quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Robson Sávio Reis Souza: ‘Breves notas sobre os resultados das eleições de 2024’

Nesses últimos dias, muitas análises sobre o resultado das eleições municipais estão nos ajudando a compreender o complexo momento sociopolítico que vivemos no Brasil. Para além da disputa pelo poder político, eleições costumam sinalizar importantes alterações sociopolíticas. Ou seja, os resultados das urnas também apontam para movimentos e tendências em disputa na sociedade. E, como ocorre noutros países, eleições têm relação e impacto nas múltiplas crises de sentido do mundo contemporâneo. 

Parte significativa das análises do resultado do pleito chega a duas conclusões:

 (1) apontam para o crescimento substantivo não somente dos setores à direita, mas também da extrema-direita no cenário político brasileiro;

(2) “culpam” as esquerdas, e principalmente o PT, pelo crescimento dos espectros políticos reacionários. Um parêntesis inicial: os resultados do segundo turno mostram, claramente, que a extrema-direita tem limites e enfrentou derrotas vigorosas em boa parte das disputas. Ainda... 

Mas, não nos iludamos. Há que se analisar os erros cometidos pelos setores progressistas nos últimos tempos. Não se assumir como campo para as mudanças efetivas nas sociedades marcadas pelo neoliberalismo excludente é um desses desacertos. E, no caso brasileiro, especificamente, a estratégia utilizada pelos governos do PT de coalizões com setores conservadores (à direita) e o abandono a pautas importantes que, historicamente, caracterizam o campo das esquerdas podem justificar algumas das frustrações de parte do eleitorado com os setores progressistas.  

As táticas de costura de “pactos conservadores” para a garantia da chamada “governabilidade” e o incentivo de governos petistas ao consumismo e ao individualismo, em detrimento da politização social, têm se mostrado insuficientes aos desejos populares de reformas substantivas que alterem de fato e permanentemente as condições de vida da maioria das pessoas. 

Essa dubiedade dos setores progressistas quando no governo, a tentativa de agradar gregos e troianos, a “Faria Lima” e as periferias, favoreceu, em boa medida, a politização à direita da sociedade brasileira nos últimos 15 anos. Claro que outros fenômenos, como a criminalização da política pela mídia empresarial e absurdos draconianos do sistema de justiça, como a Operação Lava-Jato, devem se somar nesta análise.  Mas, o fato, ao mesmo tempo real e simbólico, é que há um orgulho difuso, nos últimos tempos, em se associar a “valores” de direita e quase uma vergonha de se assumir como de esquerda. É sintomático que candidatos de partidos ditos de esquerda não quiseram se posicionar como tal na disputa deste ano. O caso mais emblemático desta situação nestas eleições é a tentativa de Guilherme Boulos, em São Paulo, que utilizou várias estratégias marqueteiras para se pousar como um candidato conciliador, de centro, e se desassociar da sua militância à esquerda.

 Ademais, paradoxalmente, num contexto de ataques à democracia representativa pela extrema-direita, os governos do PT se notabilizaram pela defesa do establishment, justamente num contexto de erosão da democracia liberal-burguesa. Trata-se de uma estratégia de sobrevivência eleitoral, com perdas profundas à sobrevivência política. Vive-se uma “onda” de discursos antissistemas e essa tática de defesa “da ordem” é demasiadamente onerosa. Acrescente-se, aqui, essa nossa cultura judaico-cristã que sempre procura um “bode expiatório” para purgar as responsabilidades coletivas. Portanto, culpar o PT, o presidente e as esquerdas é uma solução simplista, mas altamente utilizada pelos setores conservadores e pela mídia empresarial com repercussões efetivas nas classes populares. Em relação ao crescimento da extrema-direita, é preciso analisar com certa cautela esse fenômeno, que não é restrito ao contexto nacional. Qualquer análise, mesmo do processo eleitoral, deve considerar para além daquilo que é aparente e conjuntural. 

Percebemos em várias partes do mundo múltiplas crises que desembocam num crescente sentimento de frustração, desesperança, medo e insegurança de parte significativa dos cidadãos. Há uma crise do capitalismo, que em sua fase rentista e especulativa atual não oferece à maioria das pessoas oportunidades reais de melhoria de vida, apesar dos sonhos idílicos do empreendedorismo ou da meritocracia, e até mesmo da Teologia da Prosperidade, que são vendidos por parte das igrejas cristãs como soluções milagrosas aos problemas reais da população.   

Além da crise democrática, vivenciamos um profundo colapso ambiental e climático, num planeta que não suporta mais o nível de exploração desenfreada. Há crises de governança, de descrédito nos governos eleitos e nas soluções democráticas, sendo que a democracia capitalista e representativa não responde mais a expectativas de inclusão e igualdade, como dito anteriormente.  

Não esqueçamos da crise das instituições referenciais do Ocidente, como as igrejas, a ciência e a família. A relação religiosa, aos poucos, se transforma numa relação comercial que apresenta a religião como magia ou num produto que satisfaz a gostos customizados. O que vale é uma betologia (religião como “bet” – aposta mágica), num mundo do vale-tudo: o indivíduo é potente, não pode ser constrangido e, apostando (num político salvador, nas bets, no empreendedorismo, na religião comoditizada) ele vencerá...

Por fim, e não menos importante, há uma crise ética. Num mundo marcado pela competição desenfreada e pelo hiper individualismo, os valores morais e éticos são relativizados. Um exemplo: se alguém se autointitula um “grande cristão” é aconselhável procurar entender bem o que isso significa de fato. Num mundo marcado por medos, sentimentos de ódio e insegurança quanto ao futuro, a ideia da salvação pelos próprios méritos e as saídas milagrosas, como prometem os messianismos, unem mentes e corações e fazem renascer crenças salvacionistas, autoritárias e imediatistas como possibilidade de resolução dos problemas reais das pessoas. Candidatos que sabem utilizar o medo, o ódio, a insegurança e a desesperança acabam fidelizando eleitores através desses sentimentos. As pessoas nem sempre fazem um cálculo racional para as suas decisões políticas. Estão profundamente marcadas pela subjetividade, nos seguintes termos: “se nada me salva, vale a pena apostar naquilo que pode me dar uma solução rápida, definitiva e salvadora”.  

Portanto, num contexto de degradação ética e sem referências institucionais sólidas; de religiosidades alienantes com respostas messiânicas milagrosas e infantilizadas; de segmentos sociais com mentalidade reacionária e fascista -- que não aceitam uma sociedade justa; com discursos e promessas salvacionistas disfarçados de empreendedorismo e meritocracia; com campanhas eleitorais patrocinadas pelo crime organizado e pelo orçamento secreto das emendas orçamentárias, a eleição transforma-se numa luta do bem contra o mal. Ainda mais quando os setores ditos progressistas abandonaram, amedrontados, os discursos reformistas e começaram a defender o establishment. E, assim, as respostas de ruptura radical propostas pela extrema-direita encontram muito mais eco nas mentes e corações de populações amedrontadas e sem expectativa. 

São os discursos distópicos de oportunistas que conseguem manipular as subjetividades e se beneficiam desses múltiplos sentimentos de desesperança que caracterizam o momento histórico no Ocidente. Vivemos imersos num mundo marcado pela desilusão com o Estado, as políticas públicas, os governos, o regime democrático, as igrejas e o futuro.  

Some-se, aqui, a manipulação das e nas redes digitais, seja pelas big techs ou pelos espertalhões que sabem operar esse mundo virtual. Emoções e afetos, se manipulados, resultam na fidelização de milhões de pessoas àqueles discursos que prometem salvação, imposição da “verdade” segura, uma religião mágica que soluciona problemas num passe de mágica e a restituição “dos valores cristãos e da família tradicional” como se isso, nalgum momento, tenha existido, concretamente. É preciso reconhecer esse processo histórico mais profundo e mais complexo que vivemos na contemporaneidade para além dos resultados eleitorais do momento. 

Como dito, num mundo marcado por medos e inseguranças, as promessas salvacionistas e imediatistas encontram terreno fértil. E a extrema-direita é a principal beneficiária nesse contexto.  

Por fim, é muito sintomático que no mesmo dia em que discutimos o avanço a extrema-direita no segundo turno das eleições municipais no Brasil, em Nova York (a meca do capitalismo) Donald Trump, num comício, usa de uma estética nazista como recurso eleitoral. Recordemos: em fevereiro de 1939, poucos meses antes de Hitler invadir a Polônia e começar a Segunda Guerra Mundial, no Madison Square Garden, um dos palcos mais célebres dos EUA houve uma reunião do movimento nazista americano. Na ocasião, os organizadores ergueram uma foto de George Washington e iniciaram o ato com um apelo para que os "o governo dos EUA seja devolvido ao povo americano”. Não por acaso, neste domingo, no mesmo local e com o mesmo tema, o evento organizado por Trump se associa à iniciativa nazista de outrora. Lembremos que durante o governo Bolsonaro houve vasta utilização da estética nazista por membros do governo. Coincidência? 

Mas, não é só isso. Miremos o passado e voltemos ao presente: em São Paulo, para implantar o medo e o horror no dia das eleições, o governador do mais populoso estado brasileiro, sem provas, acusa Boulos de ser beneficiado pelo PCC. Em Belo Horizonte, Bruno Engler (em parceria com Nicolas Ferreira) usa da estratégia da censura a um livro de ficção (de Fuad Noman, seu adversário - que trata do drama do estupro de crianças) para saquear “votos moralistas” na reta final da campanha. O vale-tudo eleitoral da extrema-direita não tem limite. Até agora, depois de tudo o que aconteceu no Brasil sob Bolsonaro, somente lambaris foram condenados. A extrema-direita não está somente nos partidos. Ela está nos tribunais, nas famílias, nas empresas, nas igrejas. Por isso, tem terreno fértil... 

Esses poucos e contundentes exemplos sinalizam que o crescimento da extrema-direita no Brasil e no mundo pode ser somente a ponta do iceberg da decadência de um modelo de sociedade.  

O tempo nos dirá... 

 

¨      Dois turnos de 2024: pontos para um balanço. Por Valter Pomar

A eleição no primeiro turno ocorreu em 5569 municípios.

Portanto, há 5.569 balanços municipais a serem feitos.

Ou, no caso do PT, 3.550 balanços, que é o número total de municípios onde (segundo o Grupo de Trabalho Eleitoral do partido) lançamos candidaturas.

Também é necessário fazer 26 balanços estaduais (no Distrito Federal não acontecem eleições municipais).

Mas, para além dos balanços municipais e estaduais, há um balanço nacional a ser feito.

Sobre este, algumas opiniões preliminares.

<><> Primeiro: as direitas

Os partidos que vão do centro à direita receberam mais votos, conquistaram maior número de prefeituras e maior número de vereanças. Isso aconteceu no primeiro turno e se repetiu no segundo turno.

Os números (aproximados) no primeiro turno foram os seguintes:  

*91 milhões de votos em candidaturas do centro à direita, 22 milhões de votos para candidaturas do centro à esquerda;

*4726 prefeituras conquistadas por candidaturas do centro à direita, 740 prefeituras conquistadas por candidaturas do centro à esquerda;

*48.106 mandatos de vereança conquistados por candidaturas do centro à direita, 10.308 mandatos conquistados por candidaturas do centro à esquerda.

No segundo turno, os números (aproximados) foram os seguintes:

*17 milhões de votos em candidaturas do centro à direita, quase 5 milhões de votos em candidaturas do centro à esquerda;

*45 prefeituras conquistadas por candidaturas do centro à direita, 6 prefeituras conquistadas por candidaturas do centro à esquerda.

Por quais motivos os partidos do centro à direita venceram? 

Entre estes motivos, há que considerar a força acumulada, dinheiro, mídia, crime, influência dos aparatos, legislação eleitoral que os favorece, emendas parlamentares, uso da máquina, linha política etc. 

Mas há, também, o que nós da esquerda fizemos ou deixamos de fazer.

<><> Segundo: os nem nem

Tanto no primeiro quanto no segundo turno, houve um imenso número de pessoas que não compareceram para votar; ou compareceram, mas votaram branco ou nulo. 

Estamos falando de mais de 40 milhões de brasileiros e brasileiras.

Há quem compreenda este fenômeno como uma demonstração do “fracasso” da democracia, outros como uma manifestação antisistêmica de parte da população, outros ainda como uma confirmação da natureza burguesa do nosso sistema política. 

Qualquer que seja a avaliação, trata-se de um fenômeno que merece ser analisado em detalhe, para informar medidas que precisam ser tomadas com urgência.

<><> Terceiro: o desempenho das esquerdas

Desde 1982 até 2024, já tivemos 12 processos eleitorais municipais. 

Em todos estes processos, os partidos do centro à direita tiveram mais votos, conquistaram mais prefeituras e vereanças. Portanto, o que ocorreu em 2024 não foi um ponto fora da curva.

Entretanto, em eleições anteriores, o desempenho das esquerdas em geral e do PT em particular foi relativamente melhor do que o de 2024. 

Melhor significa: tivemos um percentual maior de votos válidos, conquistamos um número maior de prefeituras e vereanças, conseguimos uma distribuição mais equilibrada dessas prefeituras pelo território nacional, alcançamos vitórias em maior número de cidades estratégicas.

Tudo relativamente, ou seja, relativamente aos nossos inimigos e relativamente ao nosso próprio desempenho.

Vejamos o caso específico do PT, que é o Partido que possui o melhor desempenho nas esquerdas.

Se compararmos o desempenho de 2024 (metade do governo Lula 3) com o desempenho de 2004 (metade do governo Lula 1), 2008 (metade do governo Lula 2), 2012 (metade do governo Dilma 1) e 2016 (depois do golpe), o resultado para prefeituras é o seguinte:

2004 409

2008 558

2012 635

2016 256

2020 183

2024 252

Portanto, observando a curva, voltamos agora a números absolutos parecidos com os que tivemos em 2016. E superiores aos de 2020. Mas inferiores aos dos anos anteriores.

Se compararmos 2024 com 2020 (metade do governo Lula 3 com metade do governo cavernícola), o desempenho foi melhor: de 183 para 252, 69 cidades a mais.

Mas quando levamos em consideração o porte das cidades, a coisa muda de figura.

Nas cidades com mais de 100 mil eleitores, caímos de 9 para 8 prefeitos/as. A grande novidade é que agora temos uma capital.

Nas cidades com 50 a 100 mil eleitores, crescemos de 7 para 15 prefeitos/as.

Nas cidades que tem entre 20 à 50 mil eleitores, crescemos de 20 para 41 prefeitos/as.

E nas cidades com menos de 20 mil eleitores, crescemos de 147 para 188 prefeitos/as.

Ou seja, este ano elegemos 69 cidades a mais, mas a maior parte disto (41) foi em cidades de pequeno porte.

Além disso, é bom lembrar que - quando a eleição começou - o PT governava não 183 cidades, mas sim 265 cidades. Isto porque prefeitos eleitos por outros partidos, resolveram filiar-se ao PT depois da vitória de Lula. 

Portanto, a rigor, caímos de 265 para 252. 

Além disso, a distribuição das prefeituras eleitas por estado revela uma concentração brutal: 202 das 252 estão concentradas em cinco estados. Bahia e Piauí com 50 cada, Ceará com 47, Minas Gerais com 35 e Rio Grande do Sul com 20. 

Vale destacar que apenas em dois estados (Bahia e Piauí), o número atual de prefeituras é o maior já obtido. Nos outros três (Minas, Rio Grande e Ceará), o PT já governou, no passado, um número maior de cidades.

Vale destacar que houve um crescimento importante foi o número de pessoas governados por administradores petistas.  Em 2020 governávamos 4,4 milhões de pessoas, agora vamos passar a governar 7,6 milhões de pessoas (lembrando que Fortaleza sozinha tem 2,4 milhões). Um crescimento de 73% em termos da população governada. 

Mas este crescimento precisa ser considerado relativamente: o PL governava 6,6 milhões em 2020 e agora passou a governar 19 milhões, um crescimento de 189%. O PSD e o Republicanos também tiveram um crescimento expressivo em termos proporcionais.

Ademais, quando comparamos o PT consigo mesmo, o resultado é o seguinte: o PT governava 19,9 milhões em 2008, 27 milhões em 2012, 4,3 milhões em 2016, 4,4 milhões em 2020 e agora vamos governar 7,6 milhões.

Por esses e por outros motivos, quando analisamos do ponto de vista nacional, o resultado para as esquerdas em geral e para o PT em particular não deve ser apresentado como uma vitória eleitoral.

Claro que há derrotas eleitorais que são vitórias políticas. Aliás, o fato de termos obtido alguns resultados mais positivos do que os de 2020, o fato de termos vencido ou de termos tido grande crescimento em algumas cidades, tudo isto demonstra que o resultado nacional poderia ter sido outro. 

Mas, quando olhamos o resultado nacional de conjunto, não é correto falar nem de vitória eleitoral, nem de vitória política. Vitórias políticas, com ou sem vitória eleitoral, foram obtidas em um número importante de cidades. Mas no conjunto do país, o resultado foi outro.

<><> Quarto: o impacto no governo

Tendo em vista que o governo Lula inclui partidos do centro à direita e do centro à esquerda, há quem diga que a oposição cavernícola ao governo Lula foi derrotada. 

E há quem vá além disso.

É o caso de Paulo Teixeira, titular do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar. Segundo Teixeira, “quem ganhou as eleições no Brasil foi a base do presidente Lula”.

A frase é meio capciosa: não foi Lula quem ganhou, nem foi o partido de Lula quem ganhou, foi “a base”. E como a “base” é composta por vários partidos do centro à direita, como o MDB e o PSD, é possível dizer que a “base” ganhou.

Mas há três problemas nessa análise.

Primeiro, minimizar a força da extrema-direita. O PL, por exemplo, foi o partido mais votado e com melhor desempenho nas cidades com mais de 200 mil eleitores.

Segundo, desconsiderar que muitas vitórias da base foram obtidas contra a esquerda, sem defender o governo e muitas vezes em aliança com a extrema-direita.

Terceiro e principalmente, esquecer que não foi toda a base do governo que cresceu. Quem cresceu foi a parte da base que vai do centro para a direita. 

O que isto vai significar, na condução do governo e nas eleições de 2026, ainda está por ser definido. Mas há crescentes motivos de preocupação para quem é de esquerda.

<><> Quinto: para além das eleições

Para além das questões citadas anteriormente, há inúmeras que merecem análise detalhada.  A respeito, cito a seguir trechos de um texto divulgado no dia 9 de outubro de 2024.

A eleição demonstrou, mais uma vez, que temos três graves problemas: em primeiro lugar, um déficit de compreensão acerca da realidade brasileira, das classes e da luta de classes neste momento da história do Brasil, em particular a análise sobre a influência da extrema-direita sobre os setores populares; em segundo lugar, uma reduzida presença cotidiana junto à classe trabalhadora, o que explica parte da dificuldade que enfrentamos nas campanhas eleitorais; em terceiro lugar, uma orientação estratégica equivocada, que não dá conta dos tempos de guerra em que vivemos. O PED de 2025 será útil se, além de substituir quem precisa ser substituído, também ajudar o Partido a perceber e começar a corrigir estes problemas.

 

Fonte: Brasil 247

 

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