quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Clínica de Salvador oferece exames gratuitos para pessoas com gordura no fígado como parte de Projeto de Pesquisa

Um Projeto de Pesquisa desenvolvido pela Clínica Matteoni, em Salvador, está oferecendo 30 vagas para pacientes com diagnóstico de doença gordurosa do fígado associada a síndromes metabólicas. O estudo tem como objetivo validar uma nova técnica de quantificação de gordura hepática, a Ultrasound Fat Fraction (USFF), com o uso de ultrassonografia e inteligência artificial. Os exames – incluindo ultrassom, ressonância magnética e elastografia – serão gratuitos para os participantes que atenderem os critérios: ter pedido médico e não ter histórico de alcoolismo ou de hepatite dos tipos B, C ou autoimune. Também é necessário apresentar resultados de exames laboratoriais realizados nos últimos seis meses: bilirrubina total, albumina, tempo de protrombina, plaquetas, fosfatase alcalina, creatinina, ALT, AST e GGT.

Segundo o radiologista Antonio Carlos Matteoni, vice-presidente da Federação Internacional de Ultrassom em Medicina e Biologia, o método USFF é uma alternativa inovadora para calcular o percentual de gordura hepática de forma acessível. “A ressonância magnética, apesar de precisa, tem um custo elevado. Já a biópsia hepática pode ser invasiva e apresentar complicações. Com o USFF, podemos fornecer aos pacientes um percentual de gordura, essencial para monitorar a evolução do tratamento e manter o estímulo às mudanças de estilo de vida”, explica o especialista.

A pesquisa conta também com a radiologista Luciana Matteoni, especialista em Radiologia Abdominal. Ela destaca que a validação do método se dará ao compará-lo com o padrão ouro atual, a técnica de Proton Density Fat Fraction (PDFF), utilizada em ressonância magnética. “Ao demonstrar a eficácia do USFF, buscamos democratizar o acesso ao diagnóstico, especialmente no acompanhamento de pacientes que precisam revisar periodicamente seus índices de gordura hepática”, afirma.

•        Sobre a doença

De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 30% da população brasileira apresenta algum grau de gordura no fígado ou esteatose hepática, doença mais prevalente em pessoas com sobrepeso, obesidade e diabetes tipo 2. Quando não tratado, o problema, associado ao risco de varizes esofágicas e insuficiência hepática, pode progredir para doenças mais graves, como a doença parenquimatosa crônica hepática, esteato-hepatite, fibrose e até cirrose, que comprometem seriamente a saúde do fígado. Cerca de 20% dos pacientes com esteatose hepática evoluem para um desses problemas mais graves.

As principais causas da doença estão associadas a hábitos de vida e condições metabólicas, incluindo alimentação rica em gorduras e açúcares, sedentarismo e consumo excessivo de álcool. Além disso, fatores de risco como hipertensão, colesterol alto e resistência à insulina aumentam as chances de desenvolver a condição. Embora a esteatose em si seja frequentemente assintomática, em estágios avançados os pacientes podem apresentar fadiga, dor abdominal e, em casos graves, sinais de insuficiência hepática.

O tratamento para esteatose hepática envolve principalmente mudanças no estilo de vida, como dieta balanceada e prática regular de exercícios físicos, visando à perda de peso e controle dos fatores de risco. Em alguns casos, medicamentos podem ser indicados para controlar as condições associadas, como diabetes e colesterol alto. A detecção precoce, por meio de exames de imagem e laboratoriais, é essencial para evitar o avanço da doença e proteger a saúde hepática a longo prazo.

De acordo com Antonio Carlos Matteoni, além da gordura no fígado, muitos pacientes também apresentam fibrose hepática, uma condição que pode coexistir ou até mesmo substituir a esteatose em casos avançados. “O grau da esteatose (quantidade de gordura) não determina, necessariamente, a gravidade da doença hepática. É possível que um paciente com esteatose grau 1 tenha uma condição hepática mais grave do que outro com grau 3. Por isso, além de avaliar a gordura, é fundamental verificar se a fibrose está presente e em que estágio se encontra, pois, em casos avançados, a fibrose pode evoluir ao ponto de substituir a gordura, complicando o quadro clínico”, esclarece o médico radiologista.

Mais informações sobre as vagas do Projeto de Pesquisa podem ser solicitadas através do e-mail administraçao@clinicamatteoni.com.br ou do telefone (71) 9 9984-6410 (Sra. Rose Silva).

 

•        Especialistas em Vida: Livro e documentário contam a história da Residência Médica na Bahia

Especialistas em Vida é o título do livro e do documentário que a Comissão Estadual de Residência Médica da Bahia (Cerem-BA) vai lançar na próxima terça-feira (5), às 20 horas, na sede da Associação Baiana de Medicina (ABM) em Salvador. As obras, que serão apresentadas em uma cerimônia exclusiva para convidados, revisitam a trajetória do Processo Seletivo Unificado da Bahia (PSU Bahia) e destacam a importância desse marco na formação de especialistas no estado. Além de uma abordagem sobre a evolução do ensino médico na graduação e pós-graduação no Brasil, o projeto mergulha em memórias e registros históricos por meio de relatos de professores icônicos que moldaram a medicina contemporânea baiana desde a criação da primeira residência médica na Bahia, no século XX, até o presente.

Reconhecida como padrão-ouro para a formação de especialistas, a residência médica encontrou no PSU Bahia uma inovação pioneira. Este processo, inicialmente conhecido como “Prova do SUS-Bahia”, ampliou-se ao longo dos anos para contemplar não apenas o Sistema Único de Saúde (SUS), mas também instituições filantrópicas e privadas, refletindo a crescente diversidade de fontes de custeio e a transformação do cenário de ensino e prática médica. Hoje, o financiamento das bolsas para os residentes é assegurado por múltiplas fontes, incluindo o Ministério da Educação, Ministério da Saúde, Secretarias de saúde estaduais e municipais, além de instituições privadas e filantrópicas de ensino ou assistência.

Segundo a médica infectologista e presidente da Cerem-BA, Miralba Freire de Carvalho Ribeiro da Silva, perante a ausência de registros documentais detalhados sobre a história do processo seletivo unificado, a Cerem-BA buscou construir um legado. O projeto Especialistas em Vida surgiu da coleta de depoimentos de médicos e gestores que participaram de diversas edições do processo, documentando, assim, a evolução do sistema e os desafios enfrentados, incluindo a recente pandemia de Covid-19. "O resultado é um material rico em história, que combina depoimentos e documentos recuperados dos arquivos da comissão", explicou.

Durante a produção, a equipe foi surpreendida com a perda do Professor Doutor André Luiz Peixinho, um dos ícones da medicina baiana e do PSU Bahia. "Felizmente, conseguimos entrevistar o Professor Peixinho para a obra. Em sua última contribuição, ele nos presenteou com preciosas informações históricas, além de reflexões sobre a formação médica e a vida. Ao nosso mestre, amigo e companheiro de profissão, dedicamos uma homenagem especial por tudo o que fez, ensinou e inspirou em todos que tiveram o privilégio de conviver com ele", relatou Miralba.

Para o médico anestesiologista e vice-presidente da Cerem-BA, Jedson dos Santos Nascimento, Especialistas em Vida transcende o mero registro histórico da residência médica na Bahia. "O livro e o documentário certamente irão inspirar as próximas gerações de médicos e estudantes", afirmou, destacando o valor do livro e do documentário como fontes de inspiração e legado para o futuro da medicina no estado. As instituições que oferecem residência médica na Bahia, assim como os convidados para o lançamento, receberão exemplares da obra literária e, em breve, o documentário estará disponível no YouTube.

 

Fonte: Por Carla Santana - Assessora de Imprensa

 

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