnologia é usada em uma grande variedade de itens, de smartphones, passando por carros e eletrodomésticos.

Além dessas invenções, também se pode citar outras que marcaram a história da humanidade, como a roda, a penicilina, a máquina a vapor ou a Internet, para citar apenas alguns.

 

•        5 inovações tecnológicas que transformaram o turismo pós-pandemia

Desde o início da pandemia de covid-19, as inovações tecnológicas passaram de futurísticas a usuais. Atualmente, é comum ir a um restaurante e visualizar o cardápio por código QR ou apresentar comprovantes digitais de imunização.

Conforme o setor de turismo — que em 2020 registrou um bilhão de desembarques internacionais a menos do que em 2019 — retoma o ritmo normal, o uso de máscaras pode ficar para trás, mas muitas tecnologias que surgiram em meio à pandemia continuarão a influenciar as viagens.

“Os consumidores passarão a desejar tecnologias que os deixem mais confiantes em relação às viagens”, observa Steve Shur, presidente da Travel Technology Association. “Algumas dessas mudanças vieram para ficar.”

Na realidade, uma pesquisa de 2021 realizada pela Pew Research com 915 líderes políticos, pesquisadores científicos e outros especialistas prevê que, em 2025, nossa vida cotidiana seja ainda mais influenciada por algoritmos, trabalho remoto e o que alguns chamam de “teletudo”.

Embora novas intervenções tornem as viagens mais seguras e eficientes, como dispositivos de tradução em tempo real e controle de passaportes por reconhecimento facial, há também desvantagens, incluindo preocupações sobre privacidade, segurança de dados e tecnologia tendenciosa. Veja algumas das inovações que os viajantes continuarão a encontrar e utilizar.

Realidade virtual e aumentada

Quando as viagens foram interrompidas devido à pandemia, museus e destinos turísticos passaram a utilizar a realidade aumentada (RA) e a realidade virtual (RV) para criar exposições e experiências on-line. Embora algumas dessas experiências sejam mais bem aproveitadas com um óculos de realidade virtual, a maioria pode ser usufruída apenas com um computador ou smartphone.

O aplicativo Xplore Petra, lançado em junho de 2020, permite aos usuários “visitar” o sítio arqueológico mais icônico da Jordânia, projetando uma versão reduzida das ruínas. A Lights over Lapland, uma empresa de viagens ao Ártico, lançou uma experiência de realidade virtual para mostrar a Aurora Boreal (também conhecida como Luzes do Norte) por meio de óculos de realidade virtual ou telas de computador.

Após a pandemia, a realidade virtual e a realidade aumentada podem aprimorar viagens reais adicionando experiências, como a simulação de escalada no monte Matterhorn, oferecida pelo Museu Suíço do Transporte, em Lucerna. O Museu Hunt em Limerick, na Irlanda, tem uma atração de realidade virtual na qual os visitantes se inserem no “Jardim das Delícias Terrenas”, uma pintura de 500 anos do artista Hieronymus Bosch.

O Museu de História Natural de Paris tem uma exposição de realidade aumentada que coloca os visitantes frente a frente com animais extintos, em formato digital. O Museu Nacional de Singapura possui uma instalação chamada “História da Floresta”, onde os visitantes exploram uma paisagem virtual composta por quase 70 desenhos da natureza pertencentes ao acervo do museu. O Museu Nacional de História Natural do Instituto Smithsoniano, em Washington, D.C., nos Estados Unidos, tem um aplicativo que usa realidade virtual para mostrar como seriam alguns dos animais cujos esqueletos estão expostos. O aplicativo acrescenta pele e músculos sobre os ossos, oferecendo uma nova visão de um acervo que remonta à década de 1880.

“A realidade virtual não substituirá as viagens e o turismo, apenas irá aperfeiçoá-los”, observa Anu Pillai, que dirige o Centro Digital de Excelência da Wipro, uma empresa de tecnologia.

Controle de aglomerações

Para ajudar a reforçar o distanciamento social, cidades, aeroportos e museus testaram ou implantaram tecnologias para controlar aglomerações, como os ‘robôs policiais’ de Singapura, robôs que emitem alertas se as pessoas estiverem muito próximas umas das outras e indicam a densidade de pessoas nos portões dos aeroportos. À medida que milhares de turistas retornam aos destinos populares, métodos e dispositivos semelhantes podem ser implementados para evitar o turismo excessivo nesses lugares.

Na Itália, durante a pandemia, Veneza começou a rastrear visitantes utilizando câmeras originalmente instaladas para capturar criminosos. Após a pandemia, a cidade planeja aproveitá-las para manter o número de turistas em níveis administráveis, talvez em consonância com a proposta do prefeito de adicionar portões eletrônicos nos principais pontos de entrada (portos de navios de cruzeiro, estações de trem), que podem ser fechados se a cidade ficar superlotada.

 “A cada minuto, sabemos quantas pessoas estão transitando e para onde estão indo”, revelou Simone Venturini, a principal autoridade de turismo de Veneza, ao The New York Times. “Temos controle total da cidade.”

Amsterdã, que também luta contra o turismo excessivo, rastreia como os visitantes usam o Amsterdam’s City Card (cartão da cidade de Amsterdã), um passe de valor fixo que permite a entrada em museus e no transporte público. O aplicativo Beach Check UK (“Verifique as Praias do Reino Unido”, em tradução livre) foi lançado neste semestre com informações em tempo real sobre a lotação das dezenas de praias ao longo da costa inglesa, possibilitando aos viajantes evitar áreas superlotadas.

“A tecnologia pode ser utilizada para coletar dados a fim de tomar decisões melhores e comunicar essas decisões”, afirma Christopher Imbsen, diretor de sustentabilidade do Conselho Mundial de Viagens e Turismo.

Desinfecção por luz UV-C

Os hospitais utilizam luz ultravioleta tipo C (UV-C) para desinfetar e matar vírus há mais de duas décadas. Agora, os espaços públicos internos, incluindo aeroportos, academias e cinemas, estão implementando o uso de luz UV-C para controlar a disseminação viral.

“A luz UV-C está sendo amplamente utilizada”, salienta Peter Veloz, CEO da UltraViolet Devices, que fabrica a tecnologia de desinfecção por luz ultravioleta.

A luz UV-C possui propriedades germicidas que combatem o Sars-CoV-2 e outras partículas nocivas, tanto no ar quanto em superfícies. Dependendo do local, a tecnologia de luz UV-C pode ser utilizada em sistemas de climatização AVAC (aquecimento, ventilação e ar-condicionado), corrimãos de escadas rolantes ou aeroportos e aviões por meio de robôs equipados com a luz que realizam a desinfecção à medida que se locomovem.

Se instalado e operado corretamente, um sistema de luz UV-C pode matar todos os tipos de bactérias e germes. Até mesmo os vírus da gripe sazonal podem ser eliminados antes de se espalharem. “A covid-19 pode se tornar uma doença endêmica, mas os patógenos comuns não irão desaparecer”, observa Veloz.

Códigos QR em restaurantes

No início da pandemia, quando a transmissão da covid-19 ainda não era bem compreendida, os restaurantes se apressaram em substituir os cardápios físicos por versões digitais acessadas por códigos QR. Os quadradinhos pretos com pontos pixelados podem ser escaneados com um smartphone para abrir o cardápio, fazer pedidos e pagar a conta, limitando o contato físico com os funcionários do restaurante para diminuir o risco de disseminação do vírus.

Embora tenha sido comprovado que o vírus não é transmitido por superfícies, o uso dos códigos se mostrou conveniente e provavelmente continuará sendo utilizado, especialmente com a escassez de trabalhadores no fim da pandemia.

No entanto, essa conveniência pode significar uma invasão de privacidade, uma vez que os pequenos códigos podem potencialmente reunir uma grande quantidade de informações dos usuários. Alguns programas de código QR apenas registram um pedido em um restaurante, enquanto outros extraem dados como o histórico de refeições, idade e sexo do cliente. O restaurante pode utilizar essas informações para enviar cupons ou convites para eventos — ou vendê-las a terceiros.

“É um exemplo de empresas que exploram o cenário da covid-19 para estender o rastreamento”, adverte Jay Stanley, analista sênior de políticas da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês). “Fazer tudo pelo celular possibilita novas formas de rastreamento e controle de pessoas.”

Os turistas devem saber que os códigos QR podem ser hackeados: é possível escanear um código, fazer um pedido para o jantar e ter o cartão de crédito comprometido. Stanley recomenda tratar os códigos QR da mesma maneira que links em e-mails desconhecidos. Utilize seu celular para pesquisar o cardápio do restaurante na internet ou instale um aplicativo de proteção como o Kaspersky QR Scanner, que alerta os usuários caso o código não seja seguro.

Ferramentas de rastreamento de contato

Grupos de saúde pública utilizaram métodos de rastreamento de contatos para identificar e rastrear pessoas que foram potencialmente expostas a doenças infecciosas, como zika e HIV, e fornecer informações, rastreamento e tratamento. Essas ferramentas tradicionais geralmente se baseavam em telefonemas para questionar com quem as pessoas tiveram contato com o objetivo de continuar pesquisando a exposição. A pandemia levou as autoridades a intensificar essas iniciativas e implementar outras de alta tecnologia para rastrear a disseminação viral e fornecer informações. 

Por exemplo, a Apple e o Google adicionaram funções de rastreamento de contato ao novo software dos smartphones, permitindo que os usuários optem por receber alertas se entrarem em contato próximo com uma pessoa infectada.

“O valor e o papel do rastreamento de contatos para prevenção e controle de doenças infecciosas são bastante reconhecidos”, afirma Elizabeth Ruebush, analista sênior de políticas de imunização e doenças infecciosas da Associação de Funcionários de Saúde Territoriais e Estaduais. “Mas nunca vimos tal estratégia sendo implementada em grande escala, como durante a pandemia de covid-19.”

Outras tecnologias, como textos automatizados, mapas de calor virais e até CFTV com reconhecimento facial, podem ajudar a rastrear outras doenças infecciosas ou nos preparar para a próxima pandemia.

Contudo, mesmo com novos aplicativos sofisticados, as ligações telefônicas e a abordagem pessoal ainda estarão no centro da saúde pública. “Essas ferramentas têm como objetivo aprimorar, mas não substituir, o rastreamento de contato tradicional”, reitera Ruebush.

A covid-19 acelerou a adoção dessas tecnologias. A desvantagem é que pode ser ainda mais difícil para as pessoas se desconectarem de seus smartphones durante as férias. O desejo de viajar está mais forte do que nunca — e nenhum código digital consegue controlar nossos sonhos ainda.

 

Fonte: National Geographic Brasil

 

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