terça-feira, 30 de julho de 2024

Ásia será o 'centro definidor do mundo', com BRICS e OCX como bases, diz Orbán

O primeiro-ministro da Hungria afirmou que a Ásia já ultrapassa a Europa em vários aspetos, e que as próximas décadas, senão séculos, pertencerão à primeira.

A Ásia tornar-se-á o centro de definição do mundo durante décadas, se não séculos, com as alianças BRICS e OCX a lançarem as bases para a nova ordem mundial emergente, afirmou no sábado (27) o primeiro-ministro da Hungria.

"Durante décadas, se não séculos, a Ásia será o centro definidor do mundo. A China, a Índia, o Paquistão, a Indonésia, e por aí adiante. Já estão a ser criadas plataformas – existe a iniciativa BRICS e existe a Organização para Cooperação de Xangai, que está a construir uma nova economia mundial em torno desses países", disse Viktor Orbán durante discurso na cidade romena de Baile-Tusnad.

Segundo ele, esse é um processo irreversível, porque a Ásia tem uma demografia superior, vantagens tecnológicas em cada vez mais áreas, "a Ásia terá ou já tem o maior dinheiro, os maiores fundos financeiros, as maiores empresas serão asiáticas, haverá as melhores universidades, os melhores institutos de investigação do mundo, as melhores bolsas de valores, haverá ou já tem a exploração espacial mais desenvolvida e a investigação médica mais desenvolvida".

Segundo Orbán, esse processo tornou-se irreversível em 2001, quando a China foi convidada a aderir à Organização Mundial do Comércio (OMC).

Orbán afirmou recentemente que a Hungria via a União Europeia como a chave para a sua prosperidade no início da década, mas que tinha perdido o rumo e ficado para trás na corrida econômica com os Estados Unidos e a Ásia.

O premiê previu que, no final da década, a França, a Itália e o Reino Unido deixariam de fazer parte do top 10 das economias mundiais, enquanto a Alemanha cairia do quarto para o décimo lugar.

Orbán afirmou ainda que a Europa está frustrada com o fato de a Ásia estar se desenvolvendo a um ritmo mais rápido, com um número crescente de países europeus a favorecer recentemente a cooperação com a Ásia em vez do afastamento.

<><> Reino Unido deixa pela 1ª vez lista de líderes dos países industriais, enquanto Rússia sobe posições

O Reino Unido saiu da lista dos dez primeiros países industriais, enquanto a Rússia ficou em oitavo lugar, escreve o jornal The Times com referência aos dados da organização Make UK, que reune os fabricantes britânicos.

"O Reino Unido deixou pela primeira vez a lista dos dez países líderes industriais mundiais no âmbito do 'redesenho dos contornos' da economia global […]. O Reino Unido desceu abaixo do México e da Rússia", diz o artigo.

O jornal apresenta dados de 2022. Segundo essas informações, o Reino Unido ocupa o 12º lugar entre as maiores economias industriais – quatro posições abaixo do ano anterior. A Rússia, por outro lado, subiu para o oitavo lugar no ranking devido ao aumento da produção da indústria de defesa.

Neste contexto, a organização Make UK apelou à criação de uma estratégia industrial de longo prazo para apoiar o setor produtivo da economia.

A China ficou em primeiro lugar na lista, seguida pelos EUA, o Japão se posicionou no terceiro lugar.

Anteriormente informou-se que o Reino Unido ainda enfrenta uma crise energética após deixar de importar o gás russo devido à operação militar especial na Ucrânia. Além disso, o país deixou de comprar petróleo e carvão russos, que tinham preços mais atrativos.

A interrupção dessas cadeias de suprimento provocou um aumento nos preços dos combustíveis e alimentos em toda a Europa. O Reino Unido também enfrenta uma recessão técnica, com um encolhimento do produto interno bruto (PIB) de 0,1% só em 2023.

¨      Malásia envia pedido à Rússia para aderir ao BRICS

A Malásia enviou um pedido de adesão ao BRICS para a Rússia, que atualmente detém a presidência do grupo, informou o Primeiro-Ministro malaio Anwar Ibrahim. "A Malásia enviou uma carta de solicitação para aderir à organização (BRICS) à Rússia como presidente do BRICS, além de expressar abertura para participar como país membro ou parceiro estratégico," citou a agência de notícias BERNAMA.

No domingo, Anwar Ibrahim se encontrou com o Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, que estava em visita oficial. Segundo o primeiro-ministro malaio, a conversa focou na solicitação da Malásia para se juntar ao BRICS, o que, em suas palavras, terá um potencial considerável para ambos os lados. Anwar e Lavrov também discutiram "a situação atual na Palestina, com a Malásia enfatizando a necessidade urgente de um cessar-fogo permanente e ajuda humanitária rápida em Gaza, bem como a aceitação da Palestina como membro pleno das Nações Unidas," relatou a agência.

"Em relação à Ucrânia, Anwar também pediu por diálogo e discussão como meios para resolver o conflito." Lavrov prometeu que, como presidente do BRICS, a Rússia ajudará a Malásia a promover seu interesse na parceria com a associação.

¨       Rússia acolhe com satisfação o interesse da Malásia nos BRICS, diz Lavrov

A Rússia acolhe com satisfação o interesse da Malásia no BRICS e ajudará a promover esse interesse.

É o que afirmou, entre este sábado (27) e domingo (28), o ministro das Relações Exteriores russo Sergei Lavrov.

"A Malásia expressou interesse em fortalecer contatos com os BRICS. Apoiamos ativamente esse interesse e, como presidente, ajudaremos a promover esse interesse", disse o ministro durante uma coletiva de imprensa após sua visita à Malásia.

<><> Adesão pausada

No final de junho, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov disse que os países do BRICS decidiram fazer uma pausa na admissão de novos membros.

"Por uma esmagadora maioria de votos [em uma reunião dos chanceleres dos países do BRICS em Nizhny Novgorod], foi decidido fazer uma pausa com os novos membros para 'digerir' os recém-chegados, que duplicaram a composição do grupo", afirmou Lavrov.

<><>  é peça importante para derrubar a ordem internacional

De acordo com Pramod Rai, professor assistente de Ciência Política em Raja Rammohun Roy Mahavidyalata, Hooghly, Bengala Ocidental, o BRICS já reúne, em 2024, 45% das terras de todo o planeta e 46% do produto interno bruto (PIB) global, cerca de 25% do comércio global, 32% da produção mundial de gás natural, 43% do petróleo bruto de reservas e 38% das importações globais de petróleo, o que demonstra um caminho pavimentado para a construção de uma ordem mundial inclusiva e sem confronto.

"Há um debate em curso sobre o fato de o BRICS dever ser um passo revolucionário radical para derrubar o presente. A ordem internacional orientada para o Ocidente. [...] o desejo de adesão está crescendo, especialmente por parte dos países do Sul global, ainda tem muito que fazer para demonstrar todas as suas capacidades e racionalidade; É claro que o maior desafio para os [países do] BRICS não é seguir ou se tornar o modelo e os mecanismos ocidentais típicos no seu funcionamento. Não apenas expandir através de números, mas mostrar o pragmatismo e obter resultados deve ser o objetivo mais elevado na atual conjuntura", explica o especialista.

Para Rai, desde sua criação em 2009, o BRICS tem comportamento inclusivo e evita qualquer confronto com qualquer partido que se manifeste, porque compreende sua importância global.

"Penso que, independentemente do partido e dos líderes, a importância do BRICS permaneceria na parte superior, o que simplesmente não pode ser evitado", disse Pramod Rai.

Segundo ele, o futuro da cooperação eurasiática contribuiria de fato enormemente para a natureza da nova ordem mundial multilateral-multipolar. A Rússia é um Estado indispensável e uma potência influente da região, o que obviamente deveria ser para os seus maiores interesses geoeconômicos e geopolíticos, acrescentou. Uma vez que a China já ativou os seus programas e políticas comerciais junto à Rússia, a Índia também deverá acelerar os seus movimentos na região, ressaltou o especialista.

¨      Lavrov discutiu proposta de Putin sobre a segurança eurasiática com autoridades da Malásia

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse neste domingo (28) que discutiu as propostas do presidente russo Vladimir Putin sobre a segurança eurasiática com a liderança da Malásia.

No início do dia, Lavrov se encontrou com seu homólogo malaio, bem como com o primeiro-ministro do país.

"Sim, nós discutimos isso. Nossa linha foi definida no discurso do presidente [Vladimir] Putin há um mês, quando ele esteve no Ministério das Relações Exteriores e se encontrou com a liderança do ministério", disse Lavrov.

O continente eurasiático é o mais promissor, é o continente de desenvolvimento mais rápido do mundo, lembrou o ministro.

"É claro que, além da necessidade de desenvolver a economia, de capitalizar essas vantagens comparativas, quando abordagens de confronto, incluindo a militarização desta região, estão sendo tentadas para serem levadas à Ásia-Pacífico, a parte oriental da Eurásia, é certamente muito importante analisar como garantir segurança de uma forma que minimize os riscos", acrescentou.

A possível implantação de armas nucleares dos EUA no Sudeste Asiático aumentará os riscos de segurança na região, observou Lavrov.

"Se essa experiência triste e bastante arriscada [a implantação de armas nucleares dos EUA em outros países] for levada ao Sudeste Asiático, acho que ninguém se beneficiará dela, os riscos aumentarão", disse ele.

Os norte-americanos compartilham há muito tempo suas armas nucleares com seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), lembrou ele.

"Eles [os EUA] chamam tudo isso de 'operações nucleares conjuntas', nas quais países sem armas nucleares têm a oportunidade de treinar seus soldados para usar armas nucleares", explicou Lavrov.

Os países do Sudeste Asiático veem a oportunidade da Rússia de agir como um fator estabilizador à luz das ações de certos atores externos, incluindo os Estados Unidos, na região, acrescentou o ministro das Relações Exteriores russo.

"Eles [os países do Sudeste Asiático] nos veem como, se me permite, um fator de equilíbrio e estabilização em termos de combater as ações excessivamente impetuosas de potências extrarregionais lideradas pelos EUA, que estão realmente empurrando sua infraestrutura militar, incluindo armas estratégicas, para cá", disse Lavrov.

¨      Rússia e Brasil preparam expedição científica em torno da Antártica com países do BRICS

A Rússia e o Brasil vão organizar uma expedição científica de circunavegação da Antártica, com uma equipe internacional de cientistas de oito países do BRICS fazendo a viagem no navio Akademik Treshnikov no outono europeu, disse em entrevista à Sputnik o diretor do Instituto de Pesquisa do Ártico e da Antártica russo, Aleksandr Makarov.

"No outono [primavera no Brasil] se iniciará uma expedição russo-brasileira de circunavegação da Antártica. O navio russo partirá para a costa da América do Sul em outubro, com início da expedição previsto para novembro. Este é um projeto de grande dimensão, reunindo cientistas de oito países-membros do BRICS", disse Makarov.

O diretor do instituto não descartou que, junto com o Brasil, seja possível organizar um projeto similar no Ártico no navio resistente ao gelo Severny Polyus (Polo Norte em português).

A plataforma Severny Polyus, que não tem análogos no mundo, foi construída no estaleiro da Admiralteiskie Verfi em São Petersburgo e lançada na água em 2022.

O objetivo da nova plataforma científica resistente ao gelo é proporcionar um reduto móvel e confiável para os cientistas que trabalham no Ártico. Além disso, a embarcação inclui um moderno laboratório, instalações de comunicação e uma área de pouso para helicópteros Mi-8 e Mi-38. O navio tem 83,1 m de comprimento, 22,5 m de boca e um deslocamento de cerca de 10.400 toneladas.

 

Fonte: Sputnik Brasil/Tass

 

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