segunda-feira, 4 de março de 2024

Lavrov: 'partido da guerra' na Europa ainda é forte, eles não mudam sua direção

As declarações do chefe do Pentágono, Lloyd Austin, e do presidente francês, Emmanuel Macron, mostram que o "partido da guerra" não quer mudar seu trajeto para "infligir uma derrota estratégica à Rússia", disse o chanceler da Rússia Sergei Lavrov em uma coletiva de imprensa após o Fórum Diplomático de Antália, na Turquia.

"A situação indica claramente que o 'partido da guerra' na Europa continua sendo muito forte [...]. As últimas declarações de Macron e Austin, e a conversa dos generais alemães, mostram que o 'partido da guerra' não quer mudar de forma nenhuma a sua direção para infligir uma derrota estratégica na Rússia no campo de batalha. Nós entendemos isso", disse ele.

Não houve propostas de negociações sobre a Ucrânia que levassem em conta os interesses da Rússia, observou Lavrov.

"A Rússia nunca se recusou a negociar", disse o ministro das Relações Exteriores russo, respondendo a uma pergunta sobre a plataforma de negociação proposta pela Turquia.

Segundo ele, após os acordos de Istambul de abril de 2022, que Kiev se recusou a implementar, não houve "quaisquer apelos sérios" à Rússia sobre as negociações. "Sérios – quero dizer, propostas que realmente visam garantir os interesses legítimos das partes envolvidas", disse o ministro das Relações Exteriores.

O chefe da diplomacia russa disse também que Moscou não está vendo a boa vontade do Ocidente para a resolução do conflito na Ucrânia.

"Não temos falta de boa vontade [para um acordo de paz]. Vemos uma falta de boa vontade do outro lado. Não é tanto boa vontade, o que vemos é falta de compreensão dos acontecimentos do outro lado", observou Lavrov.

Ele lembrou a recente declaração do chefe do Pentágono, Lloyd Austin, que se a Ucrânia for derrotada a OTAN será forçada a enfrentar a Rússia, bem como a declaração do presidente francês, Emmanuel Macron, sobre a possibilidade de enviar tropas terrestres para o território da Ucrânia.

"Essas tendências no Ocidente, entre a liderança ocidental, claro, anulam todas as alegações de que o Ocidente está interessado em algum tipo de solução política [...]. Há fatos mais que suficientes de que o Ocidente está levando o caminho para uma solução militar", ressaltou o chanceler.

·        Porta-voz do presidente russo vê 'declaração extremamente irresponsável' do Pentágono sobre a OTAN

O porta-voz de Vladimir Putin, presidente da Rússia, apontou as declarações do chefe do Pentágono como sendo semelhantes em natureza às vindas da Europa.

Dmitry Peskov, porta-voz da Presidência da Rússia, descreveu como extremamente irresponsáveis as declarações do Pentágono sobre um possível conflito entre a OTAN e a Rússia.

Na quinta-feira (29) Lloyd Austin, chefe do Pentágono, disse que uma derrota da Ucrânia no atual conflito ameaça um confronto militar entre a OTAN e a Rússia.

"Essa é outra declaração extremamente irresponsável que temos ouvido nos últimos dias. Ouvimos declarações extremamente irresponsáveis vindas de várias capitais europeias, agora também do outro lado do oceano", comentou na sexta-feira (1º) Peskov as declarações aos jornalistas.

A declaração de Austin leva à escalada das tensões e mostra a visão do mundo da OTAN, que considera a Ucrânia como seu próprio território, disse o funcionário russo, acrescentando que a observação confirma a validade e a justificativa da operação especial da Rússia.

Neste sábado (2) Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores russo, declarou a mensagem como mostrando que o "partido da guerra" continua forte no Ocidente.

"As últimas declarações de [presidente francês Emmanuel] Macron e Austin, e a conversa dos generais alemães, mostram que o 'partido da guerra' não quer mudar de forma nenhuma a sua direção para infligir uma derrota estratégica na Rússia no campo de batalha. Nós entendemos isso", destacou ele.

·        Em resposta à expansão da OTAN, Moscou implanta armas adicionais em novas bases militares

Em resposta à adesão de Finlândia e Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a Rússia vai implantar armas adicionais nos novos distritos militares de Moscou e Leningrado, perto da fronteira com os dois países.

A informação foi dada neste sábado (2), pelo chanceler russo, Sergei Lavrov.

"Já tomamos as decisões, foram criados o distrito militar de Moscou e o distrito militar de Leningrado. Lá serão implantadas armas adicionais que serão adequadas aos desafios que possam surgir no território da Finlândia e da Suécia", enfatizou o chanceler.

Lavrov observou que foi surpreendente ver como a Finlândia e a Suécia mudaram instantaneamente seu status de neutralidade, que serviu tão bem a ambos os países durante décadas e garantiu a sua reputação no mundo moderno, para aderirem à OTAN.

"Todas as longas décadas de boa vizinhança foram desperdiçadas", lamentou o chanceler russo.

A Finlândia e a Suécia se candidataram à adesão à OTAN após o início da operação especial russa na Ucrânia. A Finlândia tornou-se oficialmente o 31º membro da aliança em 4 de abril de 2023. A cerimônia de adesão da Suécia está prevista para ocorrer em breve.

Tal como o Kremlin afirmou repetidamente, tais ações terão consequências negativas. Moscou advertiu anteriormente que a Rússia teria de tomar medidas retaliatórias devido à adesão da Suécia e da Finlândia à OTAN.

·        Envio de soldados da OTAN para a Ucrânia é 'alerta de apocalipse', diz primeiro-ministro eslovaco

O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, afirmou neste sábado (2) que o envio de soldados da União Europeia (UE) e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para a Ucrânia poderia precipitar o apocalipse global.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, ele destacou a incapacidade ucraniana em resolver o conflito, apesar da ajuda financeira e militar substancial fornecida pelo Ocidente.

Ele enfatizou que, embora a presença militar da UE e da OTAN possa potencialmente alterar a dinâmica do conflito, também poderia desencadear consequências catastróficas. "O Ocidente vê que, apesar da ajuda financeira e militar significativa, a Ucrânia é incapaz de resolver este conflito armado."

"A situação poderia mudar com a chegada de militares da UE e da OTAN à Ucrânia, mas então não restaria nada senão esperem a chegada do apocalipse global", afirmou o primeiro-ministro eslovaco.

Fico destacou a necessidade premente de sistemas modernos de defesa aérea para a Ucrânia, mas alertou que o Ocidente não pode fornecer esses sistemas sem o compromisso de manter e operar esses equipamentos.

Ele argumentou que o envio de militares ocidentais apenas agravaria o conflito, ao invés de resolvê-lo.

A Rússia segue com a operação militar especial na Ucrânia desde fevereiro de 2022. O presidente russo, Vladimir Putin, justificou a ação como uma medida para proteger a população contra um suposto "genocídio" pelo regime de Kiev e para conter o avanço da OTAN em direção ao leste.

Moscou tem repetidamente alertado contra o fornecimento de armas a Kiev pelo Ocidente, afirmando que os comboios estrangeiros que transportam armas seriam alvos legítimos para suas forças assim que cruzassem a fronteira.

Além disso, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, acusou os Estados Unidos e a OTAN de já estarem diretamente envolvidos no conflito na Ucrânia, não apenas por meio do fornecimento de armas, mas também pela formação de pessoal em diversos países europeus.

·        Militar: vazamentos da Alemanha provam que conflito ucraniano é resistência russa à agressão da OTAN

A gravação de uma conversa de oficiais alemães de alto escalão é mais uma evidência do profundo envolvimento da OTAN no conflito da Ucrânia, isso também levanta questões sobre o comportamento altamente provocativo da Aliança Atlântica, disse à Sputnik um veterano do Exército dos EUA.

Uma transcrição da conversa entre oficiais alemães de alto escalão, que foi divulgada por Margarita Simonyan, editora-chefe da RT e do grupo Rossiya Segodnya, do qual a Sputnik faz parte, sugere que o Ocidente está ficando desesperado, de acordo com Earl Rasmussen, consultor internacional e tenente-coronel aposentado com mais de 20 anos no Exército dos EUA.

"[Isso é indicado pela] extensão das discussões, o planejamento, o uso de potenciais armas de longo alcance, a tentativa de limpar suas mãos, para basicamente atingir infraestrutura essencialmente civil", disse o especialista à Sputnik.

Durante a conversa, representantes da Bundeswehr discutiram um possível ataque à Ponte da Crimeia, com um dos oficiais alegando que mais de dez ou até 20 mísseis podem ser necessários para destruí-la. Outro mencionou a viagem planejada à Ucrânia em 21 de fevereiro para coordenar ataques a alvos russos.

"Todo mundo sabe que a Crimeia nunca vai voltar para a Ucrânia, não importa quais sejam as negociações", disse Rasmussen.

"Os ataques de drones, as sabotagens anteriores na Ponte da Crimeia, acho que tiveram envolvimento ocidental em relação ao planejamento e apoio também. Então não é surpreendente. Acho que o BND é bastante próximo, tanto quanto a inteligência alemã, trabalhando com o MI6 e a CIA também. Mas isso é perturbador", ressaltou o veterano do Exército dos EUA.

Se o plano discutido pelos oficiais alemães fosse implementado, seria um "ato de guerra", de acordo com o especialista.

"Definitivamente é um ato de guerra", disse ele. "Tal como [a explosão do] gasoduto Nord Stream foi realmente um ato de guerra. E, no entanto, eles deixaram isso acontecer e sem resposta dos países europeus", salientou ele.

Enquanto isso, uma divisão está se aprofundando dentro da OTAN enquanto os militares ucranianos continuam a recuar, de acordo com o tenente-coronel aposentado. Eles estão em uma situação muito crítica e desesperada", disse ele.

Talvez em uma tentativa de "unir" os Estados-membros do bloco, a liderança da OTAN esteja tentando transformar o conflito em andamento em um "existencial", presumiu Rasmussen.

"Não deveria haver uma preocupação da Rússia atacar a OTAN, mas eles estão definitivamente tentando criar essa situação. E assim, se eles forem atacados pela OTAN, a Rússia contra-atacará", observa Rasmussen. "Eles estão transformando esse conflito em uma ameaça existencial para a OTAN. Vocês notaram essa declaração de Macron na semana passada, eles têm divisões dentro da OTAN, acho que [são] divisões muito fortes."

·        Mídia alemã: soldados atestam autenticidade de áudio em que oficiais do país tramam ataque à Crimeia

A gravação de uma conversa entre altos oficiais militares alemães sobre temas de segurança relacionados à Rússia e à Ucrânia está em circulação entre os funcionários da Bundeswehr, e eles acreditam que seja autêntica.

É o que relata o jornal alemão Die Welt, com base em depoimentos de soldados alemães.

Vários soldados, que foram entrevistados pelo Die Welt, afirmaram que a gravação de áudio está se disseminando na Bundeswehr e confirmaram sua autenticidade. O jornal divulgou essa informação nesta sexta-feira (1º).

·        Sobre o áudio

Mais cedo, a editora-chefe do grupo Rossiya Segodnya, da qual a Sputnik faz parte, Margarita Simonyan, publicou o texto de uma conversa entre representantes de alto escalão da Bundeswehr (Forças Armadas da Alemanha) discutindo o ataque à Ponte da Crimeia com mísseis Taurus.

Segundo o texto, quatro representantes de alto escalão da Bundeswehr, incluindo o chefe do departamento de operações e exercícios da Força Aérea, estiveram envolvidos na conversa ocorrida em 19 de fevereiro de 2024.

Em particular, o brigadeiro general Frank Graefe, chefe do departamento de operações e exercícios do Comando da Força Aérea em Berlim, o inspetor da Força Aérea Ingo Gerhartz e dois funcionários do centro de operações aéreas do Comando Espacial da Bundeswehr discutiram o envio de mísseis Taurus para a Ucrânia e o ataque à Ponte da Crimeia.

De acordo com as informações obtidas, Ingo Gerhartz não descartou fornecer 100 mísseis Taurus a Kiev que, segundo militares alemães, poderiam ser lançados de um caça Dassault Rafale.

 

Ø  O 'führer da Ucrânia' tem medo de eleições porque sabe que vai perder, diz deputado russo

 

Em visita à República Popular de Lugansk (RPL), o deputado Leonid Slutsky diz que Zelensky sabe que vai perder o cargo, e que Moscou, ao contrário do regime de Kiev, não teme eleições.

Vladimir Zelensky tem medo de realizar eleições na Ucrânia porque perderá o cargo de presidente. A declaração foi dada pelo deputado russo Leonid Slutsky, chefe da Comissão dos Assuntos Internacionais da Duma de Estado (a câmara baixa do parlamento russo), a repórteres, neste sábado (2), durante uma visita à República Popular de Lugansk.

"Eles têm medo de realizar eleições presidenciais na Ucrânia. Eles têm medo de que o führer da Ucrânia [Vladimir] Zelensky perca o seu cargo", disse Slutsky.

Paralelamente, o deputado ressaltou que Moscou, ao contrário do regime de Kiev, não só não teme a realização de eleições, como as consideram necessárias.

"É extremamente importante estarmos ombro a ombro, para realizarmos, claro, as eleições presidenciais. Não temos medo de nada", afirmou Slutsky.

Em meados de fevereiro, a Ucrânia prolongou a lei marcial no país até 13 de maio, inviabilizando as eleições presidenciais, que deveriam ser realizadas até 29 de outubro do ano passado. Posteriormente, em novembro, ele anunciou o cancelamento do pleito, alegando que 'não é momento para grandes ações'.

·        Senador faz requerimento pedindo visita de Zelensky ao Brasil por 'dificuldades diplomáticas'

O recém-empossado membro da Comissão de Relações Exteriores do Senado, senador Eduardo Girão (Novo), pediu em um requerimento apresentado na semana passada que o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, seja convidado a ir ao Brasil.

Girão afirma que a visita de Zelensky aconteceria para debater "a dificuldade que a Ucrânia tem enfrentado em estabelecer relações diplomáticas com Brasil, demonstrada pela demora do governo brasileiro em convidar o chanceler ucraniano, Dmitry Kuleba, para visitar o país".

De acordo com a coluna de Lauro Jardim em O Globo, o senador justifica que Andrei Melnyk, embaixador da Ucrânia no Brasil, afirmou aguardar há seis meses que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpra um acordo estabelecido no ano passado e convide o chanceler ucraniano para visitar o Brasil.

Girão ainda ressalta que, em menos de um ano, o chanceler russo Sergei Lavrov já foi recebido duas vezes pelo governo.

O Itamaraty já se posicionou diversas vezes sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia e expressou sua neutralidade diante da situação.

Brasília escolheu não enviar armas a Kiev ou aplicar sanções contra Moscou, ao mesmo tempo, no âmbito das resoluções elaboradas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas apoiou as que pediam cessar-fogo imediato e fim das hostilidades.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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