CKM: descoberta nova doença que aumenta risco de AVC
A American Heart Association (AHA) identificou
uma nova condição médica para descrever uma mistura de problemas de saúde
relacionados – doenças
cardiovasculares, doenças renais, diabetes
tipo 2 e obesidade, que podem se desenvolver ao mesmo tempo.
Juntas, essas condições aumentam os riscos de
ataques cardíacos e AVC (acidente vascular cerebral).
O conhecimento acerca desta nova condição, chamada
síndrome cardiovascular-rim-metabólica (CKM), pode ajudar os médicos a
reconhecer indivíduos que apresentam alto risco de morrer de doença
cardíaca em idades mais jovens.
Descoberta nova doença que exige mudanças no estilo
de vida
Além de considerar os efeitos das doenças
cardiovasculares (“C”) e das doenças renais (“K”), esse distúrbio leva em
consideração o impacto do diabetes tipo 2 e da obesidade. Essas últimas
conhecidas como condições metabólicas (“M”).
De acordo com a American Heart Association, a
prevenção e o tratamento da síndrome CKM no início da vida podem contribuir ao
máximo para evitar complicações graves de saúde no futuro.
“A triagem de doenças renais e metabólicas nos
ajudará a iniciar terapias protetoras mais cedo para prevenir doenças cardíacas
de maneira mais eficaz e gerenciar melhor as doenças cardíacas existentes”,
disseram os pesquisadores em um comunicado publicado na revista Circulation.
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Estágios da doença CKM
Para permitir o rastreio, a AHA também criou um
sistema de quatro fases para identificar pacientes em risco de síndrome CKM:
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Estágio 0
As pessoas não apresentam fatores de risco para a
síndrome CKM. Elas devem seguir medidas preventivas como bons hábitos
alimentares e de exercícios. Também precisam evitar a nicotina e manter um peso saudável, bem como níveis ideais de pressão
arterial, colesterol e açúcar no
sangue.
·
Fase 1
As pessoas têm excesso de peso, uma distribuição
pouco saudável de gordura corporal (como excesso de gordura abdominal). Ou
apresentam tolerância diminuída à glicose ou níveis ligeiramente elevados de
açúcar no sangue, conhecidos como pré-diabetes.
Além das mudanças no estilo de vida, essas pessoas
devem ter como objetivo reduzir o peso corporal em pelo menos 5%. Elas também
devem tomar medicamentos para controlar o açúcar no sangue, se necessário.
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Estágio 2
As pessoas têm diabetes tipo 2, pressão alta,
triglicerídeos elevados ou doença
renal.
Elas devem se concentrar em mudanças no estilo de
vida, perda de peso e medicamentos para controlar o diabetes, a pressão
arterial e os níveis de colesterol.
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Estágio 3
As pessoas apresentam doença cardiovascular ou
renal precoce, mas não apresentam sintomas.
Elas podem se beneficiar de intervenções usadas em
estágios iniciais da síndrome CKM e também de testes para medir a saúde das
artérias e tratamentos para ajudar a manter um bom fluxo sanguíneo.
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Estágio 4
As pessoas têm doenças cardiovasculares ou renais e
apresentam sintomas como ataque cardíaco, acidente vascular cerebral,
insuficiência cardíaca ou insuficiência renal.
Ø Descoberta nova doença genética ‘mascarada’ de alergia
Pesquisadores descobriram uma nova doença que se
apresenta como uma forma grave de alergia, mas que, na verdade, é uma nova imunodeficiência primária de base genética.
A descoberta foi feita por um consórcio
multicêntrico de pesquisadores internacionais coordenado pelo British Columbia
Children’s Hospital, em Vancouver (Canadá).
O Consórcio nasceu da necessidade de compartilhar
pacientes com características clínicas semelhantes, associado ao mesmo defeito
genético.
Os resultados foram publicados na revista
científica Journal of
Experimental Medicine.
A identificação da doença e das suas causas
genéticas específicas já permitiu a adoção com sucesso de novas estratégias
terapêuticas para o tratamento.
Até o momento, cerca de 20 casos são conhecidos em
todo o mundo. A nova doença está, portanto, entre as ultra-raras.
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Detalhes do estudo
O estudo analisou 16 crianças/adultos jovens com um
quadro clínico comum caracterizado por alergia
grave, infecções recorrentes, dermatite atópica e asma.
A análise permitiu identificar mutações no gene
STAT6, que desempenha um papel crucial na diferenciação de um tipo de células
do sistema imunológico, os linfócitos T, envolvidos principalmente na resposta
alérgica.
Embora os principais sintomas possam ser
considerados de um quadro alérgico grave, a alteração do funcionamento deste
gene leva a alterações na regulação do sistema imunológico (desregulação
imunológica).
Segundo os pesquisadores, às vezes, as crianças que
apresentam sintomas alérgicos podem ser afetadas por um erro congênito de
imunidade de base genética.
·
Os efeitos presentes e
futuros
Graças à compreensão do mecanismo envolvido nesta
condição até então desconhecida, foi possível considerar tratamentos
alternativos em pacientes com manifestações alérgicas graves.
Um exemplo é o Dupilumab, um anticorpo monoclonal
que bloqueia o receptor da citocina IL-4, que está aumentado nestes pacientes,
já utilizados com sucesso em pacientes com dermatite atópica.
A identificação das causas genéticas responsáveis por determinados quadros clínicos permite um
diagnóstico precoce e tratamento oportuno, reduzindo o uso de medicamentos à
base de cortisona que causam efeitos colaterais importantes ao longo do tempo.
Ø Estudo aponta relação entre morar em vias de tráfego e Alzheimer
Viver próximo a ruas e avenidas congestionadas pode
interferir na saúde mental a longo prazo. Um estudo recente concluiu que a vida
nessas áreas pode aumentar o risco de Alzheimer e outras doenças relacionadas à demência.
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Estudo aponta relação entre
morar em vias de tráfego e Alzheimer
A pesquisa foi conduzida por especialistas do Reino
Unido e China e indica que a poluição do tráfego seria um dos principais
fatores desencadeantes.
Este estudo profundo de mais de uma década reuniu
informações de aproximadamente 460 mil pessoas. Analisando minunciosamente as
variações de casos de demência informadas pelo UK Biobank, estas foram segregadas para entender melhor as diferentes
manifestações da doença.
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O que as ressonâncias
magnéticas revelam?
Para complementar os dados, o estudo também realizou
ressonâncias magnéticas cerebrais nos participantes. Esta abordagem ajudou a
identificar as alterações estruturais no cérebro que poderiam estar
relacionadas a estágios iniciais, pré-sintomáticos, de Alzheimer.
“Estudos anteriores nos deram pistas sobre os
riscos neurológicos associados à vida perto de grandes estradas, mas os
mecanismos subjacentes continuam um mistério. Nosso estudo aprofundou a
compreensão da relação entre a proximidade residencial de estradas principais e
o risco de demência, desvendando o papel dos poluentes relacionados ao
trânsito,” declarou Fanfan Zheng, uma das autoras da pesquisa.
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Poluição sonora e outros
fatores genéticos são relevantes?
A pesquisa foi além e avaliou outros fatores como a
poluição sonora. Nesta questão, no entanto, os dados coletados não indicaram
qualquer relação entre a demência e a exposição prolongada à poluição sonora.
Também foram encontrados riscos genéticos e outros
fatores importantes para o desenvolvimento da demência.
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Quais são os próximos passos
na luta contra a demência?
Apesar dos resultados alarmantes, a pesquisa tem
como principal objetivo auxiliar na prevenção da demência. O próximo foco dos
pesquisadores é trabalhar para evitar o surgimento de um número significativo
de casos de demência ainda na fase pré-sintomática.
Este estudo evidencia a importância do planejamento
urbano consciente e políticas de controle de poluição. É um chamado pertinente
para ações que vão além da esfera individual e demandam medidas no nível de
política pública para mitigar a exposição prolongada à poluição do ar e
prevenir o surgimento de doenças relacionadas ao tráfego pesado.
Fonte: Catraca Livre
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