Entenda o que
aumenta o colesterol e a importância do controle para a saúde
Embora
seja reconhecido como algo ruim, o colesterol desempenha funções importantes no
organismo humano. Ele faz parte da estrutura das células do organismo e é essencial
para a produção de alguns hormônios e de vitaminas. O colesterol também forma
ácidos biliares, que são substâncias que atuam na digestão.
O
colesterol passa a ser um problema quando existe o excesso da partícula
LDL–colesterol, conhecida popularmente como colesterol ruim, no corpo e do tipo
de gordura ingerida.
O
índice de colesterol pode estar ligado ao estilo de vida, como má alimentação,
tabagismo, sedentarismo e obesidade. Mas ele também pode estar associado a
questões genéticas, que é chamado de hipercolesterolemia familiar (HF).
O
controle é possível a partir de hábitos saudáveis de alimentação e atividade
física. O assunto foi amplamente abordado por especialistas de diversas áreas
no CNN Sinais Vitais.
Segundo
o Ministério da Saúde, 4 em cada 10 brasileiros têm colesterol alto. “O
colesterol ruim é aquele que está associado ao aumento do risco de problemas do
coração nos infartos e derrames. O colesterol bom é aquele que teoricamente
protege nosso organismo contra isso”, explica Raul Dias dos Santos Filho,
diretor da Unidade Clínica de Lípides do Incor.
De
acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a hipercolesterolemia
familiar (HF) acomete 10 milhões de pessoas no mundo e 300 mil no Brasil.
“Um
hábito alimentar com consumo alto de carnes vermelhas, gorduras saturadas e
alimentos ultraprocessados, aliado ao baixo consumo de frutas e de hortaliças,
favorece a hipercolesterolemia e aumenta o risco das doenças cardiovasculares”,
explica a pesquisadora Ana Luisa Souza de Paiva Moura, da coordenação-geral de
Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde.
“Se
o padrão alimentar for equilibrado, a pessoa pode ter uma vida saudável e
manter o colesterol em concentrações adequadas”, completa.
A
especialista alerta que o problema não está limitado a apenas uma faixa etária.
“Pessoas de qualquer idade, até mesmo crianças, podem ter colesterol alto. Isso
pode se dar por questões genéticas, mas em grande parte está ligado à
inatividade física e à má alimentação”, afirma.
Colesterol é um fator de risco e seu
controle é importante, diz Kalil
O
cardiologista e presidente do Incor, Roberto Kalil, alerta sobre os riscos do
colesterol alto e os cuidados para sua prevenção.
Segundo
o especialista, o colesterol é um fator de risco isolado e seu controle é importante.
“Ele [o colesterol alto] agride as artérias, aumentando muito, as chances de um
infarto ou um Acidente Vascular Cerebral (AVC)”, disse.
Kalil
lembra também da importância do exame sanguíneo para identificar o índice de
colesterol, já que ele não apresenta sintomas aos indivíduos.
“O
colesterol alto não causa sintomas. Claro que as consequências do colesterol,
como, por exemplo, o infarto, causa sintomas… Colesterol alto você não vai
sentir absolutamente nada”.
Sobre
a prevenção, o cardiologista salientou a importância da dieta e dos exercícios
físicos. Mas lembrou que, para casos específicos, existe o uso de medicamentos
para auxiliar no combate.
“A
dieta é importante para o controle do colesterol, o exercício físico… essas
duas medidas já ajudam bastante no controle dos níveis. Evidentemente, se você
toma essas medidas com cautela e após alguns meses, seis meses, por exemplo, e
você não tem resultado, aí sim, com orientação médica, pode utilizar algumas
medicações”.
HDL ou colesterol “bom” é menos benéfico
do que se pensava, sugere estudo
Lipoproteína
de alta densidade, ou HDL, colesterol – muitas vezes referido como o colesterol
“bom” – pode não ser tão útil na previsão do risco de doença cardíaca e na
proteção contra ela como se pensava anteriormente, de acordo com uma nova
pesquisa financiada pelo National Institutes of Health (NIH) dos Estados
Unidos.
Um
estudo da década de 1970 apontou que altos níveis de concentração de colesterol
HDL estavam associados a baixo risco de doença cardíaca coronária, uma relação
que desde então tem sido amplamente aceita e usada em avaliações de risco de
doença cardíaca. No entanto, apenas americanos brancos foram incluídos nesse
estudo.
Agora,
uma pesquisa publicada na segunda-feira (21) no Journal of the American College
of Cardiology revelou que baixos níveis de colesterol HDL estavam associados a
um maior risco de ataque cardíaco entre adultos brancos, mas o mesmo não
acontecia entre adultos negros. Além disso, níveis mais altos de colesterol HDL
não reduziram o risco de doença cardiovascular em nenhum dos grupos.
“Tem sido bem aceito que níveis baixos de
colesterol HDL são prejudiciais, independentemente da raça. Nossa pesquisa
testou essas suposições”, disse Nathalie Pamir, autora sênior do estudo e
professora associada de medicina no Instituto Cardiovascular Knight da
Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, em Portland, em um comunicado à
imprensa. “Isso pode significar que, no futuro, não receberemos um tapinha nas
costas de nossos médicos por ter níveis de colesterol HDL mais altos”.
Os
pesquisadores usaram dados de milhares de pessoas que foram inscritas na coorte
Razões para Diferenças Geográficas e Raciais no AVC (Regards, em inglês). Os
participantes tinham pelo menos 45 anos quando se inscreveram no programa entre
2003 e 2007, e sua saúde foi analisada em uma média de 10 anos.
Os
especialistas descobriram que altos níveis de colesterol de lipoproteína de
baixa densidade (LDL) e triglicerídeos “modestamente” previram o risco de
doença cardíaca entre adultos negros e brancos.
Mas
eles sugerem que são necessários estudos complementares para entender o que
está impulsionando as diferenças raciais na ligação entre HDL e risco de doença
cardíaca.
E,
enquanto isso, as avaliações clínicas atuais para o risco de doença cardíaca
“podem classificar erroneamente o risco em adultos negros, dificultando
potencialmente os programas ideais de prevenção e gerenciamento de doenças
cardiovasculares para esse grupo”, escreveram eles.
A
correspondente médica da CNN, Tara Narula, diretora associada do Lenox Hill
Women’s Heart Program, disse que o estudo “destaca a necessidade muito
importante de mais pesquisas específicas de raça e etnia e que não existe uma
abordagem única para todos. Além disso, esta pesquisa enfatiza a necessidade
contínua de educar que altos níveis de HDL não são um passe livre e o foco deve
ser colocado no controle de LDL elevado e outros marcadores conhecidos de risco
cardiovascular aumentado”.
Fonte:
CNN Brasil
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