quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Por que os católicos acreditam em santos?

Esta pergunta parte de duas premissas falsas e graves:

1.       Que seja errado acreditar em santos

2.       Que a Bíblia nada diga a respeito de santos.

Ambas demonstram o preconceito que católicos sofrem de algumas poucas denominações protestantes, sem se preocuparem em entender a questão antes de tecer julgamento (algo sobre que a Bíblia também fala contra).

Começo pela segunda:

•        A Bíblia fala sobre santos?

A Bíblia fala sobre santos. A Bíblia fala muito sobre santos. Há várias menções e referências, mas trago aqui algumas que tenham mais a ver com este contexto, o de que hajam santos.

São Paulo, em sua carta aos Efésicos, diz, "Portanto, já não sois estrangeiros e adventícios, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus. Estais edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, do qual é Cristo Jesus a pedra angular. Nele bem articulado, todo o edifício se ergue como santuário santo, no Senhor", Ef 2,19–21

João, no Apocalipse, também diz, ""O injusto faça ainda injustiças, o impuro pratique impurezas. Mas o justo faça a justiça e o santo santifique-se ainda mais.", Ap 22,11

E Pedro acrescenta, "Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo.", 1 Pd 1,15–16

O que se pode entender sobre isto é que "ser santo" é algo não apenas desejável, mas também recomendado por Jesus.

E o que é ser santo? Ser santo é ser perfeito? É não cometer pecados? É não cometer erros?

Bem, se considerarmos que Jesus foi O Santo, sim. A todos os demais humanos (com exceção de Maria Santísssima… mas isto é outra discussão polêmica) é impossível ser santos por sua força e vontade próprias, pois todos nós nascemos com o pecado orignal, com uma tendência a articular e a cometer pecados. O que nos salva deles é a pura graça e misericórdia de Deus, que pode atuar livremente e desimpedidamente quando reconhecemos nossa fraqueza e nossa dependência a Ele.

E esta é a figura de um santo… alguém que luta contra seus próprios desejos de pecado e tendências a fazer o mal para buscar a santidade. Erramos, caímos, e logo levantamos, reconhecendo os erros e seguindo adiante.

Neste sentido, ser santo é a imagem do próprio cristão praticante e que leve sua fé a sério. Notem que a santidade não é ser infalível e superior e acusar as falhas dos demais. Ao contrário, ao contrário! Ser santo é não julgar os demais por saber que eu próprio tenho tendência a pecar, se deixado sem o amparo divino.

E aqui chegamos à premissa número 1:

•        É errado acreditar-se em santos?

O que é um Santo, para a Igreja Católica? Se todos, enquanto caminhantes, enquanto povo que busca a salvação, estamos a caminho da santidade, santo é alguém que já tenha alcançado a santidade. Para os Católicos, quaisquer e todas as pessoas que estão no Céu, no Paraíso, na Glória de Deus são santos. Precisam ser, pois se tivessem a menor impureza se sentiriam envergonhados de contemplar a perfeição divina.

Nosso exemplo máximo de santidade vem de Jesus. Mas Jesus, apesar de humano, também é Deus. Assim, podemos nos identificar com ele com respeito à bondade, à humildade, e a outros aspectos que lhe são espontâneos. Mas não podemos nos identificar com Ele na luta contra o pecado, porque simplesmente Ele não cometeu pecados.

Então a Igreja usa a figura de santos reconhecidos (já que todo o que está no Céu é um santo) para inspirar aos fiéis como exemplos de vida. Em todas as histórias de santos são presentes as dificuldades e a luta de cada um deles contra o pecado pessoal. E com isso podemos nos inspirar.

Um dos mais injustos ataques caluniosos que Católicos recebem é de que "adoram santos". Isto nunca foi verdade. É triste que muitos acreditem nisso, porque a própria doutrina Católica é clara quanto a isso. Entendo que muitos possam ver em atos extremos de devoção como que adoração a santos. Isso é uma falha de algumas pessoas, que as comete em caráter puro, mas sem conhecer a doutrina correta. O católico consciente jamais adora santos.

Santos, para nós, são como a foto de seus pais ou parentes falecidos. Sabe a foto que você guarda de seus pais, e que você olha e usa para se lembrar deles e se inspirar? É isso! Um santo é uma lembrança inspiradora de alguém que, como nós, batalhou contra o pecado, contra sua própria fraqueza. E só!

O único extra é que, não podemos saber se uma pessoa está ou não nos céus para a declarar santo. Não, ao menos, de forma banal.

Isto confiamos ao processo de batificação e de santificação, que investigam a fundo a vida de um cristão já falecido, recolhem relatos e, mediante a ocorrência de um milagre nominalmente ocorrido por intercessão do postulante, se reconhece que ela deva mesmo estar na glória.

Funciona mais ou menos assim… já que não podemos afirmar se alguém está ou não no céu, quando uma pessoa de pública e conhecida virtude morre, muitas pessoas que o conheciam podem pedir sua intercessão a Deus. Se aquela pessoa não estiver no céu, não estará próxima de Deus, e nada ocorrerá. Mas se aquela pessoa estiver no céu, ocorrerão alguns milagres, para fins de comprovação. Deus permite que estes milagres ocorram por intercessão de um santo, para que se demonstre com certeza que ele esteja no céu. Isto, somado a uma investigação detalhada de sua vida e com resultados positivos, permite que a Papa afirme que tal pessoa é um Santo reconhecido. E, a partir daí, pode servir como exemplo de vida para inspirar fiéis que se identifiquem com sua história.

Morrer em martírio, sem negar a fé, também é um sinal de santidade.

E é isto, amigos, um santo nada mais é que uma figura de vida exemplar e com quem, por sua fraqueza e luta contra o pecado, podemos nos identificar e nos inspirar em nossa própria luta.

 

       Se não há nada na Bíblia nesse sentido, por que então os católicos acreditam em santos?

 

Porque não seguem à Palavra de Deus mas aos costumes de homens.

Desde o princípio quando Deus se revelou ao povo de Israel ele se fez distinguir dentre outros aspectos dos deuses pagãos justamente por ser "um Deus invisível" (Colossenses 1:15), isto é, do qual não se tinha representações em imagens de escultura ou pinturas como os ídolos dos povos pagãos.

E o motivo disso é porque qualquer tentativa de se representar a Deus resultaria em um inevitável rebaixamento da sua glória uma vez que nós estaríamos representando em termos do finito algo infinito e cuja beleza e poder ultrapassam a concepção humana mais ousada possível a respeito.

“A quem me assemelhareis, e com quem igualareis, e me comparareis, para que sejamos semelhantes? Gastam o ouro da bolsa, e pesam a prata nas balanças; assalariam o ourives, e ele faz um deus, e diante dele se prostram e se inclinam. Sobre os ombros o tomam, o levam, e o põem no seu lugar; ali fica em pé,do seu lugar não se move; e, se alguém clama a ele, resposta nenhuma dá, nem livra alguém da sua tribulação.” (Isaías 46:5–7)

Outro motivo é porque a natureza corrupta humana tende à idolatria na medida que o seu foco se prende em torno de objetos tidos por sagrados ou por representação de algo sagrado e nesse caso as pessoas inevitavelmente estariam prestando a adoração e a honra unicamente devida a Deus aos objetos tidos por sua representação. Na prática os católicos fazem isso.

“Então disse o Senhor a Moisés: Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste subir do Egito, se tem corrompido, e depressa se tem desviado do caminho que eu lhe tinha ordenado; eles fizeram para si um bezerro de fundição, e perante ele se inclinaram, e ofereceram-lhe sacrifícios, e disseram: Este é o teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito.” (Êxodo 32:7–8)

Também se faz necessário esclarecer que quando falamos em santos essa definição bíblica se aplica a todos os servos de Deus que o amam, crêem Nele e seguem sua Palavra (Levítico 20:7–8, Deuteronômio 33:3, I Samuel 2:9, Salmos 16:3, Romanos 15:25, I Coríntios 6:2) de maneira que tanto eu, quanto você e quem mais amar e seguir a Jesus é um santo pois é nascido de novo mediante a fé no sacrifício de Cristo por meio do qual ele redime todo aquele que Nele crê e a Ele obedece.

Como santos, os crentes não são perfeitos que não pecam mas são pecadores arrependidos que procuram não viver no pecado e, eventualmente caindo nele, têm a escapatória através da confissão e do abandono do seu erro em Jesus Cristo, nosso advogado (I João 2:1–2).

Os santos de Deus, tanto os que já viveram quanto os que existem hoje, são chamados à adoração a Deus e não a receberem adoração ou mesmo a interceder por ninguém pois a Bíblia declara enfaticamente que Deus não divide sua glória com ninguém e que não existe outro intercessor pelos homens diante de Deus a não ser Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

“Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outro não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura.” (Isaías 42:8)

“Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” (I Timóteo 2:5)

Portanto, tão errado quanto ter imagens de santos em casa é prestar culto a esses santos lhes dirigindo orações e pedindo sua intercessão pois seja Maria, João, Pedro, Mateus, Lucas ou irmã Dulce, nenhum deles tem poder para interceder por nós senão Jesus Cristo!

A Bíblia também diz:

“À lei e aos Profetas! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles.” (Isaías 8:20)

A Lei aludi a Moisés e os profetas ao restante das Escrituras divinamente inspiradas como os Salmos, os Provérbios, Isaías, Jeremias, Zacarias, etc.

Tanto a Lei quanto os profetas significam a Bíblia em sua totalidade pois Cristo é o assunto central da Bíblia delineado ao longo dos rituais cerimoniais da Lei de Moisés e das profecias dos profetas.

Jesus é o verdadeiro significado do pão que era oferecido sobre a mesa do tabernáculo no Antigo Testamento em Êxodo 25:30 pois Ele disse "Eu sou o pão vivo que desceu do Céu" e que o comer do pão seria o beneficiar-se do seu sacrifício que faria por nós tal qual dito em João 6:51.

Jesus também é o rei que existe desde a eternidade e que viria de Belém segundo profetizado em Miqueias 5:2, é o rei dos povos profetizado já em Gênesis 49:10, no início da Bíblia, onde é dito que viria da tribo de Judá e é o rei humilde e manso de Jerusalém sobre o qual o profeta Zacarias profetizou com 600 anos de antecedência que entraria montado em uma jumentinha na cidade(Zacarias 9:9) e que seria vendido por exatas 30 moedas de prata (Zacarias 11:12-13).

Nos Salmos foi predito que Ele seria traído por um dos seus íntimos companheiros (Salmos 41:9), que seria rodeado pelos malfeitores e escarnecedores após ter sido traspassado nas mãos e nos pés por eles, isto é, crucificado (Salmos 22:16) que apostariam entre si pela posse de sua túnica (Salmos 22:18), que ressuscitaria (Salmos 16:10) e que ascenderia ao Céu (Salmos 68:18).

Ele é o "servo sofredor" profetizado com 700 anos de antecedência pelo profeta Isaías o qual seria humilhado e rejeitado (Isaías 53:2-3), que tomaria nossas dores sobre si (Isaías 53:4-6), que não abriria sua boca diante dos seus acusadores (Isaías 53:7), que seria sepultado com os ímpios (Isaías 53:9) e que reinaria após ter justificado a muitos pelo seu sacrifício (Isaías 53:10-12). Ele também é o Emanuel prometido que nasceria de uma virgem profetizado em Isaías 7:14.

Tudo isso mostra a concordância da Bíblia por completo de maneira que a unicidade de sua mensagem central atesta tanto a credibilidade do Velho Testamento enquanto Palavra de Deus, quanto a credibilidade de Jesus Cristo como Filho de Deus pois Ele mesmo é o cumprimento do Antigo Testamento e, por assim dizer, a personificação da própria Bíblia! Não é à toa que Ele é chamado de “A Palavra de Deus” em Apocalipse 19:13 e isso evidencia a relação íntima entre Jesus e a Bíblia de maneira a refutar a diferenciação de importância que alguns fazem entre o Antigo e o Novo Testamento ou entre Jesus e a Bíblia.

Dito isso, seguir às orientações da Bíblia como única regra de fé significa permanecer na Palavra de Deus pois quem assim procede também permanece em Cristo.

Já seguir orientações extrabíblicas ou aceitar diretrizes externas à ela, como fazem os católicos com seus acréscimos doutrinários (purgatório, orações pelos mortos, admissão de outros intercessores além de Cristo, veneração aos santos, etc) estranhos à Palavra de Deus, é que consiste no erro à luz da Palavra de Deus pois ela inclusive nos adverte que não devemos seguir doutrinas de homens (Mateus 15:6–9, Marcos 7:7–9, Colossenses 2:8–10, Colossenses 2:18–19) mas tão somente permanecer na verdade revelada do Evangelho.

 

       Por que a igreja católica venera imagens? Quando começou? A bíblia não proíbe?

 

A Igreja Católica venera imagens como uma forma de expressar a fé e devoção aos santos e a Deus. Essa prática começou nos primeiros séculos do cristianismo, quando os cristãos começaram a usar imagens e símbolos para representar sua fé e lembrar as histórias bíblicas. As imagens são consideradas uma forma de arte sacra, que ajudam a transmitir a mensagem da fé e a conectar os fiéis com as histórias e ensinamentos da Bíblia.

No entanto, é importante ressaltar que a Igreja Católica não adora as imagens em si, mas sim o que elas representam. A veneração das imagens é uma forma de honrar e lembrar os santos e a Deus, mas não é uma forma de adoração. A Igreja Católica ensina que a adoração é devida somente a Deus, e que qualquer forma de idolatria é contrária à fé cristã.

Quanto à proibição de imagens na Bíblia, é verdade que existem passagens que condenam a idolatria e o culto a imagens feitas por mãos humanas. No entanto, essas passagens devem ser entendidas no contexto histórico e cultural em que foram escritas. A Igreja Católica interpreta essas passagens como uma proibição do culto a ídolos e falsos deuses, mas não como uma proibição do uso de imagens na adoração cristã.

 

Fonte: Quora

 

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