sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Alemanha, França, Itália e UE duvidam da ideia dos EUA de confiscar ativos russos, diz mídia

Alemanha, França, Itália e União Europeia (UE) manifestaram reservas com relação à ideia de Washington de confiscar ativos russos no valor de US$ 300 bilhões e consideram necessário avaliar primeiro a legalidade da medida, segundo o Financial Times.

De acordo com o Financial Times (FT), os Estados Unidos propuseram grupos de trabalho dos países do G7 (grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) para explorar formas de apreender US$ 300 bilhões (cerca de R$ 1,4 trilhão) em ativos russos congelados. Com o apoio do Reino Unido, do Japão e do Canadá, os EUA propuseram preparar opções sobre o confisco de ativos russos para uma possível reunião do G7 por volta de 24 de fevereiro de 2024.

A UE, o Reino Unido e a França sublinharam que o dinheiro recebido através do confisco não seria facilmente acessível e seria também insuficiente para cobrir as necessidades de reconstrução da Ucrânia. Além disso, os países observaram que o confisco de bens russos não deveria ocorrer em detrimento da prestação de apoio financeiro a Kiev em 2024.

·        Posição da Rússia em relação ao roubo de bens

Moscou sublinhou repetidamente que qualquer tentativa de confiscar bens russos congelados violaria os princípios básicos do direito internacional e desencadearia uma resposta jurídica por parte da Rússia.

"Aqueles que estão tentando iniciar isto, e aqueles que vão implementá-lo, devem compreender que a Rússia nunca deixará aqueles que fizeram isto em paz. E exercerá constantemente o seu direito a uma batalha legal, internacional, nacional ou de outra forma. E isto, claro, terá — tanto os europeus como os norte-americanos compreendem isto muito bem — consequências jurídicas para aqueles que a iniciaram e implementaram", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, comentando a questão.

No ano passado, o presidente russo, Vladimir Putin, apelidou a apreensão de bens do Ocidente como um "negócio impróprio" e sublinhou que "roubar os bens de outras pessoas nunca trouxe nada de bom a ninguém".

·        Fornecimento de petróleo da Rússia para a União Europeia cai 90%, diz autoridade russa

As exportações para o bloco despencaram após as sanções ocidentais, disse o vice-primeiro-ministro da Rússia, Aleksandr Novak.

As vendas de petróleo russo para a União Europeia (UE) diminuíram para um décimo do seu nível anterior devido às sanções ocidentais, anunciou o vice-primeiro-ministro da Rússia, Aleksandr Novak, na quarta-feira (27).

No final de 2023, o percentual de entregas de petróleo bruto ao bloco nas exportações globais de Moscou caiu de 40-45% antes do conflito na Ucrânia para 4-5% agora, disse o responsável em entrevista à emissora Rossiya 24.

Em dezembro passado, a UE, o G7 (grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) e os seus aliados impuseram um embargo ao petróleo russo transportado por via marítima, juntamente com um limite de preço de US$ 60 (R$ 289,63) por barril para outros tipos de petróleo, em um esforço para reduzir as receitas do setor de energia de Moscou. Restrições semelhantes foram introduzidas em fevereiro para as exportações de produtos petrolíferos. O teto acordado para o diesel é de US$ 100 (R$ 482,71) por barril e de US$ 45 (R$ 217,22) para produtos com desconto, como óleo combustível.

Em resposta, a Rússia — outrora a maior fornecedora da Europa — tem diversificado o seu fornecimento de energia e redirecionado cerca de 60% das suas exportações de petróleo e gás da UE para países asiáticos, conforme demonstram os dados do Ministério das Finanças.

Entretanto, vários responsáveis ocidentais salientaram repetidamente que o petróleo da Rússia continua a entrar no mercado da UE, apesar das sanções ocidentais, fluindo através de intermediários a um preço muito mais elevado.

Segundo Novak, a China foi responsável por cerca de metade das exportações de energia da Rússia neste ano, com entregas variando entre 45% e 50%. Nos primeiros dez meses deste ano, a Rússia forneceu mais petróleo e produtos petrolíferos à China do que durante todo o ano de 2022, observou o vice-primeiro-ministro.

A Índia se tornou a segunda maior importadora de energia da Rússia, depois da China, continuou o responsável. A cota de Nova Deli nos hidrocarbonetos russos aumentou de 2% para cerca de 40% nos últimos dois anos. Antes do ano passado, as importações indianas de petróleo bruto russo eram insignificantes, devido aos elevados custos de frete.

No início do mês de abril, Novak disse que a Rússia tinha desviado 40 milhões de toneladas de petróleo bruto de um total de 220 milhões de toneladas da UE para a Ásia em 2022. Segundo as suas estimativas, neste ano as exportações de petróleo russo para o bloco vão diminuir em 140 milhões de toneladas.

 

Ø  Lavrov: com mundo cansado do dólar, Lula impulsionou criação de sistemas de pagamento alternativos

 

Nesta quinta-feira (28), o chanceler russo Sergei Lavrov dá uma entrevista à agência de notícias Sputnik e ao canal de TV Rossiya 24. O ministro russo é entrevistado pelo diretor-geral do grupo midiático Rossiya Segodnya, Dmitry Kiselev.

Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, está confiante de que todo o povo do país, liderado pelo presidente, garante a aproximação da vitória, inclusive no conflito na Ucrânia.

Ele respondeu a uma pergunta sobre a principal vitória diplomática da Rússia em 2023.

"A vitória que tivemos não foi apenas diplomática. Antes de tudo, é uma vitória forjada na linha de frente, na zona da operação militar especial. Mas sem a retaguarda, sem o apoio popular lá, os resultados teriam sido diferentes. Todo o nosso povo, toda a nossa liderança liderada pelo presidente, garante o movimento para a frente, isso é visível", disse nesta quinta-feira (28) Lavrov em uma entrevista ao Rossiya Segodnya e ao canal russo Rossiya 24.

Sergei Lavrov garantiu que os objetivos da operação militar especial serão cumpridos.

"Desmilitarização, desnazificação. Não há como escapar disso."

·        'Fórmula da paz' de Zelensky

O ministro também criticou a fórmula da paz de Vladimir Zelensky, apoiada por países ocidentais, e à qual eles tentam atrair países em desenvolvimento.

"O objetivo era fazer com que eles [os países] assinassem a 'fórmula da paz' de Zelensky, que não é mais que uma invenção de uma imaginação doentia. Porque tudo o que ela diz como 'vinhetas': segurança alimentar, segurança energética, o principal é 'Rússia, volte para as fronteiras de 1991, devolva a Crimeia, devolva Donbass'", sublinhou Lavrov.

Na opinião do alto responsável russo, "toda a comunidade on-line está observando como ele [Zelensky] ainda estava, há alguns anos, fundamentalmente falando no espírito do roteiro 'Servo do Povo': 'Deixem os russos em paz, é o idioma deles, vivam normalmente. Eu mesmo sou judeu, mas minha língua materna é o russo, mas sou um cidadão da Ucrânia.' Por que ele não pode adotar essa linha de princípios? Ele traiu seu povo. Ele traiu não apenas um povo, mas ambos os povos".

Resposta da Rússia aos eventos

Ao mesmo tempo. "praticamente todo o país, todos os setores da sociedade trabalharam para a vitória, e continuam trabalhando para a vitória", ressaltou ele.

Segundo o chanceler, as sanções ocidentais apenas reforçaram a coesão do povo russo.

"Como resultado dessa guerra híbrida de todo o Ocidente coletivo contra a Rússia, que foi desencadeada pelas mãos, corpos e todos os outros componentes da sociedade ucraniana contra nós [...], a Rússia se tornou significativamente mais forte ao longo deste ano, e a unidade do nosso povo aumentou consideravelmente", apontou.

Ele acrescentou que o Ocidente estava contando com a desunião da população russa, e com uma oposição à operação especial, "e eles conseguiram a unidade do país, a unidade do povo".

"E alguns até, como o secretário de Defesa dos EUA, um responsável, nos chamaram de inimigos, mas, se for o caso, estamos prontos para qualquer desenvolvimento, já tentaram nos subjugar mais de uma vez", referiu ele.

Somente uma séria reviravolta interna pode livrar os Estados Unidos de seu senso de superioridade, garantiu o ministro das Relações Exteriores da Rússia. Para ele, "isso ficou especialmente evidente nas ações da administração democrata [de Joe Biden], com seu esforço para subjugar não apenas o mundo inteiro, mas também seu próprio país, violando sua própria Constituição".

"O Ocidente está realmente mudando sua tática, talvez até pensando em refinar sua estratégia, porque se a 'derrota estratégica da Rússia' é uma estratégia, perdoe a tautologia, então essa estratégia falhou miseravelmente."

·        BRICS e Lula

Os países definiram claramente a tarefa na última cúpula do BRICS em agosto, o presidente Lula da Silva foi o principal promotor da criação do banco para sistemas de pagamento alternativos, disse chanceler russo.

Ele apontou que isso aconteceu porque todo mundo já está cansado do dólar, que se torna um instrumento de influência e um instrumento para minar as posições legítimas de diferentes regiões.

Lavrov observou que os 27 países interessados estão "na fila para receber pelo menos o status de um Estado-parceiro do BRICS". É impossível aceitar rapidamente todos os interessados na associação, explicou. "Vamos introduzir gradualmente a cultura do BRICS na política global", deu a entender Lavrov.

 

Ø  Recursos esgotados: EUA anunciam último pacote de US$ 250 milhões em ajuda militar para a Ucrânia

 

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, anunciou nesta quarta-feira (27) o envio de um pacote de US$ 250 milhões (R$ 1,2 bilhão) em ajuda militar à Ucrânia, que desde fevereiro do ano passado é alvo da operação militar especial russa.

Porém, Blinken afirmou que esse é o pacote final autorizado pelo Congresso, já que o governo do democrata Joe Biden sofreu várias derrotas no Legislativo ao longo do ano para alocar recursos adicionais ao orçamento norte-americano para o regime de Vladimir Zelensky.

Além do recurso, também serão enviadas munições para o sistema de defesa aérea, sistemas de lançamento múltiplo de foguetes Himars, projéteis de artilharia de 155 e 105 milímetros, armas antitanque e mais de 15 milhões de cartuchos de munição para armas pequenas.

"Os Estados Unidos estão anunciando o pacote final do ano de armas e equipamentos para a Ucrânia", disse o secretário.

A Casa Branca já havia divulgado que os fundos para a Ucrânia estavam perto de se esgotarem, assim como novos fornecimentos de armas e munições por conta da falta de aprovação de um financiamento adicional.

'Sem tempo e sem dinheiro'

Na última semana, Antony Blinken já havia sinalizado que a falta de dinheiro para financiar a Ucrânia batia à porta do governo dos Estados Unidos. Além disso, o tempo político tem ficado cada vez mais escasso.

"Estamos quase sem o dinheiro que precisamos e estamos perto de ficar sem tempo", disse Blinken durante coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (27).

O chanceler destacou a urgência do governo em conseguir que o Congresso aprove fundos adicionais para a Ucrânia e Israel, e acrescentou que a Casa Branca carece de uma "poção mágica" para obter mais dinheiro para a Ucrânia.

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou no dia 14 de dezembro um projeto de lei que autoriza orçamento para a Defesa Nacional de US$ 886 bilhões de dólares para o próximo ano. A medida inclui US$ 300 milhões de dólares (R$ 1,4 milhões) anuais para Kiev até o final de 2026.

Esse financiamento não deve ser confundido com outro pedido de US$ 61,4 bilhões (R$ 301,8 bilhões), apresentado pelo governo Biden em recursos adicionais para continuar a apoiar seu aliado no Leste Europeu.

 

Ø  Mídia destaca empresa da China que superará Tesla como maior vendedora de carros elétricos no mundo

 

A agência Bloomberg destacou o crescente papel da empresa de automóveis chinesa, que deverá terminar este ano com mais veículos elétricos vendidos que a americana Tesla.

A fabricante chinesa BYD está prestes a ultrapassar a Tesla como a maior vendedora global de veículos elétricos, escreveu na quarta-feira (27) a agência norte-americana Bloomberg.

Essa mudança, que provavelmente ocorrerá no trimestre atual, marca um momento crucial no mercado de veículos elétricos e reforça o papel crescente da China no setor automotivo mundial, aponta a mídia norte-americana.

A China atualmente compete com o Japão pela liderança nas exportações de carros de passeio, com ambos os países detendo uma proporção do mercado semelhante. Do lado chinês, empresas como a BYD e a SAIC Motor Corp. estão fazendo avanços significativos nesse campo.

Bridget McCarthy, chefe de operações chinês do fundo de hedge Snow Bull Capital, com sede em Shenzhen, China, declarou que "o cenário competitivo do setor automotivo mudou".

"Não se trata mais do tamanho e do legado das empresas automotivas, trata-se da velocidade com que elas podem inovar e iterar", disse.

A BYD de Wang Chuanfu, bilionário fundador da empresa, se prepara para introduzir seus veículos elétricos de terceira geração, com tecnologia mais avançada, e enfrenta a crescente concorrência de outras empresas chinesas, como a Huawei e a Xiaomi.

"Quando você se torna o número um, o mandato muda repentinamente. Você terá que se redefinir, terá que encontrar uma maneira de se superar", sugeriu Yuqian Ding, diretor de automóveis da China na HSBC Qianhai Securities Ltd.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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