Quintais amazônicos ajudam a desvendar o
passado da floresta
Pequenos pedaços da
cultura ancestral amazônica brotam da terra nos quintais das zonas urbana e
rural de Parintins, no Amazonas: cacos de vasilhas, lascas com desenhos
distintos, figuras com modelagens rebuscadas de seres humanos e não-humanos,
objetos decorativos, urnas funerárias, tudo feito de cerâmica. Entre essas
partículas do tempo, algumas também de pedra, como os instrumentos líticos,
gentes e coisas se entrelaçam em meio a paisagens diversificadas que compõem um
mosaico biocultural que a arqueologia chama de sistema agroecológico
sustentável e, portanto, milenar.
No município que se
localiza na Ilha de Tupinambarana, um “terraço fluvial”, como descrevem
pesquisadores, a população com hoje cerca de 96 mil habitantes descobre
resquícios do que um dia foram as sociedades pré-colombianas da região.
O nome Tupinambarana
foi dado pelos viajantes que passaram pelo local, situado a cerca de 420 km da
capital Manaus, e tiveram contato com os indígenas Tupinambás. Peças que formam
parte de um quebra-cabeça histórico, cujas lacunas agora são preenchidas pela
união de cientistas e moradores em uma empreitada coletiva do saber, que pode
abrir novos caminhos para os estudos sobre a história da América do Sul.
Encontrar estas peças,
que revelam informações importantes sobre a ocupação pré-colombiana no estado,
é algo bastante comum para quem vive na cidade que celebra dois dos bois mais
famosos do país: Caprichoso e Garantido. Parintins – palco do festival folclórico
mundialmente conhecido – divide espaço com vestígios primordiais para a
investigação que conecta passado e presente na Amazônia.
São sítios
arqueológicos que marcam a presença de contextos de produção de comida, como
antigas áreas de cultivo e cozinhas ancestrais. Testemunhos inanimados de
povoações pretéritas geralmente encontrados nas chamadas terras pretas de índio
(TPA) – solos impregnados de camadas de significado, tais como carvões de
fogueira, sementes queimadas, partes de ossadas de animais, esqueletos humanos,
panelas, pratos, potes, vasos, entre outros.
“As TPA se formam a
partir do acúmulo gradual de materiais orgânicos. Restos de alimentos e
utensílios, além de carvões, são evidências que apontam o uso do fogo: amostras
provenientes da ação humana. Onde há ocorrência deste tipo de solo sempre
existe muito material arqueológico para estudar”, explica o arqueólogo Eduardo
Góes Neves, que dirige o Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de
São Paulo (MAE-USP).
Segundo ele, alguns
elementos comungam com métodos bastante usados nos dias de hoje: “As formas de
agricultura da Amazônia foram provavelmente parecidas com determinadas práticas
atuais, entre elas o cultivo nos quintais das casas – às vezes em hortas suspensas,
geralmente sobre canoas abandonadas – de plantas medicinais e temperos”.
No entorno de sítios
como o da comunidade do Macurany, que fica em área de várzea próxima ao Lago
Parananema, a 8 km da zona urbana de Parintins, há uma protuberância de
exemplares arbóreos: castanheiras, açaizeiros, mandiocais, entre outras
plantas. Sua presença reflete o manejo antrópico da floresta.
Um processo que foi
alterando as paisagens e criando solos que chamam atenção pela fertilidade.
Para o amazonense Carlos “Tijolo” Augusto da Silva, professor-doutor em
Arqueologia pela Universidade Federal do Amazonas, o papel do ser humano é o de
semear a vida junto com outros animais que coabitam o ambiente. O fogo, dentro
desta perspectiva, serve como aliado. O uso adaptado do elemento garante que
algumas culturas prosperem.
São indicativos que
reforçam o saber dos povos originários, ou seja, manejar os recursos naturais,
promovendo a diversificação agrobiológica da Amazônia, a qual se sustenta até o
presente. “Os indígenas desenvolveram técnicas de cultivo de variadas plantas,
tais como mandioca, jerimum [abóbora], açaí, pupunha, buriti, babaçu e
castanha-do-brasil, consumidas ainda hoje”, comenta Tijolo.
Para o arqueólogo, os
povos originários eram e ainda são os médicos da floresta, que propagam um
conhecimento passado oralmente de geração para geração. “Estas são vozes que
precisam ser ouvidas por quem reside em áreas urbanas. A floresta tem coração e
seu sangue é bombeado a partir de suas raízes. A cultura ancestral tem sofrido
um massacre secular da sociedade ocidental. Fundamental reconhecê-la como a
ciência conhecedora da floresta, que auxilia a respiração do planeta”,
ratifica.
A pluralidade de
espécies que as roças possuem anunciam a arte coletiva do cuidado com a terra –
e a mandioca, rainha de todas as mesas nos quatro cantos da Amazônia, integra
um capítulo à parte. Todos vivem ao redor das casas de farinha, espaços de socialização
bem acomodados nos quintais das casas de moradia.
A família de Elinair
dos Santos Xavier, moradora da comunidade Santa Rita de Cássia, situada no Lago
da Valéria, tem a roça como fonte de alimento. “Seguimos trabalhando na casa de
farinha, que fica na casa de minha mãe, onde três gerações, eu, mamãe e minha
filha, produzimos farinha, beiju, tucupi e goma para venda no comércio local”,
diz. Lá, o sítio arqueológico Santa Rita é denso e extenso, ocupando o topo de
um elevado com acesso ao lago em área repleta de espécies da flora usadas para
consumo humano, incluindo castanhas, frutas como o tucumã e palmeiras como o
inajá.
A reciclagem de
matéria orgânica promovida pelas populações tradicionais retroalimenta a
floresta, que se autorrenova. Estas pessoas são agentes de modificação e
manutenção da maior floresta tropical do mundo. Quanto mais complexo o contexto
arqueológico, mais variável é a composição florística de áreas dinâmicas, como
os quintais. Em Parintins, os ribeirinhos moram sobre sítios arqueológicos onde
plantas e segmentos cerâmicos expressam um cenário de leitura e compreensão de
um ambiente multifacetado, em constante transformação.
• Museu de família
Mais do que vestígios
deixados pelo tempo, tais fragmentos são elementos de pertencimento
carinhosamente guardados por quem os encontra – bens valiosos de uma herança
antepassada. Tão populares que fazem parte de atividades cotidianas dos
moradores, como os jogos de gincanas escolares. As peças utilizadas são
tratadas como brinquedo pelas crianças.
“Considero-as
lembranças dos antigos, algo que passará para os meus netos e bisnetos. Temos
que cuidar, pois se trata de parte da nossa história”, relata Elinair, guardiã
de 224 peças. O mostruário disposto sobre prateleiras da estante de sua sala
revela uma das maiores coleções domésticas da região. “Muitas eu encontrei no
quintal, outras as pessoas me deram para tomar conta”, afirma.
Elinair é uma das
personagens que têm a sua história registrada no livro Fragmentos: arqueologia,
memórias e histórias de Parintins, produzido pelo núcleo científico do Grupo de
Pesquisas em Educação, Patrimônio, Arqueometria e Ambiente na Amazônia (Gepia).
A obra abre janela
para a expansão do conhecimento local e da memória preservada pelas pessoas que
têm contato profundo com as peças, muitas vezes acondicionadas em cômodos
íntimos das residências. Há quem as coloque na gaveta de mesas de cabeceira ou
mesmo em caixas de sapatos, onde interagem com fotografias e outros objetos de
estima. Alguns preferem pô-las embaixo do travesseiro, antes de dormir, para
que tragam sorte.
Os ribeirinhos
retratados no trabalho desenvolvido por pesquisadores da Universidade do Estado
do Amazonas (UEA), em parceria com o Museu da Amazônia (Musa) e o Museu
Paraense Emílio Goeldi, possuem museus afetivos dentro de suas casas. Coleções
que mudaram a vida da professora-doutora da UEA, Clarice Bianchezzi, uma das
coordenadoras do projeto. “Em 2015, uma aluna da graduação me pediu ajuda para
finalizar o seu trabalho de conclusão; foi quando eu visitei uma comunidade e
encontramos o que pareciam ser muitas urnas de cerâmica. Fiquei impressionada”,
diz.
A partir de então,
Clarice adicionou não só os estudos de arqueologia amazônica às aulas do curso
de História como promove também oficinas sobre a produção de cerâmica para que
os alunos possam compreender mais a respeito dos elementos que envolvem o universo
desta arte. “Com o livro, queremos deixar informações disponíveis para o
público com a ideia também de problematizar um pouco em cima do tema da
musealização dos vestígios encontrados nas comunidades”, conta.
• Arqueologia, uma forma de conhecer o
mundo
A pesquisa de Michel
Carvalho Machado, professor do Sistema de Organização Modular de Ensino
Indígena do Pará, influenciou de forma direta a concepção deste projeto que
virou livro. Mestre em Diversidade Sociocultural do Museu Paraense Emilio
Goeldi, ele decidiu estudar a relação das crianças com estes achados cerâmicos.
Nascido e criado em
Parintins, Michel realizou sua pesquisa partindo da própria experiência da
relação familiar com tais objetos. “Eu me lembro do meu pai e avô falando sobre
estes fragmentos na varanda de casa quando ainda eram muito jovem. Nós temos uma
coleção doméstica com cerca de 300 objetos e que está na família há quatro
gerações”, comenta.
Todas as peças, diz
ele, foram catalogadas e posteriormente registradas no Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “Há possibilidade ainda de virem a
integrar o acervo do Museu de Parintins, que tem previsão de inauguração em
2024”, prossegue o pesquisador, que também é o primeiro arqueólogo
parintinense.
Michel explica que os
artefatos trazem pistas fundamentais sobre a tecnologia avançada utilizada
pelos povos originários na produção cerâmica. Além disso, os grafismos
encontrados em peças datadas com até 7 mil anos antes do presente (AP), da fase
arqueológica denominada Massangana, evidenciam a conexão das populações
pretéritas com aquelas ainda presentes em toda a região. “Muitos dos traços que
vemos nas pinturas corporais dos indígenas são indícios que demonstram tal
ligação”, enfatiza.
Tais pistas levam à
constatação de que as comunidades estavam inseridas em uma complexa rede de
trocas. Das relações socioculturais entre pares, surgiram padrões estilísticos
macrorregionais na produção de objetos, também chamados de “tradição”.
Parintins possui 44
sítios arqueológicos catalogados na base de dados do Cadastro Nacional de
Sítios Arqueológicos do Iphan. Na região, há cerâmicas que remontam aos estilos
Pocó, Marajoara, Globular e Konduri, que provavelmente ainda eram fabricadas na
época da invasão europeia.
Michel destaca que na
zona urbana da cidade quase não existe contato das pessoas com estes exemplares
arqueológicos, mas que, na área rural, com alta incidência de terras pretas, a
interação é cotidiana. Os legados de um modelo de vida antigo afloram no dia a
dia das pessoas que fazem uso de tal espólio de maneira intuitiva.
As crianças, segundo
ele, são as maiores formadoras dos acervos dentro das comunidades-sítios. “Ao
brincar e manusear a terra, elas vão descobrindo os fragmentos. Escolas como a
municipal Marcelino Henrique [situada em Santa Rita de Cássia] também buscam
montar coleções, promovendo desafios para ver quem encontra mais material, o
que estimula o aprendizado dos alunos sobre o tema”, pondera.
A publicação da
pesquisa, pioneira em estudar a cerâmica da região de modo mais plural, trouxe
maior visibilidade para o município de Parintins, o que gera melhor conservação
das peças. “Desde 2005, em especial com o trabalho da pesquisadora Helena Lima nas
comunidades, as pessoas começaram a ter essa ideia de pertencimento das peças e
desde então fazem réplicas para vender aos turistas, mantendo consigo as
originais”, explica Michel.
Mais que registro da
História, a arqueologia pode trazer muitas respostas para os conflitos atuais.
Para Helena Lima, arqueóloga do Museu Paraense Emílio Goeldi, um novo
relacionamento entre museus e conhecimento empírico tradicional é a melhor
maneira de preservar estas e outras evidências históricas. Helena tem uma vida
dedicada à pesquisa da Amazônia.
“Em 2004, fui a
Parintins, pela primeira vez, a pedido do Iphan. Lembro-me de um idoso que não
queria permitir o meu trabalho por causa de outros arqueólogos que já tinham
passado por ali e levado consigo todas as urnas funerárias encontradas no
local. Tiraram completamente o acesso da população ao material. Percebi que uma
mudança da arqueologia em relação às comunidades era necessária”, ratifica ela.
Desde então, a
pesquisadora começou um profundo trabalho na região do Lago da Valéria sobre a
história das chamadas “caretinhas”, onde analisa diversos aspectos das
representações antropozoomorfas (figuras com traços que se assemelham a de
humanos e animais) desenhadas nas peças.
“As cerâmicas são uma
poderosa ferramenta de comunicação social. Dialogam com o passado, revelam
características a partir das quais podemos compreender sobre quem foram estes
povos. Algumas delas são muito parecidas mesmo tendo sido encontradas em lugares
geograficamente distantes. Portanto, havia contato entre os grupos. Elas também
nos indicam a técnica que era particular a cada povo, tal como uma receita de
bolo da vovó, que só aquela pessoa sabe fazer”, esclarece.
• Teotônio, retrato de persistência dos
povos
Algo também detectado
pela arqueóloga Silvana Zuse, professora da Universidade Federal de Rondônia
(Unir). Silvana estuda as cerâmicas do Rio Madeira. “Embora os povos
tupis-guaranis tenham se originado em Rondônia, constatamos diferenças e
semelhanças técnicas, como o tipo de madeira utilizada e a queima, feita em
fogueiras à céu aberto em outras regiões do país”, afirma.
A reserva técnica da
Unir possui diversas coleções de todo o estado de Rondônia, principalmente do
Rio Madeira. Boa parte deste material foi coletado em período de estudos de
arqueologia preventiva devido à construção de rodovias, linhas de transmissão e
outras obras, em especial da última década.
“Há uma grande
variedade de materiais arqueológicos desde os mais antigos, datados com 9 mil
anos [AP], até os de fases de 3.500 a 500 anos [AP] – uma coleção muito
associada à profunda e continua presença indígena na região, com ampla
diversidade cultural de materiais líticos e cerâmicos, e alguns relacionados já
ao período histórico da construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré”, explica
a pesquisadora.
Ela comenta sobre o
caso de sítios arqueológicos como Teotônio, no Alto Rio Madeira, cuja população
do entorno foi afetada pela construção da Usina Hidrelétrica Santo Antônio. Os
moradores, que zelavam por aquela área, foram retirados do local.
“Há dois sítios
arqueológicos por lá, um de cada lado de uma cachoeira. Do lado esquerdo, havia
uma grande concentração de montículos de terra preta, circulares, em torno da
praça central. Esta ocupação tem muito material botânico e carvão. O impacto
ambiental abriu brecha para um processo de mineração da área e diversas
evidências científicas acabaram por se perder”, diz Silvana.
O arqueólogo Thiago
Kater é testemunha das mudanças que aconteceram em Teotônio. Curioso sobre a
história de populações que não tinham sistema de escrita, ele fez mestrado e
doutorado sobre a região. Esclarece que esta área, localizada no entorno da
capital Porto Velho, forma uma espécie de península e um platô onde há
evidências de ocupação pelo ser humano com datações de cerca de 9 mil anos
antes do presente (AP). Até o ano de 2012, havia ali uma cachoeira com
piscosidade impressionante. Antes de ser inundada pela hidrelétrica, era
possível ver as pessoas pegando os peixes com a mão.
“A cachoeira, que
nunca foi navegável, era um fator essencial para organizar a vida em torno
dela; a sua inundação interrompeu um processo de milênios”, enfatiza o
pesquisador. A movimentação intensa de pessoas atraídas pela abundância de
peixes no local permite que se descubra, nestes dois sítios, fragmentos de
cerâmica de quase todos os períodos pré-colombianos amazônicos. “Teotônio pode
ser considerado um microcosmo da região, um marco geográfico e simbólico.”
Lá, encontramos toda a
sequência da tecnologia cerâmica amazônica, incluindo as tradições Pocó e
Jaturana – ambas pan-amazônicas, ou seja, encontradas em regiões que
ultrapassam a fronteira da Amazônia Legal. Esta abundância de elementos
históricos dá a Teotônio também o título de sítio-escola, pois permite que
amplas pesquisas sejam realizadas em um único lugar.
Quem coordena o
Projeto Alto Madeira (Palma) é o arqueólogo Eduardo Góes Neves, em parceria com
Fernando Almeida, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
Em Rondônia, foram encontrados os melhores registros contínuos de formação de áreas
de terra preta de toda a Amazônia. “O sítio é imenso e não conhecemos toda a
extensão da área de ocupação. O mais importante é que podemos aproveitar este
material para muitos anos de estudo”, conta Eduardo.
A pesquisa integra um
estudo da região intitulado “Povos Indígenas e o Meio Ambiente na Amazônia
Antiga (Pima)”, também coordenado por Neves junto ao professor Francis Mayle,
da Universiade de Reading, no Reino Unido.
Os moradores da Vila
Nova do Teotônio participam das escavações. “Nós fazemos questão de contar com
o apoio deles quando fazemos as escavações. Os residentes da vila também nos
auxiliam na logística; alguns participam das escavações, entre eles os Tenharim
e os Kawahiva, povos de um grupo Tupi-Guarani da região”, diz Eduardo. As
atividades de campo no sítio reúnem professores e alunos de diferentes
universidades, entre as quais a Unir, que possui, em seu acervo, cerca de 2 mil
peças coletadas no local.
• Futuro incerto
Entretanto, sítios
como os de Rondônia e Parintins estão sob ameaça não só por conta da expansão
de áreas urbanas e obras de infraestrutura, mas devido às mudanças climáticas
que afetam a Amazônia. Márcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima,
enfatiza sobre não termos freado o aquecimento global e seguirmos desmatando.
“São dois fatores que estão fazendo com que a floresta chegue mais perto do seu
ponto de não retorno, ou seja, do colapso. A seca que ocorreu no fim do ano
passado foi um tapa na cara da humanidade, uma amostra do que está por vir”,
afirma.
Para Márcio,
precisamos ver a floresta como um organismo vivo, um corpo no qual alguns
órgãos já não estão funcionando muito bem, e estas pequenas falhas vão se
somando até o dia em que o corpo para de funcionar. “Você não dorme e acorda no
outro dia com a situação às avessas. Estas mudanças vão ficando mais
dramáticas, e estamos vendo isso acontecer na Amazônia, infelizmente”, diz.
Realidade que coloca
em cheque a existência das terras pretas de índio e de todo o seu serviço
ecossistêmico. Como expõe Eduardo Neves, “ainda há soluções concretas para a
Amazônia e o entendimento do passado pode ajudar no planejamento de um futuro
sustentável para a região”.
Fonte: Mongabay
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