Petróleo: o que é e para que serve?
O petróleo é
uma mistura de moléculas de carbono e hidrogênio que tem origem na decomposição de matéria orgânica,
principalmente plâncton, formada por meio da ação de bactérias em ambientes com
pouco oxigênio. No decorrer de milhões de anos, esse material se acumulou no fundo de
oceanos, mares e lagos. Ao ser pressionado pelos movimentos da crosta
terrestre, deu origem à substância que chamamos de petróleo.
·
De onde vem o petróleo?
Esse material é encontrado em bacias sedimentares
específicas, formadas por camadas ou lençóis porosos de areia, arenitos ou calcários. O petróleo é
classificado como um combustível fóssil, assim como o gás natural, já que se origina da lenta decomposição de
matéria orgânica.
Atualmente, o petróleo é o combustível fóssil mais utilizado. Isso acontece
porque o seu refinamento origina várias frações ou misturas de compostos
orgânicos com quantidades próximas de carbono, compondo seus derivados.
Vale lembrar que o petróleo é uma fonte de energia não renovável – ou seja, que se esgota na natureza. Além disso, essa energia de
origem orgânica é limitada e demora milhões de anos para se formar na natureza.
Por isso, a extração do petróleo e sua utilização foram e ainda são alvos de
conflitos envolvendo potências e países produtores e refinadores.
·
Composição química do
petróleo
O petróleo é
composto em grande parte por moléculas de carbono e hidrogênio, conhecidas
como hidrocarbonetos. Esses compostos formam a maior parte do petróleo, embora outras substâncias façam parte de sua
constituição.
Na composição química do petróleo também são encontrados
em menor quantidade nitrogênio, oxigênio, sais e resíduos de alguns metais. A
proporção dos elementos que o compõe é a seguinte:
- 82% de carbono;
- 12% de hidrogênio;
- 4% de nitrogênio;
- 1% de oxigênio;
- 1% de sais e resíduos de metais.
Características do
petróleo
As principais características do petróleo são:
- Oleosidade;
- Viscosidade
- Odor característico;
- Coloração que pode variar do incolor ao preto;
- Inflamabilidade;
- Densidade menor que a da água.
>>>> Reservas
e produção de petróleo
De acordo com dados da Central Intelligence Agency (Agência Central de Inteligência, em tradução livre), a Venezuela
é o país com as maiores reservas de petróleo do mundo, com 300,9 bilhões de barris. O segundo é a
Arábia Saudita, com 266,5 bilhões de barris. O Brasil aparece em 15º no
ranking, com 12,7 bilhões de barris da substância. Confira a lista dos países
com as maiores jazidas de petróleo do
mundo:
Posição |
País |
Barris (em milhões) |
1° |
Venezuela |
300,9 |
2° |
Arábia Saudita |
266,5 |
3° |
Canadá |
169,7 |
4° |
Irã |
158,4 |
5° |
Iraque |
142,5 |
6° |
Kuwait |
101,5 |
7° |
Emirados Árabes Unidos |
97,8 |
8° |
Rússia |
80 |
9° |
Líbia |
48,4 |
10° |
Nigéria |
37,1 |
11° |
Estados Unidos |
36,5 |
12° |
Cazaquistão |
30 |
13° |
China |
25,6 |
14° |
Catar |
25,2 |
15° |
Brasil |
12,7 |
Dentre esses países, existe a Organização
dos Países Exportadores de Petróleo (Opep),
que inclui os maiores países exportadores de petróleo do mundo. Eles são: Arábia Saudita, Irã, Kuwait,
Venezuela, Iraque, Argélia, Equador, Gabão, Indonésia, Líbia, Nigéria, Catar e
Emirados Árabes Unidos. Seu objetivo geral é estabelecer uma política comum
sobre a exportação do combustível fóssil para o resto do mundo.
·
Qual é a história do
petróleo?
Embora conhecido desde os primórdios da civilização
humana, a exploração de campos e a perfuração de poços de petróleo teve início somente em
meados do século XIX. A partir de então, a indústria petrolífera passou por
grande expansão, principalmente nos Estados Unidos e na Europa.
Apesar da forte concorrência com o carvão e outros
combustíveis considerados nobres à época, o petróleo passou a ser utilizado em larga escala,
especialmente após a invenção dos motores a gasolina e a óleo diesel. Durante muitas décadas, o petróleo foi o grande propulsor da economia internacional.
Ele chegou a representar, no início dos anos 1970,
quase 50% do consumo mundial de energia primária. Embora declinante ao longo do
tempo, sua participação nesse consumo ainda representa cerca de 39%, segundo a
Agência Internacional de Energia.
·
Onde se encontra o
petróleo no Brasil?
O termo pré-sal é usado no Brasil para se referir ao reservatório de petróleo encontrado na costa brasileira.
Trata-se de uma ocorrência de hidrocarbonetos em águas ultra-profundas da Bacia
de Santos. Sua descoberta foi anunciada no final de 2007 e aumentou a chance de
tornar o Brasil um dos maiores produtores de petróleo e gás do
mundo.
Segundo a Petrobras, as rochas do pré-sal funcionam como imensos
reservatórios de gás e petróleo situados sob uma extensa camada de sal, que se estende na região
costa-afora entre os estados do Espírito Santo e Santa Catarina, numa faixa com
cerca de 800 km de comprimento por 200 km de largura. Nessa faixa, a lâmina
d’água varia de 1.500 a 3.000 metros de profundidade, e os reservatórios estão
localizados sob uma pilha de rochas com 3.000 a 4.000 metros de espessura,
situada abaixo do fundo marinho.
·
Como o petróleo se
transforma em energia?
Além de serem predominantes no setor de
transportes, os derivados do petróleo também
são responsáveis pela geração de energia elétrica em diversos países do mundo.
É possível gerar energia elétrica a partir da queima desses derivados em
caldeiras, turbinas e motores de combustão interna. Os derivados de petróleo normalmente usados para
essa finalidade são o óleo de combustível, o óleo ultra-viscoso, o óleo diesel
e o gás de refinaria.
Esses derivados constituem parte significativa da
matriz energética em países como Estados Unidos, Japão, México, Arábia Saudita,
Itália e China. No Brasil, a geração de energia elétrica a partir de derivados
de petróleo não é tão
expressiva por conta do histórico de predominância da energia hídrica.
No entanto, há usinas termoelétricas que produzem
eletricidade a partir de derivados de petróleo para atenderem ocorrências de picos no sistema
elétrico. Elas são usadas principalmente para suprir a demanda de comunidades
não atendidas pelo sistema interligado de energia elétrica.
·
Refino de petróleo
Nas refinarias, o petróleo passa por diferentes processos até que seja obtida a
qualidade desejada para determinada finalidade. O refino do petróleo se dá por meio das
seguintes etapas:
·
Separação
Os processos de separação visam retirar componentes
específicos do petróleo, ou
“quebrar” o petróleo até
suas frações básicas. São alterações de âmbito físico, em que são necessárias ações
de energia (modificação de temperatura ou pressão) ou de massa (relações de
solubilidade a solventes).
A destilação é uma das etapas deste processo de
separação. É por meio dela que o petróleo é
vaporizado e depois condensado por ações de temperatura e pressão.
Esse processo visa a obtenção de gás combustível,
gás liquefeito, nafta, querosene, gasóleos (atmosférico e de vácuo) e resíduo
de vácuo. O rendimento dos produtos varia de acordo com o óleo cru que foi
processado.
·
Conversão
Os processos de conversão são usados para alterar a
composição química de uma fração específica de petróleo, em busca de melhorias de qualidade, como no caso da
transformação de gasóleos e resíduos em nafta, querosene ou diesel. Essa etapa
compreende os procedimentos de craqueamento, alquilação e reformas catalíticas,
e varia de acordo com o óleo cru e o derivado que se deseja obter.
·
Tratamento do petróleo
O processo de tratamento busca remover impurezas
existentes no petróleo,
como enxofre, nitrogênio, metais e outros componentes que causam efeitos
indesejáveis aos derivados. Aperfeiçoar as técnicas de tratamento permite
mitigar os impactos causados pela emissão de gases na atmosfera.
·
Geração de energia
elétrica
A produção de energia elétrica a partir dos
derivados de petróleo se
inicia com o processo de queima do material em uma câmara de combustão.
Primeiro, o calor obtido é utilizado para aquecer e aumentar a pressão da água,
transformando-a em vapor. Por sua vez, esse calor movimenta as turbinas,
transformando a energia térmica em mecânica.
Então, o movimento das turbinas coloca em operação
um gerador, que transforma a energia mecânica em energia elétrica. Em seguida,
o vapor é redirecionado para um condensador, onde será resfriado para retornar
ao estado líquido e ser usado como água pelo sistema de caldeiras.
Os poluentes contidos nos derivados de petróleo são emitidos para a
atmosfera durante as etapas de combustão e de resfriamento, de forma que o
volume e o tipo de gás emitido variam de acordo com a composição do combustível
queimado e as condições de dispersão dos poluentes.
Quanto mais denso for o combustível, maior é o
potencial de emissões. Esse é um dos motivos pelos quais os óleos diesel e
ultraviscoso são considerados derivados com alto potencial de poluição.
Recentemente, esforços vêm sendo aplicados para melhorar as tecnologias de
conversão de energia, para melhorar a eficiência dos sistemas e captar os gases
poluentes.
·
Impactos socioambientais
do petróleo
Os principais impactos da geração de energia elétrica a partir de derivados de petróleo decorrem da emissão de
poluentes na atmosfera, principalmente os chamados gases de
efeito estufa. O acúmulo de altas concentrações de gases de
efeito estufa na atmosfera bloqueia o calor emitido pelo sol e o prende na
superfície terrestre, intensificando o aquecimento global.
A principal consequência da intensificação do
aquecimento global é o derretimento de geleiras e calotas polares, fenômeno responsável por causar a elevação do nível
do mar e o alagamento de áreas costeiras. Esse
processo atinge grandes contingentes de pessoas e animais silvestres e altera a
biodiversidade dessas regiões.
Entre outros poluentes atmosféricos decorrentes da
queima de derivados de petróleo,
destacam-se o dióxido de enxofre (SO2) e o material particulado, constituído de pó e cinzas em suspensão.
Além de alterações na biodiversidade local, esses
poluentes provocam diversos problemas à saúde humana, como distúrbios
respiratórios, alergias, lesões degenerativas no sistema nervoso e em órgãos
vitais e câncer. Tais distúrbios tendem a se agravar no inverno, quando
inversões térmicas provocam o aprisionamento do ar quente e dificultam a
dispersão dos poluentes.
·
Prejuízo aos ecossistemas
Para piorar, o petróleo pode ser liberado no meio ambiente como resultado de
uma série de eventos, tais como acidentes com navios petroleiros.
Ao ser derramado no meio ambiente, o petróleo desencadeia diversos
prejuízos aos ecossistemas, causando alterações químicas e físicas no ambiente,
além de prejudicar a vida existente no local.
No ambiente marinho, o petróleo impede a passagem de luz, o que prejudica organismos
fotossintetizantes, como fitoplânctons. Com a redução do fitoplâncton, o zooplâncton, que se alimenta desses
organismos, acaba tendo sua reserva de alimento reduzida. Desse modo, o petróleo afeta negativamente toda
a cadeia alimentar.
Os manguezais também podem sofrer com essa poluição. Nesses ecossistemas, o petróleo atinge o sistema
radicular das plantas, impedindo que elas absorvam nutrientes e oxigênio. Além
disso, os animais que utilizam a região para se reproduzir também podem ser afetados,
como é o caso dos caranguejos e de diversas outras espécies.
Os animais aquáticos podem morrer em consequência
do derramamento de petróleo.
Eles podem se intoxicar com a substância, morrer por asfixia ou até mesmo
porque ficaram presos no óleo. Esse tipo de intoxicação compromete os sistemas
nervoso e excretor desses animais. A poluição do meio ambiente por petróleo também causa prejuízos
diretos ao ser humano, afetando o turismo e a atividade pesqueira da região.
Fonte: eCycle
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