Cidades do Oeste baiano registram mais de
600 desalojados devido a chuvas
Mais de 500 pessoas
ficaram desalojadas devido às chuvas que caíram em Muquém do São Francisco, na região do Velho Chico, Oeste baiano. As precipitações
ocorrem desde a última quinta-feira (25). Outras cidades da região como Wanderley e Ibotirama também sofrem
com os estragos causados por temporais.
Em Muquém do São
Francisco o abastecimento de água foi suspenso. Ao G1, a secretária de
Assistência Social do município, Luciara Passos, informou que carros-pipa de
Ibotirama têm dado suporte.
Na cidade de
Wanderley, a prefeitura informou que quase 108 pessoas estão desalojadas, e 22
casas ficaram completamente destruídas. Em Muquém, os desalojados foram levados
para casas de parentes e a prefeitura disponibilizou dois colégios municipais:
Antônio Carlos Magalhães e Creche Gente Inocente.
Já em Wanderley, os
desalojados foram encaminhados para as escolas Juscelino Kubitschek e Isaías
Silva, o Cras e a Casa de Apoio.
Conforme o site Gazeta
5, choveu em Ibotirama mais de 200 mm nesta sexta-feira (26). Não há
registro de desaparecidos nas três cidades.
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Prefeitura de Feira de Santana cria comitê
de crise após chuvas; foram 120 mm entre tarde de sexta e madrugada deste
sábado
Após as fortes chuvas
que caíram no município, a prefeitura de Feira de Santana criou na manhã deste
sábado (27) um comitê de crise. Entre as 17h desta sexta-feira (26) e 5h deste
sábado (27), choveu cerca de 120 mm de chuva na cidade.
Segundo o Acorda Cidade, parceiro do Bahia Notícias, o comitê de crise é formado por
várias secretarias e vai monitorar e dar suporte às ações de enfrentamento aos
estragos causados pelas chuvas. Ao site, o secretário de Desenvolvimento
Social, Denilton Brito, disse que caso seja necessário, a prefeitura irá
solicitar apoio do governo do estado e até mesmo do governo federal.
Em relação à
possibilidade de um decreto de emergência, Denilton Brito declarou que o
município já está com um em vigor devido à estiagem e a possiblidade de um novo
vai ser avaliada pelo comitê. Brito disse ainda que mais de 12 pessoas foram
acolhidas em abrigos.
·
Zona de Convergência do Atlântico Sul e
sistema de baixa pressão causam fortes chuvas em Salvador, diz Codesal
A atuação na atmosfera
da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) associada a um sistema de baixa
pressão (cavado), ao longo da costa do Nordeste.
Segundo o Centro de
Monitoramento de Alerta e Alarme da Defesa Civil de Salvador (Cemadec), os
maiores acumulados de chuvas registrados nas últimas 12 horas – atualizados às
8h – foram na Calçada (92,4 mm), Santa Luzia (93 mm), Campinas de Brotas (91,8
mm), Brotas (89,6 mm) e Centro (88,9 mm).
Nesta sexta-feira
(26), a atuação da ZCAS associada a um sistema de baixa pressão (cavado) também
provocou chuvas intensas. De acordo com o Cemadec, foram registradas chuvas
moderadas a fortes. Os maiores picos de chuva em uma hora ocorreram em: Santa
Luzia (48,2 mm), Brotas (47,8 mm), Campinas de Brotas (47,6 mm), Capelinha –
Vila Picasso (45,2 mm), Calçada (44,4 mm), Bom Juá (42,8 mm), Pituba – Parque
da Cidade (41,2 mm), IAPI (39,4 mm), Engenho Velho de Brotas (39,2 mm) e
Chapada do Rio Vermelho (39,2 mm).
Para domingo (28), a
previsão é de céu nublado a parcialmente nublado com chuvas fracas e isoladas,
a qualquer hora do dia. Há risco para deslizamentos de terra devido aos
acumulados de chuvas dos últimos dias.
PLANTÃO
A Codesal, que integra
a categoria de serviços essenciais do município, permanece de plantão 24 horas
atendendo às solicitações pelo telefone gratuito 199.
A Codesal também emite
alertas para que a população não seja pega de surpresa. Para receber os
boletins de alerta, basta enviar um SMS para 40199 e informar o número do CEP.
O serviço é gratuito.
Ø
Chuvas causaram a morte de mais de 4 mil
pessoas no Brasil em 31 anos
Os 12 mortos na
segunda quinzena de janeiro em decorrência das chuvas no Rio de Janeiro
evidenciam um histórico de tragédias: o estado registrou, entre 1991 e 2022, o
maior número de mortes no país por causa dos efeitos de tempestades.
Dos 4.111 óbitos no
Brasil no período --média de 1 a cada 3 dias-- por ocorrências de alagamentos,
enxurradas, inundações, movimento de massa, tornado, vendavais, ciclones,
chuvas intensas e granizo, 1.511 foram no Rio de Janeiro.
O levantamento foi
realizado pela Folha de S.Paulo com dados do Atlas de Desastres no Brasil, do
MDR (Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional). Os dados de 2023
ainda não foram consolidados na base.
Em nota, a gestão
Cláudio Castro (PL) afirmou que investe em obras e ações. Desde 2021, o governo
do estado já investiu, por meio do PactoRJ, R$ 4,3 bilhões em obras de
infraestrutura. A atualização do Plano de Contingência para as Chuvas do verão
de 2023/2024 prevê investimentos de mais de R$ 3 bilhões em equipamentos de
última geração, tecnologia e treinamento das equipes que atuam em situações de
emergência".
O Sudeste concentra
42% da população residente do país (84,8 milhões), segundo o Censo 2022, e
64,9% de todas as mortes ocorreram na região em toda a série histórica
analisada. A segunda posição é do Nordeste, com 15,7%, seguido do Sul 11,9%. O
Norte acumulou 5,9%, e o Centro-Oeste, 1,4%.
A explicação para o
alto número de mortes no Rio de Janeiro, segundo especialistas, está na
combinação da geografia, concentração populacional, ocupação urbana e políticas
públicas.
"A serra
fluminense tem um solo raso, em cima de um maciço rochoso bastante fraturado, o
que faz com que na ocorrência de chuvas intensas esse solo encharque
rapidamente e em razão da declividade ocorram os deslizamentos", afirmou o
professor Matheus Martins, especialista em drenagem urbana e professor da
Escola Politécnica da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
"Já a baixada
fluminense está espremida entre a serra e a Baía de Guanabara, de forma que as
águas das chuvas acabam descendo rapidamente das encostas até a região e
encontrem um terreno plano onde o nível da baía funciona como um freio para os
escoamentos, fazendo a região extremamente suscetível a inundações",
acrescentou Martins.
Foi na região serrana
do Rio de Janeiro que ocorreu a maior tragédia climática do Brasil, em 2011.
Segundo o Atlas, que é abastecido com informações das secretarias municipais e
estaduais, foram 870 mortos no Rio, naquele ano. No entanto, o número pode ser
bem maior pelo número de desaparecimentos ou óbitos reconhecidos após o período
e ainda não incluídos na base de dados.
Estudo do governo
federal deste ano apontou que 8,9 milhões de pessoas vivem em área de risco
geo-hidrológico. O levantamento mostra que a maior parte delas está no Nordeste
e no Sudeste, especialmente em regiões perto do litoral e das áreas de serra.
Vivendo na Fazenda
Botafogo, conjunto habitacional próximo do rio Acari, na zona norte, o
aposentado José Flávio Barros, 54, diz que seu apartamento sempre costuma
inundar quando o rio sobe. "Sou cadeirante e minha esposa também. Na
última enchente, fomos resgatados por um vizinho no meio da madrugada, se não
tivéssemos saído acho que possivelmente nos afogaríamos", afirmou.
A cidade do Rio tem
sirenes de alerta para possíveis deslizamentos em 103 comunidades. Mas mesmo
assim muitos moradores preferem não seguir as recomendações.
Lúcia Maria de Paula
Souza, 37, é moradora do morro da Formiga, zona norte do Rio. Ela conta que
prefere ficar em casa, mesmo com o toque da sirene. "Nem todos vão para a
igreja [ponto de refúgio e apoio nas chuvas]. Se a encosta cair na minha casa,
vai cair na igreja também. Prefiro ficar em casa. E, de todas as vezes que saí,
não aconteceu nada", disse.
"É necessário
preparar e fortalecer os Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil, para
que as comunidades adquiram capacidade operacional durante os eventos críticos,
além de estruturar o local com pontos de apoio, rotas de fuga sinalizadas, dispositivos
para alarme. Nestas horas, a preparação da própria comunidade faz toda a
diferença", afirmou o professor Leandro Torres, também da politécnica da
UFRJ, especialista em desastres.
"A precariedade
das políticas sociais e de habitação, associadas à falta de controle da
ocupação do espaço urbano, resulta na ocupação desordenada de várzeas e
encostas, normalmente pela população de mais baixa renda que, além de mais
vulnerável, também acaba sendo exposta mais diretamente às ameaças",
avaliou Torres.
Obras de prevenção
muitas vezes são abandonadas. As bombas de sucção do rio Iguaçu, por exemplo,
deveriam ter cinco equipamentos do tipo, mas somente duas estão funcionado. Ao
todo, no projeto Iguaçu, que realizou o reassentamento de 3.000 famílias e dragagem
do rio, foram empregados cerca de R$ 500 milhões, entre verbas federais e
contrapartida estadual, dos R$ 2 bilhões previstos. O governo estadual afirma
que está em processo de licitação para a compra das bombas ausentes.
O debate sobre a
prevenção das chuvas virou tema de uma comissão da OAB-RJ, em 2022. "As
chuvas vêm aumentando a cada ano, é fruto das alterações climáticas e ocupação
desordenada também. A comissão age na fase anterior, na prevenção e mitigação
dos riscos, orientando no plano municipal de redução de desastres", disse
o coordenador Fernando Magalhães, da Comissão dos Desastres e Defesa Civil.
Apesar dos dados de
óbitos de 2023 não estarem consolidados, o ano foi marcado por tragédias, como
a de fevereiro, quando fortes chuvas, nos dias 18 e 19, atingiram a cidade de
São Sebastião, no litoral norte, causando deslizamentos, em especial no bairro
Barra do Sahy, e a morte de 64 pessoas.
Fonte: BN/FolhaPress
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