Jeremoabo:
Câmara vota pedido de CPI para apurar suspeita de favorecimento de prefeito à
oficina de sobrinho
A Câmara de Vereadores de Jeremoabo, no Nordeste
baiano, vota na próxima terça-feira (30) um pedido de CPI para apurar uma
suspeita de superfaturamento em benefício de uma empresa de manutenção de peças
de veículo.
O estabelecimento seria de propriedade do sobrinho
do prefeito Derisvaldo José dos Santos, o Deri do Paloma (PP), que está no
segundo mandato consecutivo. Na última sessão da Casa, o presidente da
mesa-diretora - Carlos Henrique Dantas de Oliveira, o Kaka de Sonso (PSD) -
protocolou o pedido de abertura da investigação. Ele procura agora conseguir a
maioria dos 13 membros da Câmara para dar curso à apuração no Legislativo.
“Nós temos um terço dos vereadores e precisamos dos
dois terços para instalar a CPI. Acho que vamos conseguir”, disse o presidente
da Câmara ao Bahia Notícias. Deri do Paloma teve o sigilo bancário e fiscal
quebrado em decisão do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) no dia 18 de maio.
O relator do caso, desembargador Jefferson Alves de Assis, ainda prorrogou por
90 dias um inquérito que apura as suspeitas contra o gestor (ver mais aqui).
A decisão ainda atinge a secretária de educação, Alessandra
Teixeira Ferreira; o sobrinho do gestor Matheus Fernandes dos Santos, Adélio
dos Santos Oliveira e Geisa Cammila Pereira dos Santos, irmão de Matheus.
Segundo a denúncia, em 2018 houve um aumento de 43% nos gastos com a empresa do
sobrinho do gestor em relação ao semestre passado.
Em 2019, os gastos com manutenção de frota chegaram
a quase R$ 1,3 milhão. Em 2020, dois contratos com o mesmo objetivo custaram R$
665,8 mil. Já em 2021, outro contrato foi firmado por R$ 780 mil para o mesmo
serviço. Os gastos também teriam aumentado na Secretaria da Educação, nos anos
2020/2021.
Procurado pelo Bahia Notícias, Deri do Paloma
declarou que não teme a CPI e que a Justiça só “Deus” vai decidir. “Quem tiver
errado vai ter de pagar, né (sic)?. Eu não acho nada dessa CPI. Quem vai dizer
se é justo ou não é Deus”, finalizou o prefeito.
Prefeito
de Catu é acusado de irregularidades em licitações
O ex-prefeito de Catu, Geranilson Requião (PSD), fez
graves denúncias sobre irregularidades em processos licitatórios na gestão
municipal do atual prefeito, Pequeno Sales, que deixou o PP e se filiou
recentemente ao PT. As acusações foram feitas durante entrevista a Catu FM,
emissora de rádio local.
Geranilson apontou irregularidades em contratos com
dispensa de licitação, como o da empresa Master Serviços Limpeza e Locação
LTDA, no valor de R$ 1.451 milhões, contrato que, segundo Geranilson, venceu em
2021 e foi o precursor para a rejeição de contas à época, pelo Tribunal de
Contas dos Municípios (TCM). Sendo assim, a prefeitura fez outro processo de
licitação na modalidade "pregão eletrônico", o qual teve como
vencedora a empresa ' Exemplar', com o mesmo objetivo de serviços de
contratação de pessoal, no valor de R$ 28.218.919,20, pelo período de 12 meses,
o que representou 14% da receita de 2022 do município.
O fato gerou indignação nas empresas concorrentes,
que entraram com recurso contra o resultado, já que a comissão de licitação
impugnou as demais participantes do processo.
"A empresa Exemplar fica no mesmo bairro da
Master, em Alagoinhas, que é o Jardim Petrolar. Como o contrato com a Master
venceu, todo esse arranjo foi feito para a Exemplar, que no fundo é do mesmo
grupo da Master. Ou seja, ficou tudo no mesmo lugar, disse o ex-gestor de Catu.
Geranilson disse ainda que o dono da empresa Master
seria o contador da empresa Exemplar, empresa na qual, de acordo com o
ex-prefeito, teria "laranjas" como proprietários
"Um dos sócios mora em Lauro Freitas e é
Microempreendedor individual (MEI), desde o ano de 2013, não tem cabimento ter
uma empresa com capital de R$ 5 milhões. Já outro sócio mora em uma casa da
Urbis, em Alagoinhas. Ou seja, são contas que não batem", finalizou.
TSE
mantém cassação de vereador de Camaçari por usar instituição de caridade para
fazer campanha
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por maioria dos
votos, manteve decisão do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA),
proferida em 2021, e confirmou a cassação do mandato e a nulidade dos votos
obtidos pelo vereador de Camaçari, Valter de Jesus Araújo, mais conhecido como
Val Estilos (Republicanos). O relator do caso no TSE é o ministro André Ramos
Tavares.
Em ação movida pelo Progressistas, Val Estilos é
acusado de abuso de poder econômico e político nas eleições de 2020. Segundo a
denúncia, o então vereador utilizou a Associação de Apoio à Família e ao Meio
Ambiente (Afab) para se promover durante a campanha eleitoral. De acordo com os
autos, o vereador usava a fundação para conseguir vantagens eleitorais
decorrentes da prestação de serviços assistencialistas para a população carente
de Camaçari.
Na sessão desta quinta-feira (25), a ministra Maria
Claudia Bucchianeri abriu divergência sob o argumento de que não ficaram
explícitas as pretensões políticas do candidato. Para a ministra, os atendimentos
prestados pela instituição ocorreram fora do período de campanha e de um reduto
eleitoral. Nesse mesmo sentido votou o ministro Raul Araújo.
No entanto, a maioria seguiu entendimento do relator
originário, ministro Carlos Horbach, que negou provimento ao recurso da defesa,
afirmando que não seria indicado um reenquadramento do caso para reexame dos
fatos e provas. Votaram dessa forma a ministra Cármen Lúcia e os ministros
Nunes Marques, Benedito Gonçalves e o presidente, Alexandre de Moraes.
Val Estilos estava no seu segundo mandato na Câmara
Municipal de Camaçari. Nos autos do processo, o político é apontado como
fundador da Afab e, conforme testemunhas, teria presidido a associação em 2014
e 2015. A cadeira deixada pelo republicano foi ocupada pelo correligionário, o
vereador Dedel (Republicanos), que foi empossado no cargo em setembro de 2022.
Suplente
de vereador tem pedido negado para assumir vaga na Câmara de Saubara
Um suplente de vereador de Saubara, no Recôncavo
baiano, teve um pedido negado pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). A
decisão saiu nesta sexta-feira (26) após negativa da relatora do caso na Corte,
desembargadora Carmem Lúcia Santos Pinheiro.
O recurso jurídico, no caso agravo de instrumento,
foi interposto pelo suplente Edson dos Santos, conhecido como Papada (MDB). O
postulante cobrava a vaga do vereador Edvaldo Santana da Hora, o Edvaldo Irmão,
também do MDB, que pediu afastamento para tratamento de doença.
Segundo a defesa do suplente, de início, foi
concedida licença de 90 dias para Edvaldo Irmão e logo depois, o prazo foi
estendido para mais 90 dias. A desembargadora contestou a defesa. Segundo a
magistrada, até então o tempo concedido ao vereador para tratamento de saúde
não supera os 120 dias contados por sessão, limite para que um suplente seja
convocado.
“Portanto, considerando que a licença médica por
motivo de saúde ao vereador titular Edvaldo Santana da Hora não foi concedida
por tempo superior a 120 dias, não vislumbro, nesse momento processual,
qualquer ilegalidade na ausência de convocação do suplente, diante da clareza
das normas jurídicas contidas no art. 56, § 1º, da Constituição Federal e no
art. 87, § 1º, da Constituição do Estado da Bahia”, diz trecho da decisão.
Prazo
para informar ao MP gastos públicos com festas juninas estão encerradas
Encerrou nesta sexta-feira (26), o prazo para que os
governos estadual e municipais da Bahia enviem ao Ministério Público (MP-BA)
informações sobre gastos públicos com festas juninas que foram solicitadas
pelos órgãos de controle no início do mês.
Os dados alimentarão painel eletrônico, que ficará
disponível no site do MP-BA, cujo objetivo é conferir transparência à aplicação
dos recursos públicos e funcionar como ferramenta de gestão às administrações
municipais e empresas, além de servir como instrumento de exercício da
cidadania pela população, para prevenir eventuais danos aos cofres públicos.
Os municípios que prestarem informações, colaborando
com a construção do painel, receberão do MP baiano e demais órgãos de controle
um ‘Selo de Transparência’. A apresentação dos dados do painel e a concessão
dos selos serão realizadas em audiência pública prevista para ocorrer no
próximo dia 14 de junho, na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).
Conforme levantamento do órgão, até a noite desta
quinta-feira (25) apenas 10 cidades encaminharam os dados das despesas com
contratações artísticas e correlatos ao Centro de Apoio Operacional às
Promotorias de Justiça de Proteção à Moralidade Administrativa (Caopam). Os dados se referem a eventos de 2022 e
2023, são eles: Lençóis, Jucuruçu,
Itabuna, Santo Estevão, Rio do Pires, Paramirim, Caturama, Senhor do Bonfim,
Caém e Morro do Chapéu.
“Gostaria de fazer um apelo aos gestores públicos,
que cooperem. Cooperem com os promotores locais, dialoguem, prestem as
informações solicitadas e que possam cooperar com a construção de nosso painel.
É preciso reforçar que os procedimentos instaurados não são investigatórios, ou
seja, não possuem caráter repressivo, não buscam impor uma sanção como
consequência da prática de algum ilícito. São procedimentos de acompanhamento,
de solicitação de informações e coleta de dados sobre as contratações públicas.
A atuação repressiva é excepcionalíssima e destinada somente para casos muito
graves. A ação fiscalizatória do MP e das demais instituições de controle é
pautada pela prevenção, orientação, promoção da transparência e preservação dos
festejos”, afirmou.
O painel faz parte da atuação de fiscalização, de
caráter preventivo e colaborativo, que está sendo desenvolvida de forma
articulada entre o Ministério Público, os Tribunais de Contas do Estado (TCE) e
dos Municípios (TCM), e os Ministérios Públicos de Contas junto ao TCE e TCM, e
a Rede de Controle da Gestão Pública. A União dos Municípios da Bahia (UPB) é
parceira da iniciativa e, por solicitação dos órgãos de controle, convidou os
municípios a fornecerem dados para alimentar painel. O coordenador do Caopam,
promotor de Justiça Frank Ferrari, espera que, até o final do dia, mais
municípios enviem os dados solicitados.
O MP-BA instaurou, até o momento, 146 procedimentos
em 63 municípios para acompanhar os gastos com contratações voltadas para as
festas juninas.
Fonte: BN/A Tarde
Nenhum comentário:
Postar um comentário