O que foi o
Universo 25, considerado o experimento mais assustador da história
Você
já ouviu falar do experimento conhecido como Universo 25? O cientista
especializado em comportamento animal, John B. Calhoun, dedicou-se a estudar o
impacto de questões demográficas, como a superpopulação, no comportamento
social e individual de roedores, como ratos e camundongos.
Esse
experimento é considerado um dos mais perturbadores da história devido aos
resultados surpreendentes e consistentes que foram obtidos ao longo das
repetições (e por servirem de uma analogia para nossa sociedade).
Tudo
começou na segunda metade dos anos 1950, quando John Calhoun iniciou seu
trabalho no Instituto Nacional de Saúde Mental. Ele colocou de 32 a 56 roedores
em uma caixa com 12 metros quadrados, dividida em quatro compartimentos. No
ambiente, não faltavam recursos: havia diversão, comida e água em abundância,
além de locais adequados para reprodução e gestação.
Com
as condições de vida de alto padrão, os ratos começavam a se reproduzir e
rapidamente chegavam a um estágio de superpopulação.
Surgiram
conflitos hierárquicos e problemas de saúde mental que afetaram toda a
população, o que Calhoun denominou de "ralo comportamental". A
descrição do comportamento social dos ratos durante o auge demográfico desses
experimentos pode ser conferida na principal publicação de John Calhoun,
na Scientific American, em 1962, o 'Population Density and Social Pathology'.
No
'Universo 25', assim denominado por ser a vigésima quinta repetição desse
experimento, os ratos atingiram uma população de quase 2 mil indivíduos.
“Muitas
[ratas] eram incapazes de levar uma gravidez até o fim ou, quando conseguiam,
de sobreviver ao parir a ninhada. Entre os machos, os distúrbios de
comportamento iam desde desvios sexuais até canibalismo. Era um quadro
patológico no qual os indivíduos emergiam para comer, beber e se mover apenas
quando outros membros da comunidade estivessem dormindo. A organização social
dos animais mostrou problemas similares”, afirma Calhoun no artigo.
Uma
hierarquia social começou a surgir e diversos ratos começaram a apresentar
problemas de saúde. No dia 560 do experimento, o crescimento populacional parou
e, quarenta dias depois, foi observada uma queda na população. Logo em seguida,
os ratos começaram a se matar. Após algumas semanas, a população foi
completamente extinta.
Até
hoje, muitos acreditam que o Universo 25 pode servir como uma analogia ao
problema da densidade populacional em sociedades humanas. Contudo, a própria
ideia do que é superpopulação está em debate entre geógrafos e cientistas
sociais. Portanto, antes de se atrever a falar que a pesquisa é prova contra o
crescimento demográfico, lembre: seres humanos não são ratos!
Ø
Anticoncepcional
para gatos? Entenda ideia de cientistas para conter superpopulação
Gatinhos
de rua são um problema para as zoonoses: além de não receber os tratamentos
adequados e terem uma péssima qualidade de vida, os bichanos que vagam pelas
cidades estão mais expostos a doenças perigosas. Mas como conter a
superpopulação?
Essa
é a missão dos pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts, do centro
de terapia genética Horae e do Jardim Botânico de Cincinatti.
Há
décadas, cientistas tem estudado uma alternativa à castração para poder conter
a população de gatos de rua nos EUA. E, agora, um pequeno estudo com terapia
genética pode revolucionar as perspectivas.
Após
anos tentando ministrar hormônios que não foram eficazes, os pesquisadores estudam
a possibilidade da injeção de terapia genética ajudar no controle populacional
dos gatinhos.
O estudo
publicado no periódico Nature Communications mostrou que, em uma pequena
população, a injeção fez efeito. Foram seis gatas recebendo a injeção e outras
três utilizadas como controle.
Então,
os veterinários observaram o comportamento delas por 2 anos, além de analisar
suas fezes para níveis de estrogênio. De fato, elas apresentaram a quantidade
de hormônios suficiente para reduzir a probabilidade de gravidez e não tiveram
prole, ao contrário das três que participaram do controle.
O
problema é justamente a escala da pesquisa: ainda que fazer uma terapia para 6
gatos tenha sido bem sucedido, não se sabe qual seria o impacto de um
tratamento deste tipo em larga escala.
Contudo,
os pesquisadores estão otimistas. "É a ferramenta perfeita para
controlar a superpopulação de gatos", afirma David Pépin, um biólogo
reprodutivo do Hospital Geral de Massachusetts, ao New York Times.
"Não
seria ótimo se pudéssemos enviar um técnico a campo para injetar gatos e depois
soltá-los?", diz Julie Levy, veterinária da Faculdade de Medicina
Veterinária da Universidade da Flórida, nos EUA.
Agora,
os pesquisadores aguardam receber mais financiamento para continuar a pesquisa
em larga escala e, assim, garantir mais qualidade de vida para os gatinhos do
mundo.
Fonte:
Fórum
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