sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Interesses, eleições e erro estratégico de Zelensky: Polônia abre o jogo sobre Alemanha e Ucrânia

A Alemanha está por trás das tensões entre a Ucrânia e a Polônia, que vê como perigosa uma aliança ucraniano-polonesa para seus interesses, afirmou o vice-ministro das Relações Exteriores da Polônia, Arkadiusz Mularczyk.

Em entrevista ao portal Fronda.pl, a autoridade polonesa assegurou que a Ucrânia cometeu um "grande erro estratégico" ao optar por fortalecer suas relações com Berlim, sacrificando os laços com Varsóvia.

"Acredito que isso responde em grande parte a uma iniciativa dos próprios alemães, que decidiram que a aliança estratégica ucraniano-polonesa resulta muito inconveniente e perigosa para eles, pois desloca o centro de tomada de decisões do Ocidente ao Oriente", afirmou.

Mularczyk também assegurou não ter dúvida de que Zelensky recebeu "algumas promessas econômicas ou políticas", que a Alemanha não cumprirá de forma alguma.

O objetivo a curto prazo de Berlim é "criar tensões entre Kiev e Varsóvia no período que antecede as eleições" na Polônia, para criar obstáculos na reeleição do governo da Direita Unida, destacou o político polonês.

·         Em visita a Kiev, Stoltenberg volta a dizer que entrada da Ucrânia na OTAN é uma 'questão de tempo

Em julho deste ano, Stoltenberg já havia dito que a Ucrânia estava "mais perto do que nunca" de ingressar na Aliança Atlântica.

Em uma entrevista após visita surpresa a Kiev hoje (28) encontro com o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, Stoltenberg enfatizou que a entrada da Ucrânia na OTAN é "uma questão de tempo".

O secretário-geral anunciou que a OTAN tinha agora contratos abrangentes em vigor com empresas de armamento no valor de € 2,4 milhões (R$ 12, 7 milhões) para munições essenciais.

Por sua vez, Zelensky aproveitou a visita, que também contou com a presença dos ministros da Defesa do Reino Unido e da França, para fazer lobby por mais sistemas de defesa aérea.

"O secretário-geral concordou em empreender esforços para nos ajudar e apoiar nesta questão [de defesa aérea], para mobilizar os Estados-membros da aliança", afirmou o presidente ucraniano.

Moscou já declarou diversas vezes que qualquer arma enviada para o território ucraniano será alvo legítimo das Forças Armadas russas.

Hoje (27), o governo russo anunciou que aumentará os gastos com defesa em quase 70% para o próximo ano, canalizando recursos maciços para a sua operação na Ucrânia a fim de combater o que classifica de "conflito híbrido" desencadeada pelo Ocidente.

<><> Chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA sai em meio a abordagens divergentes em Washington

Decisão chega em um momento em que a paciência do Ocidente com a Ucrânia está diminuindo, e com diferença no pensamento entre o Departamento de Estado e o Departamento de Defesa americanos.

Os departamentos de Defesa e de Estado dos EUA diferem em suas abordagens sobre a ajuda à Ucrânia, escreve na quarta-feira (27) o jornal norte-americano Politico, citando uma autoridade sênior da administração Joe Biden.

O jornal detalha que, embora Washington tenha inicialmente sido relutante em enviar sistemas de armas avançados, ele acabou aprovando, incluindo com a ajuda de aliados, a entrega de lançadores múltiplos de foguetes Himars, sistemas de defesa antiaérea Patriot, tanques M1 Abrams, caças F-16, munições de fragmentação e projéteis de urânio empobrecido, e também mísseis ATACMS com um alcance de aproximadamente 300 quilômetros.

De acordo com o jornal, as autoridades dos EUA reconhecem que o Pentágono adere à "abordagem deliberada e baseada em processos" ao avaliar as necessidades do campo de batalha ucraniano. No entanto, Lloyd Austin, secretário de Defesa, e Mark Milley, presidente cessante do Estado-Maior Conjunto, reiteraram que sua prioridade é garantir que Kiev tenha o armamento necessário à sua disposição.

"Uma coisa que estava e continua em minha mente todos os dias é a gestão da escalada", disse Milley, segundo o Politico.

"O fato é que a Rússia tem armas nucleares, ponto final, e eles têm a capacidade de destruir a humanidade. Não se deve brincar com isso."

Segundo a fonte do Político, "o [Departamento de] Estado procura oportunidades, o Departamento de Defesa procura ameaças".

"As pessoas do Departamento de Defesa diriam que precisam pensar nos prós e contras de cada decisão de armamento, e essa responsabilidade recai sobre eles", resumiu a fonte do Politico.

A saída de Milley, que acontecerá nesta sexta-feira (29), acontece em um momento em que "o Ocidente mostra sinais de estar ficando sem armas e sem paciência com a Ucrânia", destaca a mídia norte-americana.

A Casa Branca comprometeu-se a fornecer a Kiev armamentos no valor total de US$ 43,9 bilhões (R$ 221,08 bilhões) desde o início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, informou na última quinta-feira (21) um boletim informativo do Pentágono.

 

Ø  Belarus diz que helicóptero polonês violou seu espaço aéreo e envia aviões militares; Varsóvia nega

 

Nesta quinta-feira (28), Belarus disse que um helicóptero polonês violou seu espaço aéreo e disse que, em resposta, enviou aeronaves militares ao local. A suposta ação eleva ainda mais as tensões entre os dois países.

A Polônia negou "inequivocamente estes relatórios" e disse que "nenhum dos helicópteros poloneses cruzou o espaço aéreo de Belarus", declarou um porta-voz do Comando Operacional das Forças Armadas da Polônia à Reuters.

"Por volta das 15h20 [09h20 do horário de Brasília), a aeronave cruzou a fronteira da República de Belarus, voou a uma profundidade de até 1,5 quilômetro. Às 16h22 [10h22 de Brasília], o helicóptero violou repetidamente a fronteira do Estado, indo a 300 metros de profundidade", afirmou o Ministério da Defesa belarusso.

O Ministério das Relações Exteriores belarusso convocou o encarregado de Negócios polonês, Marcin Wojciechowski, para protestar e exigiu que Varsóvia conduzisse "uma investigação objetiva sobre o incidente" e tomasse medidas para prevenir tais incidentes no futuro.

A suposta ação eleva claramente as tensões entre os dois países que se encontram em progressiva divergência, principalmente depois que a Polônia decidiu fechar uma parte de sua fronteira com Belarus e envio um grande número de tropas militares para região.

Em agosto, Varsóvia também acusou Minsk de violar seu espaço aéreo, e os atritos fizeram com que os Estados Unidos, através da OTAN, lançaram um comunicado dizendo que "não consideram que a OTAN esteja diante de um cenário em que deva trazer seu Artigo 5 de defesa coletiva", conforme noticiado.

 

Ø  Na Eslováquia, os fundos recebidos dos EUA podem ser usados na compra de fuzis

 

O Ministério da Defesa eslovaco propõe utilizar os fundos recebidos dos Estados Unidos para comprar 5 mil fuzis de assalto M4A1 com um custo total de US$ 17,4 milhões (R$ 87,7 milhões), de acordo com documentos da entidade apresentados ao governo.

Em setembro de 2022, o Ministério da Defesa da Eslováquia recebeu US$ 205,8 milhões (R$ 1 bilhão) de fundos americanos, dos quais US$ 200 milhões poderiam ser utilizados para a compra de novo equipamento militar e o restante para meios de defesa contra drones. Os meios financeiros foram atribuídos a partir de fundos do Financiamento Militar Estrangeiro (FMF, na sigla em inglês) destinados à modernização de forças armadas estrangeiras, neste caso, do Exército eslovaco. Em julho de 2023, o gabinete de ministros eslovaco aprovou a utilização de US$ 189,9 milhões (R$ 957,8 milhões) para a compra de 160 veículos militares da empresa americana Oshkosh.

"O objetivo do documento é apresentar ao governo informações sobre a intenção do Ministério da Defesa de comprar fuzis de assalto M4A1 de 5,56 mm por um custo total de US$ 17,4 milhões (R$ 87,7 milhões) através do uso de fundos do FMF", afirma a proposta.

De acordo com os dados do MD eslovaco, isto iria satisfazer a necessidade do Exército em 5 mil fuzis de assalto M4A1 e as suas entregas, caso o governo aprove esta proposta, estão previstas para 2025.

Uma condição do subsídio é que os recursos sejam usados para comprar equipamentos de fabricantes norte-americanos.

 

Ø  Hungria apela a não dar à Ucrânia um único centavo do orçamento da EU

 

A Ucrânia não receberá um único centavo do orçamento da União Europeia (UE) até que a Hungria receba o dinheiro que lhe é devido dos fundos europeus, já que é necessário um apoio unânime para alterar o orçamento da UE, disse o chefe do gabinete do primeiro-ministro húngaro, Gergely Gulyas.

"[...] Сomo é necessário apoio unânime para alterar o orçamento da UE, um país que não pertencente à UE não receberá um centavo do orçamento da UE até que um Estado-membro receba o que lhe é legalmente devido", disse Gulyas em uma reunião do governo.

A Comissão Europeia estava abusando de seus poderes, atrasando "de forma absurda e irritante" o pagamento de dinheiro dos fundos da UE para a Hungria sob pretextos rebuscados, acrescentou ele.

"Esperamos que eles façam novas perguntas, não porque o dinheiro foi gasto em outra coisa, Deus nos livre, dado a um país não pertencente à UE. A Hungria responderá às perguntas e espera que a Comissão Europeia não continue protelando, quebre as regras e pague o dinheiro devido à Hungria [...]. Não há motivo para a CE [Comissão Europeia] continuar se comportando dessa maneira", resumiu Gulyas.

Anteriormente, a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que a CE havia revisado o orçamento plurianual da UE para o período de 2024 a 2027 e propôs que os países o aumentassem em € 66 bilhões (cerca de R$ 349 bilhões) para ajudar a Ucrânia, implementar programas de migração e refugiados e fortalecer a competitividade da união.

O primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán chamou a oferta de frívola porque não se sabe para onde foi o dinheiro dado a Kiev anteriormente.

Em meados de setembro de 2022, a Comissão Europeia propôs ao Conselho da UE introduzir contra a Hungria o mecanismo condicional no orçamento europeu. Isso implicaria o congelamento de cerca de 7,5 bilhões de euros (R$ 38 bilhões) do financiamento para Budapeste. O caso é o primeiro na história da União Europeia, desde que, há dois anos, foi criado o mecanismo de condicionamento, destinado a proteger o orçamento do bloco da corrupção.

A Comissão Europeia continua a bloquear os fundos da UE para a Hungria porque quer influenciar a posição da Hungria sobre migração, educação sexual, ajuda à Ucrânia e sanções, mas Budapeste não pretende mudar seu ponto de vista sobre essas questões, que considera fundamentais, disse o primeiro-ministro húngaro. O país deve estar preparado para sérios ataques da UE, porque "Bruxelas e a máquina de propaganda liberal" não são seletivas quanto aos meios e usam todos os tipos de chantagem contra Budapeste, afirmou, por sua vez, o ministro das Relações Exteriores húngaro Peter Szijjarto.

 

Ø  UE pretende reforçar capacidades de defesa para combater a Rússia, relata mídia

 

A União Europeia (UE) planeja reforçar suas capacidades de defesa para enfrentar a Rússia, informou o jornal Politico, com referência ao projeto de declaração da cúpula da Comunidade Política Europeia.

"A UE deverá reforçar as suas capacidades de defesa para combater a Rússia em um ambiente global ameaçador", observa-se na declaração.

Assim, segundo o documento do portal, a UE pretende desenvolver a base tecnológica e industrial nos países europeus, incluindo através de um aumento de investimento.

De acordo com o projeto de declaração, a União Europeia planeja realizar os trabalhos preparatórios necessários para o futuro alargamento da união, que é considerado "investimento em paz, segurança, estabilidade".

Como anteriormente referido, a cúpula da Comunidade Política Europeia realizar-se-á na cidade espanhola de Granada da Comunidade Autônoma da Andaluzia, em 5 de outubro.

Por sua vez, na terça-feira (27), o representante interino da Rússia na UE, Kirill Logvinov, disse à Sputnik que os gastos não planejados com a defesa, incluindo a ajuda à Ucrânia, forçarão a União Europeia a moderar ambições em outras áreas importantes para a união.

 

Ø  Xi Jinping considera a reunificação com Taiwan 'inevitável' e que 'nenhuma força a pode impedir'

 

A reunificação total da China com Taiwan é historicamente inevitável e nenhuma força pode impedi-la, afirmou o presidente chinês Xi Jinping.

"Devemos manter a adesão ao princípio de Uma Só China e ao Consenso de 1992, promover o desenvolvimento pacífico das relações entre os dois lados do estreito de Taiwan, aprofundar o desenvolvimento integrado dos dois lados do estreito de Taiwan, salvaguardar os interesses fundamentais da nação chinesa e promover o bem-estar dos compatriotas de ambos os lados do estreito", disse Xi Jinping em uma recepção pelo 74º aniversário da fundação da República Popular da China, que o país celebrará em 1º de outubro.

"A realização da reunificação total da pátria é uma aspiração comum do povo e pela tendência dos tempos ela é historicamente inevitável e nenhuma força a pode impedir", acrescentou o presidente chinês.

Os laços oficiais entre a China e a ilha de Taiwan foram rompidos em 1949, depois que as forças do partido nacionalista Kuomintang sofreram uma derrota na guerra civil contra o Partido Comunista e se mudaram para aquele arquipélago. As relações foram restauradas apenas no nível comercial e informal no final dos anos 1980. Desde o início da década de 1990, as partes têm estado em contato através de organizações não governamentais.

A liderança chinesa tem afirmado repetidamente que Pequim procurará a reunificação pacífica com a ilha, mas nunca prometerá abandonar o recurso à força militar, se necessário.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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