terça-feira, 31 de outubro de 2023

Como anos de falhas israelenses sobre o Hamas levaram a um ataque devastador?

Os representantes da Agência de Segurança de Israel (ASI) tentaram alertar durante meses antes da escalada do conflito palestino-israelense o premiê Benjamin Netanyahu que a instabilidade política causada por suas políticas internas estava enfraquecendo a segurança de Israel, escreve o jornal The New York Times.

Assim, as forças de segurança israelenses vêm tentando há vários meses alertar o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que as convulsões políticas devidas às suas políticas internas estão enfraquecendo a segurança do país e reforçando os inimigos de Israel, mas ele continuou a mantê-las.

A publicação observa que no dia da aprovação da reforma judicial de 24 de julho, que provocou protestos em massa, dois generais israelenses se dirigiram ao Legislativo para transmitir alertas urgentes sobre a condição militar do país.

Por exemplo, Aharon Haliva, o chefe da Direção de Inteligência Militar das Forças de Defesa de Israel, apresentou relatórios secretos detalhando que distúrbios internos encorajam os inimigos de Israel e enfraquecem as defesas do país.

Relata-se que só dois deputados vieram para ouvir o briefing, Netanyahu, por sua vez, recusou se reunir com o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general Herzi Halevi, que também tentou transmitir esses avisos ao primeiro-ministro.

Ao mesmo tempo, o jornal aponta que as autoridades oficiais não avaliaram corretamente a ameaça representada pelo Hamas há anos, especialmente na preparação para o ataque.

A inteligência militar acreditava desde maio de 2021 que o Hamas não estava interessado em um ataque desde Gaza que poderia desencadear uma resposta israelense devastadora.

O site do Hamas, segundo os serviços de inteligência, estava tentando incitar à violência contra israelenses na Cisjordânia.

Além disso, Israel acreditava que o Irã e o Hezbollah representavam uma ameaça mais séria. Isso desviou a atenção e os recursos da luta contra o Hamas.

No geral, a arrogância dos políticos e funcionários de segurança israelenses os convenceu de que a superioridade militar e tecnológica do país sobre o Hamas manteria o grupo sob controle, conclui a publicação.

·         Netanyahu está 'em maus lençóis' e não conseguirá se manter no poder após ataque de Hamas, diz mídia

O partido Likud do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, acredita que ele está lutando por sua sobrevivência política e não conseguirá se manter no poder no contexto da exacerbação do conflito palestino-israelense, avança The Wall Street Journal com referência a representantes do partido.

Netanyahu está na política há mais de 35 anos. Segundo observa o artigo, durante esse tempo ele criou a imagem de um "falcão da guerra" – que diante uma situação tensa opta por uma retórica mais agressiva – pronto para se opor tanto à Palestina quanto ao Irã. Ao mesmo tempo o jornal acrescenta que o ataque do movimento palestino Hamas em 7 de outubro destruiu essa imagem, porque em Israel chamam esse ataque de pior fracasso no campo da segurança e inteligência em 75 anos.

De acordo com um membro sênior do partido Likud, a escalada do conflito para Netanyahu significa "fim do jogo". "Você encontrará muito poucas pessoas que pensam o contrário", disse ele ao jornal.

Outro membro sênior do partido Likud disse ao WSJ que o destino de Netanyahu depende do desenvolvimento do conflito em Gaza, mas é improvável que ele permaneça como líder do partido e primeiro-ministro de Israel. Destaca-se que, mesmo se Israel vencer o conflito, isso pode não salvar a carreira política de Netanyahu.

Anteriormente, Netanyahu havia postado na rede social X (antigo Twitter) uma mensagem alegando que ele não havia sido avisado sobre as intenções militares do movimento palestino Hamas antes do ataque em 7 de outubro. Depois disso, o premiê foi fortemente criticado. O líder da oposição israelense, Yair Lapid, disse que Netanyahu "cruzou a linha vermelha" acusando o Exército e os serviços de segurança do país de fracasso. Netanyahu apagou a mensagem e pediu desculpas.

 

       ONU não consegue trabalhar bem, porque 'EUA a fizeram refém', diz porta-voz do Irã

 

Os Estados Unidos fizeram o Conselho de Segurança das Nações Unidas "refém" e estão impedindo-o de cumprir "adequadamente" suas obrigações de manutenção de paz, inclusive no Oriente Médio, disse nesta segunda-feira (30) o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanaani.

"As assembleias internacionais, incluindo a ONU [Organização das Nações Unidas], especialmente seu Conselho de Segurança, demonstraram que, em tempo de crise, não foram bem-sucedidas no cumprimento de sua função principal, sua responsabilidade e missão essenciais de acabar ou prevenir crises", explicou o porta-voz da chancelaria do Irã.

"Um número significativo de países poderosos, especialmente […] os Estados Unidos, fizeram o CSNU 'refém', impediram que ele cumprisse adequadamente sua responsabilidade principal — manutenção da paz e segurança internacional", destacou Nasser Kanaani.

"Se a ONU tivesse desempenhado eficientemente, não tínhamos testemunhado anos de crise na Palestina e na região", resumiu Kanaani.

Na manhã de 7 de outubro, Israel sofreu um ataque com foguetes em escala sem precedentes a partir da Faixa de Gaza, perpetrado pelo braço militar do movimento palestino Hamas. Depois disso, combatentes do grupo entraram nas zonas fronteiriças no sul de Israel.

Por conta disso, Israel entrou em estado de guerra e os ataques aéreos foram iniciados. Em poucos dias, os militares assumiram o controle de todas as áreas povoadas perto da fronteira com Gaza e realizaram bombardeios contra alvos, incluindo civis.

 

Ø  Israel alterou seus planos de invadir Gaza por 'sugestões' dos Estados Unidos

 

A decisão de Israel de adiar uma grande ofensiva terrestre em Gaza após os ataques do Hamas em 7 de outubro coincide com "sugestões" feitas pelo secretário de Defesa dos Estados Unidos (EUA), Lloyd Austin, nos últimos dias, disseram funcionários do Pentágono ao jornal The New York Times.

A reportagem publicada neste domingo (29) informa que os planos iniciais de invasão por parte de Tel Aviv alarmaram os funcionários dos Estados Unidos, que expressaram preocupação com o plano devido à falta de "objetivos militares alcançáveis".

Segundo o jornal, Austin falou por telefone com seu homólogo israelense, Yoav Gallant, sobre a necessidade de "analisar cuidadosamente a forma" como as forças israelenses poderiam conduzir uma invasão terrestre em Gaza, onde o grupo palestino Hamas mantém uma intrincada rede de túneis sob uma das áreas mais densamente povoadas.

A reportagem afirma que os israelenses aprimoraram o plano de invasão por terra após acordo com Austin e outros funcionários dos EUA.

O impacto nas negociações de reféns e o fato de que líderes políticos e militares israelenses estavam divididos sobre a invasão do território palestino também pesaram na decisão de adiar qualquer entrada no território por ora, de acordo com o jornal.

Neste domingo, Tel Aviv informou que 239 pessoas estão em cativeiro pelo Hamas, após serem feitas reféns no ataque de 7 de outubro. O grupo pretende trocar essas pessoas por prisioneiros palestinos.

Funcionários e ex-funcionários do Pentágono, bem como ex-comandantes americanos que lideraram operações militares urbanas, informaram ao jornal estadunidense que Israel parecia estar conduzindo uma operação em fases, com unidades de reconhecimento menores avançando em direção a Gaza, para localizar combatentes do Hamas e identificar seus pontos vulneráveis.

As fontes da matéria comentaram sobre a dificuldade de prever qual será a ação final de Israel, já que a intensificação dos ataques aéreos e a ampliação das incursões terrestres nos últimos três dias indicavam uma postura agressiva.

Ontem (28), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou que as forças israelenses haviam entrado na Faixa de Gaza para iniciar a segunda fase da guerra.

•        Cinco mil militares dos EUA participam da operação terrestre de Israel na Faixa de Gaza, diz mídia

A agência iraniana Tasnim afirmou que milhares de militares norte-americanos estão ajudando as forças israelenses na sua atual operação militar.

Cerca de 5.000 militares americanos estiveram envolvidos na operação terrestre que o Exército de Israel lançou na Faixa de Gaza na noite de sexta-feira (27), disse no sábado (28) a agência iraniana Tasnim.

Segundo suas fontes, o ataque terrestre contra a Faixa de Gaza envolveu três divisões e várias brigadas.

Em 16 de outubro a Tasnim escreveu que comandantes dos EUA estavam participando do conflito Israel-Hamas do lado de Tel Aviv devido ao "colapso mental e psicológico" que muitos de seus homólogos israelenses sofreram em resultado do conflito.

Na manhã de 7 de outubro, Israel sofreu um ataque com foguetes em uma escala sem precedentes a partir da Faixa de Gaza, anunciada pelo braço militar do movimento palestino Hamas. Depois disso, combatentes da organização entraram nas zonas fronteiriças no sul de Israel, com Tel Aviv relatando mais de 1.000 mortos devido ao ataque e mais de 200 reféns.

Em resultado, Israel entrou em estado de guerra. Em poucos dias, os militares israelenses assumiram o controle de todas as áreas povoadas perto da fronteira com Gaza, com a realização de bombardeios contra alvos no enclave, incluindo civis. O Hamas diz que quase 8.000 pessoas foram mortas na Faixa de Gaza devido a esses ataques, e que o lado israelense tomou reféns.

 

       Rússia condena ataques dos EUA à Síria, considerando essas ações 'violação da lei internacional'

 

O recente ataque dos EUA ao território da Síria viola a soberania síria e a lei internacional e ameaça criar uma escalada na região, disse o embaixador russo na Organização das Nações Unidas (ONU), Vasily Nebenzya, em uma reunião do Conselho de Segurança. "Essas ações ilegítimas de Washington não são nada mais que uma violação grosseira da soberania da Síria e do direito internacional", afirmou Vasily Nebenzya.

Em meio à escalada acentuada do conflito israelo-palestino, essas demonstrações de força "têm consequências extremamente perigosas, pois podem provocar uma escalada armada em toda a região", resumiu o embaixador russo na ONU.

Em 26 de outubro, os Estados Unidos realizaram ataques aéreos em dois locais na Síria que eram usados pelo Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica e por grupos pró-iranianos.

O chefe do Pentágono Lloyd Austin afirmou que se tratou de uma resposta aos ataques contra bases americanas no Iraque e na Síria, que começaram em 17 de outubro, e deixaram um empreiteiro do Pentágono morto e outros 21 levemente feridos.

Segundo a Reuters, citando fontes do Pentágono, os alvos dos ataques, realizados por caças F-16, eram armazéns com armas e munições. Os ataques, segundo Austin, não estão relacionados com o conflito palestino-israelense e não significam uma mudança na política de Washington.

Austin disse que a ordem de Biden demonstra que os EUA não tolerarão tais ataques e defenderão a si mesmos e aos seus interesses.

"Os Estados Unidos não procuram conflito e não pretendem envolver-se em novas hostilidades, mas estes ataques apoiados pelo Irã devem parar", disse ele.

 

Ø  'Missão impossível': tropas de Israel ficarão cercadas e sem vantagem em Gaza, diz analista

 

A estratégia israelense de "varrer" a Faixa de Gaza é considerada uma "missão impossível", uma vez que a história sugere que um ataque como o planejado pelo governo israelense será extremamente difícil de ser realizado.

De acordo com Scott Ritter, ex-oficial de inteligência dos Estados Unidos, mais de 500 quilômetros de túneis escavados em 360 quilômetros quadrados ao longo da Faixa de Gaza, foram projetados para servir como corredores de transporte, centros de comando, depósitos de fornecimento, dormitórios e hospitais, bem como posições defensivas e centro de apoio de ações ofensivas.

Ritter também ressaltou que uma operação militar contra alvos desse tipo nunca foi realizada, e que não será nada fácil exterminar o Hamas em Gaza.

De acordo com o especialista, Israel treinou um pequeno número de suas forças especiais de elite para realizar operações subterrâneas, um tipo de operação que exige muita experiência e cautela, e que terá de ser passada às forças convencionais com rapidez.

"Tentar simplesmente navegar pelas ruas com entulhos empilhados de Gaza será uma tarefa quase impossível para as tropas israelenses. O deslocamento será lento, e a infantaria militar terá de operar desmontada, expondo-se aos atiradores de elite e às emboscadas. Os veículos israelenses estarão cercados e impedidos de realizarem manobras, estando vulneráveis a minas, dispositivos explosivos improvisados e equipamentos antitanque. Nessas circunstâncias, o apoio aéreo será muito difícil, neutralizando qualquer vantagem de Israel", destacou.

Na manhã de 7 de outubro, Israel sofreu um ataque com foguetes em escala sem precedentes a partir da Faixa de Gaza, perpetrado pelo braço militar do movimento palestino Hamas. Depois disso, combatentes do grupo entraram nas zonas fronteiriças no sul de Israel.

Por conta disso, Israel entrou em estado de guerra e os ataques aéreos foram iniciados. Em poucos dias, os militares assumiram o controle de todas as áreas povoadas perto da fronteira com Gaza e realizaram bombardeios contra alvos, incluindo civis.

 

Ø  Sem recursos e proteção, bases dos EUA ficam vulneráveis no Oriente Médio, diz ex-Pentágono

 

O ex-funcionário do Pentágono, Stephen Bryen, afirma que as bases dos EUA no Oriente Médio não têm capacidades de defesa antiaérea suficientes e efetivas, sendo vulneráveis e com proteção limitada.

"Os EUA não forneceram armas eficazes para proteger suas bases", afirmou o analista em seu artigo publicado pela Weapons & Strategy.

Ele também assegura que, por muitos anos, expôs publicamente seu descontentamento com a vulnerabilidade das bases americanas no Iraque e na Síria, que não possuem defesas aéreas adequadas.

"As bases americanas contam com uma proteção muito limitada, agravada pelo fato de que os EUA não lutam contra aqueles que disparam contra nosso pessoal", enfatizou.

O sistema de proteção utilizado, o C-RAM, apresenta limitações na detecção de ameaças noturnas, como os drones iranianos, ressalta.

O analista também criticou a falta de interesse da administração Biden em proteger as tropas e observou que os fornecimentos de equipamentos militares a Israel deixam o Pentágono sem recursos para proteger suas bases na região.

Com isso, há o temor de que grupos armados aproveitem a instabilidade na região para atacar as bases norte-americanas.

·         Jordânia pediu aos EUA que destacassem sistemas Patriot no país, diz mídia

Segundo a Reuters, Amã quer um sistema de defesa antiaérea em meio aos distúrbios vindos da guerra entre Israel e a Faixa de Gaza.

A Jordânia pediu aos EUA que implantassem sistemas de defesa antiaérea Patriot para reforçar a defesa de sua fronteira em um momento de tensões e conflitos regionais intensos, disse no domingo (29) o porta-voz do Exército do país árabe.

"Pedimos ao lado americano para ajudar a reforçar nosso sistema de defesa com os sistemas de mísseis de defesa aérea Patriot", disse o general de brigada Mustafa Hiyari, porta-voz do Exército da Jordânia, citado no domingo (29) pela agência britânica Reuters.

Hiyari negou os relatos da mídia social de que o Pentágono estava usando bases jordanianas para transportar alguns dos equipamentos e armas de seus depósitos para Israel para reforçar suas defesas na guerra em Gaza.

Os mísseis Patriot dos EUA foram instalados na Jordânia em 2013, após uma revolta no norte da vizinha Síria, onde o reino temia que uma guerra civil pudesse se alastrar e desencadear um conflito regional.

O Pentágono utilizou instalações militares jordanianas nos últimos meses, em meio ao fortalecimento da postura militar de Washington na região, de acordo com diplomatas ocidentais.

Segundo a Reuters, a Jordânia está cada vez mais nervosa com a possibilidade de que o bombardeio de Gaza por Israel, seguido pelo violento ataque do Hamas em 7 de outubro, possa provocar uma conflagração mais ampla, segundo autoridades.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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