sábado, 28 de outubro de 2023

'Massacres e destruição': ataques israelenses impedem que Hamas liberte civis, diz representante

O movimento palestino Hamas está pronto para libertar todos os civis capturados, mas o bombardeio intensivo da Faixa de Gaza impossibilita a retirada dos reféns sem um cessar-fogo de Israel, afirmou à Sputnik Mousa Mohammed Abu Marzook, membro do politburo e chefe do Departamento de Relações Exteriores do Hamas.

"Estamos prontos para libertar os civis, mas dissemos-lhes bastante claramente que as condições no lugar impossibilitam a libertação. Estão acontecendo bombardeios intensos, massacres e destruição. Estamos falando da destruição de 250 mil residências, da morte de mais de sete mil pessoas, de cerca de três mil crianças. Eles bombardeiam tudo, pessoas e infraestrutura, e o movimento é simplesmente impossível, não podemos garantir salvar as vidas dos reféns", disse Abu Marzook.

Segundo ele, o movimento desde o início da escalada indicou relutância em manter civis, mas precisava de "condições adequadas para sua libertação e retorno seguro, e Israel se recusou a responder a esse apelo humanitário e continuou a bombardear até que cerca de 50 desses reféns tivessem morrido".

Na quinta-feira (26), o porta-voz das Brigadas Al-Qassam (a ala militar do movimento Hamas), Abu Ubeida, disse que o movimento estima que cerca de 50 reféns israelenses morreram como resultado do bombardeio israelense da Faixa de Gaza.

O movimento já havia relatado que como resultado dos bombardeios israelenses morreram pelo menos 21 reféns, incluindo quatro estrangeiros.

Em 7 de outubro, o Hamas lançou milhares de foguetes a partir da Faixa de Gaza em um ataque sem precedentes que driblou o sistema de defesa de Israel. Além de atingir várias cidades, o movimento invadiu o país por meio das fronteiras na porção sul. Na sequência, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o país estava em guerra.

Em resposta, o Exército israelense mobilizou 360 mil reservistas, iniciou ataques aéreos diários e também se prepara para uma ofensiva terrestre. Segundo a Autoridade Nacional Palestina, a operação pode deixar entre dez mil a 15 mil pessoas mortas.

·         ONU: punição coletiva do povo de Gaza é crime de guerra segundo lei humanitária internacional

A punição coletiva de Israel ao povo de Gaza, com a imposição de um bloqueio e o bombardeio de áreas densamente povoadas, é um crime de guerra, afirmou nesta sexta-feira (27) a porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU, Ravina Shamdasani, em uma reunião em Genebra.

"A punição coletiva do povo de Gaza, a privação de produtos básicos, do acesso a energia e água e o bombardeio de áreas densamente povoadas são crimes de guerra de acordo com a lei humanitária internacional", afirmou Ravina Shamdasani.

Fornecimento de combustível

Além disso, a Organização das Nações Unidas (ONU) ainda não conseguiu chegar a um acordo com Israel para fornecer combustível à Faixa de Gaza, disse a representante da ONU para a Coordenação Humanitária nos Territórios Ocupados da Palestina, Lynn Hastings, nesse briefing em Genebra.

"No que diz respeito a combustível, ainda não temos um acordo com Israel para poder fornecê-lo", disse Lynn Hastings.

A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina também tem acesso muito limitado ao combustível necessário. A única fonte de combustível da agência é a estação no posto de controle de Rafah, onde o combustível pago pelo Catar é entregue pelo Egito, de acordo com o comunicado de Lynn Hastings.

No entanto, a agência nem sempre tem acesso a essa fonte devido a dificuldades de coordenação com o governo israelense, e combustível está acabando e não há informações sobre outros suprimentos, resumiu a representante da ONU para a Coordenação Humanitária nos Territórios Ocupados da Palestina.

Em 7 de setembro, o Hamas lançou um ataque sem precedentes contra Israel a partir da Faixa de Gaza. O Exército israelense relatou mais de três mil foguetes disparados do enclave e a incursão de dezenas de palestinos armados nas áreas da fronteira sul de Israel. Civis e militares israelenses foram tomados como reféns pelo Hamas e levados para Gaza.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que Israel está em estado de guerra e ordenou uma convocação recorde de 360 mil reservistas.

 

Ø  Países europeus ignoram cessar-fogo ao pedir corredor humanitário na Faixa de Gaza

 

Saúde em colapso, estoques de alimentos no fim e relatos de pessoas recorrendo a fontes de água poluídas. A crise sem precedentes que atinge a Faixa de Gaza, por conta dos bombardeios constantes de Israel, fez a União Europeia pedir a criação de corredores humanitários. Apesar disso, não há nenhuma defesa ao cessar-fogo no documento.

"O Conselho Europeu expressa profunda preocupação com a deterioração da situação humanitária em Gaza, solicitando um acesso humanitário contínuo, rápido, seguro e sem obstáculos, que assegure a entrega de ajuda àqueles que dela necessitam, utilizando todas as medidas necessárias, incluindo corredores humanitários e pausas por motivos humanitários", informa em comunicado.

O documento da entidade, que é aliada histórica de Israel, foi divulgado nesta quinta-feira (26) após discussões intensas sobre o conflito entre Israel e Hamas. O número de mortes já ultrapassa 8,5 mil, sendo mais de 7 mil só na Faixa de Gaza. Mais de 18 mil pessoas também ficaram feridas, o que deixou os hospitais em situação de colapso.

Apesar de não defender o cessar-fogo, a União Europeia elogiou "iniciativas diplomáticas de paz" e pediu a realização de uma conferência internacional sobre a crise no Oriente Médio "em um futuro próximo".

Com o aumento das tensões com o Hezbollah, na fronteira entre Israel e Líbano e, também, na Síria, os líderes europeus destacaram a necessidade de "evitar uma escalada do conflito na região". Para isso, defendeu a necessidade de incluir a Autoridade Nacional Palestina nas conversas.

"O Conselho Europeu sublinha veementemente o direito de Israel de se defender, em conformidade com o direito internacional e o direito humanitário internacional. Reitera o seu apelo ao Hamas para que liberte imediatamente todos os reféns, sem qualquer condição prévia", acrescentou.

·         Conflito já dura quase 20 dias

Em 7 de outubro, o Hamas lançou milhares de foguetes a partir da Faixa de Gaza em um ataque sem precedentes que driblou o sistema de defesa de Israel. Além de atingir várias cidades, o movimento invadiu o país por meio das fronteiras na porção sul. Na sequência, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o país estava em guerra.

Em resposta, o Exército israelense mobilizou 360 mil reservistas, iniciou ataques aéreos diários e também se prepara para uma ofensiva terrestre. Segundo a Autoridade Nacional Palestina, a operação pode deixar entre 10 mil a 15 mil pessoas mortas.

Desde 9 de outubro, Israel mantém o enclave palestino sem suprimentos básicos, apesar de ter retomado no dia 16 de outubro o fornecimento de água para o sul de Gaza. A ajuda humanitária com comida e medicamentos só começou a chegar no sábado (21).

Israel ainda lançou uma ordem de evacuação para que metade da população de Gaza, que tem 2,3 milhões de habitantes, se desloque para a região sul. Apesar disso, os bombardeios aumentaram nessa porção do território. Pelo menos 200 pessoas ainda são mantidas reféns pelo Hamas.

Países como Rússia e Brasil apelaram a Israel e ao Hamas para que cessem as hostilidades e negociem um cessar-fogo. Ademais, aumentam as vozes a favor da solução de dois Estados como a única via possível para alcançar uma paz duradoura na região.

 

Ø  Forças israelenses expandem manobras terrestres na Faixa de Gaza, diz porta-voz

 

Segundo Israel, os militares começaram a operação no território palestino nesta sexta-feira (27), dando início a uma nova escalada do conflito que já deixou mais de oito mil pessoas mortas.

A informação foi confirmada pelo porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, sobre a incursão na Faixa de Gaza, onde o número de mortos pelos bombardeios já ultrapassa sete mil pessoas. O conflito, que dura 20 dias, estava restrito aos ataques aéreos e a entrada do Exército no território era temida pela comunidade internacional.

Imagens da agência AFP também chegaram a capturar intensos bombardeios na região Norte do território, que Israel chegou a ordenar uma evacuação.

"Continuaremos a atacar na Cidade de Gaza e arredores", disse o porta-voz em discurso televisionado. Hagari também declarou que Israel está "pronto para defender a segurança do país" em todas as frentes. Além da operação terrestre, devem continuar os bombardeios aéreos e também estão previstos combates no mar.

Apesar do início do ataque por terra, os Estados Unidos disseram que as negociações com o Hamas para a libertação dos mais de 220 reféns seguem em andamento. O grupo foi capturado pelo movimento no dia 7 de outubro, quando ataques driblaram os sistemas de segurança e atingiram várias cidades de Israel. Também houve invasão pelas fronteiras do Sul do país.

O diretor do Departamento de Operações da Cruz Vermelha declarou que a situação na Faixa de Gaza, onde vivem cerca de 2,3 milhões de pessoas, é para além de "desesperadora".

·         Israel corta todo acesso à internet e telefonia em Gaza enquanto bombardeia região

Diante do que pode ser o maior bombardeio à região até o momento, serviços de internet e telefonia móvel foram totalmente suprimidos, cortando a comunicação de Gaza com o mundo.

Segundo relato da mídia Al Jazeera, praticamente todos os serviços de internet e telefonia móvel colapsaram em Gaza, impossibilitando a comunicação entre cidadãos de diversas regiões da zona de guerra. A informação foi confirmada pela provedora de internet palestina Jawwal.

Além da comunicação interna, cidadãos não conseguem contatar pessoas no exterior, enquanto supostamente o maior número de bombardeios desde o início do conflito está acontecendo em regiões diversas da Faixa, incluindo zonas residenciais.

Já o sistema de rádios locais, que também fornecia comunicação para a população local, foram "interceptadas pelos porta-vozes do exército israelense, que continuam a enviar avisos de evacuação ao povo", relatou a mídia.

Fontes locais dizem, ainda, que a invasão terrestre de Gaza começará nas próximas 24 a 72 horas. Nos últimos dias, Israel já recebeu tropas norte-americanas com cerca de 900 soldados, que auxiliarão nas operações.

 

Ø  Americanos assumem comando dos combates contra Faixa de Gaza para cercar Hamas, diz membro do grupo

 

Os Estados Unidos assumiram a liderança das hostilidades contra a Faixa de Gaza após o colapso das Forças de Defesa de Israel no início da guerra, disse o chefe do Departamento de Relações Exteriores do Hamas, Mousa Abu Marzouk, à Sputnik

"Atualmente, os americanos estão liderando os combates. Após o colapso do Exército israelense no confronto com as Brigadas Al-Qassam [braço militar do Hamas], os americanos assumiram o comando dos combates", disse Abu Marzouk, que está visitando Moscou.

Foi isso que determinou o fato de os Estados Unidos terem enviado dois grupos de ataque de porta-aviões para a região, bem como o apoio de países ocidentais, como a França e o Reino Unido e, posteriormente, a Alemanha, a Israel, explicou o membro do politburo do Hamas.

"Agora os militares da Holanda, Itália, França, Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos estão se reunindo no Chipre e estabelecendo centros de comando na ilha de Creta [...] e com quem todas essas tropas vão lutar?", ressaltou Abu Marzouk.

"Acredito que essa é uma tentativa de intimidação para evitar que o conflito se torne um conflito regional ou mundial. Eles querem cercar o Hamas, mas acredito que não conseguirão", acrescentou.

Em 7 de setembro, o Hamas lançou um ataque sem precedentes contra Israel a partir da Faixa de Gaza. O Exército israelense relatou mais de três mil foguetes disparados do enclave e a incursão de dezenas de palestinos armados nas áreas da fronteira sul de Israel. Civis e militares israelenses foram tomados como reféns pelo Hamas e levados para Gaza.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que Israel está em estado de guerra e ordenou uma convocação recorde de 360 mil reservistas.

·         EUA realizam ataques aéreos em alvos iranianos na Síria

Os Estados Unidos realizaram ataques aéreos em dois locais na Síria que eram usados pelo Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) e por grupos pró-iranianos, disse o chefe do Pentágono, Lloyd Austin.

"Por ordem do presidente [americano Joe] Biden, as forças dos EUA conduziram um ataque de autodefesa contra dois locais no oeste da Síria que estavam sendo usados pelo IRGC e seus grupos afiliados", disse Austin em um comunicado.

O chefe do Pentágono afirmou que se tratou de uma resposta aos ataques contra bases americanas no Iraque e na Síria, que começaram em 17 de outubro, e deixaram um empreiteiro do Pentágono morto e outros 21 levemente feridos.

Segundo a Reuters, citando fontes do Pentágono, os alvos dos ataques, realizados por caças F-16, eram armazéns com armas e munições. Os ataques, segundo Austin, não estão relacionados com o conflito palestino-israelense e não significam uma mudança na política de Washington.

Austin disse que a ordem de Biden demonstra que os EUA não tolerarão tais ataques e defenderão a si mesmos e aos seus interesses. "Os Estados Unidos não procuram conflito e não pretendem envolver-se em novas hostilidades, mas estes ataques apoiados pelo Irã devem parar", disse ele.

Anteriormente, o porta-voz do Pentágono, Patrick Ryder, disse que os militares dos EUA sofreram 16 ataques no Iraque e na Síria entre 17 e 26 de outubro.

·         Irã inicia exercícios militares para 'confrontar possíveis ameaças’

Um oficial iraniano afirmou que as manobras, que incluem uma divisão aerotransportada da Força Terrestre, unidades de drones e de guerra eletrônica, são necessárias ante a situação atual.

As forças terrestres do Irã iniciaram na sexta-feira (27) exercícios para testar a prontidão de voo de mais de 200 helicópteros, informou a agência britânica Reuters, citando a mídia iraniana.

Os exercícios, que devem durar dois dias, têm como objetivo "confrontar possíveis ameaças" enfrentadas por Teerã, disse o general de brigada Amir Cheshak, e porta-voz militar.

Tropas e equipamentos militares de sete províncias do Irã participam dos exercícios em Nasr Abad, na província central de Isfahan, disse o porta-voz, citado pela Tasnim.

O Irã iniciou exercícios militares em larga escala envolvendo todos os ramos do Artesh, que é o exército nacional convencional do Irã, encarregado da defesa territorial e da luta em guerras totais. Isso porque o MRE do Irã alertou que, se o genocídio palestino continuar, os EUA não serão poupados ao fogo.

As manobras incluem regimentos de infantaria, divisões blindadas, unidades de mísseis e artilharia, uma divisão aerotransportada da Força Terrestre, unidades de drones, unidades de guerra eletrônica e as equipes de apoio da Força Aérea, de acordo com a agência iraniana Tasnim.

Ainda segundo a Tasnim, foram disparadas versões modernizadas dos mísseis Shafaq, Almas e Dehlaviye contra alvos localizados de oito a 20 km de distância.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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