domingo, 28 de janeiro de 2024

Europa não consegue enfrentar a Rússia sem ajuda dos EUA, diz mídia norte-americana

Os meios militares atuais dos países europeus são insuficientes para combater Moscou "em um conflito de alta intensidade", de acordo com um artigo do Politico.

A Europa não está em condições de enfrentar a Rússia sem a ajuda dos Estados Unidos, escreveu na quarta-feira (24) o jornal norte-americano Politico.

"Todos concordam com uma coisa: neste momento a Europa está vulnerável. Sem os EUA, a UE não tem nem o equipamento militar nem o pessoal para enfrentar Moscou em um conflito de alta intensidade", escreve o jornal, especulando sobre o possível retorno ao cargo do ex-presidente Donald Trump (2017-2021), que já expressou repetidamente a ideia de que a Europa deve enfrentar suas responsabilidades militares sozinha.

Daniel Fried, ex-embaixador dos EUA na Polônia, é da mesma opinião.

"Os europeus não têm capacidade de defesa", disse Fried, destacando que a defesa dos Países Bálticos "exigiria sérios recursos militares americanos".

O Politico nota que as forças armadas europeias, que dependem principalmente de militares contratados, estão tendo problemas em recrutar pessoas. A situação difícil é sentida não apenas na Alemanha, Espanha, França e Reino Unido, mas também em países mais próximos da Rússia, como a Bulgária, Polônia e Romênia.

A publicação acrescenta que vários países bálticos e do norte da Europa começaram a voltar a recrutar tropas, mas os números alcançados ainda não são suficientes para enfrentar a Rússia.

"Embora os níveis de tropas estejam aumentando, eles ainda não atingiram um nível que permitiria grandes destacamentos no caso de um ataque russo", advertiu a mídia norte-americana.

"Mas para a Europa, reverter décadas de subinvestimento nas Forças Armadas e reconstruir uma base industrial exigiria enormes quantias de dinheiro e de cinco a dez anos, disseram vários responsáveis militares atuais e antigos."

O Politico apontou que a Europa continua sem ter entrado de fato em uma economia de guerra, apesar do conflito na Ucrânia, e que a promessa de um ano atrás de fornecer à Ucrânia um milhão de projéteis até março deste ano "parece quase certo que não será cumprida".

·        EUA e aliados querem reforçar produção de urânio para reduzir dependência da Rússia

O país norte-americano, junto com o Canadá, França, Japão e o Reino Unido, disse estar trabalhando para ajudar a reduzir a dependência de Tóquio do urânio pouco enriquecido da Rússia.

Os EUA pretendem trabalhar com seus aliados para possibilitar a produção de urânio pouco enriquecido, que é usado para abastecer usinas nucleares, para se livrar da dependência dos suprimentos russos, disse Kathryn Huff, chefe do Escritório de Energia Nuclear dos EUA no Departamento de Energia dos EUA, ao jornal japonês Yomiuri Shinbun.

Huff disse ao jornal que os EUA, em cooperação com o Canadá, França, Japão e o Reino Unido, pretendem criar uma rede de fornecimento internacional para se livrar da dependência da Rússia. Atualmente, a participação da energia nuclear nos EUA é de 20% e podem abastecer seu combustível em 30%, enquanto os suprimentos de combustível da Rússia representam cerca de 20% do volume total.

No final de 2023, os EUA e os quatro países alinhados concordaram em investir US$ 4,2 bilhões (R$ 20,7 bilhões) em três anos de forma a livrar o Japão da dependência da Rússia para o fornecimento de urânio pouco enriquecido.

Huff afirmou que a Rússia "não tem vergonha de usar o fornecimento de energia para outros países como uma 'arma'".

"Não há confiança no fornecedor como fonte, precisa ser criada uma rede de fornecimento internacional estável", argumentou ela, apesar de a Rússia ter declarado repetidamente que nunca usou a energia como chantagem, e que todas essas acusações do Ocidente foram consideradas infundadas.

Segundo a chefe do Escritório de Energia Nuclear norte-americano, os EUA pretendem alocar US$ 2,2 bilhões (R$ 10,84 bilhões) para o apoio material a empresas que produzam urânio de baixo enriquecimento.

A corporação estatal russa Rosatom detém 50% da participação mundial no enriquecimento de urânio, destaca o Yomiuri Shinbun.

Ele escreve que a dependência do Japão dos suprimentos de urânio da Rússia não é alta, mas que a capacidade da usina de enriquecimento de urânio na prefeitura de Aomori será aumentada em seis vezes.

 

Ø  Tropas ucranianas comparam novamente situação no campo de batalha à 'missão suicida', diz mídia

 

As tropas ucranianas estão sendo desarmadas pelas Forças Armadas da Rússia, admitiram recentemente os principais meios de comunicação dos EUA, acrescentando que não havia possibilidade de reabastecer os arsenais de munições em rápido declínio, em meio a perspectivas sombrias com relação a futuros pacotes de ajuda a Kiev.

Tentativas inúteis de atacar posições militares russas foram comparadas a missões suicidas levadas a cabo por um soldado ucraniano em entrevista ao Le Figaro.

Com os militares russos em sua ofensiva contínua na área de Kupyansk, na região de Carcóvia, as tropas ucranianas têm cada vez menos munições para resistir ao ataque. É como um suicídio, disse um sargento sênior das Forças Armadas da Ucrânia chamado Mikhail a um jornalista do meio de comunicação francês.

As Forças Armadas ucranianas, que sofreram enormes baixas e perdas de equipamento desde a fracassada contraofensiva de verão (Hemisfério Norte), não têm "nada com que reagir", de acordo com a publicação, e são forçadas a se esconder e a fugir enquanto "os projéteis russos atingem posições abaixo dos 500 metros de distância deles".

"Não temos mais munição. Só podemos disparar três projéteis por dia", disse o soldado ucraniano.

Ele afirmou que, embora "racionados", os projéteis poderiam ser suficientes para manter posições, mas qualquer tentativa de atacar os militares russos está fora de questão. As Forças Armadas ucranianas simplesmente não têm os recursos, disse ele.

"Se quisermos partir para a ofensiva na primavera [Hemisfério Norte], precisaremos de mais pessoas, munições, caças F-16 e mísseis de cruzeiro SCALP. Partir para um ataque sem apoio aéreo é suicídio", disse o militar.

Outro soldado ucraniano entrevistado, o sargento Sergei, acrescentou que a Ucrânia está "ficando sem munição, mas estamos aguentando por enquanto. Temos à nossa disposição apenas 40% do número de projéteis de que necessitamos. Se os russos lançarem uma ofensiva séria aqui, não duraremos muito", observou.

Os soldados ucranianos não demonstraram entusiasmo quanto ao futuro resultado dos confrontos na frente de batalha.

"Se formos solicitados a atacar, atacaremos. Mas seria suicídio. Não temos pessoas ou munições suficientes", disse o meio de comunicação francês citando as tropas ucranianas, acrescentando que estão "sofrendo perdas colossais de pessoal".

No ano passado, em meados de dezembro, a mesma expressão, "missão suicida", foi usada pelos fuzileiros navais ucranianos ao descreverem uma tentativa de cruzar o rio Dniepre, segundo o The New York Times.

Recentemente, Celeste Wallander, secretária adjunta de Defesa para Assuntos de Segurança Internacional, disse que o Pentágono está ciente das preocupações dos militares ucranianos de que "não há estoques e as reservas de munições de que necessitam". Referindo-se ao impasse no Congresso em relação a mais ajuda a Kiev, Wallander acrescentou que "sem financiamento, não seríamos capazes de acompanhar o ritmo que proporcionamos à Ucrânia desde o início deste conflito", ponderou.

O porta-voz do Pentágono, major-general Pat Ryder, também reconheceu que o Departamento de Defesa dos EUA tinha colocado em "pausa" o envio de armas adicionais para a Ucrânia a partir dos seus inventários, "dadas as implicações para a nossa própria prontidão militar".

"É claro que isso nos impede de atender às necessidades mais urgentes do campo de batalha, incluindo coisas como cartuchos de artilharia", disse Ryder na última terça-feira (23).

Na sequência da fracassada contraofensiva ucraniana, as Forças Armadas russas têm eliminado rotineiramente o armamento de qualidade de Kiev fornecido pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), destruindo o mito da superioridade do equipamento ocidental em relação aos seus homólogos fabricados na Rússia. Em meio ao declínio do interesse em ajudar o governo de Vladimir Zelensky, os seus aliados ocidentais têm-se desfeito de armas obsoletas e mal condicionadas, enviando-as para os militares ucranianos. Assim, depois de dezenas dos muito elogiados tanques de batalha principais Leopard 2 terem sido dizimados pela Rússia, devido às suas limitações, o Ocidente começou a enviar T-72 "atualizados" da era soviética para Kiev.

 

Ø  Ocidente prepara provocações na Ucrânia em meio a derrotas, diz diretor de inteligência da Rússia

 

Sergei Naryshkin se pronunciou sobre o conflito na Ucrânia, que diz estar revelando as fraquezas do Ocidente, devido à falta de vitórias.

A probabilidade de novas provocações antirrussas devido às derrotas do Ocidente na Ucrânia é muito alta, mas não se deve esperar um efeito duradouro delas, disse o diretor do Serviço de Inteligência Externa (SVR, na sigla em russo) da Rússia, em uma entrevista à Sputnik.

"Hoje, quando o Ocidente está sendo derrotado no território da Ucrânia, a probabilidade de realizar uma variedade de provocações é muito alta. [...] No entanto, gostaria de sublinhar que o efeito de tais provocações e sua duração são muito curtos, especialmente porque em nosso mundo moderno qualquer informação secreta, incluindo mentiras, vem rapidamente à tona", opinou Sergei Naryshkin.

A crise na Ucrânia provocada pelo bloco ocidental "dá muitos exemplos do fato de que os EUA, o Reino Unido e seus aliados estão prontos para fazer as provocações mais hediondas a fim de mudar o curso dos acontecimentos a seu favor", disse ele.

"Lembremo-nos pelo menos do Boeing malásio [Voo 17, de 17 de julho de 2014] abatido pelas Forças Armadas ucranianas, ou da provocação repugnante em Bucha, pela qual tentaram culpar a Rússia. Lembremo-nos também do ataque com mísseis em abril de 2022 contra a estação ferroviária de Kramatorsk, que o Ocidente imediatamente culpou a Rússia, embora tenha ficado claro rapidamente que o míssil pertencia às Forças Armadas da Ucrânia", recordou o diretor do SVR.

"Nem estou falando do constante apoio e provocação do Ocidente às formações armadas ucranianas, do bombardeio de artilharia contra a usina nuclear de Zaporozhie", concluiu.

Em uma reunião de dezembro de 2023 entre chefes de agências de segurança e inteligência dos países da Comunidade de Estados Independentes (CEI) em Minsk, Belarus, Naryshkin disse que o Ocidente coletivo, ao perder sua hegemonia, corre furioso como um animal ferido, atacando em todas as direções. Para Sergei Naryshkin, os EUA e seus aliados estão prontos para arrastar o resto do mundo para o precipício se não forem detidos.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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