quarta-feira, 26 de julho de 2023

Babosa pode causar câncer? Entenda comparação feita com aspartame

Há duas semanas, a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), órgão vinculado à Organização Mundial da Saúde (OMS), classificou o aspartame como “possivelmente cancerígeno para seres humanos”. O relatório da Iarc comparou o adoçante artificial com outros produtos, como o chumbo, a fumaça de escapamento e o extrato de aloe vera, também conhecida como babosa.

Tais substâncias estão presentes no grupo 2B (possivelmente cancerígeno) da Iarc, usado quando há “evidências limitadas, mas não conclusivas, de ligação com câncer em humanos, ou dados convincentes de câncer em animais”, segundo informa a entidade.

O extrato de babosa é encontrado em diversos cosméticos de cuidados diários para o cabelo e pele, produtos para alívio de queimaduras solares e em suplementos alimentares. Ele se popularizou graças ao seu poder de hidratação e por conter compostos relacionados ao aumento da imunidade.

Um estudo de 2013 mostrou que o risco está no consumo inadequado da planta, com a ingestão do látex da aloe vera, conhecido como antraquinona. A seiva líquida amarela presente entre a casca e a polpa da planta tem efeito laxante e irrita o trato digestivo.

Os pesquisadores alimentaram ratos por dois anos com água contendo concentrações variadas de um extrato feito com a folha inteira da babosa. Ao final do experimento, os roedores que ingeriram as maiores concentrações da substância tinham desenvolvido um tipo de tumor intestinal.

Após a publicação do estudo, a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA) emitiu um alerta para desaconselhar o uso de altas doses da antraquinona em suplementos alimentares que prometiam a desintoxicação do organismo. Em 2019, a aloe vera foi adicionada à lista da OMS como “possivelmente cancerígena para seres humanos”.

É importante destacar que o risco foi associado ao consumo em doses altas, mas independentemente da quantidade, a antraquinona deve ser evitada pois pode provocar cólicas e desconfortos intestinais. O consumo de outras partes da planta, como a polpa, não está relacionado a riscos à saúde.

 

       Aspartame: saiba quantidade considerada segura para consumo pela OMS

 

O aspartame entrou na lista de alimentos possivelmente cancerígenos. A decisão foi divulgada na quinta-feira (13/7) pela Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (Iarc), ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS). Também foram atualizados os níveis seguros de consumo da substância.

O adoçante usado em cerca de 6 mil produtos industrializados é, agora, considerado um alimento do nível 2B. Isso quer dizer que há pesquisas científicas que apontam seu potencial em gerar câncer no sistema digestivo, mas que ainda faltam estudos que solidifiquem o entendimento de como ele pode influenciar este quadro.

A Iarc aproveitou a oportunidade para definir os níveis de uso para que o alimento atinja seu potencial cancerígeno.

Foi decidido que os níveis estabelecidos nos anos 1980 seguem sendo os recomendados, com a ingestão ao dia de até 40 mg de aspartame por quilo.

Assim, um indivíduo com 70kg, por exemplo, teria que tomar entre nove e 14 latas de refrigerante diet adoçado com aspartame por dia, dependendo da marca escolhida, para ultrapassar o nível considerado seguro.

O que significa ser potencialmente cancerígeno?

A Iarc separa as substâncias cancerígenas em quatro grupos: 1 (cancerígeno), 2A (provavelmente cancerígeno), 2B (possivelmente cancerígeno) e 3 (sem classificação sobre o risco de câncer). Esta divisão não é feita a partir do perigo, mas pela quantidade de evidências científicas.

Desta forma, no grupo 1, em que há certeza do potencial, está tanto o hábito de fumar quanto ser bombeiro como profissão. Junto com o aspartame, no grupo 2B, estão o consumo de aloe vera, extrato de ginko biloba e a inalação de gasolina, por exemplo.

As pesquisas científicas sobre o aspartame foram consideradas limitadas e não convincentes por ter pouca ligação com os humanos. Ainda assim, há estudos, como um publicado em 16 de junho no International Journal of Cancer, por exemplo, que apontou haver maior risco de câncer colorretal e de estômago entre diabéticos que usavam a substância.

•        O que é o aspartame?

O aspartame é um adoçante artificial criado em 1965. Ele é quase 200 vezes mais doce que o açúcar e, por isso, é usado em pequenas quantidades gerando um intenso dulçor, o que inicialmente levou a sua recomendação para diabéticos.

Seu uso, porém, já foi associado até a ansiedade em estudos científicos, mas se for ingerido acima da dose recomendada.

 

       De pasta de dente a cereal: veja produtos que contêm aspartame

 

O aspartame entrou na lista da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC), ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), como produtos possivelmente cancerígeno. A decisão foi divulgada nesta quinta-feira (13/7). Embora o adoçante seja mais lembrado por estar na formulação de refrigerantes e bebidas diet, a substância está presente em cerca de 6 mil produtos industrializados.

A decisão da IARC reforçou que o consumo diário de até 40 mg de aspartame por quilo do peso corporal é seguro. Estando abaixo deste limite, a pessoa não corre risco dos potenciais efeitos negativos da substância. Para ultrapassar o limite seguro de aspartamente, uma pessoa de 70 quilos teria de tomar entre nove a 14 latas de refrigerante diet por dia.

“A indicação da OMS é de ter o cuidado com o consumo, mas não é uma proibição. Não devemos demonizar o uso de adoçantes: eles são importantes para o controle do peso, desde que usados com bom senso. Obviamente, se uma pessoa chegar a consumir mais de 10 latas de refrigerante por dia ela vai ter problemas de saúde relacionados a isso e não só em relação ao câncer”, afirma o oncologista Leandro Ramos.

•        Onde há aspartame?

A substância está, porém, em mais coisas do que nas bebidas adoçadas que tomamos. Por isso, segundo o especialista, o melhor é evitar o consumo sempre que possível para não passar perto do limite. Alimentos industrializados doces como chicletes, geleia, sorvete e cereais matinais costumam conter aspartame na formulação. Cafés solúveis, iogurtes, gelatinas e suco em pó também.

O aspartame também pode ser encontrado em alguns medicamentos, como pastilhas para tosse e xaropes para crianças, além de ser o saborizante de pastas de dente. Produtos industrializados que são aquecidos em seu preparo, como bolos e biscoitos, não costumam ter aspartame, afinal ele perde a doçura ao ser exposto a elevadas temperaturas.

 

Fonte: Metrópoles

 

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