Saiba a importância do papel da prevenção
contra as doenças do coração
Como vai esse coração?
A pergunta e, principalmente a resposta, ganham uma importância extra quando se
referem à saúde. Manter o coração saudável é a forma inicial de prevenção
contra doenças cardiovasculares, uma das maiores causas de mortes no país,
totalizando quase 400 mil óbitos por ano, segundo a Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC). A campanha Setembro Vermelho está no ar com o objetivo de
conscientizar a população sobre o papel da prevenção contra as doenças do
coração. Precaução é a base de todo o cuidado.
As doenças
cardiovasculares são condições que afetam o coração e os vasos sanguíneos do
corpo, causando transtornos como ataques cardíacos, doença arterial
coronariana, acidentes vasculares cerebrais (AVC), entre outros problemas. “O
problema é grave porque essas doenças são responsáveis por mais de 30% das
mortes no país. São mais de 380 mil todos os anos, cerca de mil por dia. O
Brasil registra uma morte a cada 40 segundos devido às doenças
cardiovasculares”, alerta o cardiologista Gustavo Torres.
Muitos ainda
subestimam os riscos das doenças cardíacas por elas se desenvolverem de forma
silenciosa, mas podem se manifestar de maneira grave, como em um infarto. O
médico ressalta que as doenças do coração provocam o dobro de óbitos causados
por todos os tipos de câncer, duas vezes mais que as causas externas (acidentes
e violência), três vezes mais que as doenças respiratórias, e seis vezes mais
que todas as infecções.
Os principais fatores
de risco hipertensão arterial, diabetes, dislipidemias, tabagismo,
sedentarismo, estresse, obesidade, e histórico familiar de problemas
cardiovasculares. “O controle desses fatores é essencial à redução do risco em
ter problemas relacionados ao coração. A melhor maneira de tratar uma doença é
a sua prevenção, por isso é importante o checkup cardiológico”, diz
“É através dos exames de rotina que o paciente
conhece a importância de manter seus números (pressão arterial, glicose,
colesterol) e demais fatores de risco dentro da normalidade, conhecendo e
reduzindo o risco cardiovascular”, diz Gustavo.
A hipertensão, que
está entre os problemas mais comuns a afetar o coração, pode ser combatida com
prática regular de atividade física, controle do peso, consumo controlado de
sal, evitar estimulantes, diminuir a sobrecarga física e emocional são medidas que
nos ajudam a melhor controlar a pressão arterial. “Na maioria dos casos, apesar
destas medidas, o uso de medicamentos anti-hipertensivos se torna necessário”,
completa o cardiologista.
O estresse recorrente
também pode causar lesões crônicas aos vasos sanguíneos, abrindo espaço para
problemas cardiovasculares. Quadros habituais de raiva podem comprometer a
capacidade de dilatação dos vasos sanguíneos, causando lesões que geram efeitos
irreversíveis no sistema circulatório e aumentam o risco de doenças cardíacas.
Entre os sintomas que
devem despertar a atenção do indivíduo: dor ou desconforto no peito; falta de
ar ou dificuldade para respirar; palpitações; fadiga ou fraqueza, mesmo após
descanso adequado; tonturas ou desmaios; inchaço nos tornozelos, pernas, pés,
abdômen ou área ao redor dos olhos.
• Coração jovem
Um equívoco ainda
muito associado às doenças cardíacas é a questão da idade: não é algo que só
afeta gente idosa. Segundo Gustavo Torres, isso é um erro. “Cada vez mais nos
deparamos com pessoas jovens vítimas de problemas cardiovasculares. Os jovens
precisam estar atentos aos fatores de risco para doença cardiovascular já
citados, porque o seu controle deve ser iniciado precocemente”, afirma.
O cardiologista
explica que os exames de rotina devem ser realizados a partir dos 20 anos, a
cada cinco anos, para portadores de fatores de risco, com história familiar de
doença cardiovascular prematura, ou anualmente após os 40 anos de idade. “O
histórico familiar de doença cardíaca deve ser valorizado e os exames feitos
mais precocemente, a partir dos 20 anos de idade, caso algum parente de
primeiro grau tenha evento cardíaco”, ressalta.
Há também outras vias
que podem chegar ao coração, bem menos óbvias do que parece, mas igualmente
preocupantes. Muita gente nem desconfia que muitos cuidados com o coração
também envolvem a boca – e não se trata apenas da alimentação. “As bactérias
presentes na cavidade bucal podem ser levadas à corrente sanguínea e em casos
específicos se alojar no coração, podendo levar a problemas de infecção ou dano
nas válvulas cardíacas”, explica o médico.
Estudos indicam que
cerca de 45% das doenças cardíacas e 36% das mortes por problemas do coração
têm origem dentária. As bactérias associadas a doenças periodontais e gengivais
possuem relação direta com condições como a endocardite ou infecção do endocárdio.
Um dos sinais que pode salvar vidas e que é fácil chamar atenção, é a condição
do hálito, pois ela pode indicar graves problemas de saúde.
Segundo a Organização
Mundial da Saúde, as doenças cardiovasculares são as responsáveis por um terço
das mortes entre mulheres em todo o mundo, cerca de 8,5 milhões de óbitos por
ano. Para o cardiologista, podem contribuir para isso alguns fatores específicos
como a menopausa, além das causas tradicionais.
Já pela via da
alimentação, quanto mais saudável, melhor para o coração. “A alimentação
saudável colabora muito na redução do risco cardiovascular, além de melhoria
geral na qualidade de vida. São exemplos de alimentos cardioprotetores as
frutas e verduras, carnes brancas, azeite, fibras. Devem ser evitadas frituras,
carboidratos em excesso, alimentos industrializados, gordurosos ou que
contenham excesso de sódio ou conservantes”, diz.
• Dois tipos de pacientes que devem tomar
aspirina todos os dias
A aspirina é um
medicamento popular utilizado para tratar dor, inflamação e febre. Além disso,
o remédio é popularmente utilizado de forma profilática contra doenças
cardíacas. Porém, desde 2019, esse medicamento não é mais recomendado para
homens com mais de 50 anos e mulheres com mais de 60, segundo o American
College of Cardiology (ACC) ou Colégio Americano de Cardiologia, em tradução
livre, e a Associação Americana de Cardiologia.
Nesse contexto, o
cardiologista Dr. Jeremy Londou publicou um vídeo em seu TikTok na última
quarta-feira (11), explicando que, realmente, nem todo mundo deve tomar
aspirinas como forma preventiva. Porém, há dois grupos específicos que devem
tomar doses do remédio diariamente. Texto também possui informações do New York
Post.
<><> Quem
deve tomar duas aspirinas por dia?
O cardiologista Dr.
Jeremy London explica que há dois tipos de pacientes que se beneficiam por
tomar aspirina todo dia. O primeiro são as pessoas que tiveram algum ataque
cardíaco ou derrame:
— Desde que [essas
pessoas] não tenham histórico de complicações de sangramento, eles devem tomar
de 75 a 100 mg de aspirina por dia —, explica.
O médico também
explica que o segundo grupo de pessoas que podem ter algum benefício pela dose
diária de aspirina são pessoas que não tiveram ataque cardíaco, mas estão entre
40 e 70 anos de idade.
— Se você se enquadra
nessa [segunda] categoria, e tem um risco progressivo de eventos
cardiovasculares, você pode considerar a terapia [profilática] com aspirina —,
complementa.
No entanto, para
pessoas com 70 anos ou mais, o cardiologista explica que os riscos de
desconforto gastrointestinal e sangramento associados à aspirina superam os
benefícios de tomá-la para prevenir eventos cardiovasculares. Por isso, não
recomenda que pessoas acima de 70 anos tome o remédio.
Essa recomendação
também estão alinhadas com o Dr. Roger Blumenthal, especialisa do American
Heart Association (Associação Americana de Cardiologia, em tradução livre).
— Tomar aspirina
[todos os dias] não é mais recomendado para pessoas que nunca tiveram um evento
cardíaco. É recomendado apenas para pessoas que os profissionais de saúde acham
que têm um risco significativo e alto o suficiente para merecer continuar a tomá-la
—, complementa.
Embora haja custos e
benefícios a serem considerados na terapia com aspirina, uma nova pesquisa do
Mass General Brigham descobriu que tomar duas aspirinas por semana pode ajudar
a reduzir o risco de câncer colorretal em adultos que vivem estilos de vida pouco
saudáveis.
Independende de qual
grupo você possa estar classificado, nunca tome um remédio sem consultar seu
médico, que fará a recomendação adequada para seu organismo e condição médica.
<><>
Efeitos da aspirina, conforme fabricante
De acordo com a bula
da aspirina, o remédio pode ter as segundas reações e efeitos colaterais:
• “Distúrbios do trato gastrintestinal
como má digestão (dispepsia), dor gastrintestinal e abdominal, raramente
inflamação gastrintestinal, úlcera gastrintestinal, podendo levar, mas muito
raramente, a úlcera gastrintestinal com hemorragia e perfuração, com os
respectivos sinais e sintomas laboratoriais e clínicos; doença do diafragma
intestinal, caracterizada por múltiplos finos septos (diafragmas) e que podem
levar a obstrução intestinal, com frequência desconhecida (especialmente no
tratamento de longo prazo);
• Aumento do risco de sangramento devido a
seu efeito inibitório sobre a agregação plaquetária, como hemorragia intra e
pós-operatória, hematomas, sangramento nasal (epistaxe), sangramento urogenital
(pela urina e genitais) e sangramento gengival;
• Foram raros a muito raros os relatos de
sangramentos graves, como hemorragia do trato gastrintestinal e hemorragia
cerebral (especialmente em pacientes com pressão alta não controlada e/ ou em
uso concomitante de agentes anti-hemostáticos), que em casos isolados podem ter
potencial risco de morte;
• Anemia pós-hemorrágica/ anemia por
deficiência de ferro (por exemplo, sangramento oculto), a longo ou curto prazo
(crônica ou aguda), apresentando sintomas como fraqueza (astenia), palidez e
diminuição da circulação sanguínea (hipoperfusão);
• Reações alérgicas (hipersensibilidade)
como doença respiratória exacerbada por aspirina, reações leves a moderadas que
potencialmente afetam a pele, o trato respiratório, o trato gastrintestinal e o
sistema cardiovascular, com sintomas tais como erupções na pele (rash cutâneo),
urticária, inchaço (edema), coceira (prurido), rinite, congestão nasal,
alterações cardio- respiratórias e, muito raramente, reações graves, como
choque anafilático;
• Mau funcionamento temporário do fígado
tem sido relatado muito raramente (disfunção hepática transitória com aumento
das transaminases hepáticas);
• Zumbidos (tinitos) e tonturas, que podem
ser indicativos de sobredose;
• Destruição/rompimento das células
sanguíneas (hemólise) e anemia hemolítica em pacientes que sofrem de
deficiência grave de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD);
• Comprometimento dos rins e alteração da
função dos rins (insuficiência renal aguda).
• O ácido acetilsalicílico pode causar a
síndrome de Reye, uma rara, mas grave reação que se apresenta como distúrbio da
consciência, comportamento anormal ou vômitos, em crianças com doença viral
(veja item “4. O que devo saber antes de usar este medicamento?”).”
Fonte: Tribuna do
Norte/NSC Total
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