sábado, 8 de julho de 2023

Campanha de multivacinação terá datas regionais e vai buscar até na escola quem não tem vacina; entenda

Ministério da Saúde (MS) vai promover uma campanha de multivacinação junto com os estados para combater o risco de reintrodução de doenças que já foram eliminadas pela vacinação. A poliomielite, por exemplo, tem atualmente 38,8% do público-alvo vacinado.

A iniciativa começa já na próxima semana, no Amapá, e vai se estender por todo o segundo semestre com cronogramas diferentes em cada região do país.

Veja abaixo o período da campanha de multivacinação em cada estado:

  • Amapá - 15 a 30 de julho
  • Roraima - 12 a 26 de agosto
  • Maranhão - 12 a 26 de agosto
  • Pará - 12 a 26 de agosto
  • Rio de Janeiro - 26 de agosto a 9 de setembro
  • Espírito Santo - 26 de agosto a 9 de setembro
  • Distrito Federal - 26 de agosto a 9 de setembro
  • São Paulo - 30 de setembro a 14 de novembro
  • Mato Grosso - 9 a 23 de setembro
  • Mato Grosso do Sul - 9 a 23 de setembro
  • Rondônia - 9 a 23 de setembro
  • Paraná - 14 a 28 de outubro
  • Santa Catarina - 14 a 28 de outubro
  • Rio Grande do Sul - 14 a 28 de outubro
  • Alagoas - 23 de setembro a 7 de outubro
  • Piauí - 23 de setembro a 7 de outubro
  • Ceará - 23 de setembro a 7 de outubro
  • Paraíba - 23 de setembro a 7 de outubro
  • Goiás - 30 de setembro a 14 de novembro
  • Tocantins - 30 de setembro a 14 de novembro
  • Bahia - 7 a 21 de outubro
  • Pernambuco - 7 a 21 de outubro
  • Sergipe - 7 a 21 de outubro
  • Minas Gerais - 21 de outubro a 4 de novembro

Para conseguir obter sucesso com a campanha, o ministério vai realizar um treinamento prévio e análise de dados locais para direcionar os esforços. A estratégia de imunização será adaptada conforme a população, a estrutura de saúde, a realidade socioeconômica e geográfica.

Estão entre as ações que podem ser adotadas:

  • Vacinação nas escolas,
  • Busca ativa de não vacinados,
  • Vacinação em qualquer contato com serviço de saúde,
  • vacinação extramuros,
  • checagem da caderneta de vacinação,
  • e intensificação da vacinação em áreas indígenas.

“Vamos oferecer aos municípios um planejamento diferenciado, onde a imunização sai da unidade de saúde e vai até a pessoa que precisa ser vacinada. Também haverá transferência de recursos para estados e municípios, um recurso excepcional para ações de vacinação, coisa que o Ministério da Saúde não faz há anos”, explicou o diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI) do Ministério da Saúde, Eder Gatti.

 

Ø  Poliomielite: vacina 'gotinha' será substituída por injeção

 

O Ministério da Saúde anunciou nesta sexta-feira (7) que irá substituir gradualmente a vacina oral contra a poliomielite (VOP) pela versão inativada (VIP) do imunizante a partir de 2024.

A VOP é também chamada como "gotinha" ou Sabin e ficou popularmente conhecida graças às campanhas de vacinação lideradas pelo personagem Zé Gotinha, utilizando a vacina oral. Já a sua substituta, a vacina inativada (VIP), é injetável, utiliza vírus "mortos" e é conhecida como Salk.

Segundo a pasta, essa mudança foi amplamente debatida e aprovada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), que levou em consideração as mais recentes evidências científicas no combate à doença. O anúncio foi realizado durante uma coletiva de imprensa realizada na cidade do Rio de Janeiro juntamente com representantes da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Atualmente a VIP (forma injetável), já é aplicada aos 2, 4 e 6 meses de vida, conforme o Calendário Nacional de Vacinação. Mas agora a indicação da CTA foi para que o Brasil passe a adotar outros critérios.

💉 Veja como deve ser o novo esquema vacinal:

  • Teremos a adoção exclusiva da forma injetável como reforço aos 15 meses de idade, substituindo a forma oral do imunizante (atualmente aplicada aos 15 meses e 4 anos)
  • Assim, a partir do primeiro semestre de 2024, crianças que completarem as três primeiras doses da vacina receberão apenas um reforço com a VIP (injetável) aos 15 meses.
  • Depois disso, ocorrerá a eliminação da dose de reforço aos 4 anos e o esquema vacinal de quatro doses garantirá proteção contra a pólio, tornando a dose de reforço aos 4 anos desnecessária.

📅 Em resumo, serão quatro doses injetáveis aos 2, 4, 6 e 15 meses de vida.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, essa atualização é baseada em critérios epidemiológicos, evidências sobre a vacina e recomendações internacionais.

Mesmo após a transição do imunizante, a pasta também destacou que o icônico Zé Gotinha, símbolo histórico que ressalta a relevância da vacinação no país, permanecerá engajado em sua missão de conscientizar crianças, pais e responsáveis em todo o território nacional, por meio de sua participação nas iniciativas de imunização e campanhas promovidas pelo Governo Federal.

·         Números preocupantes

A poliomielite, também chamada de paralisia infantil, tem certificado de erradicação no país desde 1994, mas a baixa cobertura vacinal nos últimos anos preocupa especialistas devido ao risco de volta da doença infectocontagiosa.

Segundo dados da OMS e do UNICEF, desde 2016 o Brasil não alcança a faixa ideal para a terceira dose da vacina da pólio. Em 2021, esse índice foi de apenas 61%

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, em todo o Brasil, a cobertura ficou em 77,19% no ano passado, longe da meta de 95% para esta vacina.

"A retomada das altas coberturas vacinais é uma prioridade do Governo Federal. Esse é um movimento, não uma campanha isolada, justamente pela ideia de continuidade e pelo constante monitoramento de resultados", destacou a ministra da Saúde, Nísia Trindade.

A poliomielite é uma doença infectocontagiosa transmitida por um vírus. Ela é caracterizada por um quadro de paralisia flácida.

O início é repentino e a evolução do déficit motor ocorre, em média, em até três dias. A doença acomete, em geral, os membros inferiores, de forma assimétrica, e tem como principal característica a flacidez muscular.

·         Repasse de R$ 151 milhões

Além da atualização do imunizante, o Ministério da Saúde também anunciou nesta sexta a criação de um calendário de vacinação especial e regionalizado.

A ideia é que equipes da pasta viajam aos estados para analisar dados locais, definir estratégias de vacinação e monitorar esse processo.

Esse chamado "microplanejamento" também permitirá adaptação da imunização às características locais, incluindo vacinação em escolas e áreas indígenas.

Para melhorar o planejamento dessas ações de vacinação pelo país, mais de R$ 151 milhões serão repassados para estados e municípios investirem nesses projetos.

 

Fonte: g1

 

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