sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Programa Bahia sem Sonda visa zerar fila das 'cirurgias benignas da próstata'

O programa 'Bahia sem Sonda', lançado pelo Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), completou um mês e já beneficiou mais de 100 pacientes com a realização de cirurgias de próstata.

Os procedimentos são realizados no turno da noite, quando o Hospital do Homem, unidade do HGRS, abre suas salas cirúrgicas com o objetivo de zerar a fila de espera dos pacientes que precisam de uma cirurgia “benigna de próstata”.

Joabe Carneiro, urologista coordenador do Hospital do Homem, explica que o programa é voltado para pacientes que estão em uso de sonda, com trocas regulares e aqueles que têm uma “certa brevidade em realizar a cirurgia”. Ele acrescenta que a ação será mantida para zerar a fila.

Um dos pacientes atendidos pela iniciativa é o senhor João Evangelista de Oliveira, morador da zona rural de Monte Santo, que fica a 370 quilômetros da capital baiana. Ele contou estar há três meses esperando pela cirurgia de próstata e nem as fortes chuvas na região esta semana impediram que ele viesse para “a capital realizar o procedimento que esperei por tanto tempo”.

Doenças da próstata: quando se fala em próstata, é comum as pessoas associarem de imediato ao câncer, mas existem as chamadas “doenças benignas da próstata”, que precisam de tratamento e cuidados. Um exemplo é a hiperplasia prostática benigna, que acomete os homens a partir dos 50 anos e tem como sintomas: sensação de esvaziamento incompleto, alterações no jato de urina (jato fraco), micção frequente e até retenção urinária.

Há também a prostatite, condição inflamatória, cuja estimativa indica que cerca de 30% dos homens poderão ter a doença em alguma fase da vida.

·        Hospital baiano utiliza técnica inédita para tratamento da próstata aumentada

Uma nova técnica, minimamente invasiva, que utiliza vapor de água para tratar a hiperplasia prostática benigna, também conhecida como próstata aumentada, foi usada pela primeira vez na Bahia e no Norte/Nordeste nesta quarta-feira (31/1). Conhecido como Rezum, o equipamento usado para o procedimento é recém-chegado no Brasil e considerado um dos mais importantes avanços tecnológicos da urologia nos últimos anos.

O paciente, um homem de 51 anos que apresentava Hiperplasia Prostática Benigna  e que vinha apresentando  sintomas como dificuldade de urinar, jato fraco de urina e esvaziamento incompleto da bexiga há cerca de um ano, passou pelo procedimento realizado pela equipe de urologia do Hospital Cárdio Pulmonar, chefiada pelo urologista Lucas Batista, que também é membro Professor do Departamento de Cirurgia Robótica da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

Segundo o urologista, esta cirurgia apresenta inúmeros benefícios quando comparado com outras técnicas para tratamento de Hiperplasia Prostática Benigna (HPB). O tratamento com Rezum não realiza cortes e pode ser feito em ambulatório, com sedação ou anestesia local, dura menos de 10 minutos e o paciente recebe alta hospitalar 02 horas após o procedimento. Também proporciona menor tempo de recuperação e apresenta baixo risco de complicações em comparação com a cirurgia tradicional. Uma das principais vantagens do tratamento é a preservação da função sexual do paciente, diminuindo o risco de “perda” da ejaculação (chamada ejaculação retrógrada).

“O Rezum consiste na inserção de uma sonda na uretra do paciente para aplicação de vapor de água a mais de 100º C diretamente na próstata, promovendo assim a diminuição do seu tamanho e aliviando os sintomas da hiperplasia”, explica o especialista.

A hiperplasia prostática benigna é uma condição comum entre os homens, principalmente após os 60 anos. O urologista explica que, embora não seja um câncer, o crescimento da próstata pode comprimir a uretra, causando sintomas desconfortáveis e complicações que afetam diretamente na qualidade de vida do homem. “Um dos principais sintomas da hiperplasia prostática benigna é a alteração do fluxo urinário. Quando a próstata começa a aumentar, ela comprime a uretra, tornando-a mais estreita e fina, o que acaba reduzindo o jato urinário. A próstata aumentada eleva o risco de infecções urinárias, obstruções graves, retenção importante de urina, cálculos urinários e até insuficiência renal”, destaca Lucas Batista.

Outros sintomas da HPB são sensação de bexiga cheia, urinar por diversas vezes ou não urinar tudo de uma vez, com interrupção do jato, ardor miccional, retenção urinária, incontinência durante o sono, necessidade súbita de urinar, com incapacidade de reter a urina, sensação de não esvaziar completamente a bexiga, entre outros sintomas.

 

Ø  Verão e Carnaval aumentam incidência de ISTs, que podem provocar até câncer

 

Chegou o verão, a estação mais quente, agitada e aguarda do ano. É tempo de festa, de muita curtição e paquera. E faltando poucos dias para o Carnaval, um alerta fica ainda mais forte: em meio à onda de festas e azaração, é fundamental se proteger quando o assunto é o sexo. É nessa temporada que os ânimos elétricos terminam promovendo uma crescente nos números de diversas Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). E o pior é que, como muitas delas podem ser assintomáticas, muita gente não sabe que possui e termina passando adiante do mesmo modo que contraiu. “O sexo seguro, com uso do preservativo, é a maneira mais eficaz de se proteger contra as ISTs e o HIV. Muita gente não sabe, mas algumas Infecções Sexualmente Transmissíveis podem vir a causar um problema muito mais sério, que é a infertilidade. Às vezes, a IST está ali, assintomática e a pessoa só descobre que é portador quando identifica uma dificuldade para engravidar”, explica a Dra. Genevieve Coelho, Diretora Médica do IVI Salvador.

A ausência de sintomas e a prática sexual sem o uso de preservativos tornaram as ISTs um problema de saúde pública mundial. Segundo a Organização mundial de Saúde (OMS), mais de um milhão de infecções sexualmente transmissíveis são adquiridas diariamente em todo mundo. No Carnaval, quando se juntam pessoas de diversas partes do planeta, com bebidas alcóolicas e o frisson da festa, o perigo é iminente. O principal grupo de risco é o de jovens em idade reprodutiva, com alta taxa de prevalência: é exatamente nessa faixa etária que as ISTs podem provocar infertilidade em mulheres e homens. O risco das infecções sexualmente transmissíveis não está apenas neste problema. Algumas, como o HPV, por exemplo, se não for adequadamente tratado, pode evoluir para um câncer. Vale sempre lembrar que o uso de preservativos é a única forma de evitar a transmissão de ISTs.

Para confirmar a IST e definir o tratamento mais adequado para cada paciente, são realizados diversos testes laboratoriais. Quando são causadas por bactérias, como clamídia e gonorreia, a análise das secreções ou exames de urina permitem identificar os patógenos. No entanto, se houver suspeita de DIP, o médico também poderá solicitar a ultrassonografia transvaginal. A infecção por HPV, por outro lado, é confirmada pelo exame Papanicolaou de rotina. O tratamento de infecções sexualmente transmissíveis causadas por bactérias é realizado por antibióticos prescritos de acordo com o tipo da bactéria. Normalmente é indicado um tratamento simultâneo para as duas infecções, uma vez que geralmente elas ocorrem em associação. O parceiro ou a parceira também deverá ser investigado e tratado para evitar a reinfecção.

Mulheres que estão tentando engravidar, na maioria das vezes, conseguem obter sucesso após a cura da infecção. Porém, quando a IST é tardiamente diagnosticada e resulta no desenvolvimento da doença inflamatória pélvica causando maiores danos, é indicado o tratamento por técnicas de reprodução assistida. Nos casos em que a IST causou danos às tubas uterinas, o tratamento por fertilização in vitro (FIV) aumenta bastante as chances de gravidez.

·        As principais ISTs

Clamídia é a infecção sexualmente transmissível de maior incidência no mundo e é mais prevalente entre as mulheres jovens do que entre os homens, embora possa afetar pessoas de qualquer idade. Apesar de ser assintomática na maioria dos casos, pode manifestar sintomas em homens e mulheres aproximadamente duas semanas após a infecção. Nas mulheres, os mais comuns são sangramento entre períodos menstruais, corrimento vaginal com odor forte, dor abdominal e durante o sexo, micção com sensação de queimação, inchaço na vagina ou ao redor do ânus e febre baixa. Já os sintomas masculinos mais comuns, são secreção peniana aquosa e leitosa, inchaço e sensibilidade dos testículos, dor e queimação ao urinar, irritação no ânus e sangramento retal.

A gonorreia, por outro lado, ao mesmo tempo que afeta os órgãos genitais, pode afetar ainda a uretra, o colo do útero, o reto, a garganta ou os olhos. Quando manifesta sintomas, é comum que as mulheres apresentem corrimento aumentado com odor forte, dor ao urinar, sangramento entre os períodos menstruais e após o sexo, dor após o sexo ou nas regiões abdominal e pélvica. Secreção semelhante ao pus, dor ou inchaço em um testículo e ao urinar, são os sintomas que podem manifestar nos homens infectados.

Ambas são importantes causas evitáveis ​​da doença inflamatória pélvica (DIP) e infertilidade. Quando não adequadamente tratadas, cerca de 10% a 15% das mulheres portadoras desenvolverão DIP, que pode causar danos permanentes às tubas uterinas, útero e tecidos circundantes, resultando em infertilidade. Clamídia e gonorreia também podem provocar a infertilidade masculina: as infecções tendem a danificar estruturas como os epidídimos, ductos em que os espermatozoides ficam abrigados até ganharem maior motilidade e a uretra, enquanto as infecções virais podem afetar a produção e qualidade dos espermatozoides.


Fonte: Tribuna da Bahia

 

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