sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Talassofobia: o que é, causas e tratamento

A talassofobia é o medo do mar. Como qualquer outra fobia, é um transtorno de ansiedade, e difere da aquafobia, que é o medo da própria água. A talassofobia pode se concentrar em corpos d’água que parecem vastos, escuros, profundos e perigosos. 

Neste caso, o medo pode se referir à vastidão do oceano, das criaturas marinhas ou do próprio fundo do mar. Para os talassofóbicos, simples férias na praia podem se tornar um pesadelo, e o mar é assustador.

O termo talassofobia vem do grego thalassa (“mar”) e phobos (“medo”). A doença é considerada um tipo de fobia específica de ambiente natural. O medo do ambiente natural tende a ser um dos tipos de fobias mais frequentes. Alguns estudos sugerem que as fobias relacionadas à água tendem a ser mais comuns entre as mulheres.

Fobias, no geral, são muito comuns. No entanto, não há estimativas de quantas pessoas, especificamente, convivem com a talassofobia no mundo. A talassofobia não é reconhecida como um transtorno distinto pelo DSM-5, o manual de diagnóstico de transtornos mentais. Porém os seus sintomas podem se enquadrar nos critérios diagnósticos para fobias específicas.

·        Gatilhos desencadeadores da talassofobia

Muitas coisas, desde ver uma foto até imaginar-se no mar, podem se tornar gatilhos para crises de ansiedade ou pânico. Alguns deles são:

  • A visão ou pensamento do oceano
  • Piscinas
  • Lagos
  • Passeios de barco
  • Natação
  • Fotos de águas profundas
  • Não ser capaz de tocar o fundo do mar estando na água
  • Filmes, como Titanic Tubarão

<<<< Fatores de risco e causas

·        Genética

A evolução e a genética podem desempenhar um papel no desenvolvimento da talassofobia. Nossos ancestrais, que eram mais cautelosos e temerosos de corpos d’água profundos, provavelmente sobreviveriam e transmitiriam esses genes terríveis para seus descendentes.

·        Experiências anteriores

A fobia também pode ser parcialmente aprendida a partir de experiências anteriores com grandes porções de água. O medo de alguma coisa durante a natação, por exemplo, também pode ser uma possível causa da talassofobia.

·        Criação

Observar outras pessoas, particularmente figuras parentais e outros adultos influentes, que também tinham medo de águas profundas também pode ser um fator contribuinte. Existem também vários fatores de risco que podem aumentar a probabilidade de uma pessoa desenvolver uma fobia específica, como a talassofobia. Alguns deles incluem:

  • Ter um membro da família com talassofobia ou outro tipo de fobia específica;
  • Fatores de personalidade, como ser mais negativo, sensível ou ansioso;
  • Experiências pessoais traumáticas envolvendo águas profundas, grandes extensões de água ou viagens marítimas;
  • Ouvir histórias de outras pessoas ou relatos na mídia envolvendo acidentes na água.

<<< Sintomas de talassofobia

Uma pessoa com talassofobia experimenta sentimentos de medo e ansiedade em relação ao mar. Além disso, também evitam animais que remetem ao oceano ou a outra grande massa de água, sem motivo aparente. O medo pode aparecer em diversas situações, ao visitar praias, velejar ou simplesmente estar perto do oceano.

Em casos graves, os sintomas podem ser desencadeados por imagens e até mesmo pensamentos sobre o oceano ou outras massas de água profundas. A ansiedade provocada pela talassofobia causa ativa a resposta natural do corpo de “lutar, fugir ou paralisar” diante do perigo. Essa reação produz sintomas físicos, como suor, respiração acelerada e frequência cardíaca elevada.

Uma resposta fóbica é mais do que apenas sentir-se nervoso ou ansioso. Imagine como você se sentiu da última vez que se deparou com algo muito perigoso. 

Você provavelmente experimentou um início imediato e intenso da resposta de lutar ou fugir. A sensação é uma série de reações que preparam seu corpo para ficar e lidar com a ameaça ou fugir do perigo. Uma pessoa com talassofobia experimentará a mesma reação, mesmo que a resposta seja desproporcional ao perigo real, e pode ser definida como preocupação excessiva, sofrimento ou inquietude.

·        Ansiedade e talassofobia

Além dos sintomas físicos, talassofóbicos fazem de tudo para evitar estar perto ou ter que olhar para grandes massas de água. Eles podem apresentar ansiedade antecipada quando sabem que encontrarão o objeto de seu medo. Assim, sentindo-se extremamente nervosos antes de embarcar em uma balsa ou até mesmo sobrevoando o mar em um avião.

Em casos mais graves, essa resposta se transforma em um ataque de pânico, que pode levar a sintomas como: 

  • Tontura
  • Palpitações cardíacas
  • Tremores, sudorese intensa
  • Sensação de asfixia
  • Vômitos
  • Náuseas
  • Hiperventilação
  • Respiração ofegante 

Durante um ataque de pânico, o indivíduo pode sentir que vai desmaiar, que está perdendo os sentidos e que pode morrer. No entanto, embora possam parecer muito graves, os ataques de pânico não são essencialmente perigosos.

Se você apresenta mais de três dos sintomas abaixo, é provável que você sofra de talassofobia:

  • Seu medo de águas profundas é persistente, excessivo e irracional.
  • Você sente esse medo toda vez que é exposto a águas profundas ou abertas.
  • Seu medo de grandes massas de água interfere com seu funcionamento normal.
  • Você percebe que seu medo é desproporcional aos perigos reais.
  • Seu medo está presente há seis meses ou mais.
  • Você é mais propenso a evitar ambientes ou atividades relacionadas ao mar, como ir à praia, mergulhar, andar de barco ou praticar esportes aquáticos.
  • Seu medo não é melhor explicado por outro transtorno, como transtorno de ansiedade generalizada ou transtorno de estresse pós-traumático
  • Viveu algum trauma relacionado com o mar.

<<< Diagnóstico

Se você suspeita que sofre de talassofobia, existem algumas coisas que você pode fazer. Um teste on-line informal, por exemplo, pode dar uma indicação de que você tem esse tipo de fobia específica. Esses testes caseiros podem envolver a observação de imagens potencialmente desencadeadoras ou a realização de um questionário para determinar a extensão e a gravidade dos seus sintomas.

Para um diagnóstico mais preciso, você precisará consultar um profissional de saúde, como médico, psiquiatra ou psicólogo. Embora não haja nenhum teste ou avaliação formal para diagnosticar essa fobia, o profissional provavelmente avaliará seus sintomas e investigará todos os possíveis fatores subjacentes. Depois que seu médico entender seu histórico médico e de sintomas, você poderá ser formalmente diagnosticado com talassofobia.

·        Tratamento

Não existem muitas pesquisas disponíveis sobre o tratamento da talassofobia. Porém, presume-se que as pessoas experimentariam resultados de tratamento semelhantes aos de outras fobias. A pesquisa sugere que os tratamentos de terapia cognitiva comportamental, particularmente os baseados em exposição, tendem a ser bastante eficazes na redução dos sintomas de fobias específicas. Se você se identificou com os sintomas de talassofobia ou acredita que possui outro tipo de fobia, procure ajuda.

 

Ø  Talassoterapia: como é feita e benefícios

 

A talassoterapia é uma forma de terapia alternativa concentrada nos usos terapêuticos da água do mar. O termo foi cunhado em 1867, por Joseph La Bonnardière, e deriva do grego thalassa (mar) e therapeia (tratamento ou cura).

Ela é definida pela Federação Internacional de Talassoterapia como a “utilização simultânea, sob supervisão médica e com finalidade preventiva ou curativa, dos benefícios do meio marinho”. No entanto, é importante ressaltar que como toda intervenção alternativa, ela não substitui a medicina convencional. 

Embora a prática livre de se banhar no mar devido aos seus potenciais terapêuticos seja comum, a talassoterapia é um serviço oferecido por muitos spas e clínicas de bem-estar. Devido aos possíveis benefícios da água marinha, a prática pode envolver inúmeras formas de terapia, incluindo uma combinação de banho, exercício e uso de produtos marinhos.

Não existem muitas pesquisas científicas que comprovem os efeitos benéficos dessa terapia à saúde. Porém, pequenos estudos sugerem que ela pode contribuir para a melhora de algumas condições, como a fibromialgia

·        Como é feita a talassoterapia? 

A talassoterapia pode envolver diferentes práticas que usam a água do mar, incluindo: 

  • Tomar banho ou nadar na água do mar.
  • Aplicação de produtos marinhos, como algas marinhas, lama ou areia, no corpo.
  • Passar um tempo perto do mar.
  • Tomar suplementos que contenham substâncias do mar.

Essas práticas são realizadas por seus possíveis benefícios devido às substâncias que a água do mar contém, como sua concentração de minerais incluindo sódio, cloreto de potássio, magnésio, potássio, cálcio e iodo. 

<<< Quais elementos do mar são usados na talassoterapia?

  • Água do mar: o uso da água do mar é justificado através de elementos de sua composição, como cloreto de sódio, cloreto de magnésio e cloreto de potássio — que são semelhantes aos elementos encontrados no plasma sanguíneo. Muitos especialistas na técnica acreditam que o corpo absorve facilmente esses elementos por osmose, potencializando todos os seus benefícios.
  • Algas marinhas: as algas são ricas em minerais, vitaminas e proteínas — substâncias essenciais para o funcionamento do organismo. 
  • Lama do mar: além de possuir minerais e vitaminas, a lama do mar também incorpora propriedades benéficas da água e da terra, como enxofre, magnésio, cobre, ferro e quartzo.
  • Areia: praticantes da talassoterapia acreditam que o uso da areia pode promover o sistema circulatório, além de agir como um esfoliante para a pele. 
  • Plâncton: é rico em antioxidantes, como a vitamina E, e ajuda a neutralizar a ação de radicais livres. 

<<< Tipos 

Existem diversos tipos de talassoterapia que podem ser benéficas à saúde e bem-estar, como: 

  • Peloidoterapia: o termo “peloide” é definido como uma argila madura ou lama com propriedades curativas ou cosméticas. A sua terapia envolve o aquecimento de áreas específicas do corpo, que ajuda a aliviar a dor muscular e problemas nas articulações. 
  • Algoterapia: envolve o uso de algas como ataduras para o tratamento de condições de pele. 
  • Hidrocinesioterapia: prática de exercícios físicos na água do mar. 
  • Hidromassagem: consiste em aplicar pressão no corpo por meio de jatos de água do mar, comumente usados em conjunto com a cromoterapia. 

<<< Quais são os benefícios da talassoterapia?

Embora não existam muitos estudos científicos que comprovem os efeitos da talassoterapia na saúde, algumas pesquisas sugerem que ela pode oferecer alguns benefícios. 

·        Recuperação após AVC

Um estudo de 2020 investigou os efeitos da fisioterapia na água salgada em 62 pacientes que sofreram acidente vascular cerebral. Segundo os resultados, uma combinação de talassoterapia com a terapia aquática pode melhorar a dor, equilíbrio, mobilidade e o estado de saúde geral de alguns pacientes. 

·        Fibromialgia

Em geral, a talassoterapia é mais conhecida por seu potencial no tratamento de fibromialgia. De fato, uma pesquisa de 2002 comprovou que a terapia, em conjunto com exercícios físicos, pode aliviar alguns dos sintomas característicos da condição, incluindo a dor e o cansaço, além de melhorar o funcionamento físico dos pacientes. 

·        Riscos 

A talassoterapia realizada em spas é relativamente segura devido ao auxílio de profissionais. Muitos desses estabelecimentos, embora localizados perto do mar, tratam a água marinha através de filtração e desinfecção em locais controlados. 

Porém, quando praticada no oceano, existem riscos físicos como o de ser pego em marés fortes ou afogamento. Portanto, a prática deve ser assistida por profissionais e, preferencialmente, com salva-vidas presentes. 

Além disso, a prática de tomar banho em água quente do mar, comum na talassoterapia, também pode afetar o corpo humano. Em alguns casos, a prática pode causar pressão baixa, desmaios ou cansaço.

Em geral, a terapia é segura quando executada junto de profissionais. Contudo, é importante notar que ela serve como um complemento às intervenções médicas comuns e não deve substituir, de forma alguma, o tratamento convencional de doenças e condições de saúde. 

 

Fonte: eCycle

 

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