Como são os carros
da montadora chinesa que terá fábrica na Bahia
Fundada
em 1995 pelo químico Wang Chuanfu, que em 2009 foi considerado o homem mais
rico da China, segundo a revista "Hurun", a Build Your Dreams (BYD) é
hoje a maior produtora de carros elétricos do mundo.
No
Brasil desde 2015, quando desembarcou em Campinas, no interior de São Paulo, a
BYD está, agora, prestes a se instalar também em Camaçari, na Bahia, cidade que
foi importante polo produtor da Ford.
• Início na China
A
empresa começou focada em produzir baterias de íons-lítio para a Motorola e a
Nokia, na cidade de Shenzhen. Foi no mercado de baterias que a empresa se
consolidou antes da investida no setor automobilístico.
A
virada de ramo aconteceu em 2003, quando a BYD adquiriu uma fábrica em Xi’An,
cidade ao norte da China. Na época, quando pensar em carros híbridos e
elétricos ainda era uma realidade distante, a BYD comprou a montadora Tsinchuan
Automobile Company e investiu na ideia.
Hoje,
a BYD está presente em 70 países e seu portifólio também inclui a produção de
módulos fotovoltaicos (usados para a geração de energia solar) e máscaras
descartáveis.
• Como são os carros
No
Brasil, a BYD já comercializa cinco modelos:
• Dolphin (recém-lançado), a partir de
R$149.800;
• Yuan Plus EV (um modelo SUV), a partir
de R$ 269.990;
• Song Plus OM-i (híbrido), a partir de R$
269.990;
• Han EV 9 (o sedan campeão de vendas da
empresa), a partir de R$ 539.990;
• Tan EV (um SUV 7 lugares), a partir de
R$ 529.890
Além
de serem voltados para consumidores de poder aquisitivo elevado (o mais barato
sai por quase R$ 150 mil), os veículos da montadora chinesa prometem
sofisticação e inovação. O Dolphin, por exemplo, vem com internet, controle por
voz, videogame e até karaokê de fábrica. Em entrevista ao jornal "O
Globo", Stella Li, vice-presidente global da empresa, afirmou que a
proposta é trazer ao Brasil carros elétricos "com uma sensação premium de
inovação".
• Veículos elétricos
Carros
elétricos não são novidade — o Columbia, um dos primeiros a existir, por
exemplo, é de 1902. Mas "floparam" com o surgimento dos primeiros
veículos a combustão, mais baratos e que eram produzidos em menos tempo, como
explicou reportagem do Fantástico.
Mas
os elétricos voltaram a tomar força nas últimas décadas, impulsionados por leis
ambientais mais rígidas e pela necessidade de investir em energia limpa — o que
a BYD diz ser sua principal bandeira. No Brasil, ainda que estejam longe de ser
uma unanimidade, elétricos já podem ser vistos com mais frequência.
Hoje,
a maioria dos carros a eletricidade é do modelo híbrido. Rodam com dois
motores, um a bateria e outro à combustão. Em junho de 2022, como mostrou
reportagem do Jornal Nacional, eles eram vendidos, em média, por um preço 30%
mais caro em relação aos carros convencionais. Já os 100% elétricos, que também
circulam no Brasil, custavam três ou quatro vezes mais que os convencionais,
segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (reveja a reportagem aqui).
Segundo
o Auto Esporte, o emplacamento de carros elétricos cresceu no ano passado
quando comparado a 2021. Foram 8.458 unidades emplacadas, contra 2.851 no ano
anterior. Em 2022, os carros elétricos mais vendidos no Brasil, de acordo com o
Auto Esporte, foram:
1. Volvo XC40 Recharge,
2. Caoa Chery iCar,
3. JAC E-JS1,
4. Renault Kwid E-Tech,
5. Volvo C40 Recharge.
O
elétrico mais barato vendido no Brasil é JAC E-JS1 — custa R$ 139.900 e foi
desenvolvido em parceria com a Volkswagen na China. Segundo a Jac Motors, o
veículo possui baterias de fosfato de ferro-lítio, que oferecem capacidade
máxima de 30,2 kWh.
• Investimento no Brasil
No
Brasil, a BYD chegou em 2015, quando inaugurou em Campinas, no interior de São
Paulo, sua primeira fábrica de montagem de ônibus 100% elétricos.
Dois
anos depois, ainda em Campinas, a BYD abriu uma segunda fábrica, dessa vez para
a produção de módulos fotovoltaicos. Em 2020, a chinesa abriu sua terceira
fábrica no Brasil, dessa vez em no Polo Industrial de Manaus e voltada para a
produção de baterias de fosfato de ferro-lítio.
• Fábrica de Camaçari
Agora,
as investidas da BYD no Brasil estão voltadas para Camaçari, maior Polo
Industrial da Bahia, onde ficava uma fábrica da Ford, que encerrou sua produção
no Brasil em janeiro 2021. Além da cidade baiana, a montadora mantinha fábricas
para carros em Taubaté (SP) e em Horizonte (CE), para jipes da marca Troller.
Na
época, ao lamentar a saída da Ford do Brasil, Rui Costa, então governador da
Bahia, disse ter procurado a Embaixada da China para sondar investidores para
assumir negócio no estado. Costa, que hoje é ministro da Casa Civil do governo
do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse na época que havia entrado
em contato com a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), assim que
foi informado do fechamento das unidades, para avaliar possibilidades alternativas
ao fechamento.
A
possibilidade de a BYD se instalar em Camaçari voltou a ser pauta no início do
ano, quando Lula e Jerônimo Rodrigues, atual governador da Bahia, se reuniram
na China para discutir a implantação de uma fábrica de veículos elétricos no
estado.
A
confirmação veio nesta terça-feira (4), quando Jerônimo anunciou a implantação
de três fábricas da BYD em Camaçari.
Segundo
o governo, a empresa investirá R$ 3 bilhões para instalar as três fábricas e a
produção deve começar no segundo semestre de 2024. Em Camaçari, a montadora
produzirá chassis de ônibus, caminhões elétricos, processamento de lítio e
ferro fosfato, além de veículos de passeio elétricos e híbridos.
A
expectativa é que a produção nacional desses automóveis permita preços mais
competitivos. Os modelos que serão produzidos na Bahia foram expostos no Farol
da Barra, na terça-feira. São eles:
• um utilitário, modelo eT3;
• outros seis carros: Dolphin, Han, D1,
Song, Yuan e o Tan.
Ainda
não está definido se a BYD vai assumir o espaço que a Ford usava em Camaçari,
porque isso depende de um acordo entre as duas empresas e porque parte da
planta da montadora americana ainda é usada para a produção de peças por
terceirizados. Além da Ford, a BYD tem tratativas com a prefeitura de Camaçari
e com o próprio governo do estado para essa definição.
Fonte:
g1
Nenhum comentário:
Postar um comentário