Bahia já
registrou mais de 3 mil casos de violência contra a mulher em 2024
Segundo o
Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, a Bahia registrou em 2024 o total
de 3.635 casos de violações (qualquer fato que atente ou viole os direitos
humanos de uma vítima, como maus tratos, exploração sexual, tráfico de pessoas)
contra a mulher. Desse total, apenas 566 denúncias foram efetivadas. Na capital
Salvador, são 1.391 de violações e 206 denúncias feitas.
Para a
docente do curso de Direito da Faculdade Unime Anhanguera e especialista em
Direito Penal, Wilmara Maria Dantas Falcão, este tema é um problema que engloba
toda a esfera social do País e que reflexões sociais sobre o tema contribuem
com o propósito de suprimir o problema.
“Falamos
de um assunto criminoso que ultrapassa os limites de determinada comunidade e
ou Estado (isoladamente). Discutirmos esse problema nos conscientiza não apenas
na identificação de condutas reprováveis, mas nos informa sobre onde e quando
devemos denunciar, como também, serve para as mulheres apoiarem-se umas às
outras”, avalia Wilmara.
Para a
docente, a violência contra mulheres constitui-se, como informa o Manual
de Política Nacional de Enfrentamento À Violência Contra as Mulheres, em uma
das principais formas de violação de direitos humanos no mundo, atingindo-as em
seus direitos à vida, à saúde e à integridade física.
Por fim, a
especialista dá dicas sobre como as mulheres podem pedir ajuda.
>> Confira
também os canais de denúncia:
- Não
só em Salvador, mas, em qualquer região, realizar a chamada ao 190 polícia
e conversar como se estivesse realizando pedido de delivery, é uma forma
muito útil de pedido de socorro, ao perigo eminente sofrido pela
mulher;
- Em
Salvador, no Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de
Violência Loreta Valadares (CRAMLV), situado nos bairros e no Centro de
Referência Especializado de Atendimento à Mulher Arlette Magalhães
(Cream);
- Além
disso, qualquer cidadão pode fazer denúncias através da Central de
Atendimento à Mulher, pelo número telefônico 180. As delegacias
especializadas não são direcionadas a tratar apenas destes tipos penais,
permitindo um socorro de forma mais ampla;
- Na
Bahia, há 15 Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (Deams) e sete
Núcleos Especializados de Atendimento à Mulher (Neams). Há também a Deam
Online, com funcionamento 24 horas para o registro de ocorrências e
atendimento. Em Salvador, as unidades ficam na Rua Padre Luís Filgueiras,
em Brotas; e na Rua Dr. Walter Almeida, em Periperi;
Ø
Entidades atuarão juntas contra a
exploração sexual de crianças e adolescentes
Nesta
terça-feira (30), a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, Regional
Bahia – ABIH-BA e o Ministério Público da Bahia – MPBA, com a intervenção do
Centro de Apoio Operacional da Criança e do Adolescente – CAOCA, assinaram o
acordo de cooperação para a intensificação de medidas que coíbam a hospedagem
irregular e a exploração sexual de crianças e adolescentes, principalmente no
período das grandes festas como o Carnaval.
O ato foi
realizado na sede do MPBA, no Centro Administrativo da Bahia, com as presenças
da procuradora-geral de Justiça, Norma Angélica Cavalcanti, da promotora de
justiça e coordenadora da CAOCA, Ana Emanuela Meira, da promotora de justiça da
Infância e Juventude, Márcia Sandes, do promotor de justiça e coordenador do
Centro de Apoio Operacional Criminal, André Lavigne, da vice-presidente da
ABIH-BA, Liliane Pinheiro, e do diretor de Responsabilidade Social da ABIH-BA,
David Costa.
A
iniciativa visa adotar ações conjuntas voltadas para a proteção integral e a
defesa dos direitos das crianças e adolescentes, no âmbito do estado da Bahia,
de acordo com a norma prevista no art. 82 do Estatuto da Criança e do
Adolescente – ECA (Lei n° 8069/90), da Lei Federal nº11.577/2007 e Lei Estadual
nº8.978/2004.
Ø
Governo destina R$ 78,5 milhões para
redução de mortes violentas
O governo
federal destinou mais de R$ 78,5 milhões do Fundo Nacional de Segurança Pública
para estados e Distrito Federal (DF) em investimentos e custeio de serviços
para a redução dos índices de mortes violentas intencionais, que envolvem
homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte, latrocínio, feminicídio e
morte por intervenção de agente do Estado. A portaria, que detalha a divisão do
recurso, foi publicada no Diário Oficial da União, desta quarta-feira (31).
De acordo
com a determinação, o valor total corresponde à suplementação dos orçamentos de
2023 e 2024, sendo pouco mais de 37,7 milhões do ano passado e os 40,8 milhões
restantes deste ano. Os valores deverão ser investidos nas Polícias Civis,
sendo metade nas unidades especializadas de investigação de homicídios e buscas
de pessoas desaparecidas e os outros 50%, divididos entre as unidades
especializadas no combate ao crime organizado e as unidades especializadas em
recuperação de ativo ou repressão ao tráfico de entorpecentes.
O texto
destaca que os estados deverão investir 68% dos recursos na melhoria desses
equipamentos e o restante poderá custear a estrutura existente. Vários itens
poderão ser financiados com os recursos, como aeronaves não tripuladas,
equipamentos e serviços de informática.
Os
recursos serão repassados diretamente aos Fundos de Segurança Pública dos
Estados e do DF e obedecem as regras de prestação de contas e acompanhamento de
investimento dos recursos, como apresentação de plano de ação e funcionamento
do Conselho de Segurança Pública e Defesa Social na unidade federativa. As
regras estão previstas na Portaria 440/2023 do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
No período
de de janeiro a novembro de 2023, o Sistema Nacional de Informações de
Segurança Pública (Sinesp), que reúne dados das secretarias dos 26 estados e do
DF, apontou uma redução de 5% desse tipo de crime, comparado ao ano anterior.
No entanto, no ano passado, ainda foram registrados 42.606 casos de mortes
violentas intencionais.
Ø
Nova presidente do TJBA vê gargalos no
Judiciário baiano
Em uma
cerimônia realizada na manhã desta quinta-feira (01/02), às 9h, no histórico
Salão Nobre do Fórum Ruy Barbosa, o atual presidente do Tribunal de Justiça da
Bahia (TJBA), desembargador Nilson Soares Castelo Branco, passa o bastão para a
presidente eleita para o biênio 2024-2026, desembargadora Cynthia Maria Pina
Resende.
As paredes
históricas do local também irão testemunhar a posse dos demais desembargadores
eleitos para a Mesa Diretora: João Bôsco de Oliveira Seixas (1ª
Vice-Presidência); José Alfredo Cerqueira da Silva (2ª Vice-Presidência);
Roberto Maynard Frank (Corregedoria-Geral); e Pilar Célia Tobio de Claro
(Corregedoria das Comarcas do Interior).
A nova
presidente do TJ-BA avalia que o Judiciário “tem muitos gargalos” e que precisa
melhorar. Disse ainda que a Corte é uma máquina muito antiga, com problemas que
vão sendo resolvidos, e cada gestão de dois anos vem fazendo a sua parte.
A
magistrada ressalta o legado da gestão de Castelo Branco, em prol da
magistratura e dos jurisdicionados. “Sou extremamente grata pela oportunidade
que estão me dando. O voto de confiança de todos será honrado com o trabalho
digno e dedicado que pretendo fazer”, disse. "Pretendo seguir os projetos
que foram iniciados pelo desembargador Nilson, ele que pensou e trabalhou muito
pela magistratura [...] Pretendo fortalecer ainda mais a Coordenadoria do 1º
Grau, para que ela possa desenvolver mais e mais projetos ao juízo de 1º
grau", pontuou, destacando que cuidará das demandas e necessidades dos
juízes e servidores. "E haverá sempre a participação da Associação dos
Magistrados da Bahia, será sempre ouvida. A Amab é quem traz todas essas
demandas dos magistrados, embora na Coordenadoria do 1º Grau eu tinha tido
muito contato com os magistrados. Sei mais ou menos quais são os anseios",
afirmou.
A
desembargadora foi aprovada como juíza em 1984 e possui uma extensa atuação no
Poder Judiciário. Atuou nas Comarcas de Brejões, Cícero Dantas, Ipirá e na Vara
de Substituições em Salvador. Recentemente presidiu a Comissão de Reforma
Judiciária, Administrativa e Regimento Interno, e assumiu a Coordenação de
Apoio ao Primeiro Grau.
Cynthia é
a quarta mulher a ocupar o cargo: a desembargadora Sílvia Zarif assumiu de 2008
a 2009; a desembargadora Telma Britto de 2010 a 2012; e a desembargadora
Socorro Brito de 2016 a 2018.
No início
da semana, o presidente da Câmara Municipal de Salvador, vereador Carlos Muniz
(PSDB), recebeu a visita de cortesia da nova presidente, que foi lhe entregar o
convite para a posse. “Somos todos pessoas que estão no poder, com o mesmo
objetivo, que é o de melhorar a vida da população, seja no Judiciário, no
Executivo e no Legislativo. Precisamos estar juntos, e eu vim aqui expressar
este sentimento, que deveremos trabalhar em parceria”, disse a desembargadora,
na ocasião.
Fonte:
Tribuna da Bahia
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