Crescimento econômico global do século XXI
vai se concentrar nos países do BRICS, diz Putin
O crescimento
econômico global do século XXI não vai se concentrar na Europa ou na América do
Norte, mas nos países do BRICS, disse o presidente russo Vladimir Putin na
sessão plenária do Fórum Internacional Semana Russa de Energia em Moscou na
quinta-feira (26).
Putin afirmou que os
países que querem aderir ao BRICS veem a perspectiva de uma ordem mundial
equitativa com respeito aos interesses nacionais dos Estados.
"Modelos de
desenvolvimento multipolar estão se formando, lançando uma nova onda de
crescimento global para todo o século XXI. [...] O principal crescimento vai se
concentrar não na Europa e na América do Norte, que estão gradualmente perdendo
suas posições na economia global, mas nos países do BRICS e nos Estados que
desejam se juntar à nossa associação", disse o presidente.
Putin ressaltou também
que os países com altas taxas de nascimentos do Sul Global serão os líderes em ritmos
de crescimento econômico.
A tarefa do BRICS,
segundo ele, é combinar potenciais econômicos e criar um espaço de cooperação
mutuamente benéfica entre os países.
"Dentro da
estrutura de cooperação com os países do BRICS, estamos trabalhando na criação
de nosso próprio circuito de pagamentos e câmbios, que vai criar condições para
o processamento eficiente e independente de todo o comércio exterior", declarou
Putin.
No que se trata da
energia, o presidente russo assegurou que a Rússia está pronta para fortalecer
a soberania tecnológica de seus parceiros, formando cadeias científicas e de
produção.
Ao mesmo tempo, elites
ocidentais estão bloqueando acesso à plataforma e às tecnologias do complexo de
combustível e energia russas por terem medo da concorrência.
De acordo com ele, a
Rússia incorpora uma transição energética justa na prática, ao contrário de
vários países ocidentais que só usam a agenda verde para promover seus
interesses essencialmente neocoloniais.
O Fórum Internacional
Semana Russa de Energia se realiza em Moscou de 26 a 28 de setembro. A Sputnik
é o parceiro informativo do fórum.
¨ China chama EUA de maior ameaça ao mundo e fonte de guerras
Os Estados Unidos são
a maior ameaça à paz mundial e uma fonte de guerras e conflitos, disse o
porta-voz do Ministério da Defesa da China, Zhang Xiaogang, em uma coletiva de
imprensa na quinta-feira (26).
Falando da
contribuição dos países para a paz e conciliação mundiais, o representante do
ministério chinês sublinhou que "a China é uma construtora da paz
mundial", que investe no desenvolvimento mundial.
Ele destacou que
"Pequim adere estritamente à natureza defensiva de sua política
militar", enquanto "todos sabem que os EUA são a maior ameaça à paz
mundial e uma fonte de guerra e conflito".
"Jogar a 'carta
chinesa' não vai resolver os problemas dos próprios EUA. Exigimos que os EUA
formem uma percepção correta da China, vejam o desenvolvimento militar e as
intenções estratégicas da China de forma objetiva e racional, e façam mais do
que é propício para preservar o relacionamento entre os dois países e suas
forças armadas, além de promover a paz e a estabilidade regionais",
enfatizou Xiaogang.
Ele acrescentou que,
nos últimos anos, os EUA têm considerado as Forças Armadas chinesas em termos
de concorrência e ameaça, e exageram a chamada "ameaça militar
chinesa" em uma tentativa de encontrar uma desculpa para expandir seu
próprio poder militar.
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Lavrov: Rússia entende que escudo antimíssil nuclear para a Coreia do Norte é
base de segurança
O ministro das
Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse nesta quinta-feira (26) que
Moscou entende a posição da Coreia do Norte de que o escudo nuclear é a base
para garantir independência e segurança.
Segundo ele, há um
entendimento por parte do poderio russo sobre a posição de Pyongyang de que a
base para garantir a defesa do país é um escudo antimíssil nuclear.
"Entendemos a
posição de princípios dos nossos amigos coreanos de que a base para garantir
sua própria independência e segurança é um escudo antimíssil nuclear e outras
medidas de autodefesa", disse o ministro à Sputnik.
A profunda e sincera
confiança entre os líderes da Rússia e da Coreia do Norte se baseia no
entendimento comum e na coincidência de avaliações da situação internacional,
acrescentou o ministro.
Ele também falou sobre
a resolução da Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica
(AIEA) a respeito da Coreia do Norte. Segundo o ministro, ela é
"prejudicial, inadequada e destrutiva, e Moscou rejeita este
documento".
¨ O que China e Venezuela têm a ver com a crise diplomática entre
EUA e Honduras?
A crise diplomática
entre Honduras e os EUA envolvendo a atual presidente de Honduras, Xiomara
Castro, ganhou novos capítulos depois que ela anunciou o rompimento de um
tratado de extradição entre os dois países que existe há mais de 120 anos.
Ela deu a declaração
após denunciar, na última semana, que os Estados Unidos estão tentando
influenciar o resultado das próximas eleições hondurenhas, previstas para
novembro do ano que vem.
Semanas antes, a
embaixadora dos Estados Unidos em Honduras, Laura Dogu, criticou uma
aproximação ocorrida entre uma autoridade hondurenha e uma venezuelana, além de
levantar a suspeita de que o governo de Castro estaria envolvido com o
narcotráfico.
A diplomata afirmou
que ambos os funcionários se reuniram em Caracas com "traficantes de
drogas", referindo-se a um encontro de cortesia com o ministro da Defesa
da Venezuela, Vladimir Padrino López.
Em 30 de agosto, o
chanceler hondurenho, Enrique Reina, afirmou que fontes da inteligência do país
detectaram um plano articulado por Dogu para supostamente dividir as Forças
Armadas e destituir o chefe militar Roosevelt Hernández.
Ao mesmo tempo, a
oposição ao governo de Honduras alega que a atual presidente acabou com o
tratado de extradição para evitar uma eventual extradição dela e de aliados,
caso seja condenada por algum tipo de envolvimento com o narcotráfico.
Nas últimas décadas, o
envolvimento político do país com o tráfico de drogas tem sido uma constante,
assim como a extradição de cidadãos hondurenhos para serem julgados nos EUA —
inclusive um ex-presidente, Juan Orlando Hernández.
Para debater o
imbróglio e possíveis consequências para o país e a região, a Sputnik Brasil
ouviu especialistas no assunto no podcast Mundioka.
"Esse tratado tem
sido utilizado como instrumento, digamos, político, justamente para remover
parte dessas autoridades locais […]. Também permitiu uma ingerência muito
grande dos Estados Unidos sobre a política local, sob o argumento de que o
sistema judiciário de Honduras não seria competente o suficiente ou estaria
permeado por narcotraficantes", disse Beatriz Bandeira de Mello, cientista
política, doutoranda em relações internacionais na Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (UERJ) e pesquisadora no Observatório Político Sul-Americano
(OPSA).
A proximidade com a
Venezuela é um ponto desestabilizador das relações EUA-Honduras, de acordo com
os entrevistados. Honduras foi um dos poucos países que reconheceram a vitória
de Nicolás Maduro.
Ricardo Caichiolo,
professor de relações Internacionais do Ibmec Brasília, frisou que "não é
do interesse dos Estados Unidos que haja uma aproximação e uma confluência de
países que apoiem abertamente a Venezuela".
O fato de Nicarágua e
Cuba apoiarem a decisão da presidente hondurenha também engrossa o caldo da
crise com os EUA, mencionou a cientista política.
Segundo ela, são
países que "não estão alinhados à cartilha da política externa dos Estados
Unidos".
"A Xiomara veio
com essa proposta de concretizar o que seria um socialismo democrático, então a
própria identificação do governo com essa vertente política, mais a
participação em fóruns multilaterais regionais e essa aproximação com
Venezuela, Cuba, provoca essa reação mais, digamos, incisiva do governo dos
Estados Unidos."
A priorização das
relações de Honduras com a China, nos últimos meses, representa outro ponto
desestabilizador da relação com os EUA.
"Se olharmos para
a conjuntura macro e para o posicionamento dos Estados Unidos na região, na
verdade uma das grandes preocupações tem sido ultimamente o aumento da presença
chinesa", disse ela, ao afirmar que os EUA vivem uma quebra de hegemonia
na América Latina.
Caichiolo ponderou
que, por outro lado, a aplicação de uma eventual sanção poderia aproximar ainda
mais Honduras e China.
"Honduras pode se
valer disso para poder dialogar com a China e conseguir tentar o melhor dos
mundos, ter uma boa relação com os Estados Unidos. Vendo do panorama
norte-americano, sem dúvida nenhuma não é do interesse norte-americano."
Ele observou ainda que
nos últimos anos os Estados Unidos têm evitado contribuir para instabilidades
na região, com receio de um aumento no nível da imigração para o seu
território.
"Eles realmente
têm essa tradição de interferência em assuntos internos de outros Estados […].
A própria deposição de um presidente causa instabilidade na região, impacta
negativamente a política interna de um determinado Estado, e pensando em um país
da América Central, a saída de cidadãos vai ser estimulada, porque procuram
eventualmente ir para os Estados Unidos."
O analista ressaltou
que também não interessa para Honduras uma crise diplomática com os EUA, que é
seu maior parceiro comercial.
"É importante
salientar que existe um acordo de livre comércio que envolve também os Estados
Unidos, a América Central e a República Dominicana. É importante também para
Honduras continuar esse processo de abertura comercial, por meio do qual Honduras
conseguiu nos últimos anos, inclusive, um crescimento do PIB até razoável, em
torno de 3%; deve ficar em torno de 3,5% ao longo deste ano."
A atual crise não terá
grandes consequências e o tratado deve ser recolocado em vigor em breve,
avaliou Caichiolo: "Há um estremecimento das relações, mas nada que impeça
que no futuro próximo isso seja normalizado", opinou.
Para a cientista
política, no entanto, qualquer prognóstico é precipitado, pois apesar do apoio
popular ao governo do país centro-americano, as últimas eleições têm mostrado
que as forças opositoras e a pressão externa, sobretudo dos Estados Unidos,
tendem a ser um instrumento ou um canal de desestabilização para essas
conjunturas.
"A grande questão
agora é observar se as instituições vão dar conta de conduzir o processo
eleitoral e conter essa crise, mantendo o apoio popular e o legado do [Manuel]
Zelaya [ex-presidente de Honduras] e da Xiomara Castro em Honduras", arremata
ela.
¨
Como está a
investigação da sabotagem aos gasodutos Nord Stream 2 anos depois?
Dois anos após uma
série de explosões que deixaram o gasoduto Nord Stream (Corrente do Norte)
inoperante, as potências ocidentais finalmente se moveram para identificar e
punir as pessoas responsáveis por esse ato de terrorismo industrial. A Sputnik
explica por que este movimento não é real.
Imediatamente após a
destruição do Nord Stream, alguns países europeus — incluindo a Alemanha, que
mais sofreu com a perda de acesso ao gás natural russo confiável e barato —
demonstraram uma notável falta de interesse em chegar ao fundo desta questão.
# A revelação
bombástica do jornalista investigativo norte-americano Seymour Hersh que
identificou os Estados Unidos (que tinham os meios para realizar este ataque e
que repetidamente anunciaram seu desejo de encerrar o gasoduto Nord Stream 2) e
a Noruega como os perpetradores do bombardeio foi amplamente ignorada.
# Apesar de iniciar
uma investigação formal sobre a destruição do gasoduto, a Dinamarca — um dos
países por cujas águas o Nord Stream 2 foi instalado — encerrou a investigação
em fevereiro de 2024, alegando não haver base para um caso criminal.
# A Suécia — outro
país cujas águas contêm uma parte do gasoduto — também encerrou sua
investigação no mesmo mês devido à alegada falta de jurisdição.
# Enquanto isso, a
Alemanha agora alega que o ataque foi realizado por uma equipe de, por falta de
um termo melhor, mergulhadores amadores da Ucrânia contratados por um grupo de
oficiais ucranianos liderados por Valery Zaluzhny, ex-comandante-
# Todas as potências
ocidentais que alegaram ter investigado a destruição do Nord Stream também
ignoraram intencionalmente os pedidos de informações da Rússia sobre as
explosões que destruíram o gasoduto.
O ministro das
Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse em agosto de 2024 que
Berlim "deve parar de se recusar categoricamente a apresentar os fatos que
eles não puderam deixar de descobrir".
Ele observou ainda que
o fato de algumas das informações solicitadas por Moscou "não serem
fornecidas por canais oficiais, mas aparecerem em jornais" sugere que toda
essa investigação sobre supostas ações de alguns oficiais ucranianos pode ter como
objetivo desviar a atenção pública dos verdadeiros perpetradores.
¨ Rússia: sabotagem no Nord Stream foi ato de guerra econômica dos
EUA e Reino Unido contra aliados
O Serviço de
Inteligência Externa da Rússia (SVR, na sigla em russo) está recebendo novas
informações que confirmam o envolvimento dos Estados Unidos e Reino Unido nas
explosões do gasoduto Nord Stream (Corrente do Norte), informou o serviço de
imprensa do SVR na quinta-feira (26).
Segundo informado, o
SVR tem recebido informações sobre as explosões dos gasodutos russos de
exportação de gás para a Europa, o Nord Stream e Nord Stream 2, desde que
aconteceram em 26 de setembro de 2022.
A inteligência
disponível indica claramente que os ataques ao Nord Stream são um ato de
terrorismo internacional e uma guerra econômica "anglo-saxônica"
contra seus aliados europeus, principalmente a Alemanha.
O SVR alegou que,
desde 2022, Washington e Londres vêm tentando sistematicamente remover o tema
da sabotagem do Nord Stream da agenda internacional.
"O SVR russo tem
informações sobre a decisão tomada nos Estados Unidos e no Reino Unido de
implementar uma campanha de desinformação na véspera do próximo aniversário das
explosões para encobrir o verdadeiro propósito da sabotagem e seus organizadores.
Desde agosto deste ano, as estruturas e a mídia controladas por Washington e
Londres têm implementado a falsidade de que os ataques foram realizados
exclusivamente por extremistas ucranianos que agiram de forma
independente", disse o comunicado.
Essa versão é
absolutamente absurda, de acordo com o serviço, porém, os serviços de
investigação alemães já a adotaram como sendo a principal.
"[Os serviços
alemães] receberam um ultimato para acelerar a investigação até o final do ano,
para culpar os 'aventureiros ucranianos que odeiam a Rússia' pelo ataque e para
tirar do ataque a cooperação transatlântica."
O SVR observou que o
ataque terrorista aos gasodutos Nord Stream e Nord Stream 2 causou danos
irreparáveis à economia da Europa e expressou a esperança de que uma
investigação objetiva ainda seja realizada.
Depois das explosões,
a Alemanha, a Dinamarca e a Suécia não descartaram a possibilidade de
sabotagem.
A empresa Nord Stream
AG, operadora do Nord Stream, informou que os danos nos dutos não tinham
precedentes e que era impossível estimar o prazo para reparos.
A Procuradoria-Geral
da Rússia iniciou um caso por ato de terrorismo internacional.
Em janeiro de 2023, a
Alemanha deteve um barco que pode ter sido usado para transportar explosivos e
mergulhadores ao local do gasoduto.
A mídia informou
posteriormente que a Procuradoria alemã emitiu um mandado de prisão para um
cidadão ucraniano, Vladimir Zh., sobre o caso, mas o suspeito deixou a Polônia
de carro rumo à Ucrânia em 6 de julho.
A Rússia solicitou
várias vezes dados sobre as explosões do Nord Stream aos países ocidentais, mas
nunca os recebeu, disse o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov.
Fonte: Sputnik Brasil
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