segunda-feira, 4 de março de 2024

Orcrim Bolsonarista: Sob Bolsonaro, Abin redigiu relatório baseado em fake news sobre as urnas eletrônicas

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) produziu em 2020 relatório sobre uma fake news a respeito das urnas eletrônicas a mando de Alexandre Ramagem, então chefe do órgão nomeado por Jair Bolsonaro (PL) e subordinado ao general Augusto Heleno, o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional. Ainda, o pedido para a produção do relatório foi feito de maneira informal via WhatsApp pelo próprio Ramagem.

As novas revelações do escândalo apelidado de “Abin paralela” foram trazidas a público nesta sexta-feira (1) pelo jornal O Globo.

A publicação relembra que em julho de 2020 os apoiadores do então presidente Bolsonaro começaram a difundir em massa uma fake news envolvendo a Positivo Tecnologia, empresa que fabrica computadores e softwares com sede em Curitiba, no Paraná. A empresa tinha vencido uma licitação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para fabricar urnas eletrônicas.

Já a mentira da ocasião apontava que o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), fundador da empresa que já não estava nos seus quadros desde 2012, teria relações com Sergio Moro – que havia acabado de deixar o Ministério da Justiça após se desentender com Bolsonaro – e uma empresa de tecnologia chinesa. A “prova”, é claro, estaria nas iniciais da Positivo Tecnologia, “PT”, que subliminarmente denunciaria as ligações da empresa com o partido do atual presidente Lula (PT). Ou seja, haveria uma conspiração envolvendo a empresa para derrotar Bolsonaro nas eleições seguintes.

Mas a Positivo Tecnologia foi fundada na década de 1980 e desde então fornece equipamentos para diversos órgãos públicos. À época da viralização da fake news bolsonarista a empresa também tinha contratos com os governos do Ceará e Rio Grande do Sul, além de parceria com a Agência Nacional de Tecnologia que previa fornecimento de notebooks a escolas.

Mas mesmo com a falsidade das informações verificada publicamente, Ramagem teria dado a ordem para a produção do relatório a respeito do assunto. Na mensagem enviada a agentes da Abin para “investigar as relações entre o senador e a empresa”, o “DG” (diretor-geral; Ramagem) pede para analisar a situação da empresa e a “possibilidade de interferência”.

Acontece que os agentes da Abin não encontraram qualquer lastro na realidade que pudesse comprovar a paranoia bolsonarista, e isso foi colocado no famigerado relatório. No fim das contas, o documento contém justamente as informações sobre o caso que estão divulgadas publicamente na imprensa e nas redes sociais.

Entre essas informações, uma outra obviedade: que o senador Oriovisto é de um partido de centro-direita e não possui relações com a esquerda. Na juventude, ele chegou a ser marxista, participou do movimento estudantil e ficou preso durante o regime militar. Mas faz décadas que não está mais envolvido diretamente com quaisquer esquerdas. Ao jornal O Globo ele lamentou que a Abin o tenha tido como alvo.

“É uma tolice. Tenho 78 anos e estão falando de 1968, quando fiz parte do movimento estudantil. Isso, para mim, atesta a incompetência do serviço de informação”, declarou.

Para a PF, o caso é mais um flagrante ataque às urnas e pode entrar no rol de investigações acerca dos atos antidemocráticas e tentativas de golpes contra o sistema eleitoral e o Estado democrático de Direito.

 

       Tucker Carlson mente na cara dura sobre governo Lula: "fecharam imprensa"

 

O jornalista estadunidense Tucker Carlson fez uma bizarra entrevista com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o comunicador de extrema direita Paulo Figueiredo, brasileiro que vive nos EUA.

Tucker é uma figura importante da extrema direita dos EUA e foi banido da Fox News depois de questionar e incentivar a teoria de fraude no sistema eleitoral nas eleições de 2020, que elegeram Biden ao invés de Trump.

Carlson ganhou alguma notoriedade nas últimas semanas por ter entrevistado Vladimir Putin e mostrar um ponto de vista heterodoxo sobre a guerra da Ucrânia, desalinhado da visão do consenso político de Washington.

Mas não se esqueça: mentiroso é mentiroso e vagabundo é vagabundo.

Tucker Carlson pode até ter simpatia com Putin em algum nível, mas é um fascista. E logo depois da entrevista com o russo, decidiu "denunciar" a "ditadura Lula" em seu canal.

Na terrível entrevista com Dudu Bolsonaro e o netinho do ditador Figueiredo, Carlson afirma que o Brasil tem um governo pró-China.

"As pessoas vão para a cadeia. A democracia vai acabar. A mídia não poderá mais informar de forma honesta e aberta, e o governo chinês terá influência indevida sobre o Brasil", afirmou Tucker Carlson.

"Lula venceu em uma eleição que foi obviamente fraudada", completou o estadunidense.

Tucker claramente está mentindo. E Eduardo Bolsonaro intensifica as mentiras, afirmando que Allan dos Santos, Paulo Figueiredo e Rodrigo Constantino foram censurados pelo Supremo Tribunal Federal.

Todos eles tiveram suas redes sociais suspensas por ataques diretos ao Estado Democrático de Direito. Mas Eduardo convenientemente não fala isso. E ataca Alexandre de Moraes para uma plateia internacional.

 

       Em festival de fake news com Tucker Carlson, Eduardo Bolsonaro admite medo de ser preso

 

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) admitiu a Tucker Carlson que tem medo de ser preso. A confissão foi ao ar na última quinta-feira (29) nas redes sociais do ex-âncora da Fox News, famoso por ser um ferrenho defensor da extrema direita dos EUA e internacional.

A conversa entre eles foi um verdadeiro festival de fake news. Além do filho ‘zero-três’ de Bolsonaro, também participou da entrevista Paulo Figueiredo, comunicador de extrema direita ex-Jovem Pan e neto do ditador João Figueiredo.

Após deixar a Fox News Carlson começou um projeto pessoal de comunicação que ganhou alguma notoriedade nas últimas semanas por entrevista com Vladimir Putin, o presidente da Rússia. Na conversa com Bolsonaro e Figueiredo ele afirmou que o Brasil tem um governo pró-China que foi eleito mediante fraude nas eleições.

Logo após a descabida declaração do estadunidense, Eduardo Bolsonaro concordou e disse que “precisa tomar cuidado” com suas palavras, uma vez que o tema é “sensível” no Brasil. Em seguida, o apresentador pediu maiores explicações ao deputado.

“Tem um congressista na cadeia porque fez um vídeo, Tucker, falando coisas ruins sobre a Suprema Corte. Esse homem, um congressista, foi condenado a 9 anos. Seu nome é Daniel Silveira”, contou.

O vídeo que Eduardo Bolsonaro se refere é um gravado em 2021 por Silveira. Na ocasião, o então deputado disse que Gilmar Mendes vendia habeas corpus, que imaginava Fachin “tomando uma surra” e xingou outros ministros do STF. Hoje ele está preso, com mandato cassado e expulso do PTB de Roberto Jefferson, que atirou contra policiais federais. Chocado com a história, Tucker Carlson então pergunta a Eduardo se o Brasil é um país livre.

“No Brasil temos alguns artigos na Constituição que garantem a senadores e congressistas, como eu, que você não receba nenhum tipo de punição sobre o que fala. Nós temos liberdade de expressão no Brasil, ao menos na Constituição. Mas esse deputado está na prisão e as coisas estão piorando”, finaliza Eduardo, visivelmente preocupado em ter o mesmo destino de Silveira.

Carlson termina o assunto se dizendo “impressionado” com a situação. “Obviamente o Brasil não é um país livre levando isso em consideração”, finalizou. Eduardo então aproveitou a deixa para reafirmar a narrativa extremista lembrando os casos de Allan dos Santos, Rodrigo Constantino e do próprio Paulo Figueiredo como se fossem “vítimas de perseguição” e não cidadãos brasileiros que propagaram desinformação e/ou cometeram crimes.

Allan dos Santos está nos EUA para onde fugiu após ter tido um pedido de prisão preventiva expedido pelo STF em 2021. Acusado de ameaçar a Suprema Corte e espalhar fake news, também foi banido das redes.

Já Figueiredo e Constantino, outrora comentaristas de grande alcance na Jovem Pan, foram afastados dos seus cargos em janeiro por conta de um inquérito instaurado contra a emissora pelo Ministério Público Federal de São Paulo. A empresa é acusada de propagar desinformação e fazer agitação midiática de atos golpistas e antidemocráticos.

“Sempre existe o risco de ser preso pela Suprema Corte. Para ser sincero, não é toda a Suprema Corte, mas um ministro chamado Alexandre de Moraes. Ele abriu uma investigação por mais de 5 anos perseguindo, normalmente, conservadores. Então, estes cavalheiros, Allan dos Santos, Paulo Figueiredo e Rodrigo Constantino, estão morando aqui porque estão censurados no Brasil”, finalizou Eduardo.

 

       STF julga denúncia contra major apontado como líder de acampamento no QG do Exército

 

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) julgam, desde sexta-feira (1º), uma denúncia contra o major da reserva Cláudio Mendes Santos, da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF), por ações que teriam contribuído para os ataques de 8 de janeiro, em Brasília.

Santos é apontado como um dos líderes do acampamento golpista que ocupou a área em frente ao Quartel-General do Exército, no Setor Militar Urbano.

Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), ele:

•        exerceu “influência e liderança” no local,

•        “participou ativamente na organização”,

•        recrutou manifestantes,

•        coordenou arrecadação de dinheiro para a estrutura

•        e foi um dos responsáveis por “incitar e treinar pessoas” para enfrentar as forças de segurança.

O relator, Alexandre de Moraes, votou para torná-lo réu por crimes como tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado democrático de Direito.

Conforme o voto, a denúncia “descreve detalhadamente as condutas” do major que se enquadrariam aos crimes imputados, além de apresentar provas e indícios da autoria dos crimes.

Os demais ministros têm até 8 de março para votar. A análise é feita em sessão virtual da primeira turma do STF, formato em que não há debate. Caso a maioria aceite a denúncia, o major responderá às acusações em uma ação penal.

Além de golpe e abolição do Estado de Direito, o militar da reserva é acusado de associação criminosa, deterioração do patrimônio tombado e dano qualificado.

•        Líder

Santos está preso desde março de 2023, quando foi um dos alvos da operação Lesa Pátria, da Polícia Federal (PF). Ex-integrante do Batalhão de Choque e do Serviço de Inteligência da PM-DF, ele foi detido ao visitar a família no Riacho Fundo, a cerca de 24 quilômetros do centro de Brasília.

A denúncia foi apresentada em julho. A PGR afirmou que o major “concorreu para a consumação dos crimes” de 8 de janeiro.

“O denunciado, exercendo influência e liderança sobre a massa, instigou, provocou e insuflou o tumulto, com intento de tomada do poder e destruição do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal”, afirmou a PGR.

Segundo a acusação, ele “instigou e orientou a prática de crimes contra o Estado Democrático de Direito por meio de vídeos encaminhados por aplicativo de mensagens e, também, por meio de discursos proferidos em frente ao Quartel do Exército em carros de som, ocasiões nas quais, além de açular a horda à prática de crimes, também solicitava doações para manutenção do grupo criminoso”.

Em vídeos enviados pelo WhatsApp, de acordo com a investigação, Santos relatava o dia a dia do acampamento, que ele chamou de “movimento democrático de resistência brasileira”.

Em uma das mensagens, disparada em dezembro, disse “vagabundo vai subir a rampa, não”, em referência ao recém-eleito presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e à rampa do Palácio do Planalto.

“Meu irmão o pau vai começar a torar, entendeu? E, quando o pau torar, não chega perto das forças de segurança para parabenizar para abraçar para querer ajudar”, afirmou em outra mensagem.

Em resposta à denúncia, a defesa do major negou as acusações e argumentou que a PGR não individualizou as condutas que teriam sido cometidas por Santos.

A CNN entrou em contato com a defesa do major, que disse que não se manifestará sobre o caso.

•        Acampamento

Em Brasília, o acampamento montado desde novembro de 2022 em frente ao QG do Exército serviu como uma espécie de base de onde saiu boa parte dos invasores das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023.

O acampamento reunia caravanas de diversas partes do Brasil e tinha infraestrutura de apoio, com tendas e barracas de alimentação, oração, fornecimento de energia, e banheiros.

Integrantes do acampamento ostentavam faixas e bradavam palavras de ordem de teor golpista e inconstitucional, como intervenção militar, destituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e questionamentos sobre o resultado da última eleição, em que Lula derrotou Jair Bolsonaro (PL).

Pessoas que estavam no local foram presas em 9 de janeiro. Os que não invadiram nenhum prédio público foram enquadrados por incitação ao crime e associação criminosa. As ações penais abertas foram suspensas para que a PGR avalie a possibilidade de fechar acordos com os réus. Até o momento, foram validados 38 acordos.

 

Fonte: Fórum/CNN Brasil

 

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