terça-feira, 4 de julho de 2023

O que foi o Universo 25, considerado o experimento mais assustador da história

Você já ouviu falar do experimento conhecido como Universo 25? O cientista especializado em comportamento animal, John B. Calhoun, dedicou-se a estudar o impacto de questões demográficas, como a superpopulação, no comportamento social e individual de roedores, como ratos e camundongos.

Esse experimento é considerado um dos mais perturbadores da história devido aos resultados surpreendentes e consistentes que foram obtidos ao longo das repetições (e por servirem de uma analogia para nossa sociedade).

Tudo começou na segunda metade dos anos 1950, quando John Calhoun iniciou seu trabalho no Instituto Nacional de Saúde Mental. Ele colocou de 32 a 56 roedores em uma caixa com 12 metros quadrados, dividida em quatro compartimentos. No ambiente, não faltavam recursos: havia diversão, comida e água em abundância, além de locais adequados para reprodução e gestação.

Com as condições de vida de alto padrão, os ratos começavam a se reproduzir e rapidamente chegavam a um estágio de superpopulação.

Surgiram conflitos hierárquicos e problemas de saúde mental que afetaram toda a população, o que Calhoun denominou de "ralo comportamental". A descrição do comportamento social dos ratos durante o auge demográfico desses experimentos pode ser conferida na principal publicação de John Calhoun, na Scientific American, em 1962, o 'Population Density and Social Pathology'.

No 'Universo 25', assim denominado por ser a vigésima quinta repetição desse experimento, os ratos atingiram uma população de quase 2 mil indivíduos.

“Muitas [ratas] eram incapazes de levar uma gravidez até o fim ou, quando conseguiam, de sobreviver ao parir a ninhada. Entre os machos, os distúrbios de comportamento iam desde desvios sexuais até canibalismo. Era um quadro patológico no qual os indivíduos emergiam para comer, beber e se mover apenas quando outros membros da comunidade estivessem dormindo. A organização social dos animais mostrou problemas similares”, afirma Calhoun no artigo.

Uma hierarquia social começou a surgir e diversos ratos começaram a apresentar problemas de saúde. No dia 560 do experimento, o crescimento populacional parou e, quarenta dias depois, foi observada uma queda na população. Logo em seguida, os ratos começaram a se matar. Após algumas semanas, a população foi completamente extinta.

Até hoje, muitos acreditam que o Universo 25 pode servir como uma analogia ao problema da densidade populacional em sociedades humanas. Contudo, a própria ideia do que é superpopulação está em debate entre geógrafos e cientistas sociais. Portanto, antes de se atrever a falar que a pesquisa é prova contra o crescimento demográfico, lembre: seres humanos não são ratos!

 

Ø  Anticoncepcional para gatos? Entenda ideia de cientistas para conter superpopulação

 

Gatinhos de rua são um problema para as zoonoses: além de não receber os tratamentos adequados e terem uma péssima qualidade de vida, os bichanos que vagam pelas cidades estão mais expostos a doenças perigosas. Mas como conter a superpopulação?

Essa é a missão dos pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts, do centro de terapia genética Horae e do Jardim Botânico de Cincinatti.

Há décadas, cientistas tem estudado uma alternativa à castração para poder conter a população de gatos de rua nos EUA. E, agora, um pequeno estudo com terapia genética pode revolucionar as perspectivas.

Após anos tentando ministrar hormônios que não foram eficazes, os pesquisadores estudam a possibilidade da injeção de terapia genética ajudar no controle populacional dos gatinhos.

O estudo publicado no periódico Nature Communications mostrou que, em uma pequena população, a injeção fez efeito. Foram seis gatas recebendo a injeção e outras três utilizadas como controle.

Então, os veterinários observaram o comportamento delas por 2 anos, além de analisar suas fezes para níveis de estrogênio. De fato, elas apresentaram a quantidade de hormônios suficiente para reduzir a probabilidade de gravidez e não tiveram prole, ao contrário das três que participaram do controle.

O problema é justamente a escala da pesquisa: ainda que fazer uma terapia para 6 gatos tenha sido bem sucedido, não se sabe qual seria o impacto de um tratamento deste tipo em larga escala.

Contudo, os pesquisadores estão otimistas. "É a ferramenta perfeita para controlar a superpopulação de gatos", afirma David Pépin, um biólogo reprodutivo do Hospital Geral de Massachusetts, ao New York Times.

"Não seria ótimo se pudéssemos enviar um técnico a campo para injetar gatos e depois soltá-los?", diz Julie Levy, veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade da Flórida, nos EUA.

Agora, os pesquisadores aguardam receber mais financiamento para continuar a pesquisa em larga escala e, assim, garantir mais qualidade de vida para os gatinhos do mundo.

 

Fonte: Fórum

 

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