Deputado
Binho Galinha, apontado como chefe de milícia na BA, tem documentos apreendidos
em casa pela PF
A
Polícia Federal (PF) fez operação neste sábado (29) em Feira de Santana, a
cerca de 100 km de Salvdor, contra um grupo especializado em lavagem de
dinheiro e outros crimes. Na ocasião, foi cumprido um mandado judicial de busca
e apreensão na casa do deputado estadual Kleber Cristian Escolano de Almeida,
conhecido como Binho Galinha, apontado como chefe de milícia.
A
ação teve apoio da Receita Federal e é um desdobramento de outra ação, a El
Patron, deflagrada no dia 7 de dezembro de 2023 para desarticular uma
organização suspeita de envolvimento com jogos de azar, agiotagem, extorsão,
receptação qualificada, entre outros crimes, com atuação em Feira de Santana e
cidades vizinhas.
Desde
então, foram expedidos 10 mandados de prisão, 33 mandados de busca e apreensão.
Os presos foram oito militares, a esposa e o filho do deputado.
Também
foram determinados o bloqueio de R$ 200 mil da conta dos suspeitos e a
suspensão de atividades econômicas de seis empresas. Em 22 de maio deste ano,
na segunda etapa da Operação Hybris, a PF fez alienação antecipada de 45
propriedades urbanas e rurais e de 245 semoventes, como são chamados os animais
de bando que constituem um patrimônio. Isso significa que os bens foram
categorizados como garantia para o pagamento de uma dívida.
Em
nota emitida neste sábado pelos advogados que representam o político, ele
"está colaborando de forma plena e irrestrita com todas as etapas do
processo", e a "operação tem como objetivo criar desgastes
políticos".
Conforme
a PF, a investigação segue para apuração de eventuais outros envolvidos. Se
condenados, os investigados poderão ser condenados a penas que, se somadas,
podem ultrapassar 50 anos de reclusão.
• Foro privilegiado
No
dia 17 de abril deste ano, a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) informou a
disponibilidade dos documentos do processo que envolve o nome de Binho Galinha,
encaminhado pelo Ministério Público estadual (MP-BA), para membros do Conselho
de Ética e Decoro Parlamentar, reinstalado naquele dia.
De
acordo com a AL-BA, a Comissão de Ética é instalada todo início de ano
legislativo, porém, há 14 meses, a Casa não contava com a atuação do grupo, que
pode, ao ser provocado, avaliar qualquer queixa interna ou externa envolvendo
seus pares em possível quebra de decoro.
As
análises resultam em pareceres, que vão da não aceitação da denúncia até a
cassação de mandatos, passando por advertências ou suspensões temporárias. Fora
os casos de arquivamento, todas as decisões do Conselho de Ética passam
obrigatoriamente pelo Plenário.
Ainda
não existe denúncia formal contra o deputado Binho Galinha dentro da
Legislativo estadual, porém, há expectativa de que o Conselho analise a
situação do deputado a partir do envio dos documentos do MP. Ele não está preso
por ser detentor do foro de prerrogativa de função, conhecido popularmente como
foro privilegiado.
O
grupo foi composto uma semana depois da Polícia Federal converter em preventiva
a prisão da esposa do deputado. Mayana Cerqueira da Silva, de 43 anos, esteve
inicialmente sob prisão domiciliar, mas teve o mandado revogado durante a
Operação Hybrius, em Feira de Santana.
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Durante a operação do dia 9 de abril foram cumpridos:
• 17 mandados de busca e apreensão;
• bloqueio de aproximadamente R$ 4
milhões das contas bancárias dos investigados;
• suspensão de atividades econômicas de
uma empresa, que não teve o nome divulgado.
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Início das operações
A
Operação El Patrón, deflagrada em dezembro do ano passado, teve seis pessoas
presas preventivamente, em princípio, e 35 mandados de busca e apreensão
cumpridos em Feira de Santana.
Apesar
de o deputado não estar preso, outros envolvidos na organização foram detidos
na ocasião, incluindo familiares dele. Relembre:
• três policiais militares;
• a esposa de Binho Galinha, Mayana
Cerqueira da Silva, de 43 anos, que cumpria prisão domiciliar até o dia 9 de
abril, quando foi convertida para preventiva;
• o filho de Binho Galinha, João
Guilherme Cerqueira da Silva Escolano, de 18 anos, que está em prisão
domiciliar, com tornozeleira eletrônica.
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Cada integrante tinha uma função no grupo:
👉 PMS: atuavam como "braço armado" da milícia, fazendo
as cobranças das dívidas por agiotagem e jogo do bicho.
👉 Empresas: os empreendimentos tinham licenciamento para
funcionar, mas atuavam para lavagem de dinheiro. A PF não deu detalhes sobre os
nomes das empresas, mas afirmou que os funcionamentos de todas elas foram
suspensos.
👉 Deputado estadual: chefiava a organização criminosa.
👉 João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano, filho do deputado
estadual: era responsável por receber o dinheiro do crime desde quando ainda
tinha menos de 18 anos. Ele repassou para o pai cerca de R$ 474 mil.
👉 Mayana Cerqueira da Silva, esposa do deputado estadual: as
investigações apontaram movimentação financeira incompatível com os rendimentos
declarados à Receita Federal e a maioria das transações feitas por ela envolvem
os outros suspeitos.
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Veja nota enviada à imprensa pelos advogados do deputado estadual Binho
Galinha:
"Os
advogados DR. AUGUSTO CÉSAR MENDES ARAÚJO e DR. ROBSON OLIVEIRA DA SILVA, que
representam a defesa do Deputado Binho Galinha, na Operação El Patrón, e no seu
desdobramento Operação Hybris III, vem, por meio desta, informar e esclarecer
que, nosso cliente, está colaborando de forma plena e irrestrita com todas as
etapas do processo. Desde o inicio, ele se colocou à disposição das
autoridades, fornecendo todas as informações necessárias e cumprindo
rigorosamente todas as determinações legais.
Respeitamos
a decisão judicial de cumprimento da mandado de busca e apreensão e recebemos
com serenidade a deflagração desta fase da operação. Cabe ainda esclarecer que,
mais uma vez, nada de ilícito foi encontrado, reforçando o caráter transparente
e cooperativo do nosso cliente.
Entendemos
que o objetivo dessa publicização do cumprimento desse mandado de busca e
apreensão é criar um desgaste político ao Deputado Binho Galinha. No entanto,
temos a convicção de que, no fim do processo, ficará comprovada a inocência
dele e de sua família em relação aos fatos investigados.
Cabe
a inda esclarecer que a presente fase da operação se limitou ao cumprimento de
um mandado de busca e apreensão para apreender materiais que já eram de
conhecimento da Polícia Federal, os quais, não foram apreendidos na fase
anterior por mera liberalidade da autoridade policial.
Estamos
empenhados em proporcionar uma defesa robusta, baseada em evidências concretas
e na integridade dos procedimentos legais. Reafirmamos nossa confiança na
Justiça e no sistema jurídico brasileiro para assegurar um julgamento justo e
imparcial."
• Quem é Binho Galinha, o deputado
investigado por chefiar grupo miliciano na Bahia
O
deputado estadual Kleber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como Binho
Galinha, é apontado pela Polícia Federal como suspeito de chefiar uma milícia
em Feira de Santana, cidade a 100 km de Salvador.
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Conheça o deputado investigado:
👉 46 anos;
👉 Nascido na cidade de Milagres, a 245 km de Salvador;
👉 Morador de Feira de Santana há pelo menos 31 anos;
👉 Se intitula como empresário;
👉 Ganhou o apelido "Binho Galinha", porque já trabalhou
em um abatedouro entregando aves;
👉Também já trabalhou como carroceiro e pintor;
👉 Tem imóveis na cidade de Feira de Santana e outros municípios
vizinhos;
👉 Em 2022 foi eleito pela primeira vez como deputado estadual,
pelo partido Patriota;
👉 Recebeu 49.834 votos e foi o segundo mais votado na cidade;
👉 No site da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), o estado
civil dele aparece como solteiro.
👉 Após ser eleito, em 2023 o deputado se tornou vice-líder do
bloco parlamentar dos partidos MDB/PSB/Patriota/PSC/Avante.
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Entenda o caso
Binho
e outras 14 investigados tiveram mais de R$ 200 milhões das contas bancárias
bloqueadas nesta quinta-feira (7), quando foi deflagrada a operação da Polícia
Federal em parceria com outros órgãos e instituições, incluindo o Ministério
Público da Bahia (MP-BA).
Segundo
a PF, o grupo é investigado por lavar dinheiro de jogo do bicho, agiotagem,
receptação qualificada, desmanche de veículos e outros crimes.
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Ao longo das investigações, ainda foram apontados que os suspeitos tinham:
👉 inconsistências fiscais;
👉 movimentação financeira incompatível;
👉 propriedade de bens móveis e imóveis não declarados;
👉 indícios de lavagem de dinheiro.
Além
dos R$ 200 milhões, outros bens foram bloqueados e mandados de busca e
apreensão foram expedidos - inclusive em fazendas e outros imóveis do deputado.
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Confira:
👉 bloqueio de 26 propriedades urbanas e rurais;
👉 10 mandados de prisão expedidos;
👉 35 mandados de busca e apreensão expedidos;
👉 suspensão das atividades econômicas de seis empresas.
Fonte:
g1
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