Eduardo Vasco: ‘Israel e EUA, entidades
terroristas’
Os grandes jornais da
burguesia estão chamando a série de atentados terroristas ocorridos no Líbano
esta semana de “explosões”. Claro, o atentado não foi obra dos árabes e não
ocorreu na Europa, nos Estados Unidos ou em Israel. Se fosse, seria rotulado de
terrorista na primeira leva de breaking news.
Como foi obra de
Israel – todo o mundo sabe disso, ainda que os sionistas o neguem –, então é
claro que não é terrorismo. São apenas algumas “explosões”. Explosões
exclusivamente em áreas civis e que já mataram mais de 30 pessoas (incluindo
crianças) e deixaram mais de 3.000 feridos.
Em meio ao mar de
ingenuidade fingida nos grandes veículos de imprensa, uma reportagem do New York Times cita 12 fontes da Defesa e da Inteligência israelense que
confirmam que Israel está por trás dos atentados. De acordo com algumas das
fontes do NYT, a companhia húngara B.A.C. Consulting, que produziu os pagers para
a taiwanesa Gold Apollo, na verdade é uma empresa de fachada dos serviços de
inteligência israelenses. Ela produziu os dispositivos para que fossem
monitorados e ativados para explodir a qualquer momento por Israel.
Esse tipo de ataque é
considerado terrorismo em qualquer lugar do mundo pelos mesmos que estão
negando ou ocultando que tenha sido um atentado terrorista de Israel.
Em 2018, um refugiado
afegão de 19 anos atacou com uma faca dois turistas americanos na estação
central de trem de Amsterdã. Ele sequer matou os turistas (pelo contrário, foi
morto em apenas nove segundos pela polícia). Aquilo, porém, foi considerado um ataque terrorista. No ano anterior, seis pessoas ficaram feridas em um
atropelamento na região de Paris. Aquilo também foi investigado como possível ataque terrorista.
Se casos como esses
são terrorismo, por que os jornais e os governos ocidentais não reconhecem as
“explosões” no Líbano como atentados terroristas?
Justamente porque isso
implicaria considerar que Israel é uma entidade terrorista. E a imprensa
controlada pelos Estados Unidos – que sustentam e incentivam o terrorismo
israelense – jamais poderia fazer isso.
Após muitas
maquinações do Império Britânico durante o final do século XIX e a primeira
metade do século XX, os Estados Unidos se tornaram o principal responsável por
assegurar a criação e consolidar a existência do “Estado de Israel”, uma
entidade artificialmente fabricada. Desde então, utilizam esse pedaço de terra
roubada dos palestinos como uma gigantesca base militar em sua ânsia de dominar
o Oriente Médio e sugar as suas preciosas riquezas naturais.
Desde o início da nova
fase do genocídio (que tem origem ainda em 1947/48), em outubro do ano passado,
os Estados Unidos forneceram mais de 6,5 bilhões de dólares em ajuda militar a
Israel. Entre 2017 e 2021, os Estados Unidos foram responsáveis por fornecer 92% de todas as armas importadas por Israel, segundo o Stockholm International
Peace Research Institute.
Os EUA também são os
responsáveis pelo desenvolvimento tecnológico de Israel – que é voltado
primordialmente para a área militar e cujos atentados terroristas no Líbano são
uma consequência.
Yoav Gallant, o
ministro da Defesa israelense, ligou para sua contraparte estadunidense, Lloyd
Austin, minutos antes do primeiro atentado, para informá-lo sobre uma operação
que seria realizada imediatamente no Líbano, segundo o portal Axios.
Há décadas a CIA e a
NSA realizam operações de espionagem a partir de dispositivos eletrônicos, como
TV’s, computadores e celulares, contra cidadãos de todos os países do mundo.
Agora Israel, uma máquina genocida, mostra que não é possível apenas espionar a
partir de dispositivos que pertencem às próprias vítimas, mas também matar – e
matar quem está por perto.
Esse episódio covarde
e cruel de terrorismo cibernético e assassino é uma demonstração do perigo que
é a dependência tecnológica. A maior parte do mundo depende da tecnologia
monopolizada pelos países ricos, em particular os EUA, e seus gigantescos conglomerados
que fabricam esses dispositivos praticamente sem concorrência – pois eles a
suprimem.
Os grandes monopólios
ocidentais estão diretamente ligados aos governos imperialistas, como o dos
Estados Unidos. As big techs são um exemplo óbvio disso –
basta ver o repasse de informações privadas dos usuários de redes sociais ao
governo norte-americano, ou a censura política exercida contra páginas que
desagradam Washington.
Se as grandes empresas
que fabricam e, portanto, detêm o controle de toda a tecnologia que está dentro
dos dispositivos eletrônicos que nós adquirimos para uso corriqueiro têm
acordos com governos como os de EUA e Israel para fornecer dados dos usuários e
mesmo estabelecer um controle remoto que pode ativar e explodir o dispositivo,
qualquer pessoa no mundo está suscetível ao terrorismo imperialista.
Há poucos meses,
Israel já havia cometido outro (de tantos) atentados, quando bombardeou e matou
o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã. A sua localização foi obtida
através do monitoramento de seu aparelho telefônico. Isso levou Hassan
Nasrallah a instruir os membros do Hezbollah a não utilizarem smartphones em
reuniões ou conversas sigilosas, e substituírem-nos pelos pagers.
Mas nem mesmo
aparelhos pouco sofisticados, como pagers e walkie-talkies,
estão protegidos do monitoramento e do controle remoto das agências de
espionagem e empresas privadas dos EUA e Israel.
O sistema de
vigilância e invasão da privacidade dos indivíduos erguido pela ditadura
imperialista dos EUA – da qual Israel é um preposto criminoso e covarde –
atingiu um novo nível. É por essas e outras que governos que estão na alça de
mira desses criminosos, como China e Rússia, lutam por criar tecnologias e
dispositivos eletrônicos próprios. Não querem ter suas casas – ou suas cabeças
– voando pelos ares a qualquer hora do dia.
O rompimento com a
tecnologia e os produtos eletrônicos dos EUA e de seus prepostos não é mais
mera questão de soberania nacional. Agora é questão de sobrevivência – no
sentido mais literal do termo.
Para quem pensa que
esse perigo não existe, basta lembrar que estamos falando de entidades (EUA e
Israel) que já mataram mais de 30 mil mulheres e crianças em Gaza em menos de
12 meses. Eles são capazes de tudo.
¨ Terceira Guerra Mundial coisa nenhuma: esta é uma Guerra DE
Terror. Por Pepe Escobar
Começou com uma ação
concreta: o Presidente Putin – calmo, frio e contido – advertiu que qualquer
ataque contra a Rússia com mísseis de longo-alcance da OTAN será visto como um
ato de guerra.
Tivemos então a
reação: os ratos da OTAN correndo de volta para o esgoto – apressadíssimos. Por
enquanto.
Tudo isso foi
consequência do debacle de Kursk. Uma jogada desesperada. Mas a situação na
Ucrânia era de desespero para a OTAN. Até que ficou meridianamente claro que o
dano era irrecuperável.
Restam duas opções,
portanto.
A rendição
incondicional da Ucrânia nos termos ditados pela Rússia, o que equivale à total
humilhação da OTAN.
Ou uma escalada para
uma guerra total (itálicos meus) com a Rússia. As
classes dominantes dos Estados Unidos – mas não as do Reino Unido – parecem ter
captado a essência da mensagem de Putin: se a OTAN estiver em guerra contra a
Rússia, “então, tendo em mente a mudança na essência do conflito, tomaremos
as decisões adequadas em resposta às ameaças sendo colocadas contra nós”.
O Vice-Chanceler
Sergey Ryabkov foi de uma precisão mais sinistra: “A decisão foi tomada, a
carta-branca e todas as indulgências foram concedidas [a Kiev], de modo que nós
[a Rússia] estamos prontos para o que quer que seja. E iremos reagir de uma
forma não muito bonita”.
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A OTAN, de fato, está em guerra com a Rússia
Para todos os fins
práticos, a OTAN já está em guerra com a Rússia: voos de reconhecimento
ininterruptos, ataques de alta-precisão em campos de pouso na Crimeia, forçando
o reposicionamento da Frota do Mar Negro para longe de Sevastopol, e esses são
apenas alguns casos . Com a “permissão” dada a ataques penetrando até 500
quilômetros em território russo e uma lista de diversos alvos já apresentados
por Kiev para “aprovação”, Putin, claramente, nada mais fez do que afirmar o
óbvio.
A Rússia está lutando
uma guerra existencial pela sobrevivência da Pátria, o que ela fez
repetidamente ao longo dos séculos.
A URSS sofreu perdas
de 27 milhões e reemergiu da Segunda Guerra Mundial mais forte que nunca. Essa
demonstração de força de vontade, em si, faz com que o Ocidente Coletivo morra
de medo.
O Chanceler Sergey
Lavrov – cuja paciência taoísta parece estar se esgotando – acrescentou algum
colorido ao Grande Quadro, baseando-se na literatura inglesa:
“George Orwell tinha
uma rica imaginação e grande presciência histórica. Mas nem ele conseguiu
imaginar o que um estado totalitário viria a ser. Ele descreveu alguns de seus
contornos, mas não conseguiu penetrar nas profundezas do totalitarismo que hoje
vemos no arcabouço da “ordem baseada em regras”. Não tenho nada a acrescentar.
Os atuais líderes de Washington, que suprimem toda e qualquer dissensão, o
“superaram”. Isso é totalitarismo em sua forma mais pura”.
Lavrov concluiu que
“eles estão historicamente fadados ao fracasso”. No entanto, eles não têm
a coragem de provocar a Terceira Guerra Mundial. Covardes como são, eles só
conseguem recorrer a uma Guerra DE Terror.
Aqui vão alguns
exemplos. O SVR – o serviço de inteligência externa russo – descobriu um plano
de Kiev de encenar um ataque de mísseis russo a um hospital ou jardim de
infância em território controlado por Kiev.
Entre os objetivos
estão elevar o falido moral das forças armadas da Ucrânia, justificar a
completa remoção de qualquer restrição a ataques de mísseis penetrando
profundamente no território da Federação Russa e atrair o apoio do Sul Global –
que, em sua esmagadora maioria, entende o que a Rússia está fazendo na
Ucrânia.
Paralelamente, caso
essa gigantesca falsa bandeira funcione, o Hegêmona a usaria para “aumentar a
pressão” (Como? Gritando a plenos pulmões?) sobre o Irã e a Coreia do Norte,
cujos mísseis seriam os prováveis perpetradores da carnificina.
Por mais que isso
pareça exagero em um nível de Estupidistão Máximo, considerando o alto grau de
demência prevalente no eixo Washington- Londres-Kiev, a possibilidade
permanece, uma vez que o OTANistão detém a iniciativa estratégica de fato nessa
guerra. A Rússia, por seu lado, continua passiva. É a OTAN que vem
escolhendo o método, o lugar e a data para os principais ataques de sua
escolha.
Um outro exemplo
clássico da Guerra DE Terror é o grupo jihadista e subproduto da al-Qaeda Hayat
Tahrir al-Sham, que opera na Síria, receber de Kiev 75 drones em troca da
promessa de enviar um bando de combatentes experientes do espaço
pós-soviético para o Donbass.
Nada de novo no front
terrorista, aqui: o chefão da espionagem ucraniana, Kirill Budanov – badalado
no Ocidente como uma espécie de James Bond – está sempre em estreito contato
com os jihadistas de Idlib, tal como reportado pelo jornal sírio Al-Watan.
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Preparando a remixagem da Operação Barbarossa
Paralelamente, vimos o
Secretário de Estado Adjunto dos Estados Unidos, Kurt Campbell – o
russófobo/sinófobo que inventou o “pivotar para a China” durante o primeiro
mandato de Obama – instruindo burocratas de primeiro escalão da União Europeia
e da OTAN sobre a cooperação militar do novo Eixo-do-Mal inventado pelo
Império: Rússia-China-Irã.
Campbell focou
principalmente o fato de Moscou fornecer a Pequim submarinos avançados, mísseis
e tecnologia de espionagem em troca de produtos chineses.
É óbvio que o combo
por trás do zumbi que não consegue sequer lamber um sorvete não faz ideia do
grau de entrelaçamento da colaboração militar das parcerias estratégicas
Rússia-China-Irã.
Cego como mil
morcegos, o combo interpreta o fato de a Rússia compartilhar com a China seu
ferreamente guardado know-how militar como “sinal de sua crescente
imprudência”.
A verdadeira e
preocupante história por trás desse misto de ignorância e pânico é que nada se
origina do zumbi que não consegue sequer lamber um sorvete. É o “combo Biden”
que, de fato, vem dando duro para determinar a trajetória da guerra por
procuração na Ucrânia para além de 25 de janeiro –
independentemente de quem venha a ser eleito presidente.
A Guerra DO Terror
deveria ser o paradigma geral – enquanto prosseguem os preparativos para a
verdadeira guerra contra a Rússia, cujo horizonte de tempo é 2030, segundo as
deliberações internas da própria OTAN. Eles acreditam que, nessa data, eles
estarão no auge de seu poderio para dar início a uma versão remixada da
Operação Barbarossa de 1941.
Esses palhaços são
congenitamente incapazes de entender que Putin não blefa. Se não houver outra
opção, a Rússia partirá de fato (itálicos meus) para uma
guerra nuclear. No pé em que as coisas andam, Putin e o Conselho de Segurança –
apesar da retórica incendiária de Medvedev – estão mergulhados na dura
tarefa de absorver golpe após golpe para evitar o Armagedon.
Isso exige uma
ilimitada paciência – por parte de Putin, Lavrov e Patrushev – aliado ao fato
de que Putin joga o go japonês muito mais que o xadrez, e que ele é um
tático consumado.
Putin lê o
imbecilizado manual de estratégias da OTAN como se fosse um livro de histórias
infantis (que de fato ele é). No momento fatal de benefício máximo em todo o
espectro para a Rússia, Putin irá ordenar, por exemplo, a necessária
decapitação da serpente de Kiev.
O incessante e
estridente debate sobre o uso de armas nucleares pela Rússia depende,
essencialmente, de até que ponto o Kremlin irá ver um ataque dos mísseis da
OTAN como uma ameaça existencial.
Os neocons e os
siocons , bem como os vassalos da OTAN, talvez desejem - teoricamente -
uma guerra nuclear, porque seus efeito gerariam um despovoamento maciço. Não
devemos jamais nos esquecer que a gangue do Fórum Econômico Mundial/Davos
deseja e advoga uma redução da população humana da estarrecedora ordem de 85%.
A única maneira de atingir esse objetivo, é claro, é uma guerra nuclear.
Mas a realidade é bem
mais prosaica. Os covardes neocons e siocons – espelhando o exemplo dos
genocidas talmúdicos de Tel Aviv – na melhor das hipóteses querem usar a ameaça
de guerra nuclear para amedrontar, principalmente, a parceria estratégica
Rússia-China.
Muito ao contrário,
Putin, Xi e outros líderes importantes da Maioria Global continuam a
demonstrar inteligência, integridade, paciência, presciência e humanidade. Para
o Ocidente Coletivo e suas assustadoramente medíocres elites políticas e financeiras,
tudo gira em torno de dinheiro e lucro. Bem, isso talvez esteja prestes a mudar
drasticamente em 22 de outubro, na cúpula dos BRICS de Kazan – quando grandes
passos rumo à construção de um mundo pós-unilateral deverão ser anunciados.
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Só se fala disso em Moscou
Uma discussão
acalorada, envolvendo todos os setores, ocorre em Moscou, quanto a como por fim
na guerra por procuração na Ucrânia.
A paciência taoísta de
Putin é fortemente criticada – não necessariamente por observadores informados
com conhecimento privilegiado sobre geopolítica barra-pesada. Esses críticos
não entendem que Washington jamais aceitará exigências de importância crucial
para a Rússia. Paralelamente, quando se trata da plena desnazificação da
Ucrânia, não há possibilidade de Moscou acabar se contentando meramente com um
regime “amigável” em Kiev.
Parece haver consenso
quanto a que o Ocidente Coletivo jamais reconhecerá a soberania russa sobre a
Crimeia, nem sobre as terras conquistadas nos campos de batalha da Novorossiya.
No final das contas, a
principal evidência é que todas as nuances do plano de negociação russo serão
decididas por Putin. E isso muda o tempo todo. O que ele propôs – com grande
generosidade – às vésperas daquela patética cúpula de paz na Suíça, em junho,
não está mais sobre a mesa após Kursk.
Tudo depende, mais uma
vez, do que ocorre nos campos de batalha. Se – ou melhor, quando – o front
ucraniano entrar em colapso, a piada que correrá em Moscou será: “Pedro [o
Grande] e Catarina [a Grande] estão esperando”. Bem, eles não precisarão
mais esperar porque foram esses dois Grandes que de fato incorporaram à Rússia
o que hoje é o leste e o sul da Ucrânia.
E isso irá selar a
cósmica humilhação da OTAN. Daí a perpetuação do Plano B: não haverá Terceira
Guerra Mundial, e sim uma implacável Guerra DE Terror.
Fonte: Brasil 247
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