terça-feira, 30 de maio de 2023


 Reduzir comércio com China é um negócio arriscado e pode causar 'enormes danos', diz mídia americana

Nos últimos anos, é notável a tentativa ocidental de conter a China. Entretanto, neste ano, uma série de medidas para coibir a produção e expansão chinesa foram observadas, principalmente nas últimas semanas.

As restrições às exportações de semicondutores para o gigante asiático anunciadas pelos EUA — e, na semana passada, pelo Japão — se enquadram nesta categoria. Além disso, o texto conjunto assinado por países do G7 há duas semanas atrás com políticas visando a coerção econômica chinesa deixou claro a intenção americana e de países europeus pertencentes à União Europeia.

No entanto, limitar o avanço chinês trará larga dificuldades que podem gerar grande transtorno para as nações que adotam essas políticas, de acordo com a coluna de Gideon Rachman no The Financial Times. Em seu artigo, Rachman enumerou quais seriam as principais delas.

Em sua visão, primeiro, seria o embate entre os interesses das empresas e dos países. Em segundo lugar, a dificuldade e o custo de diminuir as dependências da China, e em terceiro, uma ambiguidade persistente sobre a natureza do risco: há uma preocupação com a coerção política da China ou estamos realmente preocupados com uma guerra?

A abordagem ocidental emergente para redução de riscos baseia-se em três grandes pilares: reduzir as dependências da China, restringir as exportações de tecnologia, mas também continuar a encorajar as empresas ocidentais a negociar com o vasto mercado chinês.

É uma política mais ou menos coerente, desde que o risco que se está protegendo seja o da coerção política. Mas começa a desmoronar se o risco for uma guerra real entre os EUA e a China, talvez por causa de Taiwan. Enervantemente, algumas autoridades dos EUA agora colocam a chance de um conflito militar em 50% ou mais.

Na semana passada, o CEO da Nvidia – grupo de semicondutores com sede na Califórnia – Jensen Huang, alertou sobre "enormes danos" às empresas americanas se elas forem impedidas de vender chips avançados para a China. Segundo Rachman, "as autoridades americanas não se arrependem".

Ao mesmo tempo, a ministra do Comércio holandesa, Liesje Schreinemacher, alertou esta semana que a transição verde da Europa será impossível sem a China, que é de longe o maior produtor global de painéis solares, baterias e os minerais essenciais que entram neles.

"Levou 30 anos para construir nossa dependência da China para minerais críticos e terras raras, e levará a mesma quantidade de tempo para reduzi-la", comentou um oficial de inteligência ocidental citado pelo autor.

Caso a chance de guerra aconteça, continua o autor, as empresas ocidentais ficarão sob pressão imediata para sair da China. Para uma empresa como a Apple, cujos produtos são produzidos principalmente no sul chinês, ou a Volkswagen , que obtém pelo menos metade de seus lucros na China, isso pode significar a morte corporativa.

Por outro lado, como disse um oficial de segurança ocidental: "Se houver uma guerra com a China, o impacto no mercado automobilístico mundial será o menor dos nossos problemas", indicando alto nível destruidor de uma potencial guerra entre as duas potencias.

·         Guerra comercial EUA-China prejudicaria mais Reino Unido, diz análise vazada

A intensificação do confronto econômico entre os EUA e a China prejudicará seriamente a economia britânica, de acordo com um artigo publicado pelo jornal Times na segunda-feira (29), citando documentos do governo que foram acessados pela publicação.

"A análise conclui que a economia do Reino Unido sofrerá mais do que as dos EUA, União Europeia e China no caso de uma guerra de subsídios de grande escala", observa o artigo.

De acordo com o Times, a maior ameaça para o Reino Unido são as tentativas dos EUA e da China de se superarem na alocação de fundos para o desenvolvimento de suas áreas industriais e econômicas avançadas, especialmente no contexto dos US$ 369 bilhões (R$ 1,84 trilhão) anunciados pelo presidente dos EUA, Joe Biden, em "subsídios verdes" no ano passado.

O documento pede ao governo britânico que intervenha mais na economia do país. Isto é especialmente verdadeiro da necessidade de alocar financiamento adicional para áreas-chave para a segurança do país: semicondutores, desenvolvimento de inteligência artificial e supercomputadores quânticos, informa a publicação.

Atualmente, o Reino Unido é 40% dependente das remessas chinesas de chips. Se os EUA continuarem a influenciar as exportações chinesas, o país pode perdê-las, e "dezenas de bilhões de libras de financiamento do governo" seriam necessárias para construir sua própria indústria de semicondutores.

Reino Unido é apenas uma "economia de médio porte fora dos grandes blocos comerciais", atrás das grandes potências do mundo, e os Estados Unidos estão determinados em continuar a competir economicamente com a China, "mesmo que o protecionismo venha às custas do Reino Unido", relata o jornal citando materiais vazados.

Em março, o governo britânico apresentou uma nova estratégia para transformar o Reino Unido em uma "superpotência tecnológica" até 2030, após uma declaração conjunta do MRE e do Ministério da Ciência, Inovação e Tecnologia do país.

Sob o novo plano, será dada prioridade ao desenvolvimento de seis áreas: inteligência artificial, tecnologia quântica, bioengenharia, fabricação de semicondutores, tecnologia de telecomunicações e gerenciamento de dados.

 

Ø  Kremlin: há 'grande vácuo' na estabilidade estratégica, que deve ser preenchido com novos tratados

 

Atualmente, existe um grande vácuo na esfera da estabilidade estratégica, que precisa ser preenchido urgentemente com novos atos de segurança internacional, disse o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov.

Anteriormente, o presidente russo Vladimir Putin assinou a lei de denúncia do Tratado sobre Forças Armadas Convencionais na Europa.

"Nessa área, na área de controle de armas e estabilidade estratégica, há agora, é claro, um grande vácuo que precisa urgentemente, em teoria, ser preenchido com novos atos de direito internacional que regulariam essa situação. Isso é do interesse de praticamente todo o mundo", disse Peskov aos repórteres.

O Tratado sobre Forças Armadas Convencionais na Europa (FCE) foi assinado em 1990 pelos chefes de governo dos Estados-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e dos países do antigo Pacto de Varsóvia.

Uma versão atualizada foi assinada na cúpula da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) em 1999. Apenas quatro países – Rússia, Belarus, Cazaquistão e Ucrânia – ratificaram o tratado adaptado.

Em 2007, a Rússia suspendeu a aplicação do Tratado em sinal de protesto contra o escudo de proteção antimísseis projetado pelos EUA e "até que os países da OTAN ratifiquem o tratado adaptado e comecem a implementar o documento de boa fé".

·         Moscou chama de cínica tentativa de justificar declarações 'canibais' do senador dos EUA

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia descreveu como cínica a tentativa de justificar as declarações "canibais" do senador norte-americano Lindsey Graham.

Anteriormente, os recursos on-line do presidente ucraniano Vladimir Zelensky fizeram circular um vídeo no qual o senador Graham diz durante um encontro com Zelensky que os Estados Unidos "nunca antes haviam gastado dinheiro de maneira tão bem-sucedida", já que os russos "estão morrendo".

As palavras de Graham foram posteriormente divulgadas pela mídia ocidental. Em particular, o jornal britânico Independent publicou uma notícia com o título "Lindsey Graham chama os russos que estão morrendo de 'dinheiro americano mais bem gasto' em reunião com Zelensky".

Depois, a agência Reuters publicou uma notícia em que se afirma que o vídeo foi montado e que as duas frases não estão ligadas, citando o vídeo completo divulgado pela Ucrânia depois do escândalo.

"Sobre a tentativa cínica de justificar o senador norte-americano Lindsey Graham e seus comentários canibais [...] O clamor público generalizado forçou a máquina de propaganda que serve aos políticos ocidentais, cujas engrenagens são a Reuters e BBC que lideraram as campanhas para justificar o parlamentar, a se engajar no gerenciamento da crise e tentar corrigir a situação", disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

O ministério compara a situação com as desculpas "ridículas e vergonhosas" pelas "invenções canibais semelhantes" feitas pelo ex-presidente dos EUA George W. Bush.

De acordo com a chancelaria russa, as tentativas de defender Graham são "mais um golpe na reputação já manchada da Reuters e da BBC".

"Isso não é jornalismo, mas o cumprimento por agências de relações públicas de uma encomenda do 'Ocidente coletivo'", resumiu o ministério.

 

Ø  Zelensky quer sancionar Irã 'por 50 anos' por supostamente suprimir a Rússia com drones

 

O mandatário ucraniano propôs um projeto de lei que faria com que Kiev impusesse sanções a Teerã por supostamente apoiar Moscou militarmente.

Vladimir Zelensky, presidente da Ucrânia, apresentou no domingo (28) um projeto de lei que prevê que a Ucrânia imponha sanções ao Irã por 50 anos, disse Andrei Yermak, chefe de gabinete do mandatário ucraniano, citado pela agência britânica Reuters.

Kiev e seus aliados ocidentais afirmam que o Irã tem fornecido armas à Rússia, incluindo centenas de drones, desde que Moscou iniciou sua operação especial na Ucrânia. Teerã e Moscou rejeitam as alegações.

Se for aprovado pelo parlamento da Ucrânia, o projeto de lei impediria o trânsito de mercadorias iranianas pela Ucrânia e o uso de seu espaço aéreo, além de impor sanções comerciais, financeiras e tecnológicas contra o Irã e seus cidadãos.

No entanto, a Ucrânia tem relações comerciais com os EUA, cujas sanções impedem que tal aconteça com qualquer país que tenha comércio com Teerã, o que deixa pouco claro como tais sanções alterariam a situação.

Kiev disse no domingo que Moscou realizou o maior ataque de drones até o momento na Ucrânia durante a noite, e que usou 54 drones fabricados no Irã. Ele declarou que 52 deles foram abatidos.

·         Secretário-geral da OTAN: Kosovo 'deve desescalar e não tomar medidas unilaterais'

O líder da Aliança Atlântica destacou Pristina como a principal culpada na mais recente crise política com Belgrado, que envolveu o resultado de eleições boicotadas por sérvios.

Jens Stoltenberg, secretário-geral da OTAN, advertiu no domingo (28) Kosovo contra a adoção de medidas unilaterais e desestabilizadoras.

A polícia do território usou a força na quinta-feira (25) para instalar prefeitos de etnia albanesa no norte de Kosovo após uma eleição em abril que foi boicotada pela grande maioria dos eleitores. As pesquisas foram declaradas válidas, apesar de o volume de votos ter sido inferior a 3,5%.

"Pristina e Belgrado devem se engajar no diálogo liderado pela UE agora, como o único caminho para a paz e a normalização. Pristina deve desescalar e não tomar medidas unilaterais e desestabilizadoras", escreveu ele no Twitter após falar com Josep Borrell, chefe das Relações Exteriores da União Europeia (UE).

O Conselho de Segurança Nacional da Sérvia acusou a Força do Kosovo (KFOR, na sigla em inglês), a missão de manutenção da paz liderada pela OTAN, de inação. A Sérvia colocou suas Forças Armadas em alerta de combate máximo e as colocou perto da fronteira após a polícia de Kosovo reprimir manifestantes pacíficos contra o governo.

Também na sexta-feira (27) o Reino Unido, a França, a Itália, a Alemanha e os EUA condenaram a liderança do Kosovo por suas ações contra a Sérvia, apesar de também deixarem críticas à última pela reação.

·         Irã: não temos restrições nos nossos laços militares com a Venezuela

Teerã falou a favor de continuar reforçando a cooperação militar com Caracas. Segundo o ministro da Defesa iraniano, o governo do país planeja fornecer ao país sul-americano capacidades na área da defesa e segurança.

Mohammad Ashtiani, ministro da Defesa do Irã, disse em uma entrevista à agência iraniana Tasnim que Teerã não impõe restrições ao fornecimento de armas a países comprometidos com a paz e a segurança mundiais.

Ashtiani destacou assim no artigo publicado no domingo (28) a estreita cooperação em defesa e segurança do Irã com a Venezuela, descrevendo o país sul-americano como um país que está localizada em uma região sensível, e com a qual o Irã tem mantido relações estreitas no nível de presidentes há anos.

O general disse que o Ministério da Defesa do Irã, que coordena as atividades da comissão econômica conjunta Irã-Venezuela, está organizando planos para fornecer a Caracas várias capacidades, incluindo nas áreas de segurança e defesa.

O ministro também foi perguntado sobre a exportação de armas iranianas para a Venezuela.

"Não enfrentamos restrições quanto ao fornecimento de equipamentos [militares] para outros países. Estamos em contato com todos os países e mantemos essas relações de forma vigorosa. Certamente ajudaremos qualquer país que esteja comprometido em proteger os interesses internacionais, a segurança e a paz e que se preocupe com a segurança mundial comum", disse o alto responsável iraniano.

Em junho de 2022, os presidentes do Irã e da Venezuela assinaram um acordo de parceria de 20 anos em Teerã para promover a cooperação em vários campos.

Em fevereiro de 2023 Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, e Hossein Amir-Abdollahian, ministro das Relações Exteriores do Irã, sublinharam em uma reunião realizada em Caracas a necessidade de os dois países protegerem seus interesses nacionais de forma vigilante diante de pressões e ameaças externas.

 

Fonte: Sputnik Brasil

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