sábado, 28 de setembro de 2024

Conheça os benefícios para a saúde de trocar elevador por escada

Quando é necessário subir ou descer alguns andares, a maioria das pessoas logo aperta o botão para chamar o elevador, sem nem pensar que partir para a escada seria uma boa ideia para ganhar tempo e saúde. Pesquisadores da Universidade de East Anglia e do Hospital Universitário de Norfolk e Norwich, ambos no Reino Unido, apresentaram mais uma boa razão para optar pelos degraus.

Publicado no European Journal of Preventive Cardiology, o estudo britânico mostra que optar pelas escadas ajuda a diminuir o risco de morte, em especial por doenças cardiovasculares. Para mostrar como essa pequena mudança de hábito pode ser benéfica, os autores realizaram uma revisão de cinco pesquisas que envolveram 455.578 pessoas com idades entre 35 e 84 anos, saudáveis ou com histórico prévio de ataque cardíaco ou doença arterial periférica, sendo 53% mulheres.

Os resultados mostraram que quem utilizava as escadas tinha um risco 24% menor de morrer por qualquer causa e 39% menos probabilidade de falecer em decorrência de problemas cardiovasculares, como ataque cardíaco, insuficiência cardíaca ou derrame.

O artigo não aponta a quantidade mínima de degraus que uma pessoa precisa subir ou descer diariamente para ter esses benefícios, nem a frequência recomendada da atividade, mas ressalta que não há dúvidas de que mesmo breves momentos de exercício proporcionam ganhos à saúde.

Especialistas ouvidos pela Agência Einstein ressaltam que essas descobertas destacam a importância de estimular atividades físicas cotidianas, mesmo no local de trabalho ou em casa, para promover estilos de vida mais saudáveis e a redução do risco de doenças.

“O estudo confirma o que vem sendo mostrado pela ciência. As atividades físicas, independentemente do tipo, promovem uma melhora no condicionamento físico, o que diminui o risco de problemas do coração”, diz o profissional de educação física Everton Crivoi do Carmo, doutor em Ciências do Esporte e responsável pela preparação física no Espaço Einstein Esporte e Reabilitação. “O importante é se manter ativo, e os degraus são mais uma opção entre tantas outras para chegarmos a esse objetivo.”

O uso frequente de escadas pode promover adaptações importantes no sistema cardiovascular, melhorando seu funcionamento. O estímulo também contribui para o aumento da força de contração cardíaca, a melhora do transporte do oxigênio pelo corpo e sua utilização pelos músculos.

Além disso, eleva a força muscular dos membros inferiores, o que contribui para a redução da demanda do sistema cardiorrespiratório. “Tudo isso leva a uma melhora do condicionamento, o que tem relação direta com eventos cardiovasculares, pois um coração mais forte está mais preparado para enfrentar possíveis adversidades e estresses ao longo do dia”, explica do Carmo.

Os benefícios não param por aí. “Além do trabalho aeróbio, o uso dos degraus promove o fortalecimento das pernas e do core, região que engloba os músculos do abdômen, do quadril, da região lombar e da pelve”, acrescenta o ortopedista e traumatologista Eric Curi, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.

•        Quantos degraus é recomendado subir?

Não há uma indicação formal da pesquisa sobre o número de degraus que um indivíduo precisa subir ou descer por dia nem a frequência dessa prática para obter os benefícios citados. Portanto, ela deve ser encarada como mais uma forma de atingir os 150 minutos de atividade física moderada que devemos praticar por semana.

Essa é a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que um adulto não seja considerado sedentário, e esse período pode ser quebrado em intervalos menores ao longo dos dias.

Contudo, apesar dessa recomendação da OMS, estudos vêm apontando resultados benéficos ao organismo mesmo com períodos abaixo disso. “Quando falamos em redução do risco cardiovascular, o importante mesmo é se manter ativo ao longo do dia, como acontece com a proposta dos chamados exercise snacks, que consistem em realizar pequenos estímulos durante o cotidiano”, conta Crivoi.

O educador físico sugere usar as escadas de três a quatro vezes por dia, mesmo que de maneira espaçada. “Tentar fazer isso todos os dias é o que realmente importa”, frisa. De acordo com Curi, qualquer pessoa pode optar pelos degraus, e é interessante evoluir aos poucos. “Pode começar subindo um andar e descendo dois, depois passar a subir dois andares e descer quatro, e assim por diante”, propõe.

Mas, como sempre, vale tomar cuidado — especialmente pessoas com artrose nos joelhos, no quadril ou outras condições de saúde. “Certifique-se de que a altura dos degraus seja regular e compatível com sua mobilidade, e que a escada conte com um corrimão”, orienta o ortopedista.

 

•        Como evitar que ganho de peso ao envelhecer comprometa a saúde

À medida que envelhecemos, nosso corpo passa por várias mudanças. Uma das mais desafiadoras é o ganho de peso, que normalmente está relacionado à obesidade sarcopênica. Entenda abaixo como evitar que ganho de peso ao envelhecer comprometa a saúde.

Essa condição de nome pouco conhecido pela maioria da população é a combinação do acúmulo de gordura corporal com a perda de massa muscular, que pode comprometer a qualidade de vida dos idosos. A combinação pode levar à dificuldade de caminhar, a quedas e ainda acarretar redução da independência.

A obesidade sarcopênica ocorre porque, com o avanço da idade, é comum que as pessoas diminuam seus gastos calóricos, por conta diminuição de suas atividades, fazendo com que o metabolismo desacelere.

Também há uma alteração do paladar e lentificação do processo digestivo. Dessa forma, há uma diminuição na ingestão de proteínas, que são alimentos mais difíceis de serem digeridos, para dar preferência à ingestão de carboidratos, mais fáceis de digerir.

Além disso, as pessoas podem perder até 1% de músculo por ano a partir dos 40 anos, segundo diversos estudos.

“O ganho de peso é fator de risco para hipertensão arterial, diabetes mellitus, hipercolesterolemia, consequentemente, há aumento no risco de mortalidade por doença aterosclerótica como infarto, acidente vascular encefálico e problemas de circulação nas pernas. Devido a essas doenças, há diminuição na atividade física e o idoso tende a se tornar cada vez mais fragilizado, mais suscetível a doenças infecciosas como gripe e pneumonia, a quedas e à morte”, explica Maurício de Miranda Ventura, diretor do Serviço de Geriatria do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE).

Porém, alguns hábitos como alimentação saudável e a prática de exercícios físicos podem ajudar a minimizar esses efeitos e contribuem para um envelhecimento mais saudável.

A dieta deve conter alimentos ricos em proteínas para a manutenção e recuperação da massa muscular. Além disso, é importante reduzir a ingestão de alimentos ultraprocessados, ricos em calorias vazias e que contribuem para o ganho de gordura corporal.

“Carne de frango, peixe, carne vermelha e ovos são alguns exemplos de proteínas. Se o idoso apresenta dificuldades para mastigar, ele pode optar por carne moída, frango desfiado e atum, por exemplo. É imprescindível consumir, no mínimo, duas porções por dia de proteína. Uma maneira simples de calcular uma porção seria ‘um bife do tamanho da palma da mão'”, explica Priscila Abiko, geriatra do Hospital Edmundo Vasconcelos.

Com relação à prática de atividades físicas, os especialistas recomendam a combinação de exercícios aeróbicos com treinos de força, como musculação. Eles vão ajudar a reduzir a gordura corporal e a preservar a massa muscular.

“O ideal são 150 minutos de atividade física por semana, mas é importante o idoso iniciar com o que ele é capaz. O exercício mais recomendado para sarcopenia são os exercícios com carga”, diz Abiko.

“Já os exercícios aeróbicos, como caminhada e bicicleta, auxiliam na perda de gordura corporal. Apesar destas particularidades, qualquer tipo de atividade de moderada intensidade irá colaborar para redução da obesidade e melhora da sarcopenia”, acrescenta.

Cinco dicas para prevenir a obesidade sarcopênica

•        Pratique atividade física regularmente;

•        Tenha uma alimentação rica em proteínas;

•        Reduza o consumo de gorduras e carboidratos;

•        Tome sol regularmente para manter a vitamina D;

•        Cuide dos problemas de saúde diminuindo o risco de complicações.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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