terça-feira, 29 de outubro de 2024

Ruben Bauer Naveira: O BRICS 2024 em Kazan

Como era de se esperar, a cúpula dos BRICS foi largamente ignorada pela mídia hegemônica, quando não menosprezada pela “ausência de resultados concretos” – como se o advento de uma nova arquitetura financeira para o comércio mundial em contraposição à arquitetura vigente desde o final da Segunda Guerra Mundial pudesse ser algo repentino.

Ademais, a arquitetura vigente elegeu uma moeda preexistente de um único país, o dólar norte-americano, para reserva mundial de valor, conduzindo assim inevitavelmente à hegemonia dos Estados Unidos (unipolaridade), enquanto que a nova arquitetura, em respeito ao princípio da multipolaridade, não poderá vir a ser hegemonizada por nenhum país, o que torna a empreitada sobremaneira complexa.

Mas resultados em Kazan houve, e expressivos.

Comecemos pelos resultados de natureza “concreta”. Foram dados largos passos para a implantação efetiva de sistemas como o BricsBridge, para interligação dos bancos centrais dos países-membros de modo a que as suas moedas nacionais venham a ser usadas no comércio internacional, e o BricsPay, uma plataforma de pagamentos internacionais alternativa ao sistema SWIFT concebido e controlado pelo Ocidente.

Foram também deslanchadas iniciativas para a criação do BricsClear, uma infraestrutura comum de depósito e liquidação; de uma empresa de resseguros dos BRICS; e de uma agência própria de classificação de risco (rating).

Não menos importante, será criada uma bolsa de grãos, como precursora de bolsas para todas as demais commodities, na qual compradores e vendedores poderão negociar tendo os preços de referência, pioneiramente, fixados fora do dólar, em uma moeda digital ainda por ser criada.

Nenhuma dessas iniciativas será vinculante aos diferentes países-membros, ou seja, as adesões serão em base voluntária, o que foi uma saída sagaz para o problema da unanimidade (decisões por consenso).

Assim, China e Rússia ficam liberadas para “pisar no acelerador” da implantação da nova arquitetura, contornando a eventual resistência dos países “cavalos-de-troia” (falaremos adiante).

Naturalmente, saldos comerciais entre os países ainda serão em dólares, mas já poderá haver uma significativa redução do seu uso: suponhamos que, na balança comercial entre os países A e B, o país A importe X dólares do país B, enquanto que o país B importe 2X dólares do país A.

Até o montante de X (ou seja, dois terços do volume total de valor comercializado) tudo poderá ser pago com as moedas nacionais, enquanto que o país B ainda terá que pagar em dólar ao país A pela outra metade das suas importações.

Tome-se agora a seguinte microrregião do mundo: Tailândia, Malásia, Vietnã, Indonésia, Índia e China.

São todos países vizinhos, e com expressivas trocas comerciais entre si. Some-se a isso o fato de que essa região é a mais bem servida do mundo pela logística multimodal provida pela Iniciativa Cinturão e Rota chinesa, e o que se tem em mãos é um excelente “piloto” para a desdolarização do comércio mundial.

Se a essa microrregião agregarmos mais outros países na costa do Oceano Índico, como Irã, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, o piloto adquire proporções excepcionais, permitindo antever uma significativa ampliação do comércio entre aqueles países.

Uma implantação efetiva de todas as iniciativas decididas em Kazan somente virá a prover as bases para uma desdolarização maciça do comércio mundial em um prazo que não tem como ser antevisto, mas que a um ritmo, digamos, “natural”, pode ser grosseiramente estimado entre cinco e dez anos.

Pode-se prever com certeza, ao longo desse período, crescentes tensões no mundo e crescentes pressões por parte do Império que, se vierem a desembocar em novas crises geopolíticas (guerras), terão o condão de acelerar, por força maior, esse prazo de implantação.

Um resumo sóbrio pode ser encontrado neste depoimento do francês Arnaud Develay, especialista em legislação internacional.

Passemos agora aos resultados de natureza, digamos, “psicoglobal”.

Por iniciativa da Índia, esta e China chegaram a um acordo para manter congeladas, por prazo indefinido, as suas disputas territoriais de fronteira, e assim poderem se dedicar integralmente à cooperação econômica.

Até aqui a Índia vinha sendo um parceiro hesitante quanto ao processo de desdolarização, e um país que “pendulava” entre as esferas de influência Ocidental e dos BRICS.

Esta iniciativa por parte da Índia sinaliza que a fase de hesitação acabou, e que a Índia virá agora unir-se mais firmemente à Rússia, China, África do Sul e demais parceiros na implantação das novas iniciativas.

Mas a mais grata surpresa da cúpula foi a inesperada, e aparentemente profunda, “quebra de gelo” entre o primeiro-ministro Pashinyan da Armênia e o presidente Aliyev do Azerbaijão, dois países que até então têm estado em estado de guerra – claro que contou muito a perspicácia da organização russa da cúpula em sentá-los lado a lado.

Após décadas de fracasso da Organização das Nações Unidas em conter a proliferação de conflitos pelo mundo (como no Iraque, Líbia, ex-Iugoslávia, Afeganistão, Iêmen, Somália, Síria, Haiti, no Sahel africano e outros), a cúpula dos BRICS veio como um lufada de ar fresco para desanuviar um ambiente carregado, sinalizando o advento de uma nova era para o entendimento e a cooperação entre as nações – especialmente porque, ao contrário dos fóruns tradicionais criados pelo Ocidente, que legitimam como natural a imposição dos interesses de uns sobre outros (invariavelmente os daqueles mais fortes sobre os daqueles mais fracos), o BRICS traz consigo um princípio não-escrito de se levar em consideração os interesses de todos.

Novamente por mérito da organização russa, o formato de mesa-redonda veio contrastar com o formato de púlpito-auditório da ONU.

E Putin revelou que a data de 24 de outubro para o encerramento da cúpula não foi escolhida ao acaso, posto que carrega um significado simbólico: foi em um 24 de outubro (de 1945) que entrou em vigor a carta da Organização das Nações Unidas.

Diante da falência do modelo da ONU, os BRICS se propõem como um renascimento de uma comunidade de nações, portando uma mensagem de civilidade, cooperação, tolerância e abertura, e de respeito à soberania de cada país.

Em um mundo cujos “senhores” não apenas silenciam como se acumpliciam e prestam apoio diante de mais um infame genocídio na história da humanidade, a mensagem de acolhimento e de esperança dos BRICS é um ganho até maior do que os resultados ditos “concretos” da cúpula.

Quanto ao Brasil, o governo Lula acabou por vestir a carapuça de “cavalo-de-troia” do Ocidente para solapar os esforços do grupo, talvez ao lado da Arábia Saudita, a qual até aqui vem ao menos se esquivando de aceitar o convite para fazer parte do grupo.

A ausência de Lula em Kazan encontra respaldo na proibição médica de viagens longas de avião.

É, porém, inescusável que Fernando Haddad tenha sido o único ministro da economia e finanças dos países-membro a ter deixado de comparecer às reuniões preparatórias e, pior, a ter voado justamente para Washington justamente na data da cúpula para cumprir agendas outras.

O país que assumiu à frente da implantação da bolsa de grãos dos BRICS é a Rússia, o maior produtor de grãos do planeta. Não deveria ser uma prioridade para o Brasil, o segundo maior produtor (e o primeiro em soja, milho e café) vir a conjuntamente encabeçar essa iniciativa?

Foi também sintomático que a representação do Brasil em Kazan tenha ficado a cargo do chanceler Mauro “se Putin vier ao Brasil teremos que prendê-lo” Vieira.

Não se deve subestimar as pressões a que Lula possa estar submetido, e está claro que o governo Lula 3 não faz o que quer, faz aquilo que consegue fazer. Quando Arthur Lira o chantageia ele não o faz em seu nome pessoal, faz em nome da expressiva maioria que a direita auferiu na Câmara dos Deputados.

E quando, faltando seis dias para Kazan, Lula recebe os principais banqueiros do país os quais saem da reunião tecendo elogios ao governo, ficam patentes os limites aos quais Lula está confinado em termos da sua atuação para a construção do mundo multipolar.

Não obstante, mesmo que possa ser explicável, essa posição assumida pelo Brasil vem jogar contra as pretensões de Lula de entrar para a História como um grande estadista reconhecido mundialmente.

Para os BRICS, a má notícia é que terá início agora a presidência brasileira do bloco, e a boa notícia é que daqui a um ano ela acaba.

Resta falar do veto brasileiro à entrada da Venezuela nos BRICS. O argumento de que as eleições na Venezuela não foram exatamente “democráticas” não para em pé, porque não houve restrições do Brasil à entrada de Cuba, onde vigora um regime de partido único em que sequer ocorrem eleições presidenciais, muito menos existe qualquer “alternância de poder” desde 1959.

É claro que existe participação política em Cuba, que assim é democrática a seu modo próprio – mas assim também é na Venezuela.

A própria democracia brasileira, com suas bancadas majoritárias de parlamentares fisiológicos e corruptos perpetuamente reeleitos por força de orçamentos secretos, emendas pix e compras de votos, não tem como ser tomada por qualitativamente superior à venezuelana somente porque a um nível formal as nossas urnas eletrônicas garantem a lisura da apuração.

Já o argumento de que a Venezuela “não contribui para a paz” (palavras de Celso Amorim) tampouco convence, dado ser por demais sabido que o ambiente político venezuelano se encontra de tal modo deteriorado que ambos, governo e oposição, não se furtam a toda sorte de expedientes violentos e antidemocráticos, e fazem do processo eleitoral mero pretexto para se perpetuarem no poder (governo) ou para açambarcá-lo a quaisquer meios (oposição).

Não há dúvida que o governo brasileiro tem as suas legítimas razões para não reconhecer a vitória eleitoral de Maduro, porém o que está em jogo é o advento do mundo multipolar, para o qual a Venezuela é peça muito importante.

Priorizar uma questão local em detrimento do interesse global é míope para se dizer o mínimo – é como jogar fora o bebê junto com a água suja do banho.

Enfim, Nicolás Maduro esteve em Kazan, mas não como “penetra” como a imprensa brasileira quis fazer parecer, e sim como convidado de Putin, o qual fez questão de deixar bem claro que a Venezuela somente não entrou para o grupo devido ao veto brasileiro, e que recepcionou Maduro de forma particularmente veemente (vídeo) – sendo que a acolhida de Xi Jinping a Maduro não foi menos calorosa.

Maduro tomou seu assento na mesa-redonda dos líderes, do que tirou o devido proveito.

Para encerrar, um episódio pitoresco sobre a imagem que ilustra a chamada deste artigo e, propositalmente, a reproduzimos abaixo.

Um Vladimir Putin especialmente bem-humorado resolveu fazer uma troça, gaiatice ou pilhéria (chame como quiser, mas eu me recuso a chamar de “trolagem”) e mandou desenhar e imprimir aquela que seria “a nova moeda dos BRICS”, em substituição ao dólar.

Pois não é que não pouca gente nas mídias tanto hegemônica como alternativa não caiu na esparrela, e acreditou por alguns momentos que ele estaria falando sério, até se darem conta da vergonha que estavam passando?

Deprimente mundo este, em que não se pode mais nem aprontar uma molecagem…

 

¨      Kazan rasgou ilusões do Ocidente sobre “isolamento de Putin”

Quase três anos após a invasão da Ucrânia, que resultou em sanções e condenações globais contra Moscou, o presidente Vladimir Putin organizou uma cúpula com mais de uma dúzia de líderes mundiais, enviando uma mensagem clara de que, longe de estar sozinho, um grupo emergente de nações o apoia.

A cúpula de três dias do BRICS, realizada entre os dias 22 e 24 de outubro na cidade russa de Kazan, foi o primeiro encontro do grupo de economias emergentes – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – desde sua expansão para incluir Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã.

Putin se reuniu com Xi Jinping, da China, no primeiro dia do evento, e afirmou, após o encontro, que a parceria entre seus países era um “modelo de como as relações entre Estados devem ser construídas.” Outros líderes, como Narendra Modi, da Índia, e Cyril Ramaphosa, da África do Sul, também participaram da cúpula. Além deles, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, também foi convidado a comparecer. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, cancelou sua participação após sofrer uma lesão em casa.

A cúpula de Kazan foi, assim, o maior evento internacional organizado pelo presidente russo desde o início da guerra, em fevereiro de 2022. Esta reunião evidenciou uma convergência de países que desejam uma mudança no equilíbrio global de poder e que, em muitos casos – como Rússia, China e Irã –, buscam diretamente confrontar o Ocidente liderado pelos Estados Unidos.

Essa foi a mensagem que Putin e seu aliado mais próximo, Xi, transmitiram ao longo da cúpula: o Ocidente é quem está isolado no cenário mundial com suas sanções e alianças, enquanto uma “maioria global” apoia o esforço de contestação à liderança americana.

Em declarações aos repórteres antes da cúpula, Putin exaltou a crescente influência econômica e política dos países do BRICS como um “fato inegável” e afirmou que, se o BRICS e outros países interessados trabalhassem juntos, eles “seriam um elemento substancial da nova ordem mundial” – embora tenha negado que o grupo fosse uma “aliança antiocidental.”

A cúpula foi particularmente relevante por ocorrer às vésperas das eleições nos EUA, onde uma possível vitória de Donald Trump poderia levar a uma mudança no apoio americano à Ucrânia e tensionar os laços de Washington com seus tradicionais aliados.

A reunião de 2024 contrastou fortemente com a do ano anterior em Joanesburgo, quando Putin participou virtualmente devido ao mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional em razão de supostos crimes de guerra na Ucrânia. Desta vez, o presidente russo esteve à frente da primeira cúpula do BRICS ampliado em um contexto geopolítico marcado não apenas pelo conflito na Ucrânia, mas também pela escalada de tensões no Oriente Médio, onde Israel enfrenta milícias apoiadas pelo Irã.

Putin confirmou antes da cúpula que o líder palestino Mahmoud Abbas participaria do evento. Rússia e China criticaram as ações de Israel e pediram um cessar-fogo, enquanto os EUA apoiaram o direito de Israel de retaliar contra grupos militantes.

Além de discutirem a criação de um sistema de pagamentos fora da esfera do dólar e maneiras de impulsionar a cooperação econômica, tecnológica e financeira, a cúpula também ofereceu a Putin oportunidades de encontros bilaterais com outros líderes do BRICS e dignitários aliados.

 

¨      BRICS+ e Sul Global estão cada vez mais desconfiados da 'ordem baseada em regras' dos EUA

Apesar da cúpula do BRICS de Kazan ter acabado no início desta semana, a imprensa ocidental segue refletindo sobre como a Rússia conseguiu superar a pressão das sanções e continuar a ter um papel importante na política global.

Moscou está pressionando por "uma ordem mundial alternativa [...] para combater a ordem dominada pelas nações ocidentais ricas", escreveu o Washington Post. O jornal citou o presidente russo Vladimir Putin dizendo que o bloco está "se esforçando para construir um mundo melhor, onde a opinião de cada nação seja respeitada".

A última cúpula do BRICS "mostra determinação por uma nova ordem mundial", ecoou o The Conversation. Embora a publicação insista que o Ocidente ainda pode ter tempo para se reengajar com o Sul Global, ela reconhece que há "um aumento substancial do interesse pelo BRICS", à medida que uma série de novas inscrições para ingressar no formato se acumulam.

As questões apresentadas na cúpula "ecoam fortemente entre uma variedade de países, desde potências globais como a China até nações em todo o Sul Global", escreve o Responsible Statecraft (RS), um meio de comunicação do Quincy Institute, um think tank sediado em Washington DC.

"Todos eles compartilham um interesse comum em navegar pelos desafios emergentes apresentados por uma arquitetura multipolar em rápido desenvolvimento", aponta o think tank. "Após várias décadas de guerra e sanções prejudiciais, as nações BRICS+ estão cada vez mais desconfiadas da 'ordem baseada em regras' liderada pelos Estados Unidos, que favorece poucos às custas de muitos."

A desdolarização e uma mudança para meios de pagamento alternativos é outro desenvolvimento notável, especialmente considerando que os países BRICS+ estão aumentando constantemente suas reservas de ouro, enfatiza RS. O foco na acumulação do metal precioso mostra que as nações em desenvolvimento estão se afastando da dependência do dólar, observa o think tank.

Enquanto isso, o secretário-geral da ONU, António Guterres, saudou a cúpula de Kazan e a chamou de ferramenta para resolver problemas globais em uma entrevista com o jornalista russo Pavel Zarubin, divulgada no Telegram neste domingo (27).

<><> Chancelaria boliviana acusa Evo Morales de liderar 'ações desestabilizadoras' contra o país

As "ações desestabilizadoras" lideradas pelo ex-presidente Evo Morales (2006-2019) visam interromper a ordem democrática, publicou ontem (26) o Ministério das Relações Exteriores da Bolívia em seu site oficial.

"O Ministério das Relações Exteriores do Estado Plurinacional da Bolívia denuncia à comunidade internacional que uma série de ações desestabilizadoras lideradas pelo ex-presidente Evo Morales Ayma estão em curso em nosso país, que buscam interromper a ordem democrática, o que constitui uma grave ameaça não apenas a Bolívia, mas também a estabilidade e a segurança em nossa região", diz o comunicado.

Essas ações, segundo o órgão, intensificaram-se nos últimos 13 dias, "com um bloqueio criminoso de estradas, principalmente no trecho que liga o leste ao oeste da Bolívia, impedindo o abastecimento regular de alimentos, combustíveis e remédios, bem como a livre circulação da população".

Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Bolívia, pelo menos 14 policiais ficaram feridos até o momento devido às ações de grupos supostamente relacionados a Morales.

Neste contexto, o atual governo tem tomado medidas para fornecer alimentos, combustíveis e medicamentos à população, bem como ações para desbloquear estradas.

"O Estado Plurinacional da Bolívia apela à comunidade internacional, aos Estados, às organizações multilaterais e aos povos do mundo para que permaneçam vigilantes face a estes acontecimentos desestabilizadores que procuram colocar em risco a democracia recuperada pelo povo boliviano", afirma o comunicado.

Eleitores de Morales protestam em diferentes departamentos desde 14 de outubro, com bloqueios de estradas, objetivando impedir uma investigação por tráfico e estupro que remonta a 2016 e foi reativada pelo Ministério Público da cidade de Tarija (sul).

O atual presidente, Luis Arce, foi ministro da Economia de Morales durante a maior parte dos seus 14 anos de governo, mas agora os dois enfrentam-se sobre a candidatura presidencial pelo Movimento ao Socialismo (MAS) para as eleições gerais de 2025.

 

Fonte: Viomundo/O Cafezinho/Sputnik Brasil

 

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