TOC: como rituais
diários podem se tornar um problema de saúde mental
Muitas
pessoas têm apreço por manter suas coisas em ordem, sabendo exatamente a
localização de cada item. Essa meticulosidade pode levantar questões sobre se
elas sofrem de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). No entanto, a paixão pela
organização não é necessariamente um indicativo de TOC, já que o diagnóstico
desse distúrbio é mais complexo do que essa simples descrição.
A
maioria de nós possui hábitos quase ritualísticos que realizamos diariamente,
como verificar a presença do celular na bolsa ou se a porta de casa está
devidamente trancada. Esses rituais, contudo, se tornam problemáticos quando
começam a consumir uma quantidade significativa de tempo e interferem em áreas
vitais da vida do indivíduo, como trabalho e vida social.
O
TOC é um transtorno que afeta muitas pessoas, causando sofrimento e perda de
tempo considerável. Esse distúrbio é caracterizado por duas categorias
principais: obsessões e compulsões.
As
obsessões são pensamentos e imagens persistentes, involuntárias e angustiantes,
que podem envolver temas como higiene, medo de doenças, organização excessiva,
medo de contaminação por germes, imagens obscenas e preocupações constantes.
Para aliviar a ansiedade gerada por esses pensamentos obsessivos, o indivíduo
pode desenvolver rituais, chamados de compulsões.
Você
pode pensar que tem TOC simplesmente por gostar de manter a casa organizada. No
entanto, o TOC é caracterizado quando a obsessão vai além do que é considerado
normal, causando sofrimento significativo e interferindo na rotina da pessoa.
Pessoas
com TOC tendem a ter uma personalidade perfeccionista e a sentir uma forte
sensação de culpa. Elas geralmente são formais nas relações sociais, metódicas,
controladoras e inseguras.
“É
essencial entender que o TOC é uma doença mental séria que requer atenção e apoio
adequados. A busca por ajuda profissional pode proporcionar alívio e melhorar a
qualidade de vida daqueles que sofrem deste transtorno.” - Joselene Alvim,
psicóloga.
Risco
de demência na velhice pode ser ampliado por hipertensão
Um
estudo recente, conduzido por pesquisadores da Universidade da Califórnia e
publicado no The Journal of the American Medical Association (JAMA), sugere que
adultos que não mantêm controle adequado sobre a pressão arterial correm maior
risco de desenvolver demência na velhice. A pesquisa indica que a doença pode
causar atrofia cerebral de longo prazo e aumentar o risco de declínio
cognitivo.
Os
pesquisadores fizeram um estudo observacional com 427 voluntários, incluindo
uma parcela significativa de indivíduos negros, grupo populacional
frequentemente menos avaliado, mas altamente afetado por demências. As pressões
arteriais dos participantes foram comparadas ao longo da vida com exames de
imagem do cérebro feitos na velhice.
Os
voluntários passaram por duas avaliações médicas, a primeira entre os 30 e 40
anos e a segunda por volta dos 70 anos, que incluíam ressonâncias magnéticas. A
análise dos dados revelou que aqueles com pressão alta ou que desenvolveram
hipertensão ao longo da vida apresentaram um volume cerebral menor na terceira
idade.
• Fatores de risco
A
geriatra Thais Ioshimoto, do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que
"fatores de risco cardiovascular, como hipertensão, colesterol alto ou
tabagismo, também são fatores de risco para o desenvolvimento de demências no
futuro".
Além
disso, a hipertensão de longa duração pode danificar as artérias cerebrais,
especialmente as de pequeno calibre, resultando em declínio cognitivo e
aumentando o risco de AVC.
A
demência vascular, um tipo específico de demência, ocorre devido à atrofia
cerebral causada por microinfartos cerebrais. Esse processo leva à redução do
tamanho do cérebro, o que pode ser agravado pela hipertensão de longo prazo.
O
estudo reitera a necessidade crucial de gerenciar fatores de risco
modificáveis, como doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, obesidade,
estresse e tabagismo, para prevenir o desenvolvimento de qualquer forma de
demência.
Fonte:
Correio Braziliense
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