segunda-feira, 3 de julho de 2023

Banco Central da Rússia: dívida externa do país cai para menor nível desde 2006

De acordo com a entidade financeira, a dívida da Rússia ao exterior se reduziu de US$ 380,7 bilhões para US$ 354,8 bilhões entre o último trimestre de 2022 e o primeiro de 2023.

A dívida externa da Rússia era de US$ 354,8 bilhões (R$ 1,7 trilhão) em 1º de abril, uma queda de US$ 25,9 bilhões (R$ 124,06 bilhões), ou de 6,8%, em relação ao início do ano, informou na sexta-feira (30) o Banco Central da Rússia, o nível mais baixo desde o final de 2006.

Segundo o banco, a dívida externa da Rússia era de US$ 313,2 bilhões (R$ 1,5 trilhão) no final de 2006 e tinha aumentado para US$ 355,6 bilhões (R$ 1,7 trilhão) já no primeiro trimestre de 2007.

Tal acontece graças a uma redução adicional de todos os componentes da dívida externa, com a dívida do governo geral caindo 12,3%, para US$ 40,4 bilhões (R$ 193,51 bilhões), a do Banco Central e dos bancos caiu 2,1%, para US$ 91,6 bilhões (R$ 438,75 bilhões), e a do restante da economia caiu 7,6%, para US$ 222,7 bilhões (R$ 1,07 trilhão).

"A dívida externa da Rússia atingiu um recorde histórico de US$ 732,8 bilhões [R$ 3,51 trilhões] em 1º de julho de 2014, antes de iniciar um declínio relativamente constante devido às sanções e à retirada de capital de não residentes no exterior", lembrou Maksim Osadchy, chefe do departamento analítico do banco BKF russo.

Além disso, relatou, a redução da dívida externa acelerou acentuadamente após a operação especial, de US$ 475,9 bilhões (R$ 2,28 trilhões) em 1º de julho de 2022 para US$ 354,8 bilhões (R$ 1,7 trilhão) em 1º de abril de 2023.

"Por isso, a redução da dívida externa da Rússia no primeiro trimestre de 2023 é a continuação de uma tendência de longo prazo que, sem dúvida, continuará", concluiu o analista.

 

Ø  Conflito na Ucrânia 'enriquece' indústria de defesa alemã, denuncia mídia

 

O jornal alemão Die Welt relatou que, em meio ao conflito na Ucrânia, a fabricante de armas alemã Rheinmetall aumentou sua produção e espera um crescimento do volume de negócios considerável nos próximos anos.

De acordo com a mídia, em 2022 a Rheinmetall teve um crescimento de 18% no número de pedidos com relação a 2021.

O jornal também ressalta que a empresa está fabricando e reparando os tanques Leopard 2, bem como blindados Marder, unidades de artilharia autopropulsada Panzerhaubitze 2000 e munições.

A empresa planeja aumentar a produção ao nível dos anos 1980, fabricando 600 mil munições ao ano e contratar centenas de funcionários adicionais.

O Die Welt também relatou que a fabricante está construindo uma linha de produção para munições de 35 milímetros.

Estima-se que a Alemanha compre munições da empresa por um valor de € 40 bilhões (R$ 209 bilhões) até 2031.

"Como nenhum outro fornecedor alemão, o consórcio [que integra o índice bolsista] Dax se beneficia do novo conflito na Europa. O conflito na Ucrânia e o rearmamento da Bundeswehr são os grandes contribuidores da fabricante", destacou o jornal.

·         Espanha é o país europeu que 'mais depende do gás russo' e mais sofreria com embargo, diz mídia

Neste momento, Espanha acaba por ser o país mais dependente do gás russo em toda a União Europeia (UE) devido aos navios que continuam a trazer quase diariamente gás natural liquefeito (GNL) para os portos espanhóis, confirmou um estudo do think tank Bruegel.

Citando dados da empresa Enagás, o El Confidencial destaca que em 2021 Espanha recebeu 8,9% do seu combustível da Rússia, mas em 2022 esse valor subiu para 12,1% do total, e continua a aumentar. Por exemplo, nos primeiros seis meses deste ano, o país europeu já recebeu quase tanto de Moscou quanto em todo o ano de 2021. Assim, a Rússia passou de quarto maior fornecedor da Espanha para o segundo, atrás dos EUA, que corresponde a 19% dos insumos.

De acordo com a mídia, a tendência já se apresentava como clara. Os dados elevados de chegada não confirmam que Madrid recebeu mais gás russo para consumo próprio, mas "para abastecer a Europa", que sofre de uma grave escassez de gás devido à diminuição dos volumes de combustível que chegam por gasodutos.

No entanto, essa solidariedade com o continente "é apenas uma desculpa" porque, ao avaliar o quanto a demanda doméstica depende do gás liquefeito siberiano, os especialistas constataram que a Espanha contou com o GNL russo mais do que outros Estados europeus no último inverno no Hemisfério Norte (18%), seguida pela França (15%) e Bélgica (10%).

"No cenário atual, isso equivale a afirmar que a Espanha é o Estado-membro que mais depende do gás russo, já que praticamente tudo o que entra nos 'vinte e sete' [UE] desde o fechamento do Nord Stream 1 [Corrente do Norte 1] o faz por meio de navios metano", detalhou a publicação.

Caso seja estabelecido um embargo à importação de combustíveis da Rússia, Madrid vai sofrer consequências mais graves do que outros países, segundo as previsões dos analistas. No entanto, a UE não implementaria tal medida porque entende que o GNL russo continua abastecendo a região em momentos críticos devido ao fechamento de gasodutos.

Além disso, especialistas de mercado sugeriram que a demanda por gás na Europa nos próximos meses vai estar no nível dos últimos anos. Embora caso o próximo inverno boreal fosse mais frio que o anterior, o continente já terá que buscar novas fontes de abastecimento de combustível, que ainda vão ser mais caras que as de Moscou.

Desde meados de 2022, os países europeus vivem uma crise energética devido às restrições aos recursos energéticos russos devido à operação militar especial na Ucrânia.

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que as sanções foram um duro golpe para toda a economia mundial e também apontou que o Ocidente pretende piorar a vida de milhões de pessoas. Em suas palavras, um ataque de sanções sem precedentes foi desencadeado contra Moscou, visando esmagar a economia russa no curto prazo, "derrubando a moeda nacional, o rublo, através do roubo de nossas reservas estrangeiras e causando uma inflação destrutiva". No entanto, ele enfatizou que o plano do Ocidente não teve sucesso.

 

Ø  'Sucata obsoleta': novo pacote de ajuda australiano a Kiev é duramente criticado por analistas

 

A decisão da Austrália de enviar seu equipamento militar no valor de cerca de US$ 74 milhões (cerca de R$ 354,2 milhões) para a Ucrânia foi severamente criticada por especialistas, já que os veículos incluídos no pacote são considerados inúteis contra as forças russas.

No dia 26 de junho, o governo australiano anunciou que este pacote de ajuda a Kiev consistiria em 28 veículos blindados M113, 28 caminhões médios MAN 40M e 14 veículos de operações especiais.

O líder da oposição australiana, Peter Dutton, disse que é "francamente vergonhoso" que o país forneça equipamentos "não adequados para o propósito".

"Você não pode esvaziar a garagem da Defesa de veículos velhos de que não precisa mais. Essa não é a resposta de uma nação desenvolvida como a nossa", enfatizou, chamando o pacote de ajuda de equivalente a uma "venda de garagem".

A mídia criticou o governo do país, caracterizando a ajuda, principalmente os M113s, como "veículos de sucata absolutamente obsoletos" da era da Guerra do Vietnã que teriam pouco impacto no campo de batalha ucraniano. Outros observadores comentaram que a "mesquinha" "ajuda para roupas usadas" de Camberra está alimentando a percepção de que a Austrália está "usando a Ucrânia como depósito de lixo".

·         O M113 é tão ruim assim?

"O M113 é um veículo blindado de chassi bastante antigo, que foi usado em muitos conflitos, não apenas na Guerra do Vietnã, mas também na Guerra do Golfo e outras campanhas militares envolvendo os EUA e seus aliados", disse o observador militar russo sênior, Alexei Leonkov, que afirmou que tais veículos, em geral, tiveram sucesso nessas guerras, assim como nos conflitos locais que poderíamos chamar de guerras coloniais, porque as perdas não foram tão grandes.

"Mas na Ucrânia, esses veículos mostraram desde suas primeiras entregas que não podem suportar a intensidade do conflito", já que sua blindagem é vulnerável a armas pesadas, incluindo canhões automáticos de 30 mm montados em helicópteros de ataque russos, disse o especialista militar.

Em outras palavras, se o principal objetivo de um veículo blindado é levar as tropas com segurança para a linha de frente, no caso do M113, isso só é possível por um "feliz acidente", e se as Forças Armadas ucranianas não se encontraram por acaso com forças russas fortemente equipadas, acrescentou.

"Na maioria dos casos, se tal veículo estiver em uma área de fogo pesado, a melhor coisa que as tropas e mercenários ucranianos podem fazer é abandoná-lo. Porque se alguém ficar para trás e esperar que a blindagem de alumínio do M113 o salve, estará arriscando um preço muito alto. Vimos muitas imagens da frente mostrando esses veículos desativados, presos em condições de terreno cruzado. Eles provaram ser totalmente inadequados para este teatro de operações", observou Leonkov.

Em última análise, continuou ele, a Austrália, os EUA, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e o Ocidente em geral usaram a Ucrânia como um depósito de lixo para sua "sucata blindada", permitindo-lhes liquidar estoques enquanto o complexo militar-industrial aumenta a produção de equipamentos modernos.

"Eles estão lucrando com isso. Mas, é claro, esses são lucros obtidos com o sangue de militares ucranianos. A Austrália, como outros países que fornecem armas à Ucrânia, não tem nenhum interesse nisso", disse o analista.

Relatos recentes de que Camberra enviou mais de US$ 46 milhões (cerca de R$ 220,2 milhões) na forma de ajuda militar à Ucrânia sem aprovação formal, declarações ou licenças de exportação são mais uma confirmação de tal especulação, já que enviar veículos inúteis para a Ucrânia é mais barato do que reciclá-los no país, de acordo com Leonkov.

"Se a legislação anticorrupção da Austrália realmente funcionar, se for séria, acho que vão consertar. Se não funcionar, podemos dizer com segurança que tal legislação é uma mera formalidade", resumiu o observador.

Em 24 de fevereiro de 2022, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou o lançamento de uma operação militar especial para defender as repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL), anteriormente reconhecidas por Moscou como Estados soberanos, contra o genocídio de Kiev. Um dos objetivos fundamentais da operação militar especial é a desmilitarização e desnazificação da Ucrânia. Desde então, alguns países têm apoiado Kiev com suprimentos de armas, doações, ajuda humanitária e sanções contra Moscou.

 

Ø  Vucic acredita que Kiev vai fazer mais tentativas de contraofensivas antes da cúpula da OTAN

 

A Ucrânia vai tentar intensificar a contraofensiva antes da cúpula da OTAN em julho, na esperança de obter resultados e receber um convite para ingressar no bloco, disse o presidente sérvio Aleksandar Vucic neste domingo (2), acrescentando que também espera uma nova onda de escalada no norte do Kosovo.

"Agora estou esperando uma grande ofensiva da Ucrânia em duas direções — uma em Artyomovsk [Bakhmut, na denominação ucraniana] e outra, maior, em Energodar e Melitopol. Acho que eles prepararam várias dezenas de brigadas e vão romper as defesas russas nessa parte. Não torço por ninguém, mas acho que isso vai acontecer, claro, com um grande número de baixas", disse Vucic à emissora sérvia.

Kiev acredita que a contraofensiva bem-sucedida vai mudar o curso das hostilidades e a Ucrânia receberia com isto um "convite" para ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), acrescentou Vucic.

O presidente sérvio também expressou o medo de que, quando uma nova contraofensiva ucraniana começar, o primeiro-ministro do Kosovo, Albin Kurti, lance uma nova rodada de perseguição aos sérvios no norte do Kosovo.

A Ucrânia solicitou adesão acelerada à OTAN em setembro de 2022, após o início da operação militar especial russa em fevereiro daquele ano. O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, disse em várias ocasiões que a aliança de 31 nações apoiava as aspirações de Kiev, mas não estava pronta para aprovar seu pedido imediatamente, principalmente devido ao envolvimento ativo da Ucrânia em um conflito armado.

A Sérvia ainda não reconheceu a autoproclamada independência do Kosovo, sua antiga província. Uma grande comunidade de etnia sérvia ainda reside no norte do Kosovo, muitas vezes suportando o peso das tensões diplomáticas entre Belgrado e Pristina e protestando contra o que consideram políticas kosovares discriminatórias.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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