quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Entenda o que é o medo e como ele é causado

Pode ser estranho pensar, mas o medo não é algo ruim e, muito menos, prejudicial, desde que não seja paralisante. Ele é uma reação natural do organismo quando se vê frente a uma situação nova, desconhecida ou desafiadora. A principal função é nos proteger, agindo como um aviso para podermos nos preparar para uma situação de risco.

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De acordo com o psicólogo e psiquiatra Dr. Catulo Cesar Barros, as relações entre a amígdala (estrutura localizada no centro do cérebro) e o hipotálamo, também no cérebro, estão intimamente ligadas às sensações de medo e raiva.

“A amígdala é responsável pela detecção, geração e manutenção das emoções relacionadas ao medo, bem como pelo reconhecimento de expressões faciais de medo e coordenação de respostas apropriadas à ameaça e ao perigo”, esclarece.

·        Medo faz parte da história

O medo existe desde a nossa origem e, talvez, até muito antes dela. “Tanto a raiva quanto o medo são considerados estados de preparação do organismo para enfrentar situações desconhecidas. Surgiram, provavelmente, há centenas de milhões de anos, com os primeiros répteis que escaparam de seus predadores e se espalharam pelo mundo. E continuam existindo em muitos animais, incluindo os mamíferos, entre eles, o ser humano”, conta o psiquiatra.

·        Diferença entre medo saudável e patológico

O medo é benéfico quando auxilia o indivíduo a se adaptar às circunstâncias do ambiente. Por exemplo, quando há um perigo real e imediato a ser enfrentado, explica o Dr. Catulo Cesar Barros. “Ele se torna patológico quando se refere a um estímulo do ambiente que não se constitui em uma verdadeira ameaça, embora desencadeie as mesmas emoções de um perigo real. Neste caso, passa a se denominar fobia”, diferencia.

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As fobias são determinadas pelos medos persistentes e irracionais em relação a um objeto específico, atividade ou situação, mas que, na realidade, não apresentam perigo algum. Esse medo exagerado resulta em uma necessidade incontrolável de evitar este estímulo. Se isto não é possível, o confronto é precedido por ansiedade antecipatória e realizado com grande sofrimento e comprometimento do desempenho.

·        Tipos de fobias

Existem diversos tipos de fobias, que podem ser divididos de acordo com a causa do transtorno. De acordo com o Dr. Catulo Cesar Barros, as principais fobias podem ser divididas em: agorafobia, síndrome do pânico e fobia social. Veja abaixo:

·        Agorafobia

Designa medo de diversas situações: sair ou ficar desacompanhado, entrar em lojas, mercados, lugares públicos abertos ou fechados, transporte coletivo, carros, andar em vias expressas e congestionamentos. “Nos casos mais graves, o paciente não consegue sair de casa, ou só pode fazê-lo acompanhado, gerando grande comprometimento da vida pessoal e familiar. Uma avaliação mais fina mostra que ele não teme as situações, mas tem medo de sentir sensações corporais de ansiedade ou crises de pânico nelas. Este medo do medo é a característica fundamental da agorafobia”, explica o especialista.

·        Síndrome do pânico

É a denominação utilizada para o conjunto de manifestações englobadas pelos conceitos de transtorno de pânico e agorafobia.

·        Fobia social

É o medo excessivo de situações em que a pessoa possa ser observada ou avaliada pelos outros, pelo temor de se comportar de modo embaraçoso ou humilhante. “Se for impossível evitar a situação, ele apresenta ansiedade patológica, podendo chegar a um ataque de pânico. As situações mais comuns são: participar de festas ou reuniões, ser apresentado a alguém, iniciar ou manter conversas, falar com pessoas em posição de autoridade, receber visitas em casa, ser observado durante alguma atividade (comer, beber, falar, votar, usar o telefone), ser objeto de brincadeiras ou gozações e usar banheiros públicos”, descreve.

·        Sintomas das fobias

Os sintomas dessas fobias são semelhantes ao chamado ataque de pânico. Isto é, devem estar presentes sintomas como palpitações, taquicardia, sudorese, tremores e boca seca. Também podem estar acompanhados de outros sintomas, tais como:

  • Dispneia (sensação de falta de ar);
  • Engasgo;
  • Precordialgia;
  • Náusea;
  • Desconforto abdominal;
  • Tontura;
  • Desrealização;
  • Medo de morrer ou perder o controle;
  • Rubor ou alterações de sensibilidade.

<< Tratamento para o problema

O tratamento mais eficaz e rápido é com a ajuda de um psiquiatra, especialista em distúrbios das emoções. “O psiquiatra utilizará antidepressivos no tratamento, pois são medicamentos que irão estabilizar neurotransmissores, que controlam a química das emoções, nas áreas cerebrais responsáveis”, esclarece o Dr. Catulo Cesar Barros.

Associados a estes medicamentos pode ser feito um tipo de terapia comportamental-cognitiva , chamada terapia de exposição. “Combinada com técnicas de relaxamento, essa terapia é muito eficaz e proporciona ao indivíduo um sentimento de controle da fobia”, acrescenta o médico psicólogo. É importante frisar que todos os casos de fobias devem e podem ser tratados, sempre que se constituir em obstáculo para uma melhor qualidade de vida para o portador.

 

Ø  Dormir mal afeta emoções positivas e traz riscos à saúde mental a longo prazo

 

Um megaestudo revisou as pesquisas feitas nos últimos 50 anos e mostrou evidências sólidas de que dormir mal influencia o funcionamento emocional, trazendo consequências para a saúde mental a longo prazo. A pesquisa, feita por cientistas da Universidade de Montana, nos Estados Unidos, mostrou que a falta de sono foi associada a menos emoções positivas, como alegria e contentamento, e aumento dos sintomas de ansiedade. Além disso, o trabalho mostra que esses efeitos negativos ocorrem mesmo quando a pessoa tem pequenas reduções no período de descanso, como deitar uma ou duas horas além do usual.

“A longo prazo, isso aumenta o risco de transtornos do humor, como depressão, ansiedade e transtorno do estresse pós-traumático”, diz a especialista em medicina do sono Maíra Honorato, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Os autores da pesquisa buscaram os estudos existentes sobre todo tipo de privação de sono e seu impacto no estado emocional. Para isso, analisaram 154 artigos de 28 países, totalizando 5.715 participantes. Nos trabalhos incluídos, os cientistas induziram os voluntários a simular tanto a privação aguda – em que eles ficavam longos períodos sem pregar os olhos – quanto a crônica, em que tinham que dormir menos horas do que o usual. Também foi avaliado o efeito do chamado sono fragmentado, quando ele é interrompido várias vezes.

O impacto emocional foi mensurado por meio de questionários com respostas a estímulos emocionais e testes para medir sintomas de ansiedade e depressão. Todos os dados eram comparados a um grupo controle.

Diferente dos afetos positivos, as emoções negativas como medo, raiva, desgosto e estresse, foram menos consistentes. Para os autores, há uma explicação evolutiva para esse fenômeno: esses sentimentos têm função imediata diante de uma ameaça. “O fato de eles serem menos afetados pela falta de sono seria melhor para nossa própria proteção”, explica a especialista.

Outros estudos sugerem que cerca de 30% dos adultos não dormem o suficiente. Um artigo brasileiro aponta que fatores como tabagismo, consumo de álcool, sedentarismo e excesso de peso também estão associados a problemas para dormir. Em São Paulo, dados do Episono (Estudo Epidemiológico do Sono) mostram que 45% da população queixa-se de insônia.

 

Fonte: Portal EdiCase/Agencia Einstein

 

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