Cooperativa do Baixo Sul da Bahia acessa
mercados e reforça potencial das mulheres
As mulheres
agricultoras seguem dando exemplo de um cooperativismo de sucesso no rural
baiano. A partir dos investimentos do Governo do Estado, por meio da Companhia
de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), cada vez mais, essas mulheres estão
garantido autonomia financeira e independência por toda a Bahia.
Na Cooperativa
Feminina da Agricultura Familiar e Economia Solidária de Valença (Coomafes), as
102 mulheres estão produzindo e comercializando uma diversidade de produtos,
entre os in natura, como hortaliças, frutas, raízes e verduras, e
os processados, a exemplo da massa de aipim e de puba, coco ralado, aipim
congelado, beijus e biscoitos de diversos sabores.
A evolução da Coomafes
foi possível graças aos investimentos na construção de 20 quintais produtivos,
com galinheiro, horta e sistema de irrigação para incrementar a produção das
mulheres agricultoras. Segundo a presidente da Coomafes, Maria Joselita Santos,
mais conhecida como Branca, os recursos foram fundamentais não só para a
evolução financeira das mulheres.
“A gente criou essa
cooperativa para mostrar o potencial das mulheres. Então, o nosso propósito não
é voltado só para a parte comercial, mas também para o desenvolvimento da
pessoa. Graças a Deus, nós temos evoluído nesse processo e a presença de um
governo que nos dá acesso às políticas públicas potencializa o nosso trabalho,
como no caso das vendas para a alimentação escolar. Hoje, nós estamos vendendo
comida de verdade, que são os nossos produtos in natura por
meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), nos municípios de
Cairu e Aratuípe, além de termos recursos de R$ 600 mil esse ano para o combate
à fome, via Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)”, contou Branca.
A agricultora Maria
Leandra Conceição, uma das beneficiárias dos quintais, comemora os avanços na
propriedade. “Hoje, eu estou muito feliz porque eu olho o fundo da minha casa e
vejo a minha plantação crescer junto com as galinhas. Além disso, hoje eu não
sofro mais com os atravessadores porque eu vendo a um valor justo ao PAA e, na
data certa, o meu dinheiro cai. Essa oportunidade mudou muito a minha vida”,
comenta Maria Leandra.
·
Novas embalagens
Além da
comercialização em mercados institucionais, a Coomafes avança também no acesso
a outros mercados. Isso se justifica a partir do apoio à cooperativa no edital
Dinamização Produtiva de Empreendimentos Solidários Liderados por Mulheres,
lançado pela CAR, em parceria com a Secretaria de Política para Mulheres (SPM).
Por meio desse edital,
as mulheres conseguiram adquirir novas embalagens, que deixaram os produtos
mais atrativos para os consumidores, além de conter informações essenciais como
a tabela nutricional, em parceria com a Universidade Federal do Recôncavo Baiano
(UFRB), o código de barras e o Selo da Agricultura Familiar.
As mulheres também
garantem suas vendas na Feira da Agricultura Familiar protagonizada por elas,
que acontece todas às sextas-feiras, a partir das 6h, no pátio do Serviço
Territorial de Apoio à Agricultura Familiar (SETAF) do Baixo Sul, localizado em
Valença, com o apoio da CAR.
Outro ponto de
comercialização dos produtos da Coomafes é a loja da rede dos empreendimentos
da economia solidária do Baixo Sul, que é administrada pela cooperativa e
garante emprego para mulheres como Denise de Jesus. “A Coomafes mudou a minha
vida em todos os sentidos. Antes da cooperativa, era muito difícil e eu não
podia nem dar um presente para a minha mãe e meus filhos. Hoje, eu consigo
presenteá-los. O meu sentimento é de gratidão”, finalizou Denise.
A CAR é uma empresa
pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
Ø
As oportunidades já estão vivas no agro
presente. Por José Luiz Tejon
Os gênios do mundo são
poucos. Aprender com eles, na capacidade de antever as forças inexoráveis da
evolução, é a grande e maior lição que todos poderiam aprender. O agro
brasileiro veio de três anos de crescimento nas safras e na proteína animal.
Chegamos ao ciclo 2023-24 com a mudança climática que está levando todo Brasil
Central, o Cerrado, à diminuição das colheitas e impactos negativos no valor
bruto da produção agropecuária, fundamentalmente nos grãos e preços comparados
da arroba do boi. Mas, quando olhamos de forma detalhada a situação, e fugindo
do risco das generalizações, vamos ver já instalados os exemplos que vão dar a
grande virada no destino do agro brasileiro nos próximos 10 anos.
Esses são os que agem
na cadeia do agro na linha do que aprendi com um sábio, o Sr. Shunji Nishimura,
que de uma oficinazinha de “conserta-se tudo”, em Pompeia, São Paulo, deixou um
espetacular legado de inovação e de educação. Em uma das crises, pois sempre
tivemos crises, ele me disse: “Na época boa se prepara para a época ruim. Na
hora difícil quem estiver preparado vai crescer”. E para este gênio, inovação e
administração financeira eram os rigores intocáveis. E lá estão a empresa Jacto
e a Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia. Obras, exemplos reais.
Em 2024, assistiremos
o sucesso dos que usarem os “bons ventos“ para investimentos administrados na
inovação, que fará com que cresçam perante concorrentes nacionais e
internacionais, exatamente no meio da “calmaria” ou dos ventos tempestuosos que
cercam a maioria. O enfrentamento das mudanças climáticas com os modelos de
integração lavoura-pecuária e florestas têm exemplos reais: a superação dos
indicadores da produtividade com a aplicação das práticas agronômicas
conservacionistas protegendo solos e retendo umidade.
As cooperativas
brasileiras crescem a dois dígitos, integrando agroindustrialização agregando
valor nas commodities, também exemplos reais, bem como a inteligência nacional
de biocombustíveis e bioenergia a partir da cana, grãos, macaúba, palma,
dejetos, criando o biogás, eólicos e solares.
Teremos um plano de
gigantesco poder transformador para todo agro mundial, com a proposta
brasileira de transformação de 40 milhões de ha de pastos degradados, o
equivalente a toda área agrícola brasileira dos grãos, um ativo de riquezas
irrigantes para toda economia e sociedade do País, além de significar um
exemplo concreto para todos os demais países do cinturão tropical do planeta
Terra se inspirarem e o utilizarem.
O clima nos pede
urgência, emergência, na mudança das práticas clássicas para as
conservacionistas, sustentáveis. Emergência na pesquisa de materiais genéticos
resistentes às alterações climáticas nos macrobioma a microbioma; na integração
do comércio, indústria e serviços, ao lado e com a agropecuária. Agro é, sempre
foi e sempre será a gestão integrada de cada cadeia produtiva. E já mudou para
agrocidadania.
Na grande síntese para
2024 e próximos anos de mudanças, temos a competência para usar sistemas
resilientes de produção nos ambientes tropicais, um agroconsciente, com
tecnologias digitais de precisão.
Temos empreendedores
agroindustriais e cooperativas competentes para agregar valor e disputar
mercados internacionais com marcas mundiais nacionais.Temos pesquisa e educação
no complexo agro estratégico.
E somos o único local
do mundo que pode oferecer área agricultável totalmente sustentável já, agora,
no plano dos 40 milhões de ha de pastagens degradadas que irão virar saúde e
dignidade humana.
Faremos ou não? Sim,
faremos. Com maior ou menor dificuldade, isso irá depender das lideranças e da
governança. Mas faremos. O Brasil é maior do que os buracos, dizia o jornalista
Joelmir Betting. Com certeza, o Brasil é maior do que os obstáculos. Os normais
mudam sob o comando das mudanças. Os geniais mudam antes antevendo as mudanças.
Os teimosos não mudam nunca e terminam nos jazigos do passado.
2024, hora de acelerar
os fundamentos reais à disposição dos que irão ao futuro. Uma simples dica:
“Fique de olho nos que já estão no caminho, decidir com quem irei ao futuro é a
minha maior decisão neste instante presente”.
Fonte: Tribuna da
Bahia/A Tarde
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