Premiê das Ilhas Salomão rejeita reunião com Biden: 'Não vou me sentar
e ouvir sermões dos outros'
O primeiro-ministro das Ilhas Salomão, Manasseh
Sogavare, que se recusou a participar de uma reunião de líderes do Pacífico com
o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que não queria "ninguém lhe dando
sermões", informou uma rede de televisão australiana.
Ao regressar de Nova York após a sessão da
Assembleia Geral da ONU (AGNU), o primeiro-ministro Manasseh Sogavare durante
uma conferência de imprensa em Honiara resolveu explicar as razões de sua
recusa em aceitar um convite para se reunir com o presidente dos EUA, Joe
Biden, em Washington, juntamente com participantes do Fórum das Ilhas do
Pacífico.
"Participei de uma [Cúpula de Líderes do
Pacífico] no ano passado, e não saiu nada dessa reunião", disse Sogavare,
segundo a mídia australiana.
"Não vou ficar sentado aí ouvindo as pessoas
me darem sermões, de jeito nenhum", disse o primeiro-ministro das Ilhas
Salomão.
Os líderes das nações do Pacífico Sul reuniram-se
com Biden na segunda (25) e na terça-feira (26), realizaram uma mesa redonda
com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.
Tal como relatado anteriormente, Sogavare levantou
preocupações nos Estados Unidos e na Austrália sobre os laços estreitos de seu
país com a China, incluindo acordos de segurança. Washington e Camberra temem o
alegado estabelecimento de bases militares chinesas nas Ilhas Salomão.
O primeiro-ministro das Ilhas Salomão destacou
positivamente o papel da China no desenvolvimento do seu país na AGNU em Nova
Iorque (22) e na conferência de imprensa em Honiara.
·
Ilhas Salomão se alinham à China após rejeitarem
convite de Biden para cúpula de líderes do Pacífico
As Ilhas Salomão, El Salvador e Tanzânia se juntam
ao Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas, elevando para 109 os
membros da entidade.
As Ilhas Salomão aderiram ao Banco Asiático de
Investimento em Infraestruturas (AIIB, na sigla em inglês), apoiado pela China,
dias depois de o seu líder ter rejeitado um convite para se encontrar com o
presidente dos EUA, Joe Biden, na cúpula de líderes do Pacífico.
As Ilhas Salomão se juntam ao banco ao lado do país
centro-americano de El Salvador, que aprofundou a sua relação com Pequim alguns
anos depois de mudar os laços com Taiwan em detrimento da China, além da
Tanzânia, de acordo com o South China Morning Post (SCMP).
Com as novas admissões o número total de países que
aderiram ao banco asiático sobe para 109 e representa 81% da população mundial,
cerca de 65% do produto interno bruto (PIB) global. Embora a maioria esteja na
Ásia, o banco também tem membros fora da região, como Reino Unido, França e
dezenas de países africanos, incluindo Argélia, Etiópia, Ruanda e Egito.
"A adição de El Salvador, Ilhas Salomão e
Tanzânia fortalece a comunidade do AIIB e apoia a nossa missão coletiva de
financiar infraestruturas para o futuro", disse o presidente do AIIB e
presidente do conselho de administração, Jin Liqun. "Juntos, trabalharemos
em projetos prioritários dentro das nossas prioridades temáticas claramente
definidas para impulsionar o crescimento sustentável a longo prazo".
Segundo o presidente, o crescimento do número de
membros para 109 mostrou "que muitos acreditam na nossa missão de alcançar
o desenvolvimento sustentável de infraestruturas e o crescimento econômico, bem
como no nosso compromisso de apoiar ativamente projetos de infraestruturas que
contribuam para a mitigação, adaptação e resiliência das alterações
climáticas".
A China detém uma participação de 30% no banco que
começou a operar em 2016 como ideia do presidente chinês Xi Jinping e foi
anunciado como a resposta da Ásia ao Banco Mundial para fornecer financiamento
de infraestruturas aos seus membros.
O AIIB financiou mais de 200 projetos no valor de
US$ 44 bilhões (cerca de R$ 219,5 bilhões) desde 2016 e está se posicionando
como o principal financiador de projetos relacionados com o clima, prometendo,
no seu recém-lançado plano de ação climática, alocar pelo menos 50% das suas
aprovações anuais no financiamento climático.
O especialista em China e professor da Escola
Elliott de Assuntos Internacionais da Universidade George Washington, David
Shinn, disse que os três mais novos membros esperam obter parte do
financiamento de infraestruturas oferecido pelo AIIB, que conta com uma vasta
adesão de países que representam várias convicções políticas.
"Não há nenhuma desvantagem significativa em
aderir e a motivação é provavelmente mais prática do que geopolítica",
disse Shinn.
O primeiro-ministro das Ilhas Salomão, Manasseh
Sogavare, se recusou a participar da cúpula de líderes das nações do Pacífico,
na Casa Branca, na segunda e terça-feira (25-26). Antes da recusa, ele elogiou
a China pelo seu modelo de desenvolvimento no seu discurso na Assembleia Geral
da ONU na semana passada.
O principal produto de exportação das Ilhas Salomão
para a China é a madeira, mas o país também vende produtos como frutas e nozes
processadas e, em troca, compra principalmente produtos de ferro.
No ano passado, a China assinou um acordo de
segurança com as Ilhas Salomão, permitindo que Sogavare solicitasse à polícia e
aos oficiais militares da China, se necessário, a proteção do "pessoal
chinês e de grandes projetos" na nação do Pacífico. A decisão suscitou
preocupação nos EUA e na Austrália sobre os interesses crescentes de Pequim na
região, onde Washington também está fazendo incursões.
Em julho, Sogavare acusou os EUA de interferir nos
"assuntos internos" da nação do Pacífico depois de Washington ter
levantado preocupações sobre a assinatura de um acordo de segurança com Pequim
por Honiara.
Ø Mídia: pressionado por EUA e ONU, Brasil rejeita novo envio de tropa ao
Haiti por 'atritos internos'
Para Brasília, não existe clima para uso das forças
nacionais no exterior enquanto a situação entre o Executivo e o Exército
Brasileiro não ficar esclarecida após a tentativa de golpe. No entanto, Brasil
vai fornecer treinamento para policiais haitianos ainda este ano. Canadá e EUA
também recusaram o envio de tropas.
A Missão das Nações Unidas para a Estabilização no
Haiti (MINUSTAH, na sigla em inglês) foi criada pelo Conselho de Segurança da
ONU em 2004 para restaurar a ordem no Haiti, e teve um dos seus braços
militares comandado pelo Exército Brasileiro por 13 anos.
A missão teve fim em 2017, entretanto, uma nova
etapa de desestabilização com a explosão de violência e uma disputa pelo poder
foi aberta. Desde o início deste ano, mais de 2,4 mil haitianos morreram por
conta da violência no país, relata a coluna de Jamil Chade no UOL.
Nos últimos dias, a ONU vem insistindo sobre a
necessidade urgente de uma operação que possa novamente estabelecer a paz no
país, com o governo brasileiro sendo consultado, tanto pelas Nações Unidas
quanto pelo governo dos Estados Unidos, sobre envio de tropas nacionais.
Brasília, porém, considerou que o clima no país não era adequado para tal
engajamento, relata o colunista.
Ainda segundo a mídia, o governo Lula aponta que o
mal-estar entre uma parte dos generais das Forças Armadas e o Executivo
brasilerio influencia na recusa em negociar novo envio de missão militar.
O mal-estar, que já era notado desde os primeiros
dias da gestão Lula, ganhou uma dimensão ainda maior após as revelações sobre a
delação do tenente-coronel, Mauro Cid, que teria indicado como o ex-presidente,
Jair Bolsonaro, debateu a possibilidade de um golpe com a cúpula das Forças
Armadas.
Visto isso, a gestão Lula acredita que "não há
ambiente" para o envio de tropas, principalmente porque muitos dos
comandantes brasileiros, que lideraram a operação no Haiti, acabaram tendo um
papel importante no governo Bolsonaro.
Augusto Heleno, Fernando Azevedo e Silva, Tarcísio
de Freitas e Carlos Alberto dos Santos Cruz fizeram parte das tropas enviadas
pelo Brasil ao país e, nos últimos anos, ocuparam importantes na administração
anterior.
Além da ressalva com os militares, o governo
brasileiro analisou que enviar uma nova missão sem foco no desenvolvimento do
país caribenho não faz sentido, uma vez que em pouco tempo a crise voltará.
Com a resistência brasileira, a ONU se voltou para
o Canadá. Segundo o colunista, o plano foi estudado, mas o governo canadense
concluiu que o envio de tropas era "arriscado" e também acabou
desistindo.
Na semana passada o governo do Quênia se ofereceu
para liderar a força internacional e o envio de mil homens. Jamaica, Bahamas e
Antígua e Barbuda também indicaram que podem contribuir, diz a mídia.
Para que a operação ocorra, uma resolução deverá
ser apresentada ao Conselho de Segurança da ONU, órgão que será presidido a
partir de outubro pelo Brasil. O texto será proposto pelos governos dos EUA e
do Equador, e a esperança é de que haja um amplo apoio.
Washington também já anunciou que não enviará
soldados, mas ofereceu apoio médico, de transporte e de inteligência à equipe
internacional e possivelmente o envio de US$ 100 milhões (R$ 501 milhões) para
apoiar a missão. Orçamento bem baixo quando comparado aos enviados para
Ucrânia.
Entretanto, no Palácio do Planalto, não se descarta
que, em uma eventual aprovação da resolução, o Brasil contribua com apoio
logístico e de inteligência. De acordo com cinco embaixadores brasileiros
ouvidos pela BBC, o governo brasileiro está decidido a fornecer treinamento à
Polícia Nacional do Haiti (PNH).
"Há, de fato, o comprometimento do governo
brasileiro como um todo em apoiar a capacitação das forças de segurança do
Haiti. É uma iniciativa que vem sendo coordenada pelo Ministério de Relações
Exteriores em conjunto com a Agência Brasileira de Cooperação e com a Polícia
Federal", afirmou à mídia o delegado Valdecy Urquiza, diretor de
Cooperação Internacional da Polícia Federal.
Discutida há meses em Brasília, a disposição teria
sido comunicada ao primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, pelo próprio
presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, durante uma conversa entre os
dois líderes no dia 22 de junho em Paris, segundo fontes ouvidas pela agência
britânica.
Nas próximas semanas, uma equipe da Academia
Nacional da Polícia Federal irá a Porto Príncipe para concluir um diagnóstico
sobre as principais necessidades das forças policiais do país.
Em vez de enviar tropas, Urquiza disse que o Brasil
quer ver reduções da criminalidade local operada pelo policiamento haitiano com
treinamento brasileiro, acrescentando que a participação das Forças Armadas
brasileiras na nova atuação está realmente descartada.
Ø Rússia e Sul Global provam que sanções ocidentais usadas como 'armas'
fracassaram, diz empresário
O empresário russo Oleg Deripaska afirmou ao jornal
Financial Times que a Rússia "sobreviveu ao esforço para isolar sua
economia, desenvolvendo laços com o Sul Global", e provou "ser capaz
de superar as sanções ocidentais".
Em sua matéria, o FT destaca que a Rússia obteve
sucesso em evitar as sanções do G7 à maior parte das suas exportações de
petróleo, beirando os US$ 100 (R$ 498) por barril.
O empresário russo ainda afirmou sempre ter
duvidado do sucesso das sanções, usadas como uma espécie de "arma
milagrosa" pelo Ocidente, destacando que usar o sistema financeiro como
arma não tinha como ser eficiente no século XXI.
Deripaska também ressaltou a capacidade de o Sul
Global resistir à pressão para se juntar às sanções ocidentais.
"Eles precisam alimentar um bilhão todo dia
[...]. Foi um erro grave pensar que poderiam usar esse excelente mecanismo para
pressionar regimes autocráticos. Do próximo um bilhão que está para nascer, 70%
serão nessa região. Vamos encarar a realidade, eles querem desenvolvimento,
precisam dos recursos naturais da Rússia, de soluções russas, de comércio com a
Rússia", afirmou o empresário, ao falar de sua viagem pela Ásia, onde
comprovou a força dos países do Sul Global.
O FT ressalta que o comércio russo com a Índia
triplicou no primeiro semestre de 2023, enquanto o comércio com a China teve
uma alta de 32% nos primeiros oito meses.
O empresário também destacou que os esforços
ocidentais em fornecer armas à Ucrânia também não mudarão a situação atual na
região e que, em vez de resolver o conflito, esse fornecimento servirá apenas
prolongar o sofrimento e causar ainda mais perdas humanas.
"Acreditar que as sanções vão parar [o
conflito], ou criar uma mudança de regime que vá mudar ou de alguma forma nos
aproximar do fim do conflito [...], não. Nós precisamos de outra solução",
concluiu.
Ø Medvedev: Rússia está pronta para conflito com a OTAN, que se tornou
'um bloco abertamente fascista'
O Ocidente está empurrando o mundo para um conflito
global nunca visto desde a Segunda Guerra Mundial ao fornecer armas cada vez
mais potentes à Ucrânia e ao homenagear nazistas, disse o ex-presidente russo
Dmitry Medvedev em um post no Telegram.
Medvedev, que atualmente é vice-presidente do
Conselho de Segurança da Rússia, reagiu assim à alegada entrega de tanques de
combate M1 Abrams dos EUA à Ucrânia e ao escândalo envolvendo o Parlamento
canadense, quando o primeiro-ministro do país Justin Trudeau e o presidente
ucraniano Vladimir Zelensky aplaudiram de pé um ex-membro das Waffen SS.
"Parece que a Rússia está sendo deixada com
cada vez menos opções de escolha além de um conflito direto com a OTAN",
disse ele, destacando as informações de que Washington prometeu fornecer a Kiev
mísseis táticos de longo alcance ATACMS.
Medvedev afirmou que a OTAN "se transformou em
um bloco abertamente fascista semelhante ao Eixo de Hitler, só que maior,"
acrescentando que a Rússia está preparada para o enfrentar se for necessário.
"Estamos prontos, embora o resultado venha a
ser alcançado a um custo muito maior para a humanidade do que em 1945",
advertiu o ex-presidente russo.
Anteriormente ele já havia qualificado os
apoiadores ocidentais de Kiev como uma coalizão "pró-nazista" e
advertido sobre a possibilidade de um confronto direto entre a Rússia e a OTAN.
Fonte: Sputnik Brasil
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