quinta-feira, 25 de julho de 2024


Cannabis medicinal no autismo: entenda indicações e potenciais benefícios

Desde que a cannabis medicinal foi regulamentada no Brasil pela Agência Nacional de Saúde (Anvisa), em 2015, ela vem sendo utilizada no tratamento de uma série de doenças, como epilepsia refratária, Alzheimer, Parkinson e ansiedade. Nos últimos anos, estudos têm analisado os potenciais efeitos benéficos da planta para o tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

O TEA é um conjunto de distúrbios relacionados ao neurodesenvolvimento, que causam alterações na forma como uma pessoa interage com o mundo e se expressa. Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), uma a cada 44 pessoas no mundo têm autismo, atingindo de 1% a 2% da população mundial.

O transtorno pode se manifestar de diferentes formas, cada pessoa com autismo tem características únicas e, por isso, o distúrbio faz parte de um “espectro”. Além dos sintomas mais conhecidos— como dificuldade de interação social, inflexibilidade a mudanças de rotina e interesses fixos –, alguns indivíduos com TEA podem apresentar insônia, convulsões, ansiedade, estresse, compulsões e obsessões.

É nesse cenário que o uso da cannabis medicinal pode ser analisado e inserido, segundo Juliana Bogado, médica especialista em canabinoides e coordenadora acadêmica da EndoPure Academy, plataforma de educação para profissionais de saúde.

<><> O que é cannabis medicinal?

A cannabis é uma planta nativa do centro e do sul da Ásia e é chamada popularmente de maconha. Existem três espécies de planta do gênero Cannabis: a sativa, a indica e a ruderalis, sendo as duas primeiras as mais estudadas e conhecidas.

A cannabis medicinal é um produto obtido através da extração dos canabinoides, substâncias presentes na cannabis, que agem em vários lugares do corpo, incluindo o cérebro. Ao todo, já foram identificados cerca de 120 canabinoides na Cannabis sativa, mas os mais amplamente estudados são o canabidiol (CBD) e o tetraidrocanabinol (THC).

        CBD: é responsável pelo efeito relaxante e, por isso, é muito utilizado na medicina e na farmacêutica como analgésico, sedativo e anticonvulsivo;

        THC: está associado ao efeito de “euforia” da cannabis e também pode ser utilizado de forma terapêutica, como antidepressivo, estimulante de apetite e anticonvulsivo.

“A principal diferença entre eles é o efeito euforizante: o THC é conhecido pela euforia consequente do uso recreativo da cannabis, enquanto o CBD não tem efeito euforizante”, explica Bogado. “Além disso, o CBD tem uma característica ansiolítica, enquanto o THC é ansiogênico; o CBD pode inibir o apetite, podendo ser usado no tratamento da obesidade, enquanto o THC tem efeito de aumentar o apetite, podendo ser utilizado em pacientes com transtornos como anorexia”, acrescenta.

Atualmente, existem três tipos de produtos à base de cannabis medicinal: o CBD isolado, o full spectrum (inclui CBD, THC e outros canabinoides) e broad spectrum (tudo o que há na cannabis, menos THC). Nas farmácias brasileiras, são encontrados o CBD isolado e o full spectrum.

<><> Regulamentação da cannabis medicinal

Em 2020, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu as propriedades terapêuticas da cannabis e a retirou da lista de substâncias perigosas. Diversas pesquisas clínicas atestam a eficácia da planta para o tratamento de doenças como esclerose múltipla, epilepsia, Parkinson, esquizofrenia, Alzheimer e dores crônicas.

No Brasil, a importação de produtos derivados de cannabis para fins terapêuticos foi aprovada em 2015 pela Anvisa. No mesmo ano, a agência removeu o THC da lista de substâncias proibidas. Em 2019, a Anvisa regulamentou a venda de produtos derivados de cannabis nas farmácias, a partir de receita preenchida e assinada pelo médico.

Em 2023, os medicamentos a base da planta passaram a ser distribuídos de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no estado de São Paulo. Outras 24 unidades federativas possuem leis em vigor ou em tramitação para garantir o fornecimento do composto pelo SUS. Relembre marcos importantes da cannabis medicinal no Brasil aqui.

<><> Como a cannabis medicinal poderia atuar no tratamento de autismo?

De acordo com Bogado, a cannabis medicinal pode ser utilizada para aliviar sintomas associados ao autismo, como ansiedade, dificuldade de interação social, insônia e agressividade. “A maioria dos pacientes no transtorno do espectro autista é ansiosa e, nesse caso, podem ser usados medicamentos com CBD. Outros pacientes podem apresentar agressividade e conseguimos controlar isso com um pouco de THC”, exemplifica a especialista.

Em 2018, um estudo publicado na revista Progress in Neuro-Psychopharmacology and Biological Psychiatry, reuniu dados pré-clínicos e clínicos disponíveis sobre a segurança e eficácia da cannabis medicinal em pacientes jovens com TEA. A pesquisa observou uma melhora na interação social, além de redução de sintomas como insônia e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), porém, os autores ressaltam que ainda faltam testes clínicos para atestar a segurança e eficácia do tratamento.

Outro estudo, publicado na Nature, acompanhou 188 pacientes com TEA tratados com cannabis medicinal entre 2015 e 2017, e mostrou que 28 pacientes relataram uma melhora significa nos sintomas do autismo. Os autores afirmaram que a cannabis “parece ser uma opção bem tolerada, segura e eficaz para aliviar os sintomas associados ao TEA”.

<><> Quando a cannabis medicinal deve ser indicada para o autismo?

O neurologista infantil e membro da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil, Erasmo Casella, ressalta que a cannabis medicinal só deve ser usada em casos em que medicações habituais para o tratamento de agressividade, irritabilidade, eventuais alterações de sono, não trouxeram resultados eficazes.

Segundo o especialista, ainda são poucos os estudos que evidenciam a eficácia e segurança dos canabinoides no tratamento da TEA e, por isso, sua indicação médica deve ser feita com cautela. “Deve ser considerado como exceção, quando as medicações bem estabelecidas para diferentes sintomas não dão certo, e não como indicação para todo mundo com TEA”.

Além disso, o tipo de produto à base de cannabis medicinal a ser usado no tratamento do autismo vai depender de cada caso. “São muitas variáveis e a escolha vai depender do quadro de cada paciente. A definição é feita dentro do contexto terapêutico do paciente”, afirma Bogado.

<><> Desafios a serem enfrentados e avanços já conquistados

Para Casella, o principal desafio a ser enfrentado para o uso da cannabis medicinal no tratamento do autismo é a realização de mais estudos científicos do tipo duplo-cego randomizado com evidências sólidas da eficácia e segurança da planta para os pacientes. Nesse tipo de estudo, os participantes são designados, aleatoriamente, a receberem cannabis medicinal ou placebo, de forma que nem eles, nem os pesquisadores, saibam o que cada um recebeu.

“Nós já tivemos muitos avanços desde a regulamentação da cannabis medicinal. No início, era algo muito burocrático e pouco conhecido e havia muito preconceito tanto por parte dos médicos quanto da sociedade no geral”, acrescenta Bogado. “Hoje em dia, as pessoas já conhecem mais sobre a planta e os médicos estão mais abertos a essa terapia. Porém, ainda há muitos médicos reticentes e que ainda buscam evidências científicas mais bem embasadas”, afirma.

 

        Estudos apontam educação como meio para inclusão de pessoas autistas

Estudos científicos dos últimos dez anos apontam a educação como o melhor caminho para a maior inserção de pessoas com autismo nos espaços sociais e, consequentemente, para o aumento de sua qualidade de vida.

Um levantamento feito pela CNN com o auxílio da ferramenta Google Pinpoint, com base em dez estudos científicos publicados em periódicos brasileiros, mostrou o avanço da pesquisa sobre o autismo no Brasil.

Com o uso da ferramenta, foi possível identificar os principais fatores dos estudos analisados com dois recortes temporais, com cinco deles sendo entre os anos 2000 e 2014 e os outros de 2014 até 2024. O critério para selecionar os materiais acadêmicos por meio do Google Acadêmico foi pelo número de citações em outros projetos da área.

Palavras-chave dentre os principais estudos mais antigos foram: comunicação, desenvolvimento, interação social, tratamento, diagnóstico, prognóstico, apoio, suporte, habilidades sociais, terapia, pesquisa e intervenção.

Em comparação com os novos estudos, pontos como interação social, suporte familiar e relações familiares perduraram como tema de atenção nas pesquisas. Já as novas pesquisas também indicam o direcionamento para a educação como meio de inserção de pessoas autistas, além de abordar os desafios da inclusão nas escolas.

Existem no Brasil, atualmente, 36 mil alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), segundo dados oficiais do Censo Escolar 2023, publicado em fevereiro de 2024. De acordo com o estudo, o número de matrículas de pessoas com autismo no país teve um aumento de 48% de 2022 para 2023. Apesar do número maior, pessoas com TEA ainda enfrentam barreiras de inclusão no âmbito escolar.

Em conversa com especialistas, a CNN buscou entender mais sobre como a educação pode ser um meio para a melhoria da qualidade de vida e uma ferramenta importante na inclusão de autistas, como apontado nos artigos recentes sobre o assunto.

O jornalista e professor universitário Ton Felix, que tem Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e leciona para jovens neurodivergentes, afirma que o tema da inclusão e apoio aos estudantes tem sido discutido de forma lenta nas universidades, mas que a conscientização e aprendizado sobre pessoas com autismo está sendo inserida, como apontam os estudos analisados.

“Muitas universidades, de diferentes áreas, têm promovido debates, palestras e eventos relacionados à educação inclusiva de pessoas com dislexia, TDAH, TEA e outras condições neurodivergentes. Instituições de ensino também estão oferecendo recursos sobre o assunto e serviços de apoio específicos para atender às necessidades de uma pequena parcela desses alunos, como salas de estudo silenciosas, programas de tutoria individualizada, tecnologias de assistência e acesso a profissionais especializados em educação inclusiva”, diz o profissional.

“Os principais desafios que uma pessoa com autismo pode enfrentar ao longo da vida são as dificuldades nas interações sociais e relacionamento interpessoais, dificuldade na comunicação, sensibilidade sensorial, estigma e preconceito no ambiente escolar e no mercado de trabalho”, destaca Antônio Geraldo, diretor da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), à CNN.

<><> Dificuldade de socialização de pessoas autistas

Segundo os especialistas, o fato de pessoas com TEA demonstrarem dificuldades em socialização nos ambientes pode tornar as relações nas escolas e na própria casa mais complexas.

O TEA é um distúrbio que se caracteriza pela alteração das funções do neurodesenvolvimento, interferindo assim na capacidade de comunicação, linguagem e traços comportamentais do indivíduo. Apesar disso, um diagnóstico precoce pode reduzir os desafios que as pessoas podem enfrentar para se integrar à sociedade e, principalmente, adquirir maior qualidade de vida. Segundo os profissionais ouvidos, já se pode identificar o transtorno a partir dos 2 anos de idade.

“Nós temos uma criança com baixo contato visual, que é característica de pessoas com autismo”, descreve Alinne Belo, neuropediatra no centro clínico do Órion Complex. “É uma criança que a gente chama por ela, e ela dificilmente responde. Muitas vezes, a queixa é de que ela não está nem ouvindo o que você está falando.”

“Elas também apresentam baixo interesse em socializar com os pares, ou seja, crianças da mesma idade. É até comum que eles interajam melhor com crianças mais velhas ou adultos”, continua.

“É uma criança que busca pouco o outro para se comunicar, busca pouco tanto os pais, os cuidadores, quanto potenciais colegas. Ela fica irritada e chorosa, porque ela não consegue dizer o que quer. Então, é uma pobreza, uma limitação de linguagem e comunicação”, complementa Aline.

“É fato que o transtorno afeta não só o paciente, mas também os familiares e pessoas de seu convívio. Algumas famílias podem sentir um impacto emocional em lidar com os desafios únicos que o diagnóstico de autismo pode trazer, como justamente às dificuldades de comunicação. Essas particularidades podem gerar impactos na rotina familiar, além de demandar mais tempo e recursos para cuidar do membro da família com autismo”, pontua o psiquiatra Antônio Geraldo.

        Paracetamol na gravidez não aumenta o risco de autismo ou TDAH, segundo estudo

O uso de paracetamol, o ingrediente ativo do Tylenol, durante a gravidez não foi associado a um maior risco de autismo, TDAH ou deficiência intelectual em crianças, conforme mostra um novo estudo.

A pesquisa, publicada na terça-feira (9) na revista JAMA, analisou os registros médicos e pré-natais de cerca de 2,5 milhões de crianças nascidas na Suécia entre 1995 e 2019.

Anteriormente, um modelo estatístico que comparou crianças expostas ao paracetamol durante a gravidez com aquelas não expostas descobriu que havia um risco marginalmente maior de autismo, TDAH e deficiência intelectual no grupo exposto.

No entanto, uma nova análise que estudou a exposição e os resultados entre irmãos (com os mesmos pais biológicos) descobriu que não havia evidências de um maior risco de autismo, TDAH ou deficiência intelectual associado ao uso de paracetamol durante a gravidez, de acordo com o estudo liderado por cientistas do Instituto Karolinska da Suécia e da Universidade de Drexel.

As análises entre irmãos são poderosas porque compartilham fatores genéticos e ambientais, o que elimina algumas das variáveis que podem distorcer os resultados nos ensaios clínicos, segundo o estudo.

“Estudos de controle entre irmãos emparelhados controlam melhor os fatores ambientais que os pesquisadores desconhecem”, diz Eric Brenner, professor assistente de pediatria na Universidade de Duke, que não participou da pesquisa, em um e-mail para a CNN. “É muito provável que os irmãos do grupo de controle cresçam no mesmo lar, tenham dietas semelhantes e estejam expostos a ambientes parecidos, o que permite aos pesquisadores controlar melhor os fatores ambientais”.

Brenner disse que a grande quantidade de participantes e a análise entre irmãos são pontos fortes do estudo.

“Esse é um estudo muito amplo e bem projetado que não encontrou associação entre o uso de paracetamol e o comprometimento do desenvolvimento neurológico, incluindo autismo e TDAH”, disse ele. “Embora qualquer medicamento deva sempre ser usado com cautela e sob consulta a um obstetra, parece que o paracetamol é seguro”.

Essas novas descobertas refutam os artigos de pesquisa e as declarações recentes que sugerem que há um maior risco de autismo, TDAH e deficiência intelectual associados ao uso de paracetamol durante a gravidez.

Embora a FDA (Food and Drug Administration) dos Estados Unidos e a Agência Europeia de Medicamentos considerem o paracetamol como representando um risco mínimo durante a gravidez, uma declaração de 2021 de um grupo internacional de cientistas e médicos pediu medidas de precaução e recomendou que as pessoas grávidas “abandonem o acetaminofeno, a menos que seu uso seja clinicamente indicado”. Uma série de artigos de pesquisa associaram o uso de paracetamol durante a gravidez a um maior risco de TDAH e outros distúrbios do desenvolvimento neurológico.

Os autores do novo estudo escreveram que “isso sugere que as associações observadas em outros modelos podem ter sido atribuídas a fatores de confusão”.

A confusão ocorre quando um fator externo influencia tanto a exposição quanto o resultado e cria uma associação falsa entre os dois. Por exemplo, o estudo descobriu que pais com distúrbios do desenvolvimento neurológico (que têm uma hereditariedade forte) também são mais propensos a usar analgésicos, como paracetamol, durante a gravidez.

Essa relação pode fazer parecer que as crianças expostas ao paracetamol durante a gravidez têm maior probabilidade de desenvolver distúrbios do desenvolvimento neurológico, quando, na realidade, seu maior risco é devido à genética, explica o estudo.

O estudo encontrou diferenças significativas entre os pais biológicos com maior uso de paracetamol e aqueles com uso menor ou nenhum. A exposição ao paracetamol foi mais comum entre as crianças nascidas de pais de uma classe socioeconômica mais baixa, com um IMC (índice de massa corporal) mais alto no início da gravidez, aqueles que fumavam durante a gravidez e aqueles com diagnóstico de distúrbios psiquiátricos ou condições de desenvolvimento neurológico.

“Os resultados sugeriram que não havia um único fator de confusão irrefutável, mas que características sociodemográficas e de saúde de vários pais biológicos explicavam pelo menos parte da aparente associação”, escreveram os pesquisadores.

Curiosamente, o estudo também descobriu que outros analgésicos, como aspirina, outros AINEs e opioides, não estavam associados a um maior risco de distúrbios do desenvolvimento neurológico nas análises entre irmãos; Cada tipo de analgésico havia sido associado anteriormente a defeitos congênitos. Neste estudo, o uso de aspirina, em particular, foi associado a um menor risco de distúrbios do desenvolvimento neurológico; no entanto, este é um achado inicial e mais pesquisas são necessárias para entender esse resultado, afirma Brenner.

“Neste momento, o uso de aspirina não é rotineiramente recomendado durante a gravidez, e insto as mães grávidas a discutirem seu uso com seus obstetras”, diz.

Brenner explica que a febre é comum e ocorre em mais de 10% das pessoas grávidas. Na maioria das vezes, não há efeitos sobre o desenvolvimento fetal, disse ele, mas a febre no primeiro trimestre tem uma associação maior com defeitos congênitos graves, como fenda palatina e defeitos cardíacos.

O paracetamol é um dos medicamentos mais usados e estudados durante a gravidez e é considerado seguro para reduzir a febre e a dor de forma sensata, diz Brenner.

A FDA recomenda não usar AINEs (anti-inflamatórios não esteroides), como aspirina e ibuprofeno, durante o terceiro trimestre da gravidez, pois esses medicamentos podem causar o fechamento prematuro de um vaso sanguíneo no feto.

Yalda Afshar, professora assistente residente de obstetrícia e ginecologia na Faculdade de Medicina David Geffen da UCLA, que não participou da nova pesquisa, afirmou em um e-mail para a CNN que recomenda que as pessoas consultem um profissional de saúde sobre o uso ou a interrupção de qualquer medicamento prescrito ou de venda livre durante a gravidez.

“Esperamos que este estudo traga tranquilidade para as mulheres grávidas que precisam tomar acetaminofeno para melhorar sua saúde de alguma forma”, afirma.

 

Fonte: CNN Brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário