terça-feira, 1 de agosto de 2023

Sedentarismo pode ser tão perigoso à saúde quanto fumar, diz estudo

Está longe de cumprir com uma rotina de exercícios físicos no seu dia a dia? Está na hora de rever as suas escolhas. Ainda mais depois de um estudo de pesquisadores da Pennington Biomedical Research Center e Arnold School of Public Health, University of South Carolina. Onde as instituições estadunidenses compararam inatividade física e sedentarismo com hábito de fumar.

•        Relação da inatividade física e sedentarismo com hábito de fumar

Esse trabalho de pesquisa mencionou que o tempo entregue para comportamento sedentário em níveis de atividade física e aptidão cardiorrespiratória se relacionam com as taxas de mortalidade.

O levantamento citou na sequência a inatividade física com efeito deletério equiparado ao tabagismo e obesidade e a estimativa global que 9,4% de todas as 57 milhões de mortes no mundo do ano de 2008 podem ser atribuídas para inatividade física, o que significa mais de 5 milhões de óbitos pelo planeta.

Há ainda na sequência o acréscimo de que também se relaciona com os riscos de obesidade, diabetes mellitus tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares, fragilidade vinculada ao envelhecimento e câncer.

Diante dessas constatações, o que sobra é a recomendação de ao menos 250 minutos de exercícios físicos em média e alta intensidade, que associam força e atividades cardiorrespiratórias, para que um sujeito não seja sedentário.

•        Os reforços dos autores

Os estudiosos apontaram que essas diretrizes não sugerem recomendações sobre tempo sedentário ou metas para níveis de aptidão cardiorrespiratória. Ou seja, é interessante para a prevenção de doenças, envelhecimento tranquilo e redução da mortalidade prematura ampliar o foco da mensagem de saúde pública.

Dessa maneira, o objetivo da saúde pública seria não só incluir mais exercícios físicos. Mas também uma proposta de menos tempo sentado e com maior aptidão cardiorrespiratória.

•        A visão do cardiologista sobre inatividade física e sedentarismo com hábito de fumar

“A falta de atividade física regular pode ser tão prejudicial à saúde quanto o tabagismo? Bom, basicamente um corpo que não se mexe, né. É um corpo que não tem todos aqueles benefícios e não tem um condicionamento cardiovascular adequado. A resposta: a descarga de adrenalina desse corpo é maior. Você acaba tendo uma lesão na superfície dos vasos, que a gente chama de endotélio e acaba sendo mais exacerbada nos pacientes sedentários. Então, o corpo dele fica mais doente”, respondeu com exclusividade para o Sport Life o cardiologista dos Hospitais Universitário Cajuru e São Marcelino Champagnat Dr. Gustavo Lenci Marques.

É adepto do tabagismo, de um longo tempo de sedentarismo e com direito a uma alimentação inadequada? Calma que há uma solução proposta pelo doutor Gustavo para abandonar esses hábitos.

“Eu coloco aqui que parar de fumar e praticar exercício é também uma dieta, né? Uma dieta adequada com menos produtos industrializados e menor consumo calórico. São os três pilares: uma alimentação saudável, não fumar e praticar exercício por uma vida longa”, encerrou Lenci Marques.

 

       Brasil segue sendo exemplo, mas o cigarro avança no país, diz OMS

 

Apesar do sucesso das políticas públicas de combate ao cigarro, 10% da população adulta brasileira ainda fuma diariamente no país. É o que aponta o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o combate à epidemia de tabaco, divulgado nesta segunda-feira (31/7).

O documento faz um panorama global do combate ao cigarro e aponta o Brasil como um dos melhores exemplos de sucesso. Os técnicos alertam, entretanto, que as políticas públicas do país estão estagnadas. A maioria das leis (inclusive a anti-tabaco e a de distribuição de nicotina a dependentes) foram implementadas entre 2002 e 2015 e desde então há novas iniciativas.

Além disso, mesmo com a taxação de mais de 80% de impostos sobre o cigarro, o produto se tornou mais barato no país nos últimos anos em relação ao que era há uma década (comparando os valores em dólares). Além do Brasil, apenas outros oito países ficaram com cigarros proporcionalmente mais baratos nos últimos anos.

•        Cigarro e vape avançam no país

O relatório denuncia ainda que apesar de o cigarro estar banido de todos os ambientes fechados no país, em bares e boates, o respeito social a esta norma é de nota seis de um máximo de 10. No transporte público, por exemplo, o Brasil alcançou a nota máxima e em restaurantes ficou com nove.

O relatório aponta que parte desta ameaça pode estar nos cigarros eletrônicos. Os vapes quebram as barreiras de publicidade e conseguem um alto engajamento com a juventude. Apesar de seu uso estar sendo proibido em muitos países, como já é no Brasil, para a OMS os vapes são a maior ameaça recente às políticas anti-tabagistas.

“Os vapes atingem especialmente crianças e adolescentes ao serem disponibilizados com sabores e visuais atraentes. Surpreendentemete, muito pouco tem sido feito no mundo para proteger os menores destes dispositivos”, diz o relatório.

Políticas públicas brasileiras são exemplo

Apesar dos desafios, o caso do Brasil segue sendo uma referência para a OMS. Segundo o relatório, ao menos 15 mil crianças brasileiras foram salvas de mortes prematuras no Brasil graças às políticas de zero cigarro em ambientes fechados no Brasil.

De acordo com o relatório, 1,3 milhão de pessoas morre ao ano por serem fumantes passivos no mundo, mas exemplos como os das políticas brasileiras têm salvo muitas vidas. Inspirados no modelo brasileiro, o número de países que aprovou leis anti-tabagistas subiu de 10 em 2007 para 74 em 2022.

O Brasil é um dos únicos quatro países do mundo que cumpre todos os seis critérios básicos de prevenção contra o tabaco. Além de nós, Turquia, Mauritânia e Holanda cumprem os seguintes critérios:

•        Monitorar o uso e as políticas de prevenção;

•        Proteger as pessoas da fumaça do cigarro;

•        Oferecer ajuda gratuita a quem quer deixar de fumar;

•        Divulgar publicamente os perigos do uso do tabaco;

•        Criar barreiras para a publicidade de cigarro;

•        Aumentar os impostos contra a indústria do tabaco.

 

Fonte: Sport Life/Metrópoles

 

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