quarta-feira, 31 de julho de 2024

‘O que a gente defende é produzir comida e não commodities’, diz dirigente da Fetraf-RS

Nascida no campo, Cleonice Back se tornou militante das lutas agrárias, sindicalista, suplente de senador e hoje ocupa a diretoria da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul (Fetraf-RS). Lá, atua na Coordenação da Mulher Agricultora.

Nesta semana, que marca mais uma passagem do Dia do Trabalhador e da Trabalhadora Rural e do Dia Internacional da Agricultura Familiar, a reportagem do Brasil de Fato RS ouviu a sua história.

Cleonice é testemunha de como a vida dos pequenos agricultores se transformou com a alavanca dos programas sociais. Mas, hoje, é preciso mais. É preciso, no caso do Rio Grande do Sul, salvar da pobreza quem perdeu tudo com as cheias. Ela também defende que o governo federal lance uma versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a agricultura familiar.

•        Para começar, quero ouvir um tanto da tua trajetória. Seus pais eram agricultores, correto?

Cleonice Back – Sim. Durante a minha infância, meus pais tinham cinco hectares somente. Trabalhavam com soja, milho, leite. Uma parte da terra eles tinham arrendado, eram do meu avô. Morávamos numa casa bem precária, de madeira. E quando eu tinha uns oito anos, meu pai comprou mais uma parte da terra do meu avô e aumentou um pouco mais a área, o que melhorou as condições do trabalho e renda.

•        Onde eram as terras?

No município de Tiradentes do Sul, comunidade de Lajeado do Bugre, onde moro até hoje. Éramos quatro irmãos. Minha irmã mais velha saiu de casa com 16 anos para trabalhar como empregada doméstica e estudar em Três Passos. Minha segunda irmã casou também aos 16 e saiu de casa. Ficamos eu, meu irmão, meu pai e minha mãe. E minha mãe sempre teve muitos problemas de saúde. Comecei muito cedo a ajudar na casa e na lavoura, principalmente na colheita de soja e na produção de leite. Na época, não tínhamos ordenhadeira e se tirava leite tudo à mão. Comecei aos cinco anos.

Depois, comprou a primeira ordenhadeira, o resfriador, e aí começou a melhorar um pouco. Minha mãe tinha de ficar acamada ou internada. De manhã, eu fazia o almoço e à tarde, ia pra roça ajudar a colher soja e milho ou plantar. De noite, ia para a aula. Fazia o segundo grau. Chegava em casa, comia algo, dormia e, no dia seguinte, seguia a luta. Muito dura, né?

Mas sempre digo que, para mim, me fez bem. Apesar de todas as dificuldades, a gente conseguiu superar todas elas. Meu pai conseguiu fazer um investimento na propriedade através do Pronaf (Programa Nacional da Agricultura Familiar) e deu uma melhorada.

Nunca passamos fome. Sempre produzimos muito para comer. Mas, às vezes, não havia condições de, por exemplo, comprar gás. Então, era só fogão a lenha. Não tinha carro, não tinha moto. Para ir na cidade, meu pai usava a carroça. No final de semana, a gente ajudava o pai e a mãe a levar nata, ovos, frango para vender na cidade.

Foi uma infância diferente, mas aprendi muito. Quando eu tinha 12 anos, todo sábado de manhã eu ia fazer faxina na casa do meu avô e da minha avó que moravam sozinhos. Ganhava R$ 7 na época. Era um recurso que eu tinha. Desde lá, tinha o meu dinheiro, a minha independência.

•        Em que momento exatamente isso aconteceu?

Hoje estou com 41...Tinha 12 ou 13 anos. Meu pai participava muito do sindicato, e o sindicato queria construir uma sede própria. E, na época, o sindicato encaminhou as propostas de Pronaf e cobrou R$ 10 de cada associado. Aí, o presidente do sindicato perguntou se tinha alguém com um filho ou filha para que pudesse ir lá ajudar. Aí eu fui durante três meses, mas acabei ficando seis e aprendi logo muitas outras coisas como encaminhar propostas do Pronaf...

•        E foi mordida pela militância?

Não, daí voltei para casa e comecei a trabalhar num comércio que vendia material de construção. Mas o pessoal do sindicato foi me procurar de novo. Voltei e já entrei na luta sindical.

Uma das principais bandeiras era a questão da sucessão rural. A permanência do jovem no campo, sabe? Organizamos grupos de jovens e eu participava da Comissão de Jovens da Fetag (Federação dos Trabalhadores na Agricultura/RS). Vinha de ônibus para Porto Alegre, viajava a noite inteira.

Foi um período em que o movimento sindical também teve uma ruptura. Vários sindicatos ajudaram a construir a Fetraf (Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar) nos três estados do sul. Foi nos anos 2000. Nosso sindicato também foi e comecei a participar da organização dos jovens da Fetraf. Não muito tempo depois, me escolheram como coordenadora estadual da juventude da Fetraf.

Trabalhávamos muito a questão do crédito fundiário. Foi uma luta até para conquistar um programa. Fizemos muitas mobilizações, entre elas a ocupação do INCRA aqui em Porto Alegre. Conquistamos o programa no governo Lula para que os jovens pudessem permanecer no campo e comprar suas áreas.

Sempre digo que sou agricultora familiar graças às políticas públicas do governo Lula. Tive o privilégio de poder falar isso para ele. Meus pais tinham pouca terra. Os pais do meu esposo também tinham pouca área. Eu não queria morar com os meus pais ou com o sogro e sogra para tocar a propriedade. Tinha o interesse de permanecer no campo mas de não morar com eles. Então, pelo programa do Crédito Fundiário, conseguimos comprar 8,8 hectares. Era uma propriedade que não tinha não tinha luz, não tinha nada. Por meio do Luz para Todos conseguimos acessar a energia elétrica. Com o Minha Casa Minha Vida, conseguimos fazer uma casa. Era pequena, 7mts. por 7,5mts. mas para mim estava ótimo.

No sindicato, ajudei a trabalhar muito isso: a implementação de políticas públicas. Aquela era a minha situação mas também a de muitas famílias.

•        Isso quando você estava na Fetraf?

Na Fetraf. Com 20 anos, me filiei ao PT. E me convidaram para ser candidata a vereadora.  Fui para a campanha mas nunca imaginei que iria me eleger. Fui a vereadora mais jovem no município. Aí fiquei pensando, e agora? O que vou fazer? Não tenho noção disso. Fui estudar e aprender esse novo mundo. Mas continuei atuando no sindicato.

Depois, concorri à reeleição como vereadora. Mas a oposição colocou minha irmã de candidata. Faltaram cinco votos para me reeleger.

•        E depois?

Algumas portas se fecham, outras se abrem. Então, continuei no movimento sindical. Fui convidada, na época, pelo Altemir Tortelli, que era o coordenador da Fetraf sul, para assumir a Secretaria de Mulheres da federação. Eu, primeiro, não queria. Mas ele foi bastante insistente. Então, fui para a executiva da Fetraf Sul, onde havia nove membros. Comecei a ter essa atuação sindical em nível dos três estados.

Fizemos muitas agendas importantes. Realizamos um encontro com mais de seis mil mulheres da região sul, município de Constantina em 2012. Foi um momento também muito marcante na minha vida.

E aí me convidaram para assumir a Fetraf do Rio Grande do Sul. Superei meus medos e aceitei de novo. Fui coordenadora por cinco anos. Decidimos mudar a organização da federação e criamos as federações estaduais. Criamos a Fetraf RS, que comemora 10 anos em 2024. Fui a primeira coordenadora estadual da Fetraf RS. Foi fundada em Sananduva, com a presença do governador do estado, Tarso Genro, e mais de três mil agricultores. Depois fui para a executiva da CUT.

Mas nunca me desvinculei da propriedade. Quando o pessoal dizia ´mas é muito longe, você tem que vir morar mais perto, não sei o quê`. Eu sempre respondia que não iria sair da base. Porque quando você tira o pé de lá, teu pensamento é outro, tua cabeça é outra, teu sentimento é outro.

Sempre trabalhei e sempre disse que nunca quero depender do movimento sindical ou da política para viver. Quero ter minha propriedade, meu ganha-pão. Então, quando tomei a decisão de ficar mais pelo município, assumi a presidência do sindicato lá de novo. Estava tentando a maternidade, não queria ter mais uma atuação estadual. Porque fica mais difícil, né?

Tínhamos feito toda essa luta da questão da previdência, contra a reforma, e convidamos o senador Paulo Paim e sua equipe para nos acompanhar. Organizamos a Caravana da Agricultura Familiar em Defesa da Previdência. Fizemos muitas agendas nas regiões. Foi então que me aproximei mais do senador. Quando eu queria voltar para casa, ele me convidou para estar na chapa majoritária.

Acabei aceitando mais um grande desafio para a minha vida. Na convenção, fui escolhida para ser o segundo nome ao Senado, porque eram dois. E depois o PCdoB veio e eu abri mão. O [então candidato ao governo estadual] Miguel Rosseto me convidou para ser a vice dele. Não aceitei porque estava grávida da minha menina. Então foi a [hoje vereadora] Ana Affonso.

Fui a primeira suplente do senador Paim. Fiz mais de 35 mil quilômetros com ela na barriga e sempre nessa defesa da agricultura familiar, uma causa que assumi para a minha vida. A defesa do agricultor familiar e, em especial, a questão dos jovens e das mulheres.

Vejo que temos muitas dificuldades ainda de avançar, principalmente na questão da autonomia financeira, na geração de renda. Não falo por alguém que vejo, não. É aquilo que eu vivo. Então, se o preço do leite despenca, lá em casa a renda baixa. A gente sabe quando tem estiagem, quando falta água.

Quero viver lá porque acho que uma das melhores coisas é o modo de vida do agricultor familiar. É um bom lugar para se viver. Com as ações e programas que conquistamos, conseguimos melhorar muito a realidade do campo.

•        Qual é o paralelo que você faz entre sua infância e hoje?

Sou uma testemunha da mudança de vida. Lembro que, à noite, chegava em casa da aula e a mãe deixava o feijão e o arroz ao lado do fogão, e eu fritava um ovo com palha de milho porque não tinha dinheiro para comprar gás. E agora, os agricultores têm gás, têm energia solar, têm micro-ondas. Têm torneira elétrica, chaleira elétrica, até ar-condicionado. É outra realidade.

Minha avó tinha aquelas lamparinas de querosene. Vivi aquela pobreza e também esse processo de melhoria. O grande salto de qualidade de vida dos agricultores familiares foi nos governos Lula e Dilma, com as políticas públicas. Quando veio o Pronaf com o rebate de R$ 600 para os agricultores, que hoje não é muito, mas na época valia bastante, os agricultores começaram a ser incluídos no crédito, o que antes não eram. O agricultor era mau visto dentro do banco. E a partir do Plano Safra da Agricultura Familiar e da lei que garantiu a profissão de agricultor familiar, cada um pode dizer com orgulho a sua profissão. Temos uma lei que ampara, temos o crédito.

Íamos para as ruas e dizíamos que tínhamos crédito, mas não tínhamos casa. Aí veio o Olívio Dutra e criou um programa estadual de habitação. Depois, Olívio se tornou ministro das cidades e criou o programa PNHR Habitação Rural, quando começamos a construir e reformar muitas casas.

Lembro do depoimento de uma mulher que disse assim ´Cleonice, agora não preciso mais ter medo dos meus filhos passarem frio, porque na nossa casa entrava muito vento. Com minha casinha nova, não vou mais sentir esse frio`. Foi um momento melhor da minha vida. E aí era crédito, era recurso para comprar terra, era recurso para a casa, era recurso para investimento, mais recurso para assistência técnica. Foi um período que deu uma mudança de realidade no campo.

Antes disso, muitas pessoas também deixaram o campo e vieram para as regiões metropolitanas buscar renda, emprego. Hoje, minha sobrinha, que trabalhava na prefeitura, foi para casa tirar leite porque ela ganha mais.

Existem muitos problemas ainda na agricultura familiar, principalmente o tema do endividamento, do alto custo de produção. É um desafio porque você tem que fazer manobras porque baixa, às vezes, o preço dos produtos. Tem meses que sobra pouco. Mas hoje os agricultores têm estrutura. Veio o programa Mais Alimento e o pessoal conseguiu comprar máquinas, equipamentos, tratores, caminhonetes.

Claro, teve muitos agricultores que não conseguiram acessar essas políticas públicas, foram para a margem das políticas sociais e hoje estão no Bolsa Família ou dependem de um salário mínimo de aposentadoria para viver. Nem todos conseguiram ter essa migração de uma política pública estruturante. Ainda temos esse problema.

•        Você consegue fazer uma análise de quem conseguiu acessar as políticas públicas e quem não? Os agricultores foram mais organizados em sindicatos, em federações, em movimentos?

Quem estava organizado teve mais facilidade. E esses nós conseguimos beneficiar com muitas políticas públicas. Tinha aquele que não vinha nas reuniões. O sindicato ia para o interior, para a comunidade, mas o agricultor não vinha. E aí aquele foi praticamente excluído da política pública e continua hoje morando numa casa precária, acessando políticas sociais como o Bolsa Família. Outra leva também que não conseguiu acessar, às vezes, por irregularidades na documentação. Não tinha o documento da terra em dia e não conseguiu acessar habitação e o Pronaf. Teve muitas áreas ilegais e, embora a família vivesse ali havia 100 anos, não tinha o título.

Esse é o público que foi excluído dessas políticas públicas. Também tivemos casos em que os agricultores fizeram essa busca dos financiamentos mas não conseguiram fazer uma boa gestão e foram à falência. Parte dos recursos das políticas públicas era subsidiada, mas parte era financiada. E isso fez com que o agronegócio venha cooptando essas propriedades da agricultura familiar. Hoje estamos vivendo uma disputa muito grande entre a agricultura familiar e o agronegócio. O agronegócio tenta cooptar agricultores familiares, dizendo que esses agricultores familiares são do agro.

•        É uma grande propaganda...

E também muitos agricultores familiares se consideram do agro. Mas aí se tu vais olhar, mas quanta terra tem? Qual é tua renda? Não, você é agricultor familiar. Porque agricultor familiar é aquele que tem uma área de até quatro módulos fiscais. Varia de região para região, mas na minha é de 80 hectares. Logo, a grande maioria dos agricultores do Rio Grande do Sul são agricultores familiares. A porcentagem do agronegócio é muito pequena. Eles podem até se considerar do agro, mas, perante a legislação, eles são agricultores familiares.

Às vezes, a gente brinca: 'se tu é do agronegócio, então não te enquadras como segurado especial da previdência. Que é a aposentadoria através do bloco do produtor. Então, ele assume'.

Uma outra questão que é um dos grandes desafios que a agricultura familiar também vive são as mudanças climáticas.

•        Tivemos seca, enchente...

Cleonice – Sim. E depois do impeachment da Dilma tivemos um período de retrocessos. Apesar de que acho que a agricultura familiar foi a única não atingida pela reforma da Previdência. A única coisa que perdemos foi a questão da aposentadoria, a pensão integral, porque na idade não se mexeu como se mexeu nos urbanos.

Fui com minha menina de três meses no colo para Brasília para uma audiência pública no Senado. Fui falar em defesa das mulheres agricultoras. Deveriam se aposentar aos 55 anos enquanto o governo queria alterar para 60 anos.

Mas tivemos a perda do MDA, de várias políticas públicas, não tivemos mais contratação de habitação rural desde que a Dilma saiu. Mas, agora, estamos retomando mais recursos, retomando Minha Casa Minha Vida, retomando créditos novos subsidiados para os agricultores e o grande desafio de ter um olhar especial para as mudanças climáticas.

Tivemos seca em que, na minha propriedade, não havia água para lavar louça. Não tinha água para o consumo humano. E depois, com tanta chuva e não só onde a enchente chegou, tivemos perda de renda, diminuição na produção.

É uma dos grandes desafios que nós temos. Porque a agricultura familiar tem que gerar vida, alimento, produzir, mas em sintonia com o meio ambiente. Não vivemos sozinhos no mundo. Temos todo esse problema do aquecimento global e o que ele está impactando.

O que a gente defende é produzir comida e não commodities. E com as altas do preço, por exemplo, da soja, um grupo grande de agricultores migrou para a produção de soja. Saiu da produção de alimentos. Assim, diminuímos a produção de leite e de feijão.

•        Vocês discutem na Fetraf também a agroecologia?

Cleonice – Sim, bastante. Às vezes, temos dificuldade com os agricultores, deles aceitarem trabalhar a agroecologia e a produção orgânica. Estamos começando a discutir, pautamos o governo, um processo de transição. Não precisa mudar da noite para o dia. Vamos pensar em diminuir o uso de agrotóxicos, cuidar mais do solo e da natureza. É possível. Defendemos isso.

Uma das nossas propostas apresentadas é um PAC para a agricultura familiar, para o seu desenvolvimento. Um conjunto de questões, olhando não só para o crédito, mas também a infraestrutura no campo, a produção de alimentos saudáveis, a questão das sementes para não termos essa dependência que temos hoje das multinacionais.

Os desafios não são pequenos. Mas é a luta e a vontade de permanecer no campo produzindo alimentos. Como agricultores familiares, a gente tem essa missão de produzir alimentos. Sempre digo que sou agricultora de profissão e de coração. Acredito que é possível produzir alimentos saudáveis, ter um novo modelo produtivo, diminuir, pelo menos, o uso do agrotóxico. Pensar nos nossos filhos, ter uma comida mais saudável.

Hoje, minha região tem um dos maiores índices de câncer do Rio Grande do Sul. E tem o maior índice de uso de agrotóxicos. Pesquisas mostram que até no leite materno encontram agrotóxico. O que vai ser dos nossos filhos? Eu tenho uma filha de cinco anos e não quero isso para ela. Precisamos pensar nisso.

•        Como está a negociação com o governo sobre as perdas dos agricultores com as enchentes?

Tivemos várias reuniões. Participo também pelo Fórum das entidades gaúchas envolvendo Fetraf, MPA, MST e outros e construímos reuniões conjuntas com o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Foi criado esse novo crédito para os agricultores com um subsídio que varia entre 25% e 30% de rebate, mas que não é suficiente.

Uma das grandes questões em negociação é o tema das dívidas. Temos muitos agricultores endividados, que não conseguem acessar esse novo crédito. Temos outra situação de agricultores que não estão conseguindo pagar.

Temos a expectativa de que, até o final do mês, o governo federal edite uma medida provisória beneficiando todos os agricultores familiares. Para quem perdeu tudo, quem sabe, zerar as dívidas. E, para quem teve menos perda, ter um bônus de adimplência, renegociação das dívidas.

Uma outra questão que estamos trabalhando é a reconstrução das casas, da estrutura produtiva. Tivemos agricultores que perderam tudo, famílias, propriedades. Por exemplo, em Roca Sales, uma família que está há 130 anos naquela propriedade com produção de leite e criação de suínos, passando de geração em geração, perdeu tudo. Nem o solo sobrou. Precisamos de crédito para esses agricultores. Também habitação, assistência técnica e, inclusive, apoio psicológico para essas famílias poderem dar a volta por cima.

 

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

 

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