Dinheiro pelo ralo: Novo VLT de Salvador deve custar R$ 3,5 bilhões
Os novos editais do VLT de Salvador devem ser
lançados até o próximo dia 30 de setembro. A ideia é anunciar no final do mês
não apenas o projeto para o trecho entre Paripe e Calçada, que substituirá o
tradicional trem do Subúrbio, mas também os trechos entre Paripe e Águas
Claras, através da Estrada do Derba, e entre Águas Claras e Piatã, entre as
avenidas 29 de Março e Orlando Gomes.
Conforme documentos oficiais obtidos pelo portal A
TARDE, o custo das obras está estimado na soma de R$ 3.491.037.125,29,
considerando os três trechos do VLT de Salvador e as intervenções
complementares nas vias em que passará o novo modal de transporte.
A maior parte do custo está no trecho considerado
prioritário pelo governo da Bahia: o Subúrbio Ferroviário. Serão R$
1.691.134.607,18 investidos no sistema VLT entre Paripe e a Calçada,
substituindo a antiga ferrovia que atravessava a Avenida Suburbana.
Os trechos que atravessam a Estrada do Derba e as
avenidas 29 de Março e Orlando Gomes também têm previsão de alto investimento,
mas abaixo do trecho suburbano. São R$ 1.127.762.518,11 entre Paripe e Águas
Claras e R$ 672.140.000,00 para interligar a nova rodoviária estadual, nas
proximidades da BR-324, à Orla Atlântica, em Piatã.
Os valores seriam referentes a todo o sistema VLT,
com obra estática de suporte, operação, equipamentos rodantes, trens, parte
elétrica, comunicação e outros detalhes que envolvem o modal de transporte.
Os trechos da Suburbana e da Estrada do Derba já
estão com praticamente tudo definido e chegaram a ter previsão de lançamento
dos editais para esta sexta-feira, 1º de setembro. Entretanto, a pedido do
governador Jerônimo Rodrigues (PT), os textos editalícios só devem ser
publicados no final do mês, para que o terceiro trecho do VLT também esteja com
seu projeto todo definido.
A intenção do governo da Bahia é finalizar as
licitações até o final do ano, para entrar em 2024 com as obras já iniciadas.
Procurada pelo portal A TARDE nesta quinta-feira,
31, a secretária estadual de Desenvolvimento Urbano, Jusmari Oliveira (PSD),
confirmou que a ideia é lançar o projeto completo no final de setembro, ligando
Paripe a Calçada, mas também a Piatã. A prioridade, porém, é o Subúrbio, com
quem o governo da Bahia se sente em dívida.
“O projeto que nós estamos concebendo, e foi
exatamente por isso a demora, é até Piatã. Nós vamos licitar todo o projeto
junto. A prioridade continua sendo o trecho do Subúrbio, mas estamos deixando o
projeto todo pronto, porque a decisão do governador é levar até Piatã. Estamos
em débito com a comunidade do Subúrbio, mas vamos fazer o projeto inteiro”,
reforçou a secretária.
VAGÕES
Nesta quarta-feira, 30, o portal A TARDE revelou
que o governo da Bahia está em negociações para adquirir todo o equipamento
rodante do VLT do Mato Grosso, que ligaria os municípios de Cuiabá e Várzea
Grande, mas acabou não sendo colocado em prática. O material negociado entre os
estados é composto por 40 trens, somando 280 vagões.
Comprados pelo governo do Mato Grosso em 2012 junto
a uma empresa espanhola, os vagões nunca foram utilizados, já que o VLT de
Cuiabá-Várzea Grande jamais ficou pronto. De acordo com apuração do portal A
TARDE, o equipamento tem uma vida útil de 30 anos e custou R$ 497 milhões ao
estado matogrossense.
O governo da Bahia tem interesse na compra de todo
o equipamento, considerando que a quantidade é necessária para o funcionamento
eficiente do VLT de Salvador e que a negociação do material rodante por inteiro
pode facilitar o entendimento entre as partes.
• Trens
do VLT de Cuiabá têm vida útil de 30 anos
Alvo de interesse do Governo da Bahia para
implantação no VLT do Subúrbio Ferroviário de Salvador, os trens que
inicialmente integrariam o VLT de Cuiabá-MT, foram adquiridos em 2012, possuem
vida útil de 30 anos e estão sob responsabilidade de um consórcio, que dá
manutenção periódica ao modal desde a aquisição. O equipamento tem capacidade
de transportar mais de 160 mil pessoas por dia.
O governo do Mato Grosso comprou os trens em 2012,
por R$ 497 milhões, junto à empresa CAF, com matriz na Espanha, antes mesmo do
início das obras do modal na cidade, que deveria ser entregue em 2014, antes da
Copa do Mundo no Brasil.
A empresa é uma das integrantes do Consórcio VLT
Cuiabá-Várzea Grande. A obra não deu sequência e o modal foi substituído pelo
BRT. Como consequência disso, os vagões nunca foram utilizados, ficando parados
pelos últimos 11 anos.
O Portal A TARDE revelou na quarta-feira, 30,
detalhes da negociação envolvendo os dois governos estaduais, inclusive,
confirmando o interesse do governo baiano na aquisição de todos os trens, por
parte da secretária de Desenvolvimento Urbano, Jusmari Oliveira.
Temos sim interesse. O TCU está promovendo a
intermediação das negociações e se realizar nos facilitará muito a implantação
podendo inclusive reduzir prazos de entrega - secretária de Desenvolvimento
Urbano, Jusmari Oliveira
As negociações se iniciaram na última sexta-feira,
25, com a criação de um grupo de trabalho (GT), por parte do Tribunal de Contas
da União (TCU), que busca uma solução consensual acerca da destinação dos
vagões do VLT de cuiabá, que acabou tendo seu contrato rescindido.
O GT é formado por representantes dos dois governos
estaduais, além do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE-BA) e do Tribunal
de Contas do Mato Grosso (TCE-MT).
No caso da Bahia, o governo Jerônimo está sendo
representado pela Casa Civil, do secretário Afonso Florence (PT), e pela
Procuradoria Geral do Estado (PGE), da procuradora Bárbara Camardelli, que têm
o prazo de 30 dias para realizar o levantamento das informações e avaliar as
soluções juridicamente viáveis.
>> O que diz o governo da Bahia
Por meio da Casa Civil, envolvida diretamente na
negociação, o governo da Bahia afirmou que está disposto a adquirir os equipamentos
rodantes do VLT do Mato Grosso, para dar celeridade ao processo de construção
do novo modal do Subúrbio Ferroviário de Salvador. O governador Jerônimo
Rodrigues ainda não falou abertamente sobre a aquisição.
>> O que diz o governo do Mato Grosso
Após a Casa Civil do Mato Grosso não ter se
manifestado sobre o interesse, a secretária de Comunicação do Estado, Laice
Souza, afirmou que as informações sobre o tema devem ser tratadas diretamente
com o TCU.
No entanto, o governador Mauro Mendes (União Brasil-MT)
afirmou à imprensa de Cuiabá que o Estado não tem nenhuma objeção quanto à
criação do Grupo de Trabalho para negociar a venda dos trens e que busca a
“destinação consensual” dos vagões do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT).
Segundo o gestor, o único interesse do governo “é
receber de volta os valores gastos com as compras dos vagões”.
>> Interesse da Câmara dos Deputados
O assunto referente à venda dos trens do VLT de
Cuiabá já chegou na Câmara dos Deputados e uma subcomissão formada por
parlamentares membros e não membros da Comissão de Desenvolvimento Urbano já
está se debruçando sobre o assunto.
“Estamos estabelecendo uma subcomissão para
acompanhar justamente isso. Essa venda não há ainda um posicionamento firme de
todas as partes. Não temos nenhuma posição firme e queremos saber como vai ser
feita essa negociação, se tem segurança jurídica. Tem que ver se no futuro o
Estado do Mato Grosso não terá de devolver o dinheiro, se a Bahia vai manter o
negócio até o final. A gente não quer atrapalhar negócio para nenhuma das
partes”, afirmou o deputado federal Abilio Brunini (PL-MT) ao Portal A TARDE.
>> VLT do Subúrbio
Recentemente, o governo da Bahia rescindiu o
contrato que tinha com o consórcio chinês Skyrail, para a construção de um novo
modal de transporte no Subúrbio de Salvador. A obra já estava contratada, mas
nunca foi iniciada, devido a discordâncias entre as partes acerca do valor a
ser investido pelo estado na construção.
Após conversas com a participação do TCE-BA, o
governo da Bahia e a Skyrail decidiram rescindir o contrato de forma amigável,
encerrando a ideia de construir um monotrilho entre os bairros de Paripe e do
Comércio, na Cidade Baixa de Salvador.
O governo da Bahia avalia agora a elaboração de um
novo edital para a construção do VLT, que só deve sair após o fim das
negociações no GT com o estado do Mato Grosso. Também não está descartada a
possibilidade de uma gestão direta, com obras e administração sob
responsabilidade da gestão estadual baiana.
• Bruno
Reis comenta investida do Estado nos vagões do VLT de Cuiabá
O prefeito Bruno Reis (UB) comentou nesta
quinta-feira, 31, sobre a investida do Governo do Estado para a aquisição dos
40 trens que fazem parte do sistema de VLT de Cuiabá-MT. Os detalhes da
negociação foram revelados pelo Portal A TARDE, na quarta-feira, 30.
Segundo Bruno, se a compra dos 40 trens for a saída
mais rápida do governo para o restabelecimento do sistema de transporte do
Subúrbio de Salvador, terá todo o apoio da Prefeitura.
"Não, não estou acompanhando. Eu sou a favor
do VLT, como eu sou a favor da ponte, sou a favor de qualquer iniciativa que
melhore a vida das pessoas. Se essa for a melhor solução, for a solução mais
rápida para restabelecer esse modal de transporte que prejudicou tanto a
população do Subúrbio, que foi a retirada dos trilhos do antigo trem, do
funcionamento do antigo trem, conta com todo o apoio da Prefeitura",
afirmou.
Em outra matéria exclusiva do Portal A TARDE, já
nesta quinta-feira, 31, traz a informação de que o novo VLT de Salvador deve
custar R$ 3,5 bilhões
Conforme apuração de A TARDE, os novos editais do
VLT de Salvador devem ser lançados até o próximo dia 30 de setembro. A ideia é
anunciar no final do mês não apenas o projeto para o trecho entre Paripe e
Calçada, que substituirá o tradicional trem do Subúrbio, mas também os trechos
entre Paripe e Águas Claras, através da Estrada do Derba, e entre Águas Claras
e Piatã, entre as avenidas 29 de Março e Orlando Gomes.
O plano do governo Jerônimo Rodrigues (PT),
inclusive, é entrar em 2024 com as obras iniciadas, com prioridade para o
Subúrbio.
Fonte: A Tarde
Nenhum comentário:
Postar um comentário