quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

BAHIA É O QUARTO ESTADO QUE MAIS VAI FATURAR COM O CARNAVAL

Projeções da CNC – Confederação Nacional do Comércio indicam que o faturamento das atividades turísticas no mês do carnaval na Bahia vai chegar a R$ 5,2 bilhões.

Segundo a CNC, São Paulo deve ser o campeão de faturamento das atividades turísticas no mês do carnaval com um montante de R$ 16,3 bilhões. Na sequência vem o Rio de Janeiro, com R$ 5,3 bilhões, e Minas Gerais, com R$ 5,2 bilhões, Bahia e Rio Grande do Sul com previsão de R$ 2,7 bilhões.

Com a melhora da situação financeira, o turista brasileiro deve gastar mais neste carnaval, o que vai contribuir para a circulação de renda no comércio e nos serviços durante o período.

“O faturamento das atividades turísticas no mês do carnaval reflete a dinâmica econômica geral de cada Estado e, quanto maior o fluxo turístico, a população residente e a renda média, mais alta a projeção”, analisou o economista-chefe, acrescentando que São Paulo fica na liderança isolada, uma vez que concentra cerca de 20% da população brasileira” disse o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares.

Segundo ele, o Carnaval não movimenta só atividades de turismo, pois é grande a contratação de temporários em diversas áreas econômicas, especialmente no setor de serviços, onde estão incluídas as atividades de turismo. A CNC prevê 66.699 postos temporários para 2024, com 3,1% de efetivação.

Segundo a CNC, o carnaval vai cumprir o seu padrão de ocupação plena de vários segmentos de hospedagem, demanda de alimentação fora do lar, serviços de fornecimento de alimentação e outros serviços de catering para atendimento de grupos nas avenidas e no carnaval de rua, como em Salvador, Rio e São Paulo.

ESTADOS COM MAIOR FATURAMENTO COM ATIVIDADES TURÍSTICAS EM FEVEREIRO DE 2024

1.       São Paulo – R$ 16,3 bilhões

2.       Rio de Janeiro – R$ 5,3 bilhões

3.       Minas Gerais – R$ 5,2 bilhões

4.       Bahia e Rio Grande do Sul (empate) – R$ 2,7 bilhões

 

       Carnaval de Salvador movimenta R$1,8 bilhão e gera 215 mil empregos

 

Em 2020, a folia em Salvador vai fazer jus ao tema: “O Carnaval dos Carnavais”. Isso porque a movimentação econômica da festa, de acordo com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), deverá girar em torno de R$1,8 bilhão, decorrente de gastos com itens como hospedagem, alimentação e serviços, além de gerar 215 mil postos de trabalho temporários. Os números foram divulgados pelo prefeito ACM Neto durante coletiva realizada nesta quinta-feira (6), no Wish Hotel da Bahia, no Campo Grande, para apresentação dos serviços municipais e atrações da folia.

O prefeito salientou que o investimento total na festa deverá ser de R$60 milhões em dez dias de folia (contando o pré-Carnaval), sendo R$20 milhões em recursos municipais e os R$40 milhões restantes decorrentes do patrocínio da iniciativa privada, captados pela Prefeitura. Este ano, os principais patrocinadores são as empresas Ambev, através da marca Skol Puro Malte, a Veloe e a Hapvida. “Essa é uma festa empregadora, geradora de renda e que movimenta a economia da cidade o ano inteiro e não apenas nos dias de folia”, afirmou ACM Neto.

•        Mais números

– Os 215 mil postos de trabalho temporários estarão distribuídos em até 40 áreas de atuação em mais de 50 setores da economia. Somente na montagem, desmontagem e operação de estruturas para a folia, a exemplo dos camarotes, serão 20 mil vagas. No ramo artístico, ligado à indústria do espetáculo, serão 10 mil vagas e, na hotelaria, 1,7 mil. No setor público, a Prefeitura terá 10 mil colaboradores atuando na organização da festa, dentre alguns exemplos.

Dos turistas que vão chegar a Salvador no Carnaval, 435,8 mil são do interior da Bahia e 331,5 mil de outros estados, com destaque para São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Minas Gerais e Distrito Federal. Também desembarcarão na capital baiana 86,2 mil estrangeiros, oriundos principalmente da Argentina, França, Estados Unidos, Alemanha, Espanha e Inglaterra.

•        Sustentabilidade econômica 

– Ao ser questionado sobre a sustentabilidade da folia ao oferecer atrações em trios pipoca com recursos públicos, o gestor enfatizou que o Carnaval de Salvador é o mais democrático do país, por ter as melhores atrações desfilando sem cordas. “Estamos gastando menos da metade da festa com recursos públicos e as principais atrações desfilando sem cordas. O lugar que proporcionalmente gasta e investe menos (com recursos públicos) é Salvador, pois tem vários blocos de trio que continuam desfilando”.

O prefeito também completou que o Carnaval é uma festa que precisa ter conteúdo e as atrações sem cordas são uma demanda do próprio povo. “A gente democratiza, permite que o sujeito que está desempregado, ou que é assalariado, possa curtir o trio de Léo Santana, de Claudinha Leitte, do Harmonia, de Saulo, ou seja, isso era um sonho das pessoas que jamais poderiam comprar um abadá. Enfim, a Prefeitura conseguiu montar um modelo que possui uma grande capacidade de sustentação, porque mais da metade da festa é bancada com recursos privados, coisa que não existia em 2013”, finalizou ACM Neto. 

 

       Impactos do Carnaval na Economia Baiana

 

O impacto do Carnaval da Economia Baiana é enorme. As atividades ligadas ao turismo representam aproximadamente 5% do Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia e a festa de momo contribui consideravelmente para um forte incremento deste setor, anualmente. Além disso, muita gente trabalha durante os dias de festa. Um número significativo de baianos começa meses antes para dar conta de que os blocos, trios elétricos e camarotes garantam a diversão em grande escala nos meses fevereiro e/ou março. A cadeia produtiva do Carnaval é complexa e envolve diferentes setores da economia. Até que o primeiro bloco desponte na Avenida, o Carnaval já influenciou diversas atividades, tais como os setores de comidas e bebidas, vestuário, turismo, mercado fonográfico, entre tantos outros.

 “A venda de abadás e fantasias subiu 22% este ano. Além disso, certos itens geralmente são muito mais vendidos nesta época. É o caso, por exemplo, de carnes para churrasco e bebidas, sobretudo cervejas e refrigerantes. As pessoas também costumam comprar roupas novas e outros adereços”, pontua o Economista Arthur Nemrod, membro do Conselho Regional de Economia da Bahia (CORECON-BA). Ele acredita que “o Carnaval é sinônimo de um grande aporte de recursos em poucos dias, o que gera um fluxo muito grande de receita, com reflexos para o restante do ano”, diz.

Mesmo com alguns pontos negativos, como a redução na produção dos setores que “param” em virtude do feriado, e de alguns desafios a serem superados, o Carnaval permanece sendo um período de extrema importância econômica e turística para o Estado da Bahia. “O período eleva o número de empregos gerados e serviços oferecidos, além de atrair muitos turistas. Devido ao alto nível de informalidade nos dias de folia, é difícil quantificar os postos de trabalho criados. Os números do turismo, por sua vez, são mais fáceis de serem quantificados”, comenta Nemrod.

•        Números relevantes

 Um levantamento do Ministério do Turismo realizado nas principais cidades brasileiras que celebram a maior festa popular do País revelou que apenas os estados da Bahia, Ceará e Pernambuco devem atrair 1,6 milhão de turistas para o Nordeste, o que significa um acréscimo de R$ 1,55 bilhão na economia da região. O acréscimo na economia do turismo é maior que nos últimos anos – e ficará entre 6% e 7%, de acordo com a projeção. Entre as localidades monitoradas, estima-se que o Carnaval reúna 6,6 milhões de turistas e acrescente R$ 6,1 bilhões à economia do País.

O aumento de arrecadação se deve não só ao ganho de competitividade dos principais destinos turísticos do País, como Salvador, Recife e Rio de Janeiro, segundo o Índice de Competitividade do Turismo Nacional, como também ao ganho de visibilidade com os grandes eventos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2016.

Segundo a Secretaria do Turismo do Estado da Bahia (SETUR), só em Salvador, turistas brasileiros, estrangeiros e baianos de outras cidades devem deixar R$ 1 bilhão durante o Carnaval. A estimativa prevê a chegada de 526 mil turistas à capital baiana, com 80% de ocupação dos hotéis, nos seis dias de folia.

Os principais emissores brasileiros, que representam 87% dos turistas que chegam à capital baiana no Carnaval, são Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Sergipe. Os estrangeiros, por sua vez, vêm da Argentina, EUA, Itália, Alemanha, França e Reino Unido. Os gastos preliminares dos visitantes incluem a compra do pacote com hospedagem e bilhete aéreo. Já durante a folia, a maior parte dos gastos é destinada para a compra do abadá e camarotes, alimentação e transporte.

“Temos turistas que chegam a gastar R$ 15 mil individualmente, pois são aqueles que alugam embarcações, ficam em hotéis e camarotes top de linha”, afirma o secretário do Turismo, Pedro Galvão. Há também os que gastam menos, que optam por ficar em casa de parentes e amigos. Esse público representa 40% dos visitantes.

A média de permanência em Salvador, durante o Carnaval, é de sete pernoites, e o circuito mais procurado pelos visitantes é o Dodô (Barra-Ondina). A maior média de idade está entre os turistas que ficam hospedados no Centro Histórico, local que tem a preferência dos estrangeiros.

•        Pequenos municípios

O turista que busca festejar o Carnaval em ritmo de nostalgia, ao som de marchinhas, em cenário distante das grandes cidades verticais, têm em algumas regiões do interior da Bahia a alternativa para os cinco dias de festas, o que acaba se configurando num impulso para a economia local. “Cidades do interior que oferecem opções para o período encontraram na época uma ferramenta forte para desenvolver economicamente o município, gerando empregos e movimentando grandes volumes financeiros”, destaca Arthur Nemrod.

“No período de festa popular, as cidades que têm a tradição, têm necessidade de contratar mão de obra temporária, aproveitando a local. Com isso, ela passa a ter experiência e se promove um fluxo de qualificação. O trabalhador pode ter a oportunidade de ser absorvido com um emprego definitivo. A festa gera oportunidade de qualificar pessoas que não tinham muita opção de renda”, explica o Conselheiro do Corecon-BA.

•        Desafios

Para o Economista Arthur Nemrod, a despeito de sua importância do ponto de vista econômico, o Carnaval é uma festa com um conjunto imenso de desafios que precisam ser enfrentados. Os três principais estão relacionados às políticas culturais, à regulação e à governança. Em primeiro lugar, é preciso que a festa seja compreendida como fenômeno no campo da cultura, como uma expressão do patrimônio imaterial da cultura baiana e, nessa condição, ele seja tratado, cuidado e pensado com políticas culturais.

A segunda questão é que esse fenômeno da vida cultural baiana incorporou um conjunto de práticas mercantis complexas, produtoras de riqueza. Como esse processo aconteceu sem regulação, o estado se desobrigou de regular a festa. “O resultado foi a geração e a concentração de muitas riquezas. Como não há como separar o Carnaval das práticas mercantis capitalistas, o que precisa ser feito é a regulação dos mercados envolvidos”, destacou Nemrod.

O terceiro destaque do Economista é que uma festa do porte do carnaval, com a complexidade que tem, precisa de um sistema de gestão amplo, democrático e transparente, que inclua todos os atores da festa, ou seja, a governança carece de melhorias.

 

Fonte: CNC/DeSal/Corecon

 

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