614 páginas nomeiam 34 mil vítimas do
genocídio nazisionista
Os dados são das
pessoas assassinadas e identificadas até o dia 31 de agosto. Há outras 6.908
pessoas mortas e que não foram identificadas e 10 mil desaparecidas, o que
totaliza um número de 51.252. Os trabalhadores continuam, em meio aos escombros
e bombardeios no estreito território palestino cercado, a identificar e
organizar minuciosamente as outras vítimas.
Um esforço titânico de
médicos, enfermeiros e trabalhadores do governo palestino em Gaza impediu que
34.344 pessoas mortas na Faixa fossem apenas números em uma lista sangrenta que
contabiliza o genocídio sionista. Nome por nome das vítimas mortas até o
dia 31 de agosto foram listados em um documento, divulgado no dia 16 de
setembro pelo Ministério da Saúde palestino em Gaza.
Há outras 6.908
pessoas mortas, mas que não foram identificadas, e 10 mil desaparecidas, o que
totaliza um número de 51.252. Os trabalhadores continuam, em meio aos escombros
e bombardeios no estreito território palestino cercado, a procurar, identificar
e organizar minuciosamente essas vítimas.
Dos identificados,
nome por nome e idade por idade foram listados em documentos, por fim
organizados em um relatório de 614 páginas. As primeiras páginas listam nomes
de crianças com menos de um ano. Bebês. São, ao todo, 14 páginas que reúnem a
identificação de 712 crianças. “Não existe paralelo de um número tão alto de
crianças mortas em conflito armado”, diz o pesquisador Caio Porto, doutorando
na Universidade de Brasília (UnB) e integrante do Centro Internacional de
Estudos Árabes e Islâmicos (CEAI-UFS).
“Essa matança de
crianças em escala industrial mostra que há um plano de extermínio, combinado
com a matança, também maior da história, de mulheres”, comenta Ualid Rabah,
presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal). “Há um plano
sionista colonial de colapsar a capacidade reprodutiva do povo palestino. É um
extermínio a prazo”.
O plano envolve também
o assassinato de mulheres grávidas, a destruição de hospitais com capacidade
para realizar parto e o bloqueio da entrada de medicamentos necessários para o
procedimento.
O relatório do
Ministério da Saúde palestino em Gaza detalha outros 11.983 menores de 18 anos
e 2.955 idosos. As últimas onze páginas do relatório listam os nomes de vítimas
entre 77 e 101 anos de idade, nascidas antes mesmo da decisão da ONU de fundar
o Estado de Israel.
A quantidade absurda
de mortes ultrapassa o assassinato em massa cometido pelas hordas hitlerianas
na Segunda Guerra Mundial. Rabah explica que Israel já matou 22 mil crianças em
Gaza, se levado em conta as cerca de 4 a 5 mil desaparecidas nos escombros. É
uma proporção de 9.800 crianças mortas para cada milhão de habitantes em menos
de um ano. Já na Segunda Guerra Mundial, em seis anos, a proporção de crianças
mortas para milhão de habitantes era 2.813, cerca de 3,5 vezes a menos que a
cifra de Israel.
·
Esforço heroico
O esforço de
contabilizar e identificar os nomes é heroico, ainda mais em meio à guerra. A
destruição da infraestrutura impacta diretamente a coleta de dados, que precisa
ser feita às vezes no leito de morte de pacientes ou através dos socorristas
que atravessam as cidades destruídas em busca das vítimas, segundo informações
publicadas em um artigo na revista The Lancet em julho de
2024.
Israel tenta
constantemente desacreditar os números do genocídio em Gaza ao acusar o
Ministério da Saúde palestino em Gaza de exagerar ou mesmo inventar as cifras.
Além disso, “Israel atinge deliberadamente órgãos de registro, que seriam
equivalentes aos cartórios. O esforço do governo é também para isso, porque os
arquivos estão sendo destruídos”, diz Porto.
A contabilização,
portanto, é um combate às mentiras de Israel. “Identificar uma a uma das
pessoas permite saber quem foi assassinado e o que era essa pessoa. Em Gaza,
temos um genocídio gigantesco de professores, médicos e alunos”, comenta Rabah.
“Além do mais, o povo palestino é um povo com nome, sobrenome, com vida”. “Por
fim, a identificação fortalece as futuras demandas de compensações, tanto
coletivas quanto individuais”.
·
Parar o genocídio
Tudo isso demanda
medidas que parem o genocídio. “É necessário reconhecer que o que Israel comete
é genocídio, e tomar medidas práticas tomadas contra Estados que cometem esse
tipo de prática”, diz Porto.
“Se o mundo
parou a Alemanha nazista por meios bélicos, o mesmo precisa ser feito com
Israel”, defende Rabah. “O problema é que esse é um genocídio estadunidense. E
quem vai parar o EUA? Precisamos de uma grande mobilização internacional de
paralisação de Israel, precisamos boicotar, desinvestir e sancionar”
Em Gaza, a Resistência
Nacional Palestina garante que continua com “grande capacidade” de combater o
genocídio por meio das armas. “Houve mártires e sacrifícios. Mas em troca,
houve um acúmulo de experiências e o recrutamento de novas gerações na resistência”,
disse em entrevista recente o líder sênior do Hamas, Osama Hamdan.
¨
Israel bloqueia mais
de 80% dos alimentos destinados a Gaza, diz organização humanitária
Um comunicado
conjunto, publicado no site da organização não governamental humanitária
Norwegian Refugee Council (Conselho Norueguês de Refugiados) e assinado por 14
outras ONGs, diz que Israel não permite entregar 83% dos alimentos necessários
para Gaza e pede o fim da obstrução sistemática de Israel ao fornecimento de
ajuda.
Segundo o relatório, a
percentagem de assistência bloqueada por Israel aumentou de 34% para 83% desde
2023.
"Essa redução
significa que as pessoas em Gaza passaram de uma média de duas refeições por
dia para apenas uma refeição a cada dois dias", diz o documento.
Segundo ele, cerca de
50 mil crianças de entre seis meses e cinco anos sofrem de desnutrição. Metade
das reservas de sangue de doadores e 65% da insulina estão em falta. Um milhão
de mulheres estão agora sem os suprimentos de higiene de que precisam.
Apenas cerca de 1.500
leitos hospitalares em Gaza permanecem disponíveis, o que é, obviamente, muito
pouco para dois milhões de pessoas em uma área de guerra.
Além disso, o
relatório indica que 1,87 milhão de pessoas estão precisando de abrigo, com
pelo menos 60% das casas destruídas ou danificadas.
Os ativistas
humanitários acusam o lado israelense de intensificar o cerco à Faixa de Gaza,
tornando praticamente impossível prestar ajuda humanitária no enclave.
Aproximadamente 300 funcionários de organizações humanitárias foram mortos em
Gaza desde outubro do ano passado.
Assim, as agências que
assinaram o documento conclamam os governos das Nações Unidas a exigirem que
Israel acabe com a obstrução à ajuda humanitária.
Ademais, os grupos
humanitários pedem "um cessar-fogo imediato e duradouro em Gaza", e
"um embargo de armas", exigindo "o cumprimento das conclusões e
recomendações da Corte Internacional de Justiça [CIJ], o fim do cerco do governo
israelense a Gaza e o respeito pelo apelo da CIJ para acabar com a ocupação do
território palestino".
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Guerra na Faixa de Gaza
Em 7 de outubro de
2023, Israel foi alvo de um ataque de foguetes sem precedentes a partir da
Faixa de Gaza. Depois disso, combatentes do movimento palestino Hamas se
infiltraram nas áreas de fronteira, abriram fogo contra militares e civis e
fizeram mais de 200 reféns. De acordo com as autoridades, cerca de 1,2 mil
pessoas foram mortas.
As Forças de Defesa de
Israel lançaram a Operação Espadas de Ferro na Faixa de Gaza, incluindo ataques
a alvos civis. Israel anunciou um bloqueio completo do enclave: o fornecimento
de água, eletricidade, combustível, alimentos e medicamentos foi interrompido.
De acordo com o
Ministério da Saúde de Gaza, mais de 41 mil pessoas foram mortas e mais de 95
mil ficaram feridas.
A Faixa de Gaza foi
efetivamente dividida nas partes Sul e Norte, e Israel está conduzindo uma
operação terrestre em Rafah, que é considerada o último reduto do Hamas.
O Ministério das
Relações Exteriores da Rússia pediu que as partes parassem com as hostilidades.
De acordo com a
posição de Moscou, um acordo só é possível com base na fórmula aprovada pelo
Conselho de Segurança da ONU, ou seja, o estabelecimento de um Estado palestino
nas fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como sua capital.
¨ ‘O Hamas está ganhando a guerra’ – diz ex-comandante israelense
ao NYT
O New York Times citou
um ex-comandante da Divisão de Gaza do exército israelense afirmando que o
Movimento de Resistência Palestina Hamas está “vencendo essa guerra”, que vem
ocorrendo em Gaza desde 7 de outubro.
O major-general Gadi
Shamni, ex-comandante da divisão de Gaza do exército israelense, foi citado
pelo jornal como tendo dito que “o Hamas está vencendo a guerra”.
“Nossos soldados estão
vencendo todos os confrontos táticos com o Hamas, mas nós estamos perdendo a
guerra, e em grande escala”, acrescentou Shamni.
O oficial militar
explicou ainda que o Hamas rapidamente reafirmou o controle sobre as cidades
“em 15 minutos” após a retirada das forças israelenses.
“Não há ninguém que
possa desafiar o Hamas após a saída das forças israelenses”, disse Shamni.
O jornal também citou
autoridades de segurança israelenses atuais e anteriores que expressaram
dúvidas de que o Hamas pudesse ser derrotado nesse conflito.
Em junho passado,
Daniel Hagari, o porta-voz militar israelense, disse ao Channel 13 que “o Hamas
é uma ideia”.
“Aqueles que pensam
que podemos fazer o Hamas desaparecer estão errados”, disse ele, acrescentando
que ‘a ideia de que é possível destruir o Hamas, fazer o Hamas desaparecer –
isso é jogar areia nos olhos do público’.
O relatório também
observou que o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse no mês passado
que a “vitória total” do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, é um
“absurdo”.
Essa não é a primeira
vez que o ex-comandante israelense expressa suas críticas à maneira como Israel
lidou com a guerra em Gaza.
Em entrevista ao
jornal israelense Maariv, em maio passado, Shamni disse: “É difícil ver como
todos os detidos israelenses serão devolvidos da Faixa de Gaza”.
Ele acrescentou que,
apesar de sofrer muitas perdas, o Hamas não será “eliminado militarmente”.
·
Genocídio em andamento
Desrespeitando uma
resolução do Conselho de Segurança da ONU que exige um cessar-fogo imediato,
Israel enfrentou a condenação internacional em meio à sua contínua e brutal
ofensiva em Gaza.
Atualmente em
julgamento perante a Corte Internacional de Justiça por genocídio contra
palestinos, Israel vem travando uma guerra devastadora em Gaza desde 7 de
outubro.
De acordo com o
Ministério da Saúde de Gaza, 41.252 palestinos foram mortos e 95.497 ficaram
feridos no genocídio contínuo de Israel em Gaza, iniciado em 7 de outubro.
Além disso, pelo menos
11.000 pessoas estão desaparecidas, supostamente mortas sob os escombros de
suas casas em toda a Faixa.
Israel afirma que
1.200 soldados e civis foram mortos durante a operação Al-Aqsa Flood em 7 de
outubro. A mídia israelense publicou relatórios que sugerem que muitos
israelenses foram mortos naquele dia por “fogo amigo”.
Organizações
palestinas e internacionais afirmam que a maioria dos mortos e feridos são
mulheres e crianças.
A guerra israelense
provocou uma fome aguda, principalmente no norte de Gaza, resultando na morte
de muitos palestinos, em sua maioria crianças.
A agressão israelense
também resultou no deslocamento forçado de quase dois milhões de pessoas de
toda a Faixa de Gaza, sendo que a grande maioria dos deslocados foi forçada a
ir para a cidade de Rafah, ao sul, densamente povoada, perto da fronteira com o
Egito, no que se tornou o maior êxodo em massa da Palestina desde a Nakba de
1948.
Mais tarde, durante a
guerra, centenas de milhares de palestinos começaram a se deslocar do sul para
o centro de Gaza em uma busca constante por segurança.
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Turquia apoiará 'resistência honrosa' dos palestinos na Faixa de Gaza, promete
Erdogan
O presidente turco,
Recep Tayyip Erdogan, afirmou nesta segunda-feira (16) que Ancara sempre
apoiará os palestinos na Faixa de Gaza e sua "nobre e honrosa
resistência" contra as forças israelenses.
"Apoiamos Gaza,
nossos irmãos e irmãs palestinos com nossas vozes, palavras, orações,
assistência humanitária e todos os meios à nossa disposição. Sempre apoiaremos
sua resistência nobre e honrosa", disse Erdogan nas redes sociais.
O conflito, que
começou no dia 7 de outubro de 2023, já dura mais de 11 meses e fez o número de
palestinos mortos ultrapassar 41 mil. O ministro das Relações Exteriores da
Rússia, Sergei Lavrov, chegou a declarar também nesta segunda que o Conselho de
Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) não deve ignorar a guerra
promovida por Israel na Faixa de Gaza.
Para o chanceler
russo, a situação é o maior problema que o mundo enfrenta atualmente. Segundo
Lavrov, a última resolução do Conselho de Segurança da ONU, que apela ao
cessar-fogo na Faixa de Gaza, foi deixada de lado.
"Os EUA não
cumpriram suas promessas, mas isso não significa que devamos abandonar os
nossos esforços. Ficaríamos satisfeitos se a mediação do Egito e de outros
países árabes trouxesse resultados. O Conselho de Segurança da ONU não deveria
ignorar esse problema porque hoje é o maior problema internacional", disse
Lavrov em uma conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo egípcio.
O chanceler russo
também comentou que assim que o conflito na Faixa de Gaza cessar, "teremos
de lidar imediatamente com o envio de cargas humanitárias porque a situação
humanitária na Faixa de Gaza é catastrófica".
¨ Presidente do Parlamento da Líbia diz ver chance de resolver
crise do país até fim de 2024
Tendências positivas
são observadas na resolução da crise na Líbia, que pode ser concluída com
sucesso até o final deste ano.
É o que disse, nesta
segunda-feira (16), o presidente do Parlamento líbio, Aguila Saleh Issa, em
entrevista à Sputnik.
"O que a Líbia
está passando nunca aconteceu no passado. E não acho que acontecerá no futuro.
[...] Na próxima fase, emitiremos uma lei sobre reconciliação nacional. A
reconciliação é um passo muito grande na unificação geral e consolidação do
poder. Estou muito otimista de que seremos capazes de alcançar uma saída para a
crise atual na Líbia até o final do ano", pontuou à Sputnik.
Há dois governos na
Líbia que não se reconhecem. O primeiro é o Governo de Acordo Nacional, com
sede em Trípoli, apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e liderado
por Abdul Hamid Dbeibah. O segundo, empoderado pela Câmara dos Representantes,
é baseado em Bengasi e liderado por Osama Hammad.
Eleições em 2021
Representantes dos
lados em conflito da Líbia votaram para escolher o novo governo temporário, com
Mohamed Younes Menfi como novo chefe do Conselho da Presidência e Abdul Hamid
Dbeibah como premiê.
As conversas em
fevereiro de 2021 sobre os resultados da votação em Genebra mostraram essa
tendência.
A lista eleitoral
venceu por 39 a 34, com uma abstenção, a apresentada pelo presidente da Câmara
dos Representantes da Líbia em Tobruk, Aguila Saleh Issa, para o chefe do
Conselho da Presidência.
Menfi é diplomata e
ex-embaixador na Grécia, e Dbeibah é um empresário que conta com o apoio das
tribos ocidentais.
Fonte: A Nova
Democracia/Sputnik Brasil
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