segunda-feira, 30 de setembro de 2024

José Reinaldo de Carvalho: ‘Unidade latino-americana - um brado de resistência contra o imperialismo estadunidense

A América Latina vive mais um capítulo de luta pela soberania e autodeterminação. O imperialismo estadunidense, sempre ávido por manter seu domínio sobre a região, intensifica suas agressões econômicas e políticas contra governos que ousam desafiá-lo.

Neste contexto, as sanções impostas a Cuba, Venezuela e Nicarágua não são apenas medidas unilaterais, mas armas de guerra que visam asfixiar os processos soberanos desses países. Diante disso, a resposta deve ser clara e contundente: a unidade latino-americana é a única saída para derrotar o imperialismo e garantir o futuro de paz e autodeterminação. 

Durante a 24ª Reunião do Conselho Político da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América - Tratado Comercial dos Povos (ALBA-TCP), os ministros das Relações Exteriores de Cuba, Venezuela e Nicarágua denunciaram com veemência a contínua interferência dos Estados Unidos nos assuntos internos de seus países. O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, foi incisivo ao denunciar como as oligarquias regionais, com o apoio de Washington, estão recorrendo a métodos que já deveriam ter sido abolidos, como novos tipos de intentonas golpistas, interferência nos assuntos internos, inclusive contendas eleitorais e ameaças de todo tipo para desestabilizar governos populares e progressistas e interromper processos revolucionários. 

·        Sanções: armas de guerra econômica

As sanções impostas pelos Estados Unidos a Cuba, Venezuela e Nicarágua são a mais nova manifestação das práticas imperialistas. Estas medidas coercitivas, que afetam diretamente as economias e as populações desses países, são eufemisticamente chamadas de "sanções", mas, na prática, equivalem a atos de guerra econômica. Elas buscam minar as bases econômicas, sociais e culturais dessas nações, forçando-as à submissão. No caso de Cuba, o bloqueio econômico, que já dura mais de seis décadas, é o mais longo da história moderna e tem causado enormes prejuízos ao povo cubano. Além disso, a inclusão de Cuba na lista de "Estados patrocinadores do terrorismo" é mais um exemplo do cinismo estadunidense, que utiliza esse rótulo para estrangular o país. 

Na Venezuela, o governo do presidente reeleito Nicolás Maduro enfrenta uma campanha maciça de desinformação e sabotagem promovida por forças internas e externas, em conjunto com avaliações que visam destruir sua soberania e desestabilizar seu governo. A Venezuela é alvo de uma guerra de novo tipo, na qual o imperialismo estadunidense utiliza todas as suas ferramentas — desde a mídia até a sabotagem econômica — para tentar destruir um projeto soberano e independente. 

A Nicarágua, por sua vez, também sofre o impacto dessas medidas brutais. O ministro das Relações Exteriores da Nicarágua, Valdrack Jaentschke, expressou durante a reunião da ALBA-TCP que as chamadas sanções nada mais são do que a continuação das instruções militares e interferências que o imperialismo impôs à América Latina ao longo dos séculos 19 e 20. Para ele, a resistência dos países da ALBA não é apenas uma luta contra a agressão direta dos Estados Unidos, mas também parte de um processo mais amplo de transição para uma nova ordem mundial multipolar, mais justa e igual

·        O papel da ALBA-TCP na resistência

A Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América - Tratado Comercial dos Povos (ALBA-TCP) tem mostrado ser um bastião de resistência contra as ofensivas imperialistas. Durante o encontro recente, os membros do bloco  reafirmaram seu compromisso com a unidade e a cooperação mútua para enfrentar os desafios impostos pelas potências hegemônicas. A ministra das Relações Exteriores da Bolívia, Celinda Sosa, destacou que as potências imperialistas continuam a ameaçar a unidade da América Latina, tentando interferir nos processos internos e minar a soberania das nações.

Essa solidariedade entre os países da ALBA é um exemplo claro de que a resistência é possível. Ao defenderem conjuntamente a autodeterminação de seus povos, esses países estão enviando uma mensagem forte: não serão intimidados pelas tentativas dos Estados Unidos de impor sua agenda de dominação. A unidade latino-americana é, portanto, a resposta mais eficaz contra a estratégia imperialista de dividir para

·        A urgência da solidariedade regional

As palavras de Bruno Rodríguez durante o Conselho Político da ALBA-TCP ecoam a urgência de fortalecer a solidariedade regional. A América Latina não pode permitir que os Estados Unidos continuem a desestabilizar governos soberanos com golpes, sabotagem econômica e campanhas de desinformação. A história nos ensina que a fragmentação da América Latina sempre favorece as potências estrangeiras, e a unidade de nossos povos é a única maneira de garantir a paz, o desenvolvimento e a justiça social em

É essencial que os países da América Latina e Caribe consolidem seus laços e rejeitem categoricamente qualquer forma de interferência externa. Como bem lembrou Rodríguez, “não há nação na nossa região que esteja imune aos planos de desestabilização”. Se permitirmos que Cuba, Venezuela e Nicarágua sejam asfixiadas pelas ações imperialistas, abriremos caminho para que outros países da região sejam os próximos alvos

A América Latina deve unir-se mais uma vez em defesa de sua soberania e dignidade. O imperialismo estadunidense continua agindo para enfraquecer governos progressistas e impor sua agenda de exploração. No entanto, a resistência demonstrada por Cuba, Venezuela e Nicarágua é um exemplo de que, mesmo diante das agressões mais brutais, é possível lutar e vencer.

A unidade latino-americana é uma necessidade histórica. A ALBA-TCP, com o seu compromisso inquebrantável com a soberania dos povos, deve continuar persistindo nessa luta. 

 

¨      ‘O servo da guerra e o estadista da paz’. Por Marcelo Zero

Zelensky continua com suas agressões gratuitas contra o Brasil e contra Lula. É algo doentio.

Agora, na ONU, Zelensky criticou abertamente a proposta de paz Brasil/China para solucionar o conflito da Ucrânia. Chamou-a de “destrutiva”, sem sequer saber de algum detalhe, pois ela ainda não foi exposta em suas minúcias.

Trata-se apenas de uma proposição de princípios básicos para a abertura de um diálogo, em torno de uma paz factível e realista.

Entre outros pontos, a proposta do Brasil e da China destaca que:

As duas partes acreditam que o diálogo e a negociação são a única solução viável para a crise na Ucrânia. Todos os atores relevantes devem criar condições para a retomada do diálogo direto e promover a desescalada da situação até que se alcance um cessar-fogo abrangente. O Brasil e China apoiam uma conferência internacional de paz realizada em um momento apropriado, que seja reconhecida tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia, com participação igualitária de todas as partes relevantes, além de uma discussão justa de todos os planos de paz.

Como se vê, trata-se uma proposição “muito destrutiva.”

Zelensky questionou também o “real interesse” de Lula, da China e do Brasil em tal acordo. Insinuou, de forma canalha, que Lula quer ter protagonismo às expensas da Ucrânia. Que não teria real interesse em paz.

Ora, Lula não precisa da Ucrânia e de sua guerra para ter protagonismo. Ao contrário de Zelensky, Lula é um grande líder mundial que está empenhado em uma agenda positiva de combate à pobreza, às desigualdades, às mudanças climáticas, de uma nova governança global etc. E na construção de um mundo pacífico, simétrico e multipolar.

Já Zelensky apresenta ao mundo apenas seu chamado “plano da vitória”, isto é, seu plano de continuidade da guerra com a Rússia, pois a sua “proposta” implica rendição incondicional de Moscou.

Na realidade, Zelensky está investindo em uma guerra que afeta o mundo inteiro e que está se tornando cada vez mais perigosa. Uma guerra que ameaça alastrar-se e se transformar em um enfrentamento franco entre a Otan e a Rússia, dois polos militares nuclearizados.

Putin já deixou claro que poderá utilizar esse tipo de arma, caso a Otan/Ucrânia insistam numa ofensiva em território russo.

Observe-se, a esse respeito, que a Rússia dispõe de armas nucleares táticas, que podem ser colocadas em mísseis hipersônicos, capazes de atingir cerca de 8 mil quilômetros por hora. Não é bom apostar, como fazem alguns desavisados, que a recente decisão de Moscou é apenas um blefe.

Como disse Lula, se Zelensky fosse inteligente, ele apostaria na diplomacia.

Lula tem toda razão.

A Ucrânia não possui condições de ganhar essa guerra, mesmo com a montanha de ajuda que recebe do Ocidente.

Kiev já perdeu mais de 500 mil combatentes nesse esforço inútil e não tem reservas para continuar a sustentar uma guerra de degaste com a Rússia, que dispõe de reservas militares bem maiores e amplo domínio em artilharia e aviação.

Aos poucos, mas de forma sistemática, a Ucrânia perde cada vez mais território, com a continuidade da guerra. Embora o objetivo de Moscou nunca tenha sido a conquista da Ucrânia, como dizem os desinformados, as forças militares russas já dominam cerca de 23% do território ucraniano. E seguem avançando.

A tendência inexorável, com a continuidade da guerra, é a de que a Ucrânia perca mais território, tornando cada vez mais assimétricas as negociações, em detrimento de Kiev.

Por isso, analistas comprometidos com um mínimo de racionalidade consideram que seria do interesse objetivo da Ucrânia iniciar negociações de paz sérias e realistas. No mínimo, se evitaria mais derramamento inútil de sangue ucraniano.

Zelensky, no entanto, pressionado pelos EUA e a Otan, persiste no esforço bélico, e aprofunda e a alarga a guerra.

Mas Zelensky sequer é um “senhor da guerra”. É servo de uma guerra, à qual a Ucrânia foi conduzida por interesses geopolíticos dos EUA e aliados.

Já Lula, que Zelensky tem obsessão em criticar, é um estadista de nível internacional, um senhor da paz e das negociações.

Se fosse “esperto”, Zelensky ouviria Lula. Afinal, ouvir Lula é ouvir o Sul Global e a voz da razão. Não é pouco.

 

¨      'Plano de vitória' de Zelensky pode levar à grande guerra na Europa, acredita mídia

O chamado "plano de vitória" proposto pelo atual líder ucraniano Vladimir Zelensky pode levar a uma guerra em grande escala na Europa, envolvendo os Estados Unidos, disse o analista e ex-oficial militar norte-americano Robert Maginnis em um artigo publicado na revista on-line American Thinker.

O artigo faz referência ao encontro do presidente dos EUA Joe Biden com Zelensky, no qual, segundo vários relatos da mídia, o líder da Ucrânia solicitou, mais outra vez, a permissão de atacar o território russo com armas ocidentais de longo alcance.

"Vladimir Zelensky está nos Estados Unidos esta semana para vender seu plano de vitória sobre a Rússia, que, se for aceito, pode levar a uma guerra mais ampla na Europa, incluindo com os Estados Unidos", escreveu ele.

De acordo com Maginnis, o ponto principal do plano de Zelensky é obter a aprovação da administração Biden para lançar ataques com mísseis aos territórios russos que estão longe da zona do conflito.

Se os Estados Unidos aprovarem o plano de Zelensky, isso vai levar a uma forte escalada do conflito, acredita Maginnis.

Contudo, após o encontro de ontem (26), a Casa Branca apenas declarou alocar cerca de US$ 8 bilhões (R$ 43,5 bilhões) para ajuda à Ucrânia.

No que diz respeito ao ponto principal, ainda antes das conversações, uma porta-voz presidencial norte-americana disse que os Estados Unidos não fariam declarações sobre autorização de ataques à Rússia.

O porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, comentando o plano de Zelensky, disse que Moscou está ciente da essência do governo ucraniano, continua a operação militar especial e atingirá todos os seus objetivos.

Peskov enfatizou que ainda não existe um "plano" tangível, nem mesmo para o Ocidente.

¨      Trump diz a Zelensky que tem 'relacionamento muito bom' com Putin e cita fim de conflito

Nesta sexta-feira (27), Donald Trump e Vladimir Zelensky se reuniram na Trump Tower, em Nova York.

Ao lado de Zelensky, o candidato republicano à Casa Branca afirmou que trabalharia com a Ucrânia e a Rússia para acabar com o conflito, segundo o g1.

"Temos um relacionamento muito bom [com Zelensky], e eu também tenho um relacionamento muito bom, como vocês sabem, com o presidente [Vladimir] Putin", disse o ex-presidente, acrescentando que "se vencermos, vamos resolver isso muito rapidamente", referindo-se às eleições presidenciais de 5 de novembro nos Estados Unidos.

Falando a repórteres na Trump Tower, Zelensky disse que quer discutir com Trump o seu "plano de vitória" para a Ucrânia. O encontro entre o republicano e o ucraniano acontece após Zelensky visitar a Casa Branca, no dia anterior (26).

A oposição ao governo, liderada por Trump, acusou o presidente Joe Biden e a vice-presidente e também candidata, Kamala Harris, de usarem o encontro com intuito eleitoreiro, a 40 dias da eleição presidencial no país.

Na quarta-feira (25), o Comitê de Supervisão da Câmara dos Representantes dos EUA informou que está investigando o Poder Executivo pelo suposto uso de fundos públicos para financiar um voo de Zelensky à Pensilvânia para fazer campanha para Harris.

 

Fonte: Brasil 247/Sputnik Brasil

 

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