sábado, 9 de novembro de 2024

8 coisas que você talvez não saiba sobre Donald Trump

O republicano Donald Trump retornará à Casa Branca em 20 de janeiro.

Após Grover Cleveland, Trump se torna o segundo político na história dos Estados Unidos a perder uma tentativa de reeleição para a Presidência, concorrer novamente e conseguir vencer nessa segunda tentativa de voltar à Casa Branca.

Além de ter sido presidente de 2017 a 2021, algumas facetas de Trump são menos conhecidas do que outras.

Sua formação na Academia Militar, um tipo de fobia e até seu passado democrata são menos comentados do que seu papel no Partido Republicano ou seu amor pelo sul da Flórida.

Aqui estão oito coisas que talvez você não saiba sobre Donald Trump.

<><> 1. Estudou na Academia Militar de Nova York

Os pais de Trump o enviaram para estudar na Academia Militar de Nova York, em Cornwall-on-Hudson, aos 13 anos, uma escola que prometia “endireitar” os jovens rebeldes.

"Quando eu era adolescente, o que mais me interessava era fazer travessuras, porque, por algum motivo, eu gostava de causar problemas e de testar as pessoas", escreveu Donald Trump no livro A arte da negociação.

Nos cinco anos em que esteve na academia, ele jogou basquete, futebol, beisebol e futebol americano.

Alguns colegas lembram dele como um líder natural, outros como um "valentão", segundo vários testemunhos ouvidos pela imprensa americana.

Após se formar, Donald Trump iniciou seus estudos de graduação na Universidade Fordham, no Bronx, mas foi transferido para a Wharton School of Business, na Universidade da Pensilvânia, dois anos depois.

Ele se formou como bacharel em Ciências Econômicas.

Detalhes sobre seu processo de admissão ou histórico de desempenho acadêmico são desconhecidos.

<><> 2. Tem fobia de germes

"Uma das maldições da sociedade americana é o simples ato de apertar a mão", escreveu Trump em seu livro The art of the comeback ("A arte do retorno", em tradução livre).

A limpeza das mãos tem sido um assunto recorrente em sua carreira.

"Acontece que sou um fã de mãos limpas. Sinto-me muito melhor depois de lavar bem as mãos, o que faço sempre que posso", já declarou.

Aqueles que já trabalharam com Donald Trump confirmam que o incomoda ser exposto a qualquer possível fonte de contágio.

Em um programa de rádio de 1993 apresentado por Howard Stern, o entrevistador perguntou se ele era germofóbico.

“Sou germofóbico”, respondeu Trump.

<><> 3. Foi o sucessor na empresa de seu pai

Depois de terminar a universidade, Donald Trump foi trabalhar na imobiliária do pai, Fred Trump. Em 1971, aos 25 anos, o jovem assumiu o controle da empresa.

Como herdeiro dos negócios, rebatizou-o de Trump Organization e concentrou-se na criação de edifícios ostentosos que lhe permitiram aumentar não só a sua fortuna, mas também a sua fama na televisão, nos tabloides e, em última análise, na política.

A Organização Trump expandiu suas operações, passando a atuar com projetos imobiliários comerciais, residenciais, conjuntos de escritórios, cassinos, condomínios, campos de golfe e hotéis.

Uma investigação do jornal The New York Times concluiu que Trump recebeu quase US$ 400 milhões do patrimônio de seu pai ao longo da vida.

<><> 4. Foi filiado aos democratas

Embora tenha sido membro do Partido Republicano durante a maior parte da sua vida, houve um momento, entre 2001 e 2009, em que Trump foi registrado como filiado ao Partido Democrata em Nova York, de acordo com a Junta Eleitoral local.

Em 2000, Trump tentou por um breve período ser a nomeação presidencial do Partido da Reforma (uma organização minoritária nos EUA), mas abandonou o plano no meio de uma crise dentro da sigla.

<><> 5. Já mudou várias vezes de posição sobre o aborto

“Sou muito pró-escolha”, disse Donald Trump em 1999, durante uma entrevista à emissora NBC News.

Mas, ao longo de sua vida, o republicano já mudou várias vezes de posição sobre uma das grandes questões que dividem os americanos.

Mais de uma década depois, em fevereiro de 2011, opôs-se publicamente ao aborto.

"Sou pró-vida", disse ele em discurso na Conferência de Ação Política Conservadora.

Durante sua presidência (2017-2020), Trump defendeu a proibição nacional ao aborto após 20 semanas de gestação.

Ele também prometeu nomear juízes conservadores para a Suprema Corte, buscando justamente revogar o direito de interromper a gravidez a nível federal. E assim ele fez.

Em 2022, a Suprema Corte do país anulou uma decisão anterior, de 1973, que garantia o direito constitucional ao aborto nos Estados Unidos.

Com isso, cada Estado ficou livre para regular o aborto como quiser, o que resultou na proibição quase completa do procedimento em várias partes do país.

Durante a campanha presidencial de 2024, Trump repetiu que a decisão de proibir ou permitir o aborto depende de cada Estado.

<><> 6. Declarou falência em seis negócios

Seis das empresas de Donald Trump foram declaradas falidas porque não conseguiram pagar as suas dívidas:

  • Casino Trump Taj Mahal em Atlantic City, Nova Jersey, 1991
  • Trump Castle Casino em Atlantic City, 1992
  • Trump Plaza e Casino em Atlantic City, 1992
  • Plaza Hotel Nova York, 1992
  • Trump Hotels & Casinos Resorts, com propriedades em Atlantic City e Indiana, 2004
  • Trump Entertainment Resorts, empresa sucessora do Trump Hotels & Casinos Resorts, 2009

Em 1992, ele chegou a um acordo com os bancos credores para renegociar suas dívidas. O empresário teve que vender seu iate, seu jato, sua participação no Grand Hyatt e sua companhia aérea, a Trump Shuttle.

Mais tarde, voltou a enfrentar problemas financeiros e evitou a falência ao chegar a um novo acordo com bancos.

Os empreendimentos fracassados ​​de Trump incluíram cassinos e hotéis, o fechamento de seu time de futebol americano New Jersey Generals e a agora extinta Universidade Trump.

<><> 7. Tornou-se famoso como apresentador do reality show 'O Aprendiz'

Antes de chegar à arena política, o multimilionário era figura recorrente em tabloides e programas de televisão por seu trânsito no mundo do entretenimento.

Trump começou a se tornar conhecido como proprietário dos concursos de beleza Miss Universo, Miss EUA e Miss Teen EUA e alcançou maior projeção como criador e apresentador do reality show O Aprendiz, do qual fez parte entre 2004 e 2015.

Ele também fez participações na série Um maluco no pedaço e no filme Esqueceram de mim 2.

<><> 8. Foi condenado no caso 'Stormy Daniels'

Trump é o primeiro ex-mandatário e candidato à Presidência condenado na Justiça na história do país.

Ele foi declarado culpado, em maio, por 34 delitos que lhe foram imputados por falsificar documentos com o intuito de ocultar pagamentos à atriz pornô Stormy Daniels, visando comprar o silêncio dela a respeito de um encontro sexual que os dois tiveram antes das eleições de 2016.

Em sua conta na rede Truth Social, o então ex-presidente se declarou inocente e classificou a condenação como um “ataque político”.

Além do caso Stormy, Trump também perdeu os processos em que foi acusado de mentir sobre seu patrimônio em demonstrativos financeiros enviados a bancos e seguradoras e no caso em que foi acusado de difamação pela colunista E. Jean Carroll.

Ele teve que pagar multas milionárias nesses casos.

O republicano também teve de indenizar estudantes da extinta Universidade Trump em 2018 que o acusavam de lhes ter enganado.

Há ainda três processos correndo, incluindo dois pela suposta tentativa de anular o resultado das eleições de 2020.

 

•        'Arquiteta' da vitória, Susie Wiles fará parte do futuro governo

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (7) Susie Wiles como chefe de Gabinete do próximo governo. Ela é considerada uma das principais arquitetas da vitória do republicano nas eleições presidenciais.

Nos Estados Unidos, o cargo de chefe de Gabinete pode ser comparado com o de ministro da Casa Civil do Brasil. Entre as funções está a coordenação das atividades do governo e a organização das demais secretarias. Susie também deverá operar como uma das principais conselheiras do presidente.

Esse foi o primeiro nome anunciado por Trump para compor a equipe de seu segundo mandato. A imprensa norte-americana já havia revelado que Susie estava entre as principais cotadas para assumir um cargo no governo.

"Susie é forte, inteligente, inovadora e universalmente admirada e respeitada. Susie continuará a trabalhar incansavelmente para Fazer a América Grande Novamente", disse Trump em um comunicado.

"É uma honra ter Susie como a primeira mulher chefe de gabinete da história dos Estados Unidos. Não tenho dúvida de que ela fará nosso país se orgulhar."

Susie foi uma das responsáveis por levar Trump ao poder em 2016 e ajudou a limpar o nome do republicano em 2021, após apoiadores invadirem o Capitólio no dia 6 de janeiro daquele ano.

Na corrida presidencial de 2024, ela trabalhou ao lado de Chris LaCivita. Embora Trump tenha deixado de lado conselhos de campanha diversas vezes, os estrategistas mantiveram o foco nas fraquezas de Joe Biden e Kamala Harris.

Apoiadores de Trump esperam que Susie instale uma sensação de ordem e disciplina, algo que frequentemente faltou durante o primeiro mandato do republicano. Entre 2017 e 2021, ele fez várias trocas na Chefia de Gabinete.

Susie é amplamente reconhecida, tanto dentro quanto fora do círculo íntimo de Trump. Ela evitou os holofotes durante a campanha e se recusou a discursar enquanto Trump celebrava a vitória nas eleições.

LaCivita também é cotado para um cargo sênior na nova administração.

¨      Acusados por invasão do Capitólio esperam indulto de Trump

Os apoiadores de Donald Trump acusados pela invasão do Capitólio dos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2021 esperam ser perdoados pelo presidente eleito, que os chamou de "patriotas" e "presos políticos".

Mais de 1.500 pessoas foram acusadas pela invasão, que buscava impedir a certificação da vitória eleitoral do democrata Joe Biden.

"Estou inclinado a perdoar muitos deles", prometeu Trump diversas vezes durante sua campanha, uma delas durante um painel organizado pela rede de TV CNN. "Não posso dizer para cada um deles, porque alguns, provavelmente, perderam o controle."

Trump minimizou repetidamente a gravidade do ataque ao Capitólio, que chegou a descrever como "um dia de amor". Vários acusados pelos distúrbios aproveitaram a vitória eleitoral do republicano para pedir que seus julgamentos ou sentenças sejam suspensos.

Christopher Carnell, 21, morador da Carolina do Norte, pediu que fosse adiada uma audiência por conduta desordeira, em resposta às "múltiplas promessas de clemência" de Trump. Segundo seu advogado, Carnell "espera ser liberado do processo criminal quando o novo governo assumir". A juíza Beryl Howell negou o pedido.

<><> Estratégias jurídicas

Outra acusada, Jaimee Avery, pediu que fosse remarcada sua sentença por invasão ilegal para uma data posterior a 20 de janeiro de 2025, quando Trump tomará posse como 47º presidente dos Estados Unidos.

"O presidente eleito Trump, que teve um papel fundamental nos eventos de 6 de janeiro de 2021, declarou publicamente, em repetidas ocasiões, que vai perdoar os manifestantes", diz o advogado de Jaimee em um processo judicial. "Configuraria-se uma grande disparidade para a Sra. Avery se ela passar ao menos um dia na prisão, agora que o homem que teve um papel fundamental na organização e instigação dos eventos de 6 de janeiro nunca enfrentará consequências." O juiz Christopher Cooper negou o pedido de Avery.

Trump foi acusado pelo procurador especial Jack Smith de conspirar para anular os resultados das eleições de 2020, mas o caso nunca foi a julgamento, e agora tramita segundo a política do Departamento de Justiça de não processar um presidente em exercício.

Trump também não descartou conceder indultos a membros de grupos militantes de extrema direita, como Proud Boys e Oath Keepers, que foram condenados por sedição e receberam as penas de prisão mais severas.

Segundo os números mais recentes do gabinete do procurador dos Estados Unidos para o Distrito de Columbia, 1.532 pessoas foram acusadas pela invasão do Capitólio, das quais 571 receberam acusações relacionadas com agressão, resistência ou bloqueio do trabalho das forças de ordem. Mais de 940 réus se declararam culpados de diversos crimes, enquanto outros 195 foram condenados em julgamento.

Antes de deixar o cargo, em janeiro de 2021, Trump indultou aliados políticos que eram alvo de acusações federais, entre eles os chefes de sua campanha presidencial de 2016, Paul Manafort e Steve Bannon.

 

Fonte: BBC News Mundo/g1

 

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