Robson Sávio Reis Souza: ‘Breves notas
sobre os resultados das eleições de 2024’
Nesses últimos dias,
muitas análises sobre o resultado das eleições municipais estão nos ajudando a
compreender o complexo momento sociopolítico que vivemos no Brasil. Para além
da disputa pelo poder político, eleições costumam sinalizar importantes alterações
sociopolíticas. Ou seja, os resultados das urnas também apontam para movimentos
e tendências em disputa na sociedade. E, como ocorre noutros países, eleições
têm relação e impacto nas múltiplas crises de sentido do mundo
contemporâneo.
Parte significativa
das análises do resultado do pleito chega a duas conclusões:
(1) apontam para o crescimento substantivo não
somente dos setores à direita, mas também da extrema-direita no cenário
político brasileiro;
(2) “culpam” as
esquerdas, e principalmente o PT, pelo crescimento dos espectros políticos
reacionários. Um parêntesis inicial: os resultados do segundo turno mostram,
claramente, que a extrema-direita tem limites e enfrentou derrotas vigorosas em
boa parte das disputas. Ainda...
Mas, não nos iludamos.
Há que se analisar os erros cometidos pelos setores progressistas nos últimos
tempos. Não se assumir como campo para as mudanças efetivas nas sociedades
marcadas pelo neoliberalismo excludente é um desses desacertos. E, no caso brasileiro,
especificamente, a estratégia utilizada pelos governos do PT de coalizões com
setores conservadores (à direita) e o abandono a pautas importantes que,
historicamente, caracterizam o campo das esquerdas podem justificar algumas das
frustrações de parte do eleitorado com os setores progressistas.
As táticas de costura
de “pactos conservadores” para a garantia da chamada “governabilidade” e o
incentivo de governos petistas ao consumismo e ao individualismo, em detrimento
da politização social, têm se mostrado insuficientes aos desejos populares de
reformas substantivas que alterem de fato e permanentemente as condições de
vida da maioria das pessoas.
Essa dubiedade dos
setores progressistas quando no governo, a tentativa de agradar gregos e
troianos, a “Faria Lima” e as periferias, favoreceu, em boa medida, a
politização à direita da sociedade brasileira nos últimos 15 anos. Claro que
outros fenômenos, como a criminalização da política pela mídia empresarial e
absurdos draconianos do sistema de justiça, como a Operação Lava-Jato, devem se
somar nesta análise. Mas, o fato, ao mesmo tempo real e simbólico, é que
há um orgulho difuso, nos últimos tempos, em se associar a “valores” de direita
e quase uma vergonha de se assumir como de esquerda. É sintomático que candidatos
de partidos ditos de esquerda não quiseram se posicionar como tal na disputa
deste ano. O caso mais emblemático desta situação nestas eleições é a tentativa
de Guilherme Boulos, em São Paulo, que utilizou várias estratégias marqueteiras
para se pousar como um candidato conciliador, de centro, e se desassociar da
sua militância à esquerda.
Ademais,
paradoxalmente, num contexto de ataques à democracia representativa pela
extrema-direita, os governos do PT se notabilizaram pela defesa do
establishment, justamente num contexto de erosão da democracia
liberal-burguesa. Trata-se de uma estratégia de sobrevivência eleitoral, com
perdas profundas à sobrevivência política. Vive-se uma “onda” de discursos
antissistemas e essa tática de defesa “da ordem” é demasiadamente onerosa.
Acrescente-se, aqui, essa nossa cultura judaico-cristã que sempre procura um
“bode expiatório” para purgar as responsabilidades coletivas. Portanto, culpar
o PT, o presidente e as esquerdas é uma solução simplista, mas altamente
utilizada pelos setores conservadores e pela mídia empresarial com repercussões
efetivas nas classes populares. Em relação ao crescimento da extrema-direita, é
preciso analisar com certa cautela esse fenômeno, que não é restrito ao
contexto nacional. Qualquer análise, mesmo do processo eleitoral, deve
considerar para além daquilo que é aparente e conjuntural.
Percebemos em várias
partes do mundo múltiplas crises que desembocam num crescente sentimento de
frustração, desesperança, medo e insegurança de parte significativa dos
cidadãos. Há uma crise do capitalismo, que em sua fase rentista e especulativa
atual não oferece à maioria das pessoas oportunidades reais de melhoria de
vida, apesar dos sonhos idílicos do empreendedorismo ou da meritocracia, e até
mesmo da Teologia da Prosperidade, que são vendidos por parte das igrejas
cristãs como soluções milagrosas aos problemas reais da população.
Além da crise
democrática, vivenciamos um profundo colapso ambiental e climático, num planeta
que não suporta mais o nível de exploração desenfreada. Há crises de
governança, de descrédito nos governos eleitos e nas soluções democráticas,
sendo que a democracia capitalista e representativa não responde mais a
expectativas de inclusão e igualdade, como dito anteriormente.
Não esqueçamos da
crise das instituições referenciais do Ocidente, como as igrejas, a ciência e a
família. A relação religiosa, aos poucos, se transforma numa relação comercial
que apresenta a religião como magia ou num produto que satisfaz a gostos customizados.
O que vale é uma betologia (religião como “bet” – aposta mágica), num mundo do
vale-tudo: o indivíduo é potente, não pode ser constrangido e, apostando (num
político salvador, nas bets, no empreendedorismo, na religião comoditizada) ele
vencerá...
Por fim, e não menos
importante, há uma crise ética. Num mundo marcado pela competição desenfreada e
pelo hiper individualismo, os valores morais e éticos são relativizados. Um
exemplo: se alguém se autointitula um “grande cristão” é aconselhável procurar
entender bem o que isso significa de fato. Num mundo marcado por medos,
sentimentos de ódio e insegurança quanto ao futuro, a ideia da salvação pelos
próprios méritos e as saídas milagrosas, como prometem os messianismos, unem
mentes e corações e fazem renascer crenças salvacionistas, autoritárias e
imediatistas como possibilidade de resolução dos problemas reais das pessoas.
Candidatos que sabem utilizar o medo, o ódio, a insegurança e a desesperança
acabam fidelizando eleitores através desses sentimentos. As pessoas nem sempre
fazem um cálculo racional para as suas decisões políticas. Estão profundamente
marcadas pela subjetividade, nos seguintes termos: “se nada me salva, vale a
pena apostar naquilo que pode me dar uma solução rápida, definitiva e salvadora”.
Portanto, num contexto
de degradação ética e sem referências institucionais sólidas; de religiosidades
alienantes com respostas messiânicas milagrosas e infantilizadas; de segmentos
sociais com mentalidade reacionária e fascista -- que não aceitam uma sociedade
justa; com discursos e promessas salvacionistas disfarçados de empreendedorismo
e meritocracia; com campanhas eleitorais patrocinadas pelo crime organizado e
pelo orçamento secreto das emendas orçamentárias, a eleição transforma-se numa
luta do bem contra o mal. Ainda mais quando os setores ditos progressistas
abandonaram, amedrontados, os discursos reformistas e começaram a defender o
establishment. E, assim, as respostas de ruptura radical propostas pela
extrema-direita encontram muito mais eco nas mentes e corações de populações
amedrontadas e sem expectativa.
São os discursos
distópicos de oportunistas que conseguem manipular as subjetividades e se
beneficiam desses múltiplos sentimentos de desesperança que caracterizam o
momento histórico no Ocidente. Vivemos imersos num mundo marcado pela desilusão
com o Estado, as políticas públicas, os governos, o regime democrático, as
igrejas e o futuro.
Some-se, aqui, a
manipulação das e nas redes digitais, seja pelas big techs ou pelos
espertalhões que sabem operar esse mundo virtual. Emoções e afetos, se
manipulados, resultam na fidelização de milhões de pessoas àqueles discursos
que prometem salvação, imposição da “verdade” segura, uma religião mágica que
soluciona problemas num passe de mágica e a restituição “dos valores cristãos e
da família tradicional” como se isso, nalgum momento, tenha existido,
concretamente. É preciso reconhecer esse processo histórico mais profundo e
mais complexo que vivemos na contemporaneidade para além dos resultados
eleitorais do momento.
Como dito, num mundo
marcado por medos e inseguranças, as promessas salvacionistas e imediatistas
encontram terreno fértil. E a extrema-direita é a principal beneficiária nesse
contexto.
Por fim, é muito
sintomático que no mesmo dia em que discutimos o avanço a extrema-direita no
segundo turno das eleições municipais no Brasil, em Nova York (a meca do
capitalismo) Donald Trump, num comício, usa de uma estética nazista como
recurso eleitoral. Recordemos: em fevereiro de 1939, poucos meses antes de
Hitler invadir a Polônia e começar a Segunda Guerra Mundial, no Madison Square
Garden, um dos palcos mais célebres dos EUA houve uma reunião do movimento
nazista americano. Na ocasião, os organizadores ergueram uma foto de George
Washington e iniciaram o ato com um apelo para que os "o governo dos EUA
seja devolvido ao povo americano”. Não por acaso, neste domingo, no mesmo local
e com o mesmo tema, o evento organizado por Trump se associa à iniciativa
nazista de outrora. Lembremos que durante o governo Bolsonaro houve vasta
utilização da estética nazista por membros do governo. Coincidência?
Mas, não é só isso.
Miremos o passado e voltemos ao presente: em São Paulo, para implantar o medo e
o horror no dia das eleições, o governador do mais populoso estado brasileiro,
sem provas, acusa Boulos de ser beneficiado pelo PCC. Em Belo Horizonte, Bruno
Engler (em parceria com Nicolas Ferreira) usa da estratégia da censura a um
livro de ficção (de Fuad Noman, seu adversário - que trata do drama do estupro
de crianças) para saquear “votos moralistas” na reta final da campanha. O
vale-tudo eleitoral da extrema-direita não tem limite. Até agora, depois de
tudo o que aconteceu no Brasil sob Bolsonaro, somente lambaris foram
condenados. A extrema-direita não está somente nos partidos. Ela está nos
tribunais, nas famílias, nas empresas, nas igrejas. Por isso, tem terreno
fértil...
Esses poucos e
contundentes exemplos sinalizam que o crescimento da extrema-direita no Brasil
e no mundo pode ser somente a ponta do iceberg da decadência de um modelo de
sociedade.
O tempo nos
dirá...
¨ Dois turnos de 2024: pontos para um balanço. Por Valter Pomar
A eleição no primeiro
turno ocorreu em 5569 municípios.
Portanto, há 5.569
balanços municipais a serem feitos.
Ou, no caso do PT,
3.550 balanços, que é o número total de municípios onde (segundo o Grupo de
Trabalho Eleitoral do partido) lançamos candidaturas.
Também é necessário
fazer 26 balanços estaduais (no Distrito Federal não acontecem eleições
municipais).
Mas, para além dos
balanços municipais e estaduais, há um balanço nacional a ser feito.
Sobre este, algumas
opiniões preliminares.
<><>
Primeiro: as direitas
Os partidos que vão do
centro à direita receberam mais votos, conquistaram maior número de prefeituras
e maior número de vereanças. Isso aconteceu no primeiro turno e se repetiu no
segundo turno.
Os números
(aproximados) no primeiro turno foram os seguintes:
*91 milhões de votos
em candidaturas do centro à direita, 22 milhões de votos para candidaturas do
centro à esquerda;
*4726 prefeituras
conquistadas por candidaturas do centro à direita, 740 prefeituras conquistadas
por candidaturas do centro à esquerda;
*48.106 mandatos de
vereança conquistados por candidaturas do centro à direita, 10.308 mandatos
conquistados por candidaturas do centro à esquerda.
No segundo turno, os
números (aproximados) foram os seguintes:
*17 milhões de votos
em candidaturas do centro à direita, quase 5 milhões de votos em candidaturas
do centro à esquerda;
*45 prefeituras
conquistadas por candidaturas do centro à direita, 6 prefeituras conquistadas
por candidaturas do centro à esquerda.
Por quais motivos os
partidos do centro à direita venceram?
Entre estes motivos,
há que considerar a força acumulada, dinheiro, mídia, crime, influência dos
aparatos, legislação eleitoral que os favorece, emendas parlamentares, uso da
máquina, linha política etc.
Mas há, também, o que
nós da esquerda fizemos ou deixamos de fazer.
<><>
Segundo: os nem nem
Tanto no primeiro
quanto no segundo turno, houve um imenso número de pessoas que não compareceram
para votar; ou compareceram, mas votaram branco ou nulo.
Estamos falando de
mais de 40 milhões de brasileiros e brasileiras.
Há quem compreenda
este fenômeno como uma demonstração do “fracasso” da democracia, outros como
uma manifestação antisistêmica de parte da população, outros ainda como uma
confirmação da natureza burguesa do nosso sistema política.
Qualquer que seja a
avaliação, trata-se de um fenômeno que merece ser analisado em detalhe, para
informar medidas que precisam ser tomadas com urgência.
<><>
Terceiro: o desempenho das esquerdas
Desde 1982 até 2024,
já tivemos 12 processos eleitorais municipais.
Em todos estes
processos, os partidos do centro à direita tiveram mais votos, conquistaram
mais prefeituras e vereanças. Portanto, o que ocorreu em 2024 não foi um
ponto fora da curva.
Entretanto, em
eleições anteriores, o desempenho das esquerdas em geral e do PT em particular
foi relativamente melhor do que o de 2024.
Melhor significa:
tivemos um percentual maior de votos válidos, conquistamos um número maior de
prefeituras e vereanças, conseguimos uma distribuição mais equilibrada dessas
prefeituras pelo território nacional, alcançamos vitórias em maior número de
cidades estratégicas.
Tudo relativamente, ou
seja, relativamente aos nossos inimigos e relativamente ao nosso próprio
desempenho.
Vejamos o caso
específico do PT, que é o Partido que possui o melhor desempenho nas esquerdas.
Se compararmos o
desempenho de 2024 (metade do governo Lula 3) com o desempenho de 2004 (metade
do governo Lula 1), 2008 (metade do governo Lula 2), 2012 (metade do governo
Dilma 1) e 2016 (depois do golpe), o resultado para prefeituras é o seguinte:
2004 409
2008 558
2012 635
2016 256
2020 183
2024 252
Portanto, observando a
curva, voltamos agora a números absolutos parecidos com os que tivemos em 2016.
E superiores aos de 2020. Mas inferiores aos dos anos anteriores.
Se compararmos 2024
com 2020 (metade do governo Lula 3 com metade do governo cavernícola), o
desempenho foi melhor: de 183 para 252, 69 cidades a mais.
Mas quando levamos em
consideração o porte das cidades, a coisa muda de figura.
Nas cidades com mais
de 100 mil eleitores, caímos de 9 para 8 prefeitos/as. A grande novidade é que
agora temos uma capital.
Nas cidades com 50 a
100 mil eleitores, crescemos de 7 para 15 prefeitos/as.
Nas cidades que tem
entre 20 à 50 mil eleitores, crescemos de 20 para 41 prefeitos/as.
E nas cidades com
menos de 20 mil eleitores, crescemos de 147 para 188 prefeitos/as.
Ou seja, este ano
elegemos 69 cidades a mais, mas a maior parte disto (41) foi em cidades de
pequeno porte.
Além disso, é bom
lembrar que - quando a eleição começou - o PT governava não 183 cidades, mas
sim 265 cidades. Isto porque prefeitos eleitos por outros partidos, resolveram
filiar-se ao PT depois da vitória de Lula.
Portanto, a rigor,
caímos de 265 para 252.
Além disso, a
distribuição das prefeituras eleitas por estado revela uma concentração brutal:
202 das 252 estão concentradas em cinco estados. Bahia e Piauí com 50 cada,
Ceará com 47, Minas Gerais com 35 e Rio Grande do Sul com 20.
Vale destacar que
apenas em dois estados (Bahia e Piauí), o número atual de prefeituras é o maior
já obtido. Nos outros três (Minas, Rio Grande e Ceará), o PT já governou, no
passado, um número maior de cidades.
Vale destacar que
houve um crescimento importante foi o número de pessoas governados por
administradores petistas. Em 2020 governávamos 4,4 milhões de pessoas,
agora vamos passar a governar 7,6 milhões de pessoas (lembrando que Fortaleza
sozinha tem 2,4 milhões). Um crescimento de 73% em termos da população
governada.
Mas este crescimento
precisa ser considerado relativamente: o PL governava 6,6 milhões em 2020 e
agora passou a governar 19 milhões, um crescimento de 189%. O PSD e o
Republicanos também tiveram um crescimento expressivo em termos proporcionais.
Ademais, quando
comparamos o PT consigo mesmo, o resultado é o seguinte: o PT governava 19,9
milhões em 2008, 27 milhões em 2012, 4,3 milhões em 2016, 4,4 milhões em 2020 e
agora vamos governar 7,6 milhões.
Por esses e por outros
motivos, quando analisamos do ponto de vista nacional, o resultado para as
esquerdas em geral e para o PT em particular não deve ser apresentado como uma
vitória eleitoral.
Claro que há derrotas
eleitorais que são vitórias políticas. Aliás, o fato de termos obtido alguns
resultados mais positivos do que os de 2020, o fato de termos vencido ou de
termos tido grande crescimento em algumas cidades, tudo isto demonstra que o resultado
nacional poderia ter sido outro.
Mas, quando olhamos o
resultado nacional de conjunto, não é correto falar nem de vitória eleitoral,
nem de vitória política. Vitórias políticas, com ou sem vitória eleitoral,
foram obtidas em um número importante de cidades. Mas no conjunto do país, o resultado
foi outro.
<><>
Quarto: o impacto no governo
Tendo em vista que o
governo Lula inclui partidos do centro à direita e do centro à esquerda, há
quem diga que a oposição cavernícola ao governo Lula foi derrotada.
E há quem vá além
disso.
É o caso de Paulo
Teixeira, titular do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar. Segundo
Teixeira, “quem ganhou as eleições no Brasil foi a base do presidente Lula”.
A frase é meio
capciosa: não foi Lula quem ganhou, nem foi o partido de Lula quem ganhou, foi
“a base”. E como a “base” é composta por vários partidos do centro à direita,
como o MDB e o PSD, é possível dizer que a “base” ganhou.
Mas há três problemas
nessa análise.
Primeiro, minimizar a
força da extrema-direita. O PL, por exemplo, foi o partido mais votado e com
melhor desempenho nas cidades com mais de 200 mil eleitores.
Segundo, desconsiderar
que muitas vitórias da base foram obtidas contra a esquerda, sem defender o
governo e muitas vezes em aliança com a extrema-direita.
Terceiro e
principalmente, esquecer que não foi toda a base do governo que cresceu. Quem
cresceu foi a parte da base que vai do centro para a direita.
O que isto vai
significar, na condução do governo e nas eleições de 2026, ainda está por ser definido.
Mas há crescentes motivos de preocupação para quem é de esquerda.
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Quinto: para além das eleições
Para além das questões
citadas anteriormente, há inúmeras que merecem análise detalhada. A
respeito, cito a seguir trechos de um texto divulgado no dia 9 de outubro de
2024.
A eleição
demonstrou, mais uma vez, que temos três graves problemas: em primeiro lugar,
um déficit de compreensão acerca da realidade brasileira, das classes e da luta
de classes neste momento da história do Brasil, em particular a análise sobre a
influência da extrema-direita sobre os setores populares; em segundo lugar, uma
reduzida presença cotidiana junto à classe trabalhadora, o que explica parte da
dificuldade que enfrentamos nas campanhas eleitorais; em terceiro lugar, uma
orientação estratégica equivocada, que não dá conta dos tempos de guerra em que
vivemos. O PED de 2025 será útil se, além de substituir quem precisa ser
substituído, também ajudar o Partido a perceber e começar a corrigir estes
problemas.
Fonte: Brasil 247
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